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Clínica Cirúrgica Avançada – Oftalmologia


Retina I •
Falta de O2
Desequilíbrio metabólico
Fonte: Vídeo-aula da Profa. Karen Amaral Pinheiro.
• Falhas no transporte axoplasmático
• Exsudatos duros e algodonosos margeando
Camadas da Retina áreas isquêmicas e não isquêmicas.

Achados Oculares
• Afinamento arteriolar
• Perda da relação A/V (relação arteríola/vênula
normal é 2 para 3, ou seja, as arteríolas têm 2/3
do diâmetro das vênulas; na retinopatia
hipertensivo isso é perdido pelo estreitamento
arteriolar);
• Cruzamentos patológicos (fisiologicamente, as
arteríolas passam sobre as vênulas; na
retinopatia hipertensiva pode haver compressão
da vênula, gerando o que chamamos de
cruzamento patológico);
Para mais informações, vide aula de Anatomia e • Fio de cobre ou fio de prata (alteração da
Fisiologia do Olho (aula 1). coloração das arteríolas);
• Microaneurismas (alteração da parede dos
vasos que pode acarretar hemorragias);
1. Retinopatia Hipertensiva • Hemorragias;
• Exsudatos algodonosos;
• 2ª principal doença vascular da retina (perdendo • Exsudatos duros ou estrela macular;
apenas para a retinopatia diabética);
• Edema retiniano (pois a retina não está sendo
• Achado importante de doença sistêmica, pois é
bem irrigada ou drenada);
bilateral e simétrica;
• Edema de papila.
• Doença de pequenos vasos (ao fundo de olho,
procurar nas interrelações das arteríolas com as
Classificação da retinopatia
vênulas);
• Causada por HAS aguda ou crônica, sistólica ou hipertensiva de KWB –
diastólica; Keith-Wagener-Barker
• Aumenta o risco de coronariopatia. Grupo I: estreitamento arteriolar e alteração do reflexo
arteriolar leves.
Fatores de Risco
• Mais comum em negros (2:1) Grupo II: estreitamento arteriolar e alteração do reflexo
• Idade (quanto maior, maior a chance) arteriolar mais acentuado e cruzamento arteríolo-
• História Familiar venular.
• Obesidade Grupo III: alteração do grupo II e hemorragia retiniana e
• Tabagismo exsudatos.
• Estresse
Grupo IV: alterações do grupo III e papiledema.
• Consumo de álcool
• Sedentarismo
Sinais de Arteriosclerose
A retinopatia hipertensiva pode acontecer por um
Fisiopatologia quadro agudo de HAS ou por um quadro crônico,
O estilo de vida do paciente faz com que ele tenha uma
podendo ou não estar associado a aterosclerose.
maior chance de formação de aterosclerose nos vasos.
Essa esclerose aumenta a espessura da camada média, o Quando saber quando está associado a arteriosclerose?
que diminui o lúmen arteriolar. Consequentemente, há:
Matheus Wu – ATM 2022
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• Aumento do brilho arterial Podemos perceber o fio de cobre bem importante (seta)
• Cordão de cobre e a compressão da arteríola sobre a vênula (círculo).
• Cordão de prata
Cruzamento AV, exsudatos algodonosos e
hemorragia

Primeira imagem (a mais superior): situação fisiológica.


Calibre arteriolar é 2/3 do venoso. Sem reflexo dorsal dos
Esse outro exame é bem rico em achados. Podemos
vasos importante.
perceber exsudatos algodonosos (manchas amareladas
Segunda imagem: vaso com reflexo dorsal aumentado. que parecem algodão), um fio de cobre bem evidente, e
Fio de prata. Discreto afilamento da arteríola e discreta arteríola aproximadamente com metade do calibre
compressão da veia. venoso (o que evidencia afinamento arteriolar e perda da
relação A/V). Além do cruzamento patológico.
Terceira imagem: a compressão da arteríola sobre a
vênula é maior – o que faz com que não conseguimos A mancha avermelhada embaixo é uma hemorragia. E o
identificar a parede venosa na interseção. pontinho sinalizado pela seta do mouse é um
microaneurisma.
Quarta imagem: afilamento da parede venosa quando
ela passa por baixo da arteríola. Estrela macular
Quinta imagem: temos uma área em que efetivamente
se perde o trajeto venoso, de tão grande que é a
compressão. Além da coloração da arteríola, bem fio de
prata.

Imagem da fundoscopia

Série de pontinhos amarelos brilhantes e bem definidos,


são os exsudatos duros (setas pretas). Ao passo que os
algodonosos são mal delimitados (seta do mouse). E
existem tantos exdudatos duros, que não conseguimos
identificar a mácula – isso é a estrela macular.
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Edema de papila 2.1 Oclusão da Artéria Central
• Doença rara
• Gravíssima
• Elevada morbimortalidade (alto risco de morrer
nos próximos 6 meses).

Fisiopatologia
Trombose relacionada à aterosclerose da lâmina crivosa
e embolismo carotídeo.

Fatores de Risco
• Idade
• HAS
Não conseguimos ver direito o contorno do disco óptico. • DM
Temos uma série de acúmulos de exsudatos (duros e • Hiper-homocisteinemia
algodonosos), microhemorragias... • Concentração sérica de LDL elevada
• Obesidade
Tratamento • Tabagismo
Controle da doença de base. • Sedentarismo.

