Você está na página 1de 19

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Pedagogia do Desporto como Profissão

Manecas Francisco Fernando, 708215703

Curso: Licenciatura em Ensino de Educação Física e Desportos


Disciplina: Pedagogia do Desporto
Ano de frequência: 2º.

Nampula, Agosto de 2023


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Pedagogia do Desporto como Profissão

Manecas Francisco Fernando, 708215703

Trabalho da cadeira de Pedagogia do Desporto, para


fins avaliativos leccionada pelo:
Docente: Alberto Francisco

Nampula, Agosto de 2023


Folha de feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuaçã Nota Subtotal
o máxima do
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura organizacion  Discussão 0.5
ais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
Introdução  Contextualização
(Indicação clara 1.0
do problema)
 Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do
trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso
académico
Conteúdo (Expressão 2.0
cuidada,
coerência/ coesão
Análise e textual)
discussão  Revisão
bibliográfica
nacional e 2.0
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos 2.0
dados
Conclusão  Contributos 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
gerais Formatação paragrafa, 1.0
espaçamento
entre linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referencias 6ª edição em das citações/
Bibliográficas citações e referências 4.0
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

iv
Conteúdo
1. Introdução............................................................................................................................1

1.1. Objectivos da Pesquisa....................................................................................................2

1.1.1. Objectivo Geral da Pesquisa........................................................................................2

1.1.2. Objectivos Específicos da Pesquisa.............................................................................2

1.2. Metodologias....................................................................................................................2

2. Debate Teórico....................................................................................................................3

2.1. A Abordagem da Pedagogia do Desporto (Como Profissão)..........................................3

2.2. Papel Pedagógico dos Professores e dos Treinadores......................................................4

2.3. Dimensões da Ética a Estes Profissionais........................................................................5

2.3.1. Conceito de Profissão (Saber Especializado)...............................................................7

2.3.2. Orientação do Serviço..................................................................................................7

2.3.3. Código Deontológico...................................................................................................8

2.3.4. Associação Profissional................................................................................................9

3. Elementos Determinantes da Profissão Pedagógica............................................................9

3.1. Aproximação ao Conceito de Competência Profissional...............................................10

4. Conclusão..........................................................................................................................11

5. Bibliografia........................................................................................................................12
1. Introdução

O desporto é um articulador dos saberes humanos que tem a necessidade de promover uma
interligação com a realidade escolar e com a atuação do professor na educação/alfabetização
esportiva. Nesse processo é necessário questionar como os professores
enxergam/concebem/se posicionam frente a Educação Física crítica, não crítica, do
espontáveis-mo, nos conhecimentos da pedagogia do desporto, no tecnicismo.

No âmbito dos estudos sobre a Pedagogia do Desporto como Profissão, o pensamento do


professor designa uma linha de investigação que busca compreender os processos que
ocorrem na mente dos professores durante sua actividade profissional, ao preconizar que
aquilo que o professor faz é influenciado pelo que o professor pensa (Clark; Peterson, 1986).

Neste contexto, o desporto é reconhecido como um meio formativo por excelência, sobretudo
em função da riqueza e a diversidade de experiências que proporciona às crianças e jovens
(Mesquita, 1998; Graça; Mesquita, 2013). Em virtude dessas características, particularmente
na Educação Física escolar, os desportos colectivos e individuais têm-se consolidado como
conteúdos clássicos integrantes no currículo dessa disciplina, inclusive, sendo previstos em
diretrizes norteadoras, como os Parâmetros Curriculares Nacionais para a Educação Física
(Moçambique, 1998).

Para tanto, a actuação profissional para a intervenção pedagógica dos desportos, neste âmbito
de ensino, tem refletido preocupações importantes para a formação profissional de
professores. Considerando a formação inicial como um espaço em que ocorre a construção de
conhecimentos e competências para o ensino, indispensáveis à futura actividade pedagógica
do professor (Nascimento et al., 2009) a realização deste trabalho de pesquisa é justificada em
primeira instância, na necessidade de reflectir acerca dos fundamentos da evolução do
desporto e a teoria do ensino dos jogos colectivos e individuais.

1
1.1. Objectivos da Pesquisa

Para o alcance do resultado anunciado neste trabalho de pesquisa, foram determinados os


seguintes objectivos de carácter geral e específicos:

1.1.1. Objectivo Geral da Pesquisa


 O objectivo geral do trabalho em vigor é compreender a pedagogia do desporto como
profissão.
1.1.2. Objectivos Específicos da Pesquisa
 Explicar o papel pedagógico dos professores e treinadores e dos outros sujeitos da
educação;
 Caracterizar a profissão; orientação do serviço; código deontológico;
 Explicar acerca da associação profissional e elementos determinantes da
profissionalidade pedagógica.
1.2. Metodologias

Na elaboração de um trabalho académico, é necessário fundamentar-se numa pesquisa de


literatura actual, sobre o assunto a ser verificado, a qual pode ser definida, conforme Gil
(2007) como um procedimento racional e sistemático, cujo objectivo é proporcionar respostas
aos problemas propostos.

