Você está na página 1de 9

ORIENTAÇÕES

1º Encontro Pedagógico
2023
“Tu me dizes, eu esqueço. Tu me ensinas, eu
lembro. Tu me envolves, eu aprendo.”
Benjamin Franklin

A Secretaria Municipal da Educação (SME), por meio da Coordenadoria de


Educação Infantil (COEI), Coordenadoria de Ensino Fundamental (COEF) e Coordenadoria
de Diversidade e Inclusão (CODIN), propõe para o 1º encontro pedagógico do ano letivo de
2023, o tema “Protagonismo na Educação de Fortaleza: Todos por uma escola
conectada com o nosso tempo”. Esse tema é um convite para que os professores e
demais profissionais da educação sigam o movimento que nos impulsiona para a
transformação pela educação em nossa Rede. É tempo de reflexão acerca da importância
de todos/as que fazem a escola - nos seus diversos papéis - assumirem uma ação
protagonista no propósito para a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem em
todos os níveis, etapas e modalidades de ensino. O encontro deverá ser organizado e
conduzido pelo diretor(a) da unidade escolar, em articulação com o(a) coordenador(a)
pedagógico(a).
A Secretaria Municipal da Educação compreende que o protagonismo nas
escolas é um processo que envolve um movimento coletivo que agrega todos os atuam no
cotidiano da unidade escolar, fortalecendo a gestão democrática, colaborativa e
responsável em prol da causa da educação.
A ação protagonista é uma atitude que vai além do habitual. Ela precisa ser
intencional, planejada, para que promova o fortalecimento do princípio da autoria que é tão
necessário para o enjamento da comunidade. Ao proporcionar a ação do protagonismo no
espaço escolar, professores, estudantes, monitores, voluntários, funcionários e famílias
constroem um ambiente de transformação. Uma vez que nos movemos pelo
reconhecimento de fazermos parte de algo maior, passamos a entender o nosso papel na
causa da educação.
Cada pessoa tem importância nos processos de planejamento, execução e
avaliação das ações que culminam com uma escola mais acolhedora, organizada, atrativa e
conectada com o nosso tempo. Agindo no mesmo propósito seguiremos com excelência
na promoção do ensino e da aprendizagem dos estudantes da Educação Infantil, ensino
fundamental e da modalidade de Educação de Jovens e Adultos da nossa cidade.
Um dos principais protagonistas no cotidiano escolar e na vida dos
estudantes e de suas famílias é o(a) professor(a). O(a) professor(a) tem o papel central de
prover ao estudante possibilidades de descobertas do conhecimento, oferecendo-lhe
ferramentas e oportunidades que o estimulem a caminhar de forma autônoma e com bem-
estar. Nesse processo, a maior contribuição da escola é a promoção de ações que
oportunizem o protagonismo como vetor para o desenvolvimento das potencialidades dos
estudantes.
Criar oportunidades nos tempos e espaços pedagógicos que fortaleçam a
participação, propicia o envolvimento dos estudantes na rotina da escola e na solução dos
problemas, como também amplia as possibilidades para a formação integral dos
estudantes.
O(A) professor(a) que entende o(a) estudante como protagonista percebe

2
quão fundamental é oportunizar a crianças/jovens/adultos experiências em que tomem
decisões e resolvam problemas que irão influenciar no ensino, na aprendizagem e no
próprio desenvolvimento humano. Quando o(a) estudante é envolvido de forma ativa no
processo de ensino e aprendizagem tem mais autonomia para pensar em caminhos que
transformem a si e ao mundo.
A SME compreende que quanto mais os(as) professores(as) e demais
profissionais acreditam e empoderam todos os(as) estudantes como protagonistas do seu
processo de aprendizagem, mais se tornarão responsáveis por suas ações e pela
construção do seu projeto de vida.
Quanto mais a escola se envolve no movimento em prol do cumprimento da
nossa missão de garantir educação pública com qualidade e equidade com foco no
desenvolvimento integral dos estudantes e na redução das desigualdades, mais os
profissionais são protagonistas de seus processos de desenvolvimento profissional, assim
como entendem o papel central que desempenham na vida escolar dos estudantes da
Educação Infantil, do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos.
Nesse sentido, compreende-se a escola como lugar de produção de
conhecimento e espaço democrático e colaborativo. Logo, a escola é lugar que acolhe,
abraça, semeia, nutre e alimenta as pessoas que nela atuam e convivem. É nessa
perspectiva que queremos fortalecer vínculos com todos os atores educacionais -
estudantes, gestores(as), profissionais da educação - professores(as), assistentes da
Educação Infantil/auxiliares educacionais, famílias e demais colaboradores(as) da
ambiência escolar - que buscam à educação como fonte de saber, de conhecimento, de
aprender a ser e a conviver, respeitando e valorizando as diferenças de todos(as) nesse
contexto.
Nesse sentido, contamos com a organização do diretor(a) e coordenador(a)
pedagógico(a) de cada unidade escolar para que o 1º encontro pedagógico de 2023,
proporcione a participação dos(as) professores(as), assistentes da educação
infantil/auxiliares educacionais e demais profissionais e colaboradores(as) da educação,
conforme seu turno de trabalho. Destaca-se a importância da gestão no encontro
pedagógico para gerenciar o tempo de forma a permitir a realização de todas as etapas
propostas.

