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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À


DOCÊNCIA

Edital Capes 23/2022


Brasília, 2023.
1. Dados pessoais

Nome Completo do Discente Felipe Goulart de Oliveira

CPF 053.817.390.44

E-mail do discente Felipe.his.goulart@gmail.com

Instituição de Ensino Superior Universidade Federal do Rio Grande –


(IES) FURG

Coordenador de área responsável Carmem Gessilda Burget Schiavon


na IES

Escola Municipal de Ensino


Escola em que desenvolveu as
Fundamental Altamir de Lacerda
atividades
Nascimento

Supervisor responsável na escola Maíra Salcedo

Série/ano, etapa e turma na(s) Nono ano, Turma 9B


qual(is) atuou

2. Introdução

O relatório deve Neste relatório será exposta as atividades e reflexões feitas por mim
ser elaborado acerca das vivências que tive no decorrer do edital que participei do Programa
ao longo da Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), desde a minha seleção
execução das para participar do programa até o presente momento já no final do tempo da
atividades pelo bolsa, também envolvendo as minhas motivações por ter escolhido a licenciatura
discente como minha profissão até o atual momento. Estarão presentes dentro do resumo,
registros fotográficos para melhor compreensão das descrições feitas.

3. Escola e Supervisor

Escola Municipal de Ensino Fundamental Altamir de Lacerda Nascimento:


A escola na qual realizei minhas atividades como bolsista do PIBID está
localizada na Rua Dr. Raul Pila 2099, bairro Bernadeth, cidade de Rio Grande – RS
A supervisão foi feita pela professora de geografia Maíra Salcedo

Turma 9B: Logo de início percebemos o quanto a turma é pequena, o espaço


máximo da sala era de cerca de dezesseis pessoas sem contar a professora, de alunos
no começo havia quatorze mais um monitor da inclusão que ajuda um dos alunos,
comigo e a Camille faltou uma cadeira que a gente teve que buscar em outra turma.
Até o final do ano mantiveram-se onze alunos, entre os alunos a maioria era homem
e alguns já tinham uma idade maior do que a correspondente ao nono ano caso
passassem direto.
Havia uma certa desesperança em alguns professores ao falarem dos alunos,
ressaltando certas dificuldades e algum nível de irresponsabilidade por parte dos
alunos, a impressão da minha experiência aponta que as dificuldades dos alunos se
concentrou muito mais em um medo e uma falta de autoestima em suas próprias
respostas e próprias escritas do que realmente uma falta de vontade estudar ou
alguma incapacidade, em outros casos as dificuldades giravam entorno do fato dos
alunos já estarem trabalhando e por conta disso ficando cansados para a aula, a
irresponsabilidade dita pelos professores eu acredito que tenha sido devido ao fato de
que os alunos realmente se empolgavam, interagiam e faziam piada em aula, às vezes
os alunos realmente exageravam mas no geral era apenas eventual as brincadeiras, e
quando exagerava a turma mesmo se corrigia, um aspecto importante é que os alunos
todos respeitavam muito a professora e esse é o ponto que tornou possível as aulas se
desenrolarem.

4. Escola e Supervisor 6.
7.

 Atividade 01 :

Fazemos parte do PIBID História/Geografia e a professora com a qual


trabalhamos juntos é de geografia.

Logo no começo quando eu e Camille iniciamos as atividades na


turma 9B, a turma já tinha estudado um primeiro conteúdo (esse era uma
introdução de conceitos da geografia) e estava começando um segundo, esse
segundo conteúdo era sobre a revolução industrial, seus efeitos e aspectos
essenciais de mudança que perduram até a época atual, ainda tímidos frente
aos alunos e professora nosso papel foi muito mais de prestar auxílios
referente a explicação da matéria e dos exercícios, foi possível também
conversar sobre a mudança causada pela Revolução Industrial de um ponto de
vista histórico e trazendo a nossa realidade como base (na situação
lembramos como a maioria esmagadora das coisas que consumimos fazem
parte de um processo produtivo do qual somos alienados).
O fato de o uso de celulares ser proibido pelos alunos fez com que
acabássemos (eu e minha dupla) nos esquecendo de utilizar de celulares para
o registro das atividades em aula.