Para este trabalho foi aplicada o tipo de pesquisa exploratória, a qual objectiva proporcionar
maior familiaridade com o problema em estudo para torná-lo mais explícito. Esse tipo de
pesquisa é bastante flexível a fim de possibilitar a consideração dos mais variados aspectos
relativos ao problema de investigação (Gil, 2007).

Para o procedimento de pesquisa foi utilizada a bibliográfica e documental, a partir de uma


abordagem indirecta, usando fontes do tipo de publicações encontradas em livros e artigos.
Pesquisa Bibliográfica é realizada tendo como base materiais já elaborados, geralmente livros
e artigos científicos. A Pesquisa Documental é parecida com a Pesquisa Bibliográfica,
diferindo-se basicamente pela natureza das fontes, ela utiliza materiais que ainda não recebem
tratamento analítico (Gil, 2007).

2
2. Debate Teórico
2.1. A Abordagem da Pedagogia do Desporto (Como Profissão)

De acordo com Bento (2006) a pedagogia do desporto é originária da pedagogia geral e da


ciência do desporto, apresentando tanto a função de desenvolver perspectivas pedagógicas,
como de direcionar o sentido do desporto para formação e educação do ser humano. Para
Bento (1995) a pedagogia do desporto problematiza a ação humana, não na sua abrangência
ou generalidade, mas apenas determinados tipos de ação humana marcados pelo
empenhamento do movimento e da corporalidade. Ela visa analisar, interpretar e compreender
as “diferentes formas de ação lúdico-desportivas à luz de perspectivas pedagógicas” e é, por
isso, uma ciência da acção, “confrontando-se com a complexidade de questões pedagógicas
que despontam da prática” (Bento, 1995, p.82).

Graça (2001) considera que a pedagogia do desporto, mesmo sendo uma área de investigação
jovem é um “edifício” muito complexo. Ela não se esgota na Educação Física já que ela tem
como campo de estudos todas as práticas desportivo-corporais e também se interessa pelo
praticante dessas atividades, sendo eles de todas as idades ou condições.

Porém o autor afirma que ainda assim, vários temas e perspectivas da investigação
pedagógica da Educação Física são tratados muito superficialmente ou nem são abordados. O
autor fornece alguns exemplos, como: falta de investigação sobre as atitudes, as crenças e os
processos cognitivos dos alunos, estudos de orientação social crítica, estudos sobre
metodologias e métodos de investigação, entre outros (Graça, 2001).

Bento, Garcia e Graça (1999) apontam uma contribuição importante ao afirmar que a
pedagogia do desporto se baseia em todas as fases da vida e para os diversos locais de práticas
corporais relacionadas ao desporto, acompanhando a evolução das necessidades, dos
interesses e problemas que lhes estão associados, ou seja, ocupar o fenômeno “desporto” em
toda abrangência e pluralidade.

Para estes autores, a pedagogia do desporto tem que ser uma pedagogia da “palavra nova e
alta”, aberta, aumentativa, crescida e substantiva. Ela tem que ser contra a “palavra pequena”,
deprimente, envergonhada, fechada, baixa, rasteira e banal. Deve ser a pedagogia da “palavra

3
viva”, desafiadora, encorajadora e contagiante, contra a palavra da negação, do
“silenciamento” e morte da nossa condição de humanos (Bento, Garcia & Graça, 1999).

É preciso entender o desporto como um meio de dar a palavra ao homem, de retirá-lo da


vergonha do silêncio. A pedagogia do desporto precisa ser uma pedagogia de qualidade e de
palavras de qualidade sobre o desporto, sobre suas práticas e sobre os praticantes. Finalmente,
é preciso haver uma pedagogia das razões de educar o homem no e pelo desporto (Bento,
Garcia & Graça, 1999).

Segundo Bento (1995, p.28) alerta que:

“Pede-se à Pedagogia do Desporto que assuma o compromisso de elaborar referências


e orientações pedagógicas, do ‘conformar’ pedagogicamente a paisagem desportiva
que se abre diante dos nossos olhos”. Dessa forma, o objetivo da pedagogia do
desporto é: “circunscrever os processos de educação e formação do homem no e
através do desporto” (Bento, 1995, p.205).