“Envolver-se com questões de


interesse coletivo, empenhar-se
construtivamente no esforço de
identificar, compreender e intervir
na superação de situações-problema
(...) [é] um processo de construção
de cidadãos mais autônomos,
críticos e autodeterminados e de
uma sociedade mais democrática,
solidária e aberta”
(Costa, 2000, p.177)

3
2. Sugestão de Agenda

Para subsidiar a realização do 1º Encontro Pedagógico pelas unidades escolares, a


SME sugere os momentos descritos:

SUGESTÃO DE AGENDA PARA O ENCONTRO PEDAGÓGICO

EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Acolhida e integração - Árvore dos afetos

Sugerimos acolher o grupo com a música “Laços” do Nando Reis e Ana Vilela.
Em seguida, cada participante será convidado a registrar em um papel uma
palavra, um poema, uma música, um desenho ou algo que remeta a responder a
seguinte pergunta:Que oportunidades educativas, tempos e espaços
podemos promover na rotina escolar que possibilite o exercício do
MANHÃ protagonismo de estudantes, famílias, professores?
7h às 11h Irão colocar dentro de uma caixa. Depois, a caixa passará pelos participantes que
deverão tirar um dos registros e compartilhar com os demais. Em seguida, cada
participante fixará o papel na “árvore dos afetos”, representando a coletividade do
grupo e as ações de protagonismos elencadas por cada um.
Link de acesso da música: https://youtu.be/PQ5cNYyRsxg

Boas-vindas aos novatos


Apresentação dos principais documentos orientadores da rede: da Educação
Infantil, do ensino fundamental e suas modalidades e da educação inclusiva.
Apresentar também a Proposta Pedagógica da unidade escolar.

Link de acesso dos documentos da Educação Infantil:


https://educacao.sme.fortaleza.ce.gov.br/index.php?option=com_content&view=ar
ticle&layout=edit&id=117

Link de acesso dos documentos do ensino fundamental e suas


modalidades:

Link de acesso dos documentos da educação inclusiva:


https://drive.google.com/file/d/12yuL712OYDuD-nUOdF_hgNORowyLXJFF/view

Avaliação e partilha das ações pedagógicas / interações / vivências do ano


de 2022
É um momento imprescindível de análise dos aspectos positivos que fortaleceram
o desenvolvimento integral e as aprendizagens dos(as) estudantes, bem como
dos desafios que foram enfrentados.
Painel coletivo: O que deu certo? O que precisa melhorar? Que ações de
protagonismo nossa escola pode realizar em 2023?
Tais reflexões subsidiam o planejamento das práticas pedagógicas que serão
realizadas durante o ano letivo de 2023.

4
Estudo e reflexão

1. O que é ser protagonista? (tempestade de ideias) - 15 min

2. Dividir os participantes em grupos menores e distribuir as tarjetas com os


trechos geradores para reflexão e diálogo (anexo). Cada subgrupo deverá ler o
trecho e, a partir das perguntas disparadoras, refletir e dialogar sobre as citações.