Fonte : Camille Cortes Moraes, 2023

Fonte : Camille Cortes Moraes, 2023

 Atividade 2 :

Em continuação a matéria estudamos sobre o capitalismo, o


socialismo e a guerra fria.

Usamos o livro didático como ajuda para conversar sobre o tema, o


ponto em que ajudamos foi na atividade em si na qual os estudantes fizeram,
era necessário um grupo criar mapa mental sobre socialismo e um outro
grupo sobre capitalismo, nós ajudamos respondendo dúvidas sobre questões
específicas referente a capitalismo e socialismo.

Nesse ponto eu estava em certo ponto um pouco triste comigo mesmo


por não estar conseguindo elaborar dinâmicas que fujam da forma tradicional
de se dar uma aula, me confortava o fato de a turma estar se importando com
a aula tendo como engajamento apenas a explicação da importância do estudo
de grandes questões da estrutura global e a atenção quase individual que eu,
minha dupla e a professora estávamos oferecendo.

Ainda assim o meu objetivo como professor é que os alunos estudem


para além da aula, e entendam que estudar não é apenas estudar um conteúdo
e sim uma forma de gostar do mundo estudando-o, portanto, uma prática
agradável pra vida inteira.
Vale colocar que ajudamos na criação e na correção de duas provas ao longo
do ano, não sei exatamente em que momentos.

O livro utilizado foi o Araribá Mais Geografia 9° ano, capítulo 1 : O


socialismo, o capitalismo e suas características, páginas 12-21.

 Atividade 3 :

Este terceiro conteúdo foi o que mais nos focamos ao longo do ano,
sendo o que efetivamente realizamos alguns tipos de dinâmica, o conteúdo foi
globalização.

O começo se manteve introdutório e explicativo, mas num segundo


momento utilizamos uma tela que tem disponível na escola (no escuna
especificamente), com ela nós vimos vídeos no YouTube um sobre o
desenvolvimento da globalização ao longo da história (a partir dele foram
feitas perguntas e depois uma rodada de discussão sobre as respostas) e outro
sobre a estatística do desenvolvimento de empresas ao longo dos anos
noventa até a época atual, a partir do vídeo foi discutido sobre questões do
vídeo.

Em outro momento agora na sala de aula discutimos sobre como é


produzido cada coisa que consumimos, relacionando com as empresas
discutidas através do vídeo.

Num terceiro momento os alunos tiveram de escrever um texto com


introdução, desenvolvimento e conclusão sobre o tema da Globalização,
nesse caso ajudamos nas correções e mesmo sobre o que conceitualmente
significa uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão.
Fonte : Camille Cortes Moraes, 2023

Aqui é um momento pouco antes de eu e Camille usarmos a tela interativa,


onde estávamos testando sua funcionalidade, junto da Tanízia (da esfera de
géografia) e a professora Maíra.

 Atividade 4 :

Nestas atividades colocamos os alunos para escutar a música MC


César – Canção infantil, através dela discutimos questões possíveis de se
interpretar através da música (desigualdade, violência e ilusões consumistas
globalizadas) para que os alunos escrevessem poemas sobre as questões
discutidas.

Após ser feita tal atividade a professora colocou que queria uma
versão gravada da atividade para mandar em um evento no qual a escola
participa, porém uma aluna não gostou da ideia e quis que a turma fizesse um
teatro sobre o tema e sobre a música do mc, a partir da ideia começamos a
nos organizar nessa direção, Foram feitos papéis, escrevemos roteiro, no
entanto a professora ficou doente por duas semanas e isso fez com que o
prazo acabasse ficando apertado, assim cancelou-se a ideia bastante vigorosa
do teatro.

 Atividade 5 :

Na quinta atividade eu e Camille começamos fazendo nossa primeira


aula, ela se focou na atual fase do capitalismo, seu impacto ambiental e a
exploração internacional do trabalho, exemplificando através da extração
mineral na Amazônia.