Desse modo, constata-se que os autores citados acreditam que o desporto (ou desporto) é sim
uma ferramenta educacional, porém é preciso deixar claro que desporto é este e para quem ele
será ensinado. Não sendo possível pautar-se em metodologias rígidas, fixas e reducionistas e,
em contrapartida, ampliando a visão sobre o desporto, as formas de ensiná-lo e apoiando-se
na questão de centrar o ensino sobre o sujeito como principal agente desse processo (Freire,
2003).

2.2. Papel Pedagógico dos Professores e dos Treinadores

A participação dos jovens no desporto potencia o seu desenvolvimento pessoal e social, para
além de fomentar a capacidade de aprender formas adaptadas de competir e cooperar com
outras pessoas. Através da prática desportiva podem aprender a correr riscos, a ter
comprometimento pessoal e auto controlo e também a lidar com o sucesso e com o fracasso
(Mesquita, 2004). Entretanto, a participação por si só, não significa que tais propósitos sejam
alcançados. O factor mais importante na prossecução destes propósitos relaciona-se com a
maneira como a aprendizagem é estruturada e supervisionada pelos adultos (Smith & Smoll,
1997). Nota-se desta forma, que o desporto permite muito mais do que, simplesmente, a
aquisição de habilidades, sendo, sobretudo uma ferramenta muito útil no processo de
formação pessoal e social de crianças e jovens.

4
Smith & Smoll (1984) referem que apesar da importância incontestável dos treinadores no
desenvolvimento de competências motoras, a sua influência nos jovens pode se estender para
outras áreas de intervenção.

De facto, dentro do ambiente de prática desportiva de crianças e jovens, os treinadores


influenciam fortemente a natureza e a qualidade das experiências desportivas. Os objectivos
que eles promovem, as atitudes e valores que transmitem e a natureza de suas interacções com
os atletas podem notadamente influenciar os efeitos da participação desportiva (Smith, Smoll
& Cumming, 2007).

Conforme Gallahue (1996) o professor tem a responsabilidade de auxiliar os alunos a adquirir


habilidades motoras, melhorar a aptidão física, aumentar os aprendizados cognitivos e
afectivos, sendo fundamental a criação de uma atmosfera positiva no processo de ensino-
aprendizagem.

Uma forma de intervenção bastante presente no ambiente desportivo, diz respeito à atitude
dos treinadores em relação ao erro dos seus atletas. Mesquita (2004) coloca que, para o aluno
ser capaz de examinar sua aprendizagem e procurar fundamentos que expliquem o erro que
cometeu, é necessário que ele se aperceba que não foi ele que errou, mas sim a acção que
realizou; dando-se assim, um carácter mais construtivista ao erro no processo de ensino-
aprendizagem.

“Tal exige por parte do treinador o entendimento de que mais do que existirem erros existem
experiências de aprendizagem, que necessitam de ser interpretadas pelos praticantes, no
sentido destes compreenderem o que de facto necessita de ser melhorado. Deste modo, as
fragilidades são encaradas como algo natural, e que decorrem da própria prática, sendo
consequentemente criadas condições para o desenvolvimento das competências desejadas”
(Mesquita, 2004, pp. 34).

Enfim, o papel do treinador e professor perpassa por uma gama de actividades, com
finalidades de formação não só desportiva, mas também pessoal e social, sendo crucial o
recurso a estratégias instrucionais promotoras do desenvolvimento de competências ecléticas.
Colocar o aluno como agente de sua própria aprendizagem, fomentar o espírito crítico, a
liberdade processual para a interpretação do erro, são eixos basilares da formação a longo
prazo.

5
2.3. Dimensões da Ética a Estes Profissionais

Compartilhando com a opinião de Longo (2007) e Guzzo (2007) no que diz respeito à
docência enquanto uma actividade que se consolida na prática quotidiana, Andrade (2008)
destacou que a reflexão do professor deve ser em torno da ética a partir da elaboração de uma
consciência moral baseada na relação com o outro, no caso, o aluno.

A autora partiu do princípio de que a consolidação da docência enquanto profissão se faz na


prática quotidiana, a partir da reflexão dos sujeitos envolvidos no processo ensino-
aprendizagem. Desse modo, a autora defendeu que:

“O quotidiano escolar expressa uma teoria moral subjacente à prática. Quando o


professor toma decisões, aproxima-se ou afasta-se dos alunos, discute e argumenta no
seu ambiente de trabalho; quando se guia por conceitos ou normas, reflete antes de
agir ou refaz seu pensamento diante de argumentos; quando buscam informações que
sustentem suas argumentações; existe uma ética consciente ou não que sustenta essa
prática e se faz presente nas acções” (Andrade, 2008, p. 15).