Perguntas disparadoras:
1. O que é ser protagonista nas ações educativas
(estudantes/professores/gestores/demais colaboradores/famílias)?
2. Qual o papel do(a) docente protagonista?
3. Qual o papel do(a) estudante protagonista?
4. Que ações a serem realizadas, no decorrer do ano letivo, poderão
proporcionar o desenvolvimento do protagonismo da comunidade escolar
(estudantes/professores/gestores/demais colaboradores/ famílias)?
5. Como a escola pode proporcionar ações concretas que favoreçam o
desenvolvimento do protagonismo de toda a comunidade escolar?
6. Que estratégias, você educador, pode criar para oferecer condições que
potencialize aos estudantes se tornarem protagonistas de suas
aprendizagens?
7. Diante das discussões e reflexões acima, como você irá planejar ações
cotidianas que proporcionem o protagonismo docente e estudantil?

3. Partilhas: a partir das reflexões, cada subgrupo partilhará de forma escrita ou


por outras formas de expressão, o seu entendimento sobre o lido e discutido,
podendo ser também fixadas na “árvore dos afetos”.

Recomendamos a leitura compartilhada das Orientações Pedagógicas 2023,


documento este que subsidia o trabalho pedagógico dos profissionais da
educação.

TARDE Planejamento
13h às 17h Planejar a primeira semana de atividades com os estudantes, levando em
consideração o protagonismo e as especificidades de cada faixa etária (bebês,
crianças, jovens e adultos), consultando as orientações pedagógicas de 2023
para cada etapa, assim como outros documentos norteadores do trabalho
pedagógico da Rede Municipal de Ensino de Fortaleza.

Organização dos espaços da sala de atividades


Organizar as salas de atividades, levando em consideração as especificidades de
cada etapa de ensino. Sugestão: Na educação infantil preparar áreas (cantinhos)
na sala de referência aconchegante, com livros, brinquedos, jogos, folhas para
desenho, riscadores e outros materiais ao alcance das crianças. No ensino
fundamental, organizar os espaços para leitura, pesquisas, folhas para desenhos
e escritas, jogos matemáticos para que os estudantes explorem de acordo com o
planejamento docente.

NOITE Importante: Sugerimos ao Núcleo Gestor do Polo de EJA que faça as devidas
18h às adaptações com relação ao tempo, de maneira a contemplar a programação,
21h40 privilegiando os momentos que considere mais significativos às especificidades
da EJA.

5
REFERÊNCIAS

CEARÁ. Secretaria da Educação do Estado do Ceará. Documento Curricular


Referencial do Ceará: Educação Infantil e ensino fundamental. – Fortaleza: SEDUC,
2019.

COSTA, ACG. Protagonismo juvenil: adolescência, educação e participação


democrática. Salvador: Fundação Odebrecht, 2000.

PASQUALI, C. Dá para ser protagonista só de vez em quando? In. Protagonismo: a


potência de ação da comunidade escolar. 1ª ed. São Paulo: Ashoka / Alana, 2017.
Disponível em: file:///C:/Users/paloma.almeida/Downloads/PROTAGONISMO%20-
%20ARTIGO%20(1).pdf Acesso em: 04 jan. 2023.

PERONDI, M. Protagonismo Juvenil: um desafio para as instituições educativas. In.


Temas Emergentes em Educação. Regional Sul 3, CNBB, Porto Alegre, v. 1, 2017.
Disponível em: https://cnbbsul3.org.br/wp-content/uploads/2017/05/Temas-emergentes-
em-educa%C3%A7%C3%A3o-1-
2017.pdf#page=21%20Acesso%20em:%2005%20jan.%202023. Acesso em: 05 jan.
2023.

SINGER, H. Pelo protagonismo de estudantes, educadores e escolas. In.


Protagonismo: a potência de ação da comunidade escolar. 1ª ed. São Paulo: Ashoka /
Alana, 2017. file:///C:/Users/paloma.almeida/Downloads/PROTAGONISMO%20-
%20ARTIGO%20(1).pdf Acesso em: 04 jan. 2023.