 Atividade 6 :

Esta atividade foi toda baseada em um projeto de saída de campo


organizada pelo pessoal de geografia do PIBID, ainda assim eu e Camille nos
envolvemos para ajudar nessa saída.
Em um primeiro momento a professora falou sobre Rio Grande,
sobre suas questões econômicas em forma de preparação para a saída.

Na saída em si (organizada pelo pessoal de geografia e por mim e


Camille) nós saímos com os alunos durante o horário de aula, colocamos que
eles deveriam anotar as ideias que eles considerassem importantes ao longo
do percurso da saída, assim andamos e falamos sobre determinados pontos
referenciais através dos quais discutimos a expansão não planejada da
população de Rio Grande, mostramos como as estruturas construídas
recentemente denotam o deslocamento do centro comercial rio-grandino para
uma região ao sul do centro histórico e por fim o papel econômico do Porto,
as ilusões que nele se impuseram e sua responsabilidade nos problemas
habitacionais e de desemprego em Rio Grande.

Utilizei enquanto estudo o livro de Solismar Fraga Martins : Cidade


do Rio Grande Industrialização e urbanidade (1873 – 1990).

Fonte : Tanízia Alves, 2023

Aqui no mapa é possível verificar a rota em que fizemos e os cinco pontos em


ordem (Estação Rodoviária, Ocupações irregulares, UPA, vista para o Porto e
Praça Residencial Coelho)
Fonte : Maíra Salcedo, 2023

Eu, Camille, professora Maíra (responsável pela turma), Tanízia e Kewin (de
geografia) e os alunos do 9B durante a saída de campo

Fonte : Maíra Salcedo, 2023


Fonte : Maíra Salcedo, 2023
5. Dimensões da iniciação à docência

O processo de iniciação à docência experienciado por mim começa antes


da experiência na Escola Altamir, o processo inteiro de reuniões do PIBID foi
muito importante pra mim e de forma geral para a formação de todos nelas
presente, nelas foram pensadas e orquestradas muitas coisas sobre o projeto e
sobre questões educacionais dentre as importantes situações promovidas pelas
reuniões estão os relatos compartilhados entre os envolvidos no projeto sobre o
fazer escolar, sobre reflexões acerca das práticas escolares e sobre a própria noção
do que é ser professor, as reuniões são também palco das angústias escolares e das
tensões internas de cada um nela presente, óbvio que a reunião não é uma terapia
em grupo mas de certa forma expressar-se sobre as dificuldades e as belezas da
educação realmente gera uma maior confiança sobre seu próprio fazer, é espaço
também de crítica as estruturas que não valorizam o suficiente a educação, o
profissional professor, e na verdade qualquer componente da escola e que mesmo
assim é jogada sobre ela uma série de responsabilidades gigantescas.

Nossa coordenadora nos colocou uma atividade de grande importância


para nosso direcionamento enquanto professores e como coletivo logo no início
do programa que foi a atividade das Cartas.

Tal atividade se baseou num texto de Carlos Brandão (DICKMANN,


Paulo Ivo. SANTOS, Fernanda. 2020), essa atividade buscou a integração entre os
pibidianos, através da elaboração de cartas sobre o que deveria ser uma aula
teoricamente “perfeita” (no dizer da nossa coordenadora: “redondinha”) e quais
eram as expectativas pessoais sobre o PIBID em nossas vidas e, por serem cartas,
elas já possuíam destinatários e foram lidas por estes em uma reunião.

A reunião é assim um grande espaço de socialização da práxis daqueles


que estão se formando enquanto docentes, ela é um planejamento e uma reflexão
sempre ligada a algum tipo de ação, uma importante ação que teve no começo do
projeto foi a contação de estória do livro “As Aventuras de Belinha”.

A atividade de contação do livro teve como objetivo os bolsistas


contarem a história da capivara Belinha, aos quartos e quintos anos da Escola
Altamir de Lacerda; uma atividade divertida, informativa e lúdica que trata do
patrimônio cultural local.