A dimensão ética “começa quando entra em cena outros. Qualquer lei, por moral ou jurídica
que seja, regula sempre relações interpessoais, incluindo as que se estabelecem com quem a
impõe” (Eco; Martini, 1999, p. 45). A ética, para Sung e Silva (2011, p. 41) é “uma dimensão
que permite o questionamento sobre as práticas, atitudes, regras e acções humanas”,
considerando-se as consequências dessas práticas, atitudes, regras e acções para outros. Nesse
sentido, a ética está presente em toda a acção do indivíduo, no âmbito pessoal e profissional,
considerando-se as implicações de suas acções na colectividade.

Com base em conceitos da Competência Informacional (Johnston; Webber, 2003; Catts; Lau,
2008; Abell et al., 2004) observa-se que a Dimensão Ética está directamente ligada ao uso
ético e eficaz da informação. Compreender a ética e seu uso responsável no que se refere à
Competência Informacional, na visão de Abell et al. (2004) implica em saber porque a
informação é usada; respeitar a confidencialidade da informação e sempre reconhecer o
trabalho dos outros indivíduos; compreender a sua natureza e usos para informar
correctamente e de forma imparcial. Salienta-se, neste sentido, que bibliotecários possuem o
papel de atestar a veracidade dos dados disponibilizados, pois aprenderam o sentido do
universo informacional e conhecem as fontes de informação adequadas para a compreensão
deste universo.

6
Farias e Vitorino (2009, p. 8) observa que a Dimensão ética da Competência Informacional
“se relaciona a orientação da acção, baseada nos princípios de respeito e da solidariedade, do
convívio e da realização de um bem colectivo”. Liberdade e à noção de compromisso – esse
compromisso trazem a marca da moral (Rios, 2011). No compromisso, o indivíduo empenha a
sua palavra, criadora de valores, de significações.

2.3.1. Conceito de Profissão (Saber Especializado)

O conceito de profissão adotado aqui se reporta a visão sistémica de Freidson (1998). De


acordo com o autor, uma ocupação organizada se constitui em uma profissão, a partir de
elementos como a expertise (conjunto de conhecimentos, competências e técnicas especiais),
credencialismo (escolas ou colégios que autorizam a entrada de novos membros no exercício
da profissão) e a autonomia que reflete a capacidade da categoria reivindicar pra si o poder de
controlar a realização e o modo de fazer um determinado tipo de trabalho. É no âmbito da
autonomia que estão as corporações profissionais, associações e sindicatos.

Por sua vez, o conceito de profissão possui uma vantagem expressiva do profissional
especialista, é a quantidade de conhecimento agregado sobre a sua área de actuação. Esses
profissionais costumam ter funções bem definidas e serem partes essencial da tomada de
decisão envolvendo sua área.

2.3.2. Orientação do Serviço

É estimular um ambiente onde os funcionários tenham um espírito colaborativo e empático


em relação às suas funções e as de outrem, promovendo benefícios competitivos essenciais
para as actividades desse sector.

Orientação do serviço é um processo de autoconhecimento e do conhecimento do mercado e


das profissões, com objectivo de auxiliar o indivíduo na escolha de uma profissão que
responda a seus anseios. Assim reduz-se o risco de frustrações no âmbito profissional, as
quais representam gasto de tempo e dinheiro, além de desgaste emocional.

Conforme, Bueno (2009) ressaltam que:

A orientação do serviço deve ser inserida num contexto mais abrangente, como um
cenário de actividades que, além de auxiliar pessoas a tomar decisões no âmbito do
trabalho, pode contribuir ainda com a Educação Profissional e a transição da escola
para o mundo do trabalho de maneira mais fluente.
7
Para o seu desenvolvimento, o profissional deve estar aberto a fazer parte de todos os
processos internos existentes em sua equipa, às vezes se estendendo até mesmo aos externos.
Através disso, ele tem em vista contribuir com ideias e orientação de gerentes, superiores e
outras licenças imediatas.

2.3.3. Código Deontológico

É um conjunto de normas de comportamento que deverão ser seguidas pelos profissionais que
pertencem a um determinado sector ou área de actividades. Outrora, é um conjunto de regras e
normas que delimitam o comportamento e as obrigações de um profissional na sua relação
com o seu empregador ou cliente.

Conforme Lisboa (1997, p.58):

Um código deontológico pode ser entendido como uma relação das práticas de
comportamento que são observadas no exercício da profissão. As normas do código
deontológico visam o bem-estar da sociedade, de forma a assegurar a lisura de
procedimentos de seus membros dentro e fora das organizações ou empresas, que tem
como um dos objetivos a formação da consciência profissional sobre padrões de
conduta.