Prognóstico Visual Sinais e Sintomas


Depende do acometimento. Nos casos de • Perda súbita e profunda da acuidade visual
comprometimento grave, edema pode ser péssimo. • Indolor
• Unilateral
• Mácula em cereja
2. Obstruções Vasculares
Retina
Dividida em retina externa e interna.

A retina externa é formada pelo epitélio pigmentado da


retina e pelos fotorreceptores. É nutrida pela
coriocapilar.

E a retina interna é formada por células bipolares,


horizontais, amácrinas, Müller e gangionares. É nutrida Mácula vermelha, maior, com edema na volta.
pelos vasos centrais da retina.
Tratamento
Vasos acometidos • Até 90 minutos após o início do quadro (é raro
• Artéria central da retina se conseguir isso, mas é a situação ideal);
• Ramos da artéria central da retina • Deve-se fazer massagem ocular, realizando
• Veia central da retina compressão intermitente com lentes que façam
• Ramo da veia central da retina contato;
• Pode-se fazer paracentese da câmara anterior
ou hipotensores oculares.

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2.2 Oclusão de Ramo da Sinais e Sintomas


• Hemorragias nos quatro quadrantes da retina
Artéria Central da Retina • Veias dilatadas e tortuosas
É uma variação da oclusão da artéria central da retina. • Baixa acuidade visual (paciente não enxerga
menor que 20/200).
Sinais e Sintomas
Perda súbita, profunda, indolor e setorial do campo
visual. Paciente enxerga em alguns campos, diferente da
OACR em que é o olho todo.

Tratamento
Massagem e paracentese da câmara anterior.

Prognóstico
Ruim. Tratamento
• Quando não há neovascularização:
Obs.: Também possui a mesma fisiopatologia, sendo
necessário que o paciente faça uma avaliação acompanhamento clínico por 6 meses
cardiológica e ecodoppler de carótida – risco de vir a • Quando há neovascularização:
desenvolver IAM, AVC... panfotocoagulação da retina, ou seja, queimar a
laser os novos vasos (pois eles têm alteração da
parede, deixando passar substâncias indevidas
para a retina).
• Para impedir neovascularização: anti VEGF
• Para tratar edema macular: Triancinolona.

2.4 Oclusão de Ramo da


Veia Central da Retina
Atenuação da coloração (pois não está sendo bem
perfundida, uma vez que está ocluído o vaso). Na • Prevalência é 3 vezes maior que a OVCR
imagem da direita, a área acometida não tem contraste. • Ramo mais acometido é a TEMPORAL SUPERIOR
• Apresentação depende da quantidade da
drenagem macular comprometida
2.3 Oclusão de Veia Central • Prognóstico pode ser razoável a bom.
Mais prevalente que as OACR. Unilateral.

Fisiopatologia
• Aterosclerose
• Arteríola comprime a veia correspondente
(adventícia comum)
• Isso acarreta formação de trombos e
consequentemente oclusão.

Fatores de Risco
Idade, HAS, DM, obstruções carotídeas, PIO elevada,
doenças infecciosas (HIV/Sífilis/Herpes/Hepatite B/TB),
doenças inflamatórias (sarcoidose, Behçet/LES/ Eales).

Matheus Wu – ATM 2022


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3. Descolamento da retina
É a separação da retina interna do EPR (epitélio
pigmentado da retina) por fluido subretiniano.

Esse fluido subretiniano pode alterar os fotorreceptores.


Se esse líquido se acumular em exagero, há lesão dessas
células e perda da visão, que muitas vezes é irreversível.

Classificação
• Regmatogênico
• Tracional
• Exsudativo

DR Regmatogênico
• É o descolamento de retina mais prevalente
• Para acontecer, precisa de: rotura de retina,
tração vítreo-retiniana e liquefação vítrea
• Regmatogênico quer dizer rasgadura, rotura
• Quadro clínico: BAV com fotopsias (baixa
acurácia visual e vendo flash luminosos,
relâmpagos)
• Tratamento: fotocoagulação a laser (para colar
a retina), retinipexia pneumática (introduzir gás
dentro do olho para forçar a retina descolada a
voltar), introflexão escleral (passar silicone em
torno do olho, aproximando o globo ocular da
retina), vitrectomia (desfazer as áreas de tração
para que a retina não volte a ficar descolada)
• Prognóstico: depende do tempo decorrido até o
tratamento.

DR Tracional
• Relacionado a forte adesão vítrea
• Comum em doenças da retina que causam
fibrose, como DM e Anemia falciforme
• Quadro clínico: BAV sem fotopsias e sem
moscas volantes
• Tratamento: vitrectomia (desfazer a fibrose,
logo, tratamento cirúrgico).

DR Exsudativo
• Líquido exsudativo oriundo da coroide
• Lesões alteram o epitélio pigmentar da retina
• Fortemente relacionado a doenças inflamatórias
e neoplasias
• Quadro clínico: BAV sem fotopsias
• Tratamento: tratar a causa base.

Matheus Wu – ATM 2022

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