Por ser uma das nossas primeiras experiências, houve um menor


envolvimento criativo planejador dos bolsistas, se comparado com as atividades
sucessoras; porém, uma necessidade criativa performativa pela natureza da
atividade, foi uma atividade que em seu momento foi bastante importante para
nós lidarmos com as pressões e as qualidades do que é o fazer e o ser professor.
Todos os bolsistas do PIBID e alguns voluntários participaram; sendo que a
motivação dessa atividade ocorreu na circunstância da impossibilidade de
atividade com os alunos que possuem aula de História (do sexto ao nono ano),
pois já estávamos no final do ano letivo naquele momento; portanto, seria melhor
uma atividade mais curta, com final nela mesma.

Para fazermos a atividade antes tivemos que fazer uma oficina em que
aprendíamos a base de como narrar a estória, depois da oficina iniciamos um
processo de preparação e treinamento para que ficássemos minimamente bons na
contação para enfim finalmente realizarmos elas.

8. Reflexão

A experiência no PIBID foi a minha primeira em sala de aula (afora a


condição de aluno), ou seja, foi o primeiro momento em que comecei a me ver
como professor e a refletir sobre o papel de “ser professor” de forma mais
profunda; pensando nas reuniões, em planejamentos de aulas, na forma como
devo me portar e como narrar o que é importante, observar o tempo de aula
etc. Então, de certo modo, passei a enxergar a aula mais como um espetáculo
“formal”, do que antes como aluno em que via apenas como cotidiano. Em um
sentido mais profissional, eu não tive muitos problemas, em especial, eu
poderia falar do quanto os alunos possuem baixa autoestima e deixam de se
expressar tanto em exercício, quanto em diálogos por conta disso. Eu não sei
bem como eu poderia ajudar, afinal, acaba sendo um processo de longo prazo,
o da autoestima, o máximo que pude fazer foi tratar os alunos de forma
positiva; porém, com seriedade, vejo o bom em algo, mas, também, aponto
detalhes que poderiam melhorar.

Nos primeiros dias eu senti muita insegurança frente ao meu papel ali
dentro, minha maior angústia era minha capacidade criativa e entender o que
de fato eu deveria fazer nas aulas, o fato de estar acompanhado por uma amiga
me trouxe uma maior confiança.

O papel que acabei exercendo ao longo dos dias acabou sendo muito
mais de apoio em alguns aspectos da preparação e do decorrer das aulas, eu
tive certa dificuldade em propor alguma atividade em geografia que eu ache
bacana, as minhas participações em aula são muito mais de resposta e de
reorganização das atividades no momento da prática em aula, tive momentos
em que tentei direcionar a aula para uma prática mais calma e menos
autorigorosa por parte dos alunos, até porque o motivo do conteúdo não é ser
uma verdade do professor a ser colocada em teste no aluno.

O que me interessa nas aulas acaba sendo a motivação dos alunos e o seu
processo de aprendizagem.
9. Referências

DELLORE, Cesar Brumini et al. Araribá mais : geografia 9° ano. 1° ed. São
Paulo : editora Moderna.2018

MARTINS, Solismar Fraga. Cidade do Rio Grande : industrialização e urbanidade


(1873 -1990). 1° ed. Rio Grande : editora da FURG.2022

DICKMANN, Paulo Ivo. SANTOS, Fernanda. Cartas Pedagógicas : Tópico


epistêmico-metodológico na educação popular. Chapecó : Livrologia, 2020. P 12-
22.

SCHIAVON, Carmem. As aventuras de Belinha. Porto Alegre : Casaletras, 2022.

ANEXO 1 - AUTORIZAÇÃO DE USO PELA CAPES

Eu, _____________________________ (Nome Completo), CPF ___________,


autorizo a utilização pela Capes, em todo ou em parte, do presente relato de
experiência, na qualidade discente de iniciação à docência, sob responsabilidade
do(a) Coordenador(a) de Área___________________ vinculado ao Pibid da
____________________ (Nome da IES). Meu relatório poderá ser incluído nos
bancos de dados e nas plataformas de gestão da Capes, podendo, eventualmente,
ser reproduzido, publicado ou exibido por meio dos canais de divulgação e
informação sob responsabilidade desse órgão.

________________________________________________
Discente de Iniciação à Docência
(Nome e Assinatura)

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