66
ANEXO

TRECHOS GERADORES

“[...]O estudante é o centro de um processo que deverá levá-lo ao desenvolvimento em suas diversas
dimensões – intelectual, afetiva, corporal, social, ética. Tal processo tem como ponto de partida e de chegada
a autonomia. O sujeito torna-se autônomo quando é capaz de pesquisar e aprender sobre qualquer assunto
que lhe interessa, quando se relaciona consigo mesmo e com os próximos de maneira saudável e respeitosa,
adota hábitos de autocuidado e vive de forma coerente com seus princípios e valores. [...] Em seu percurso, o
estudante conta com o educador, que lhe orienta em todo o processo, e encontra com diversas outras
pessoas que compartilham seus conhecimentos, experiências e paixões. Muitas vezes, os próprios
estudantes ensinam. Em grupos colaborativos, ensinam seus colegas sobre determinados assuntos ou
aspectos que já compreendem bem. Em projetos específicos, podem contagiar seus colegas com o vivo
interesse que demonstram por certos temas e propostas.” (SINGER, 2017)

[...] para que o protagonismo do estudante se realize é preciso que seu educador também seja protagonista
do próprio trabalho. [...] Nesse entendimento, o papel do educador não é o de transmitir conhecimentos, mas
o de criar e oferecer condições que potencializam a aprendizagem e o desenvolvimento integral de seus
estudantes. Como afirma Paulo Freire no livro Pedagogia da autonomia, “educar não é transferir
conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. (SINGER,
2017)

“[...]a escola se transforma, tornando-se também protagonista de seu projeto político-pedagógico. A escola se
torna um projeto coletivo, que é comum a todos os estudantes, educadores e famílias, todos interessados em
produzir conhecimento, em se transformar mutuamente, ao mesmo tempo que transformam o lugar em que
vivem e convivem.
Quando isso acontece, os professores deixam de estar isolados em suas salas de aula e se veem membros
de uma equipe, com um projeto coletivo, em uma comunidade. Os sentidos de projeto, de coletividade e de
comunidade constituirão ambientes psicoprofiláticos, nos quais se desenvolvem as potencialidades do ser
humano, seu amadurecimento como indivíduo e, finalmente, sua felicidade.” (SINGER, 2017)

“A ação educativa, norteada pelo princípio do protagonismo infantojuvenil, explora uma característica latente
no ser humano, requer agentes situacionais provocadores que a façam vir à tona. Os sujeitos são mais ou
menos protagonistas em função das oportunidades que têm para exercitar sua capacidade de protagonizar
ações. Cumpre considerar que o tipo de educação, ainda predominante na escola atual, em que o educando
é mero repetidor do que lhe é ensinado, não contribui para fazer aflorar seu protagonismo. Por isso, diante da
necessidade de formar pessoas que, em lugar de simples espectadores, sejam partícipes efetivas, no
processo de construção das mudanças sociais, é imprescindível que o projeto pedagógico, desenhado pela
BNCC e respaldado no DCRC, seja desenvolvido com sucesso. Este projeto focaliza a formação integral do
aluno e prevê o desenvolvimento de competências e habilidades essenciais, dentre as quais estão aquelas
que abrangem habilidades socioemocionais importantes para o enfrentamento dos desafios do século XXI.
Compreendemos que, ao favorecerem o desenvolvimento da inteligência socioemocional, por certo
formaremos seres humanos com forte senso de humanidade, portanto, mais comprometidos com as
questões afetivo-sociais.” (DCRC, 2019, p. 43)

7
“De acordo com Antônio Carlos Gomes da Costa, “a palavra protagonismo é formada por duas raízes
gregas: proto, que significa “o primeiro, o principal” e por agon, que significa “luta”. Agonistes, por sua vez,
significa “lutador”. Protagonista quer dizer então, lutador principal, personagem principal, ator principal. Uma
ação é dita protagônica quando, na sua execução, o jovem é o ator principal no processo de seu
desenvolvimento. Por meio desse tipo de ação, o jovem adquire e amplia seu repertório interativo,
aumentando assim sua capacidade de interferir de forma ativa e construtiva em seu contexto escolar e sócio-
comunitário.” (PERONDI, 2017)

Quando entendemos o protagonismo como o modus operandi, ou seja, como o balizador de como são
construídas as relações, fica fácil entendermos também que ele é uma construção coletiva. Ou seja, é um
equívoco achar que protagonismo é o ato, solitário, de se colocar. Ao dizer o que pensa, uma pessoa se
expressa. Mas sempre existe um “contexto”. Quando expresso o que sou, faço isso em um contexto que
pede do outro o que ele é, para juntos transformarmos isso em algo coletivo. O encontro das nossas vozes,
tão múltiplas, já que somos diferentes, culmina em uma ação que nos leva a um novo lugar, repleto de
sentido. (PASQUALI, 2017)

8
8

Você também pode gostar