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Universidade Federal Fluminense

Ana Caroline Nascimento


Dara Batista Fernandes

Condicionamento Clássico

Campos dos Goytacazes


2016
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RESUMO: O presente trabalho abordará a análise do comportamento do rato virtual,


Sniffy, através da perspectiva da Análise Experimental do Comportamento embasada
pela teoria do conhecido psicólogo experimental B. F. Skinner. O experimento constitui-
se na extinção da resposta previamente condicionada de medo na presença do tom.
Inicialmente, associa-se o tom, estímulo neutro, e o choque, estímulo que gerava resposta
de medo, para que, por fim, fosse adotado o comportamento de medo ao tom. O objetivo
consiste na aplicação dos conceitos de emparelhamento de estímulos, exclusão de
condicionamento e recuperação espontânea.

Palavras-chave: [Sniffy, Skinner, Condicionamento Clássico]


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SUMÁRIO
Resumo .............................................................................................................................2
Sumário ............................................................................................................................3
Introdução ........................................................................................................................4
Exercício 1 – Aquisição de uma resposta condicionada ...............................................5
Método .......................................................................................................................5
Resultado ....................................................................................................................5
Exercício 2 – Extinção .....................................................................................................6
Método .......................................................................................................................6
Resultado ....................................................................................................................6
Exercício 3 – Recuperação Espontânea .........................................................................7
Método .......................................................................................................................7
Resultado ....................................................................................................................7
Referências Bibliográficas .............................................................................................8
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INTRODUÇÃO
A disciplina Análise Experimental do Comportamento utiliza-se do método
experimental, englobando aspectos teóricos e práticos acerca da Psicologia Experimental
inicialmente fundada por Wundt. O embasamento filosófico e conceitual é fundamentado
pelos conceitos Behavioristas, entretanto, não há uma restrição apenas a tal elemento
teórico, o respaldo prático se dá através de experimentos, atualmente digitais, que
ocorrem através do programa “Sniffy Pro - O Rato Virtual”, que simula o comportamento
previamente observado de um rato albino.
Skinner, em seu livro “Contingências Do Reforço, Uma Análise Teórica”, acredita
que significante avanço foi dado na área com a Lei do Efeito de Thorndike,
posteriormente especificada por Pavlov, a qual profere acerca da ocorrência
aproximadamente simultânea de uma resposta e de determinados eventos ambientais
modifica o organismo respondente, o que aumenta a probabilidade de respostas do mesmo
tipo tornar a ocorrer.
Torna-se, portanto, importante ressaltar as bases objetivas da AEC. Segundo
Lombard- Platet e col. (2010) “a observação, descrição e mensuração dos fatos são pontos
de suma importância no método experimental. ” Tais conceitos são aplicáveis as
atividades práticas feitas com Sniffy, as quais abrangeram a questão da aprendizagem
associativa, mais especificamente do Condicionamento Clássico, tipo de aprendizado
descoberto pelo psicólogo russo Ivan Pavlov, no início do século XIX.
Durante o Condicionamento Clássico formamos associações entre eventos.
(BEAR e Col. 2001). Tal condicionamento envolve a associação entre um estímulo
incondicionado, ou seja, um estímulo inato que não é aprendido e um estímulo
condicionado, que é emparelhado com o primeiro e passa a gerar a mesma resposta.
Relacionando com os experimentos realizados com Sniffy, o estímulo condicionado é o
tom e o incondicionado o choque, sendo que o segundo inicialmente é um estímulo neutro
que não gera resposta.
Diversos fatores influenciam em tal aprendizado associativo, cita-se a frequência,
variante em cada experimento, e a intensidade, sempre média. O experimento realizado
caracteriza-se por ser simultâneo, pois o estímulo inicialmente neutro, o tom, é seguido
pelo incondicionado, o choque, em um tempo inferior a cinco segundos. E também por
ser temporal, visto que, intercala-se ambos os estímulos em repetições cíclicas ocorridas
em espaços de tempo regular.
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Outra característica importante acerca do Condicionamento Pavloviano diz


respeito a extinção de uma resposta condicionada, observado no experimento II, que
ocorre quando o estímulo condicionado é apresentado diversas vezes sem o estímulo
incondicionado. Além disso, há a capacidade dos organismos de recuperar uma resposta
condicionada a qual anteriormente havia sido extinta, a Recuperação Espontânea. O
comportamento previamente extinto retorna, como visto no experimento III, porém em
intensidade menor, o que demonstra que certos circuitos, apesar de inativos, não se
perdem facilmente por completo.
A partir disso, apesar dos experimentos ocorrerem em um rato virtual é possível
inferir acerca de questões que rodeiam os comportamentos dos organismos em geral. Tal
processo de condicionamento desempenha função importante na questão de
aprendizagem também para o ser humano, demonstrando a grande relação entre os
organismos quando não se recorre a eventos subjetivos que podem tornar a análise frágil.

EXERCÍCIOS

Exercício 1: Condicionamento clássico – Emparelhamento entre tons e choques.


