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Estudando - ENEM - Redação - Prime Cursos
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2. ESTUDO DE TEXTO
Para o estudar um texto, precisamos entender os níveis de leitura de cada texto:
Níveis de Leitura
a) um galo espertalhão, consciente de que a raposa é inimiga, coloca-se sob proteção, fora do alcance da suas
garras;
b) a raposa tenta convencer o galo de que não há mais guerra entre os animais e que se instaurou a paz;
c) o galo finge ter acreditado na fala da raposa, mostra-se alegre e convida-a a esperar três cães para que
também eles participem da confraternização;
d) a raposa, sem negar o que dissera ao galo, alega ter pressa e vai embora.
Num segundo nível, podemos organizar esses dados concretos num plano mais abstrato:
a) um dos personagens do texto (o galo) dá mostras de que os animais estão em estado de paz;
b) no nível de fingimento, isto é, da aparência, ambos percebem ter entrado em acordo, mas, no nível da
realidade, isto é, da essência, os dois continuam em desacordo.
Num terceiro nível, podemos imaginar uma leitura ainda mais abstrata, que resume o texto todo:
b) afirmação da pacificação
Desse modo, pode-se imaginar que o texto admite três planos distintos na sua estrutura:
a) uma estrutura superficial, onde afloram os significados mais concretos e diversificados. É nesse nível que
se instalam no texto o narrador, os personagens, os cenários, o tempo e as ações concretas;
b) uma estrutura intermediária, onde se definem basicamente os valores com que os diferentes sujeitos
entram em acordo ou desacordo;
c) uma estrutura profunda, onde ocorrem os significados mais abstratos e mais simples. É nesse nível que se
podem postular dois significados abstratos que se opõem entre si e garantem a unidade do texto inteiro.
É pela posse e uso da linguagem que conseguimos organizar o nosso pensamento e torná-lo articulado,
concatenado e nítido; é assim que, nas crianças, a partir do momento em que, rigorosamente, adquirem o
manejo da língua dos adultos e deixam para trás o balbucio e a expressão fragmentada e difusa, surge um
novo e repentino vigor de raciocínio, que não só decorre do desenvolvimento do cérebro, mas também da
circunstância de que o indivíduo dispõe agora da língua materna, a serviço de todo o seu trabalho de atividade
mental.
Se inicia e desenvolve o estudo metódico dos caracteres e aplicações desse novo e preciso instrumento, vai-
se, concomitantemente, aperfeiçoando-se a capacidade de pensar, da mesma sorte que se aperfeiçoa o
operário com o domínio e o conhecimento seguro das ferramentas da sua profissão. É este, e não outro, antes
de tudo, o essencial proveito de tal ensino.
É quase exclusivamente pela linguagem que nos comunicamos. Pode-se dizer que a sociedade humana, em
confronto com os aspectos rudimentares das colônias dos animais gregários, é, na sua tremenda
complexidade, uma consequência da posse da linguagem.
Cada um de nós tem que saber usar uma boa linguagem para desempenhar o seu papel de indivíduo humano
e de membro de uma sociedade humana.
A linguagem tem uma função prática imprescindível na vida humana e social; mas, como muitas outras
criações do homem, pode ser transformada em arte, isto é, numa fonte de mero gozo do espírito. Passa-se,
com isto, a um plano diverso daquele da vida diária. São duas coisas distintas o aspecto prático e o aspecto
artístico da linguagem. Neste ela vem a constituir a literatura e deve ser boa no sentido de produzir em nós um
alto prazer espiritual ou estético. É uma excelência em sentido estrito, que não cabe confundir com o sentido
amplo-qual se consubstancia na boa formulação e na boa comunicação do pensamento.
É fundamental ressalvar, porém, que o sentimento artístico é espontâneo e inerente nos homens e que, para
ser eficiente, a linguagem tem de satisfazê-lo e não apenas se cingir a uma formulação seca, objetiva e fria.
Assim, em toda boa formulação linguística entra, a bem dizer, um tal ou qual elemento literário.
É daí, até certo ponto, que se cria em toda sociedade um ideal linguístico, pó que temos que pautar-nos para
as nossas palavras não provocarem uma repulsão, ás vezes latente e mal perceptível, mas sempre suficiente
para prejudicar-lhes o efeito.
O conceito de boa linguagem em seu sentido amplo pode ser visto por três faces:
- certo predicado estético que nos convida a encarar com boa vontade o pensamento exposto
O efeito retórico e a correção gramatical, por sua vez, constituem a forma de exposição. Não resumem em si a
boa linguagem, mas apenas concorrem para ela.
- as regras gramaticais acham-se apoiadas por um consenso geral e através delas se facilita à projeção de
nossas ideias e a aceitação do que assim dizemos.
Uma atitude de independência em relação às regras gramaticais é mais cabível aos literatos que aos que
usam a língua com objetivo prático. Isto porque se espera daqueles uma visão pessoal em questões de forma
linguística, já que a língua é a sua preocupação primária e a matéria-prima de sua arte. Soluções novas e
efeitos inesperados não devem surpreender ao leitor, homem comum.
(Adaptado de Manual de Expressão Oral e Escrita. J. Mattoso Câmara Jr. Pág. 11 a 13).
Observe como o tempo inteiro estamos sendo solicitados a ler e produzir textos escritos nas diferentes
situações de interação do nosso cotidiano pessoal e social. A escrita, principalmente, se constitui uma
exigência essencial para um bom desempenho social.
Ressaltamos, então, o fato inquestionável de que na sociedade atual escrever de modo eficiente é de extrema
importância para questões realcionadas à vida pessoal e, sobretudo, para tudo o que diz respeito à vida
profissional, uma vez que evidenciar competências por meio da expressão escrita é um fator que facilita a
inserção do individuo nas diferentes esferas sociais.
O domínio da escrita é algo tão importante para as sociedades, de modo geral, que durante muitos séculos,
somente poucas pessoas tinham acesso ao aprendizado da leitura e da escrita. Escrever se constituía uma
questão de segurança religiosa, política e social. Por essas e outras razões somente pessoas de determinadas
classes sociais tinham o direito de aprender a ler e escrever. Para os que desfrutavam desse direito, aquilo
sobre o que escreviam era objeto de censura e vigilância permanentes. Com o tempo e os processos de
desenvolvimentos sociais, a escrita veio a se popularizar e, hoje, o acesso à leitura e à escrita se impõe como
uma exigência fundamental na consolidação da cidadania nas sociedades letradas.