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Exceções
Exceções
= exceções processuais
dilatórias
Resolução:
Processualmente, foi instaurada uma ação declarativa condenatória (art. 10.º, n.º 3 b) do CPC).
Substantivamente, temos em presença um contrato de empreitada: arts. 1207.º e ss. do CC (sendo, particularmente,
relevantes ao caso os arts. 1218.º a 1224.º do CC).
- Factos alegados na petição inicial:
- a.: relaciona-se com o previsto nos arts. 1218.º, n.º s 1 e 4 e, em especial, o 1220.º, n.º 1 do CC, nos termos
do qual “O dono da obra deve, sob pena de caducidade dos direitos conferidos nos artigos seguintes,
denunciar ao empreiteiro os defeitos da obra dentro dos trinta dias seguintes ao seu descobrimento.” (negrito
nosso)
- b. e c.: relacionam-se com o previsto no art. 1222.º, n.º 1 do CC, nos termos do qual “Não sendo eliminados
os defeitos ou construída de novo a obra, o dono pode exigir a redução do preço ou a resolução do contrato,
se os defeitos tornarem a obra inadequada ao fim a que se destina.” (sublinhado e negrito nossos)
Veja-se, ainda, o artigo 1223.º do CC, sobre qual a A. funda o seu pedido, na presente ação: “O exercício dos direitos
conferidos nos artigos antecedentes não exclui o direito a ser indemnizado nos termos gerais.” (negrito nosso)
Caso prático n.º 3
HIPÓTESE A
(Cont.) Resolução:
Quais os meios de defesa invocados pelo R.?
a. “A incompetência relativa do tribunal, por violação das regras da competência em razão do território,
pedindo que seja absolvido da instância;”:
• defesa por exceção dilatória (ou designada, doutrinalmente, por exceção processual);
• quanto à incompetência relativa (por violação das regras da competência em razão do território), vejam-
se os artigos 102.º e ss. do CPC;
• quanto à sua qualificação como exceção dilatória, vejam-se os artigos 577.º, a) e 578.º do CPC.
Observação: a consequência da procedência da exceção dilatória por incompetência relativa NÃO É a absolvição
do R. da instância; veja-se o disposto no artigo 105.º, n.º 3 do CPC (remessa dos autos para o tribunal competente).
(Cont.) Resolução:
Quais os meios de defesa invocados pelo R.?
b. pode ainda notar-se uma defesa por impugnação de facto direta (art. 571.º, n.ºs 1 e 2 1.ª parte do
CPC), na medida em que o Réu contradisse, frontalmente, a realidade factual alegada pela A., arguindo que a A.
apenas denunciou os defeitos após 45 dias do recebimento da obra, e não após 13 dias, conforme havia alegado a A.
c. “Não corresponder à verdade o alegado no ponto ii. da petição inicial: respondeu ao email enviado por A
conforme doc. n.º 1 que junta à Contestação e que dá, integralmente, reproduzido.”: defesa por impugnação de facto
direta, na medida em que o Réu contradisse, frontalmente, a realidade factual alegada pela A.
Caso prático n.º 3
HIPÓTESE B
Catarina (C), comproprietária de um bem imóvel (prédio rústico), avaliado em 250.000 euros, sito em Amarante,
instaurou ação declarativa de divisão de coisa comum contra Bernardete (B) e Dário (D), também comproprietários
daquele mesmo bem. A ação deu entrada no juízo local cível de Gondomar.
Enquadramento substantivo:
• Direito potestativo do comproprietário de pedir a divisão da coisa comum: artigos 1412.º (/1: “Nenhum dos
comproprietários é obrigado a permanecer na indivisão, salvo quando se houver convencionado que a coisa se conserve
indivisa.”) e 1413.º do C.C.
Processualmente,
• Ação declarativa de divisão de coisa comum: ação declarativa constitutiva modificativa (objetiva e subjetiva da
relação de compropriedade).
• Ação de divisão de coisa comum é uma das ações inseridas no Livro V do CPC, “Processos Especiais”: é, portanto, uma
ação de processo especial previsto, em concreto, nos artigos 925.º a 930.º do CPC.
A respeito do tribunal onde deu entrada a ação (e a título de mera curiosidade, porque vamos estudar esta matéria mais
adiante): o tribunal era incompetente, em razão do território [cfr. artigo 70.º, n.º 1 do CPC]; o valor da causa seria
definido cfr. artigo 302.º, n.º 2 do CPC. Veremos, no momento oportuno, que tipo(s) de incompetência estariam em causa +
as consequências.
Caso prático n.º 3
HIPÓTESE B
Resolução:
a. “A incompetência absoluta do tribunal, por violação das regras da competência em razão da matéria,
pedindo que fossem absolvidos da instância”:
• defesa por exceção dilatória (ou designada, doutrinalmente, por exceção processual);
• quanto à incompetência absoluta, vejam-se os arts. 96.º e ss. do CPC, em particular (por violação das
regras da competência em razão da matéria) o art. 96.º, a) do CPC;
• quanto à sua qualificação como exceção dilatória, vejam-se os artigos 577.º, a) e 578.º, 1.ª parte do
CPC;
• a respeito da absolvição do réu da instância, o artigo 278.º, n.º 1 a) do CPC.
Caso prático n.º 3
HIPÓTESE B
(Cont.) Resolução:
b. “A sua ilegitimidade passiva por não terem sido chamados à ação E, F e G, também comproprietários do
bem imóvel a dividir.”:
• defesa por exceção dilatória (ou designada, doutrinalmente, por exceção processual);
• quanto à legitimidade, vejam-se os arts. 30.º a 39.º do CPC;
• relacionado com a legitimidade, refiram-se, entre outros, os incidentes de intervenção de terceiros –
arts. 311.º e ss. do CPC;
• quanto à qualificação como exceção dilatória, vejam-se os artigos 577.º, e) e 578.º, 1.ª parte do CPC,
• e a respeito da absolvição do réu da instância (não sendo a falta sanada), o artigo 278.º, n.º 1 d) do
CPC.
Referências bibliográficas
referentes a esta aula e à da
próxima semana, no que às
modalidades de defesa
respeita.