Método:
O programa utilizado para a realização de todos os experimentos foi Software
Sniffy Pro 2.0 for Windows. Configurou-se o programa com o Interval Between Trials no
número cinco, ou seja, a cada cinco minutos apresentava-se ambos os estímulos quase
que simultaneamente, assim que o estímulo neutro, o tom, cessava, era sucedido pelo
estímulo incondicionado, o choque que levava ao medo e, consequentemente, a paralisia.
Além disso, o Present Each Trial Type foi configurado para 15 relacionando-se com o
número de tentativas. O tom, estímulo neutro, foi selecionado em intensidade média no
First Stimulus assim como o choque, estímulo incondicionado, no Second Stimulus. Feito
isso, iniciou-se o experimento através do clique no comando Design Classical
Conditional Experiment e, logo em seguida, do Run Classical Conditioning Experiment.
Preferiu-se acelerar o tempo do experimento através da ativação do comando Isolate
Sniffy.
Resultados:
Através dos gráficos é possível observar que, das 10 tentativas intervaladas por 5
minutos, o emparelhamento entre o estímulo condicionado, o tom médio, e do estímulo
incondicionado, o choque também em intensidade média, ocorreu gradativamente em
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Sniffy. A aquisição desse comportamento condicionado se dá aos poucos, visto que, ao


final da décima tentativa o gráfico demonstra uma correlação mais forte.

Exercício 2: Extinção do comportamento.


Método:
Com a utilização do Software Sniffy Pro 2.0 for Windows, a configuração do
experimento se inicia no menu Experiment, com o clique no Design Classical
Conditioning Experiment. Após isso, abriu-se uma caixa de diálogo em que se selecionou
New Stage na seção Stage. Logo em seguida, altera-se o estágio do experimento para 2
através do View/EditExperimental Stage. Selecionou-se cinco na escolha dos Interval
Between Trials, demonstrando que o intervalo de cinco minutos entre a apresentação dos
estímulos. Na seleção Present Each Trial Type optou-se pelo número trinta,
demonstrando o número de tentativas. O tom de intensidade média foi selecionado no
painel First Stimulus, enquanto no Second Stimulus seleciona-se none. Clica-se em Save
para salvar os comandos e, logo em seguida, no menu Experiment clica-se no comando
Run Classical Conditioning Experiment dando início ao exercício. Novamente, escolheu-
se para acelerar o experimento selecionando Isolate Sniffy Accelerate Time.

Resultados
Os gráficos demonstram o decaimento da associação entre a paralisia, resposta
incondicionada ao medo, e o tom, estímulo agora condicionado. Inicialmente, o tom,
mesmo sem o estímulo do choque, gera a paralisia, entretanto, tal associação
condicionada diminui gradualmente. É observável que após a décima quarta tentativa, o
medo ao tom diminui mais consideravelmente.
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Exercício 3: Recuperação Espontânea.


Método: Ainda se utilizando do Software Sniffy Pro 2.0 for Windows, seleciona-se o
comando Remove Sniffy For Time-Out, tal configuração, encontrada no Menu
Experiment, simula a retirada do rato da caixa durante um dia inteiro, ou seja, por 24
horas. Novamente em tal menu, seleciona-se Design Classical Conditioning Experiment.
Com a caixa de diálogo aberta, altera-se o estágio do experimento para três. Isso ocorre
através do pressionamento do Next Stage, na seção Stage, alterando-se para 3 o número
do View/Edit Experimental Stage. O intervalo entre os experimentos é configurado para
5 no Interval Between Trials e o número de tentativas é alterado para 15 na seção Present
Each Trial Type. O segundo estímulo foi escolhido como nenhum, através da seleção de
None no painel Second Stimulus e o primeiro estímulo designado foi o do tom em
intensidade média, tal opção ocorre no painel First Stimulus. Seleciona-se Run Classical
Conditioning Experiment após do clique em Save e o fechamento da caixa de diálogo.
Por fim, o experimento foi acelerado através do clique em Isolate Sniffy Accelerate Time.

Resultados:
O gráfico demonstra que após sair de seu ambiente habitual, Sniffy, mesmo depois
da extinção do comportamento, o recupera espontaneamente, embora que com a
intensidade da correlação entre o estímulo do tom, inicialmente neutro e posteriormente
condicionado, e o medo gerador da paralisia, bem mais fraca devido a prévia exclusão.
Este fato tornou a extinção do comportamento menos demorada.
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Referência

BEAR, M.F., CONNORS, B.W. & PARADISO, M.A. Neurociências – Desvendando o


Sistema Nervoso. Porto Alegre 2ª ed. Artmed Editora, 2002.

LOMBARD-PLATET, Vera Lúcia Varanda; WATABE, Olga Maria; CASSETARI,


Leila. Psicologia experimental: Manual teórico e Prático de análise do comportamento.
4 ed. São Paulo: Edicon, 2010.

SKINNER, B.F. Contingências do reforço: uma análise teórica. São Paulo: Abril
Cultural, 1980.

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