Um código deontológico é constituído por vários princípios éticos, que por sua vez podem ser
agrupados em duas categorias distintas. A primeira categoria é a dos valores éticos
fundamentais que se mantem inalterados independentemente do espaço e do tempo, a
qualquer conceito filosófico ou político. Neste grupo inclui-se:

Respeito pela vida humana e pela sua dignidade; Não discriminação na administração
de cuidados; Protecção dos mais fracos; Manutenção do segredo profissional quando
não colide com o bem-estar comum; Solidariedade e respeito entre os profissionais.

Os códigos deontológicos têm, assim, como objectivos desenvolver a consciência profissional


sobre padrões de conduta, procurando tornar o corpo profissional a que se dirigem mais ético.
Para isso, e independentemente da entidade que os elabora, os códigos tendem a definir
princípios éticos gerais pelos quais os profissionais devem reger a sua conduta. Estes
princípios são baseados em declarações universais, adaptando-os às particularidades de cada
país e grupo profissional.

8
É crucial no mundo do trabalho, nas instituições e nas empresas, capazes de determinarem
quais os limites éticos no exercício de cada função profissional. Ou seja, aquilo que é
considerado aceitável ou não. Dessa forma, é possível garantir que perante uma ma actuação
de profissional, a profissão como um todo não sairá afectado aos olhos da sociedade. Para
além disto, os códigos deontológicos são também importantes para as pessoas e ou entidades
que desfrutam dos serviços prestados pelo profissional, garantindo que são prestados de uma
forma ética.

2.3.4. Associação Profissional

É aquela que é constituído por membros que exercem a mesma profissão, estes geralmente
pertencendo a profissões regulamento todas ou reconhecidas pelas normas aplicadas por
associadas pelo estado. Esta associação é constituída por associados que exercem
habitualmente a mesma profissão, adquirindo a qualidade de colegiada.

Segundo Hovekamp (1997) dentre os objectivos centrais das associações, está a ênfase nos
bens públicos. Tal ênfase é um modo de melhorar a imagem da profissão mostrando o valor e
importância dos seus membros para a sociedade em função da aplicação de seus
conhecimentos e habilidades especiais.

Para a autora citada, na área da educação, no que diz respeito ao chamado “bem público” se
tratam de questões como, acesso à informação, liberdade intelectual, direitos autorais,
instrução, conhecimento e avanço tecnológico. Essas questões compreendem, como já
mencionado anteriormente, os fundamentos dos códigos de ética dos profissionais da
educação e outros profissionais da informação.

As associações profissionais são valiosas por vários motivos, tanto para aqueles que
trabalham como profissionais em uma área quanto para o público em geral. Algumas das
funções que uma associação ou órgão pode cumprir são:

Definir e manter padrões de prática profissional; Monitorar a qualidade da profissão e


dos serviços oferecidos; Garantir a responsabilidade profissional dentro do sector;
Desenvolver e melhorar uma profissão ou campo; Desempenhar uma função de
protecção pública.

3. Elementos Determinantes da Profissão Pedagógica

9
A profissionalidade docente é um tema cuja reflexão e estudos têm assumido novas e
importantes configurações nas últimas décadas e, principalmente no momento atual quando a
política pública para a educação consiste em verificar índices e resultados, perpassando-se
pela qualidade do ensino nas escolas públicas, discussão esta muito significativa quando se
trata de contribuir para o desenvolvimento profissional dos professores.

Para Esteve (1999, p. 39) além de uma visão idílica da profissão ou da sua percepção como
semi-profissão, é imprescindível delinear o campo da formação e da atuação sempre em torno
de conceitos fundamentais relativos à profissionalidade: profissionalização e profissionalismo,
como requisitos fundamentais para a sua defesa.

O que caracteriza a profissão docente é o requisito de domínios de campos especializados do


conhecimento, com forte ligação à prestação de serviços, na sua maioria, públicos, ligados a
um grupo social regulado por princípios éticos e políticos que explicitem e sistematizem os
saberes adquiridos e desenvolvidos em conhecimento e em formação.

Professores são os responsáveis pelos processos institucionalizados de educação e sua


atividade diz respeito ao processo ensino-aprendizagem nos diferentes tempos e espaços,
caracterizando-se por um trabalho interativo com seres humanos que possuem peculiares,
tornando-o um trabalho também social, dada as diferentes histórias, ritmos, interesses,
necessidades de seus alunos sem esquecer a dimensão afectiva presente.

3.1. Aproximação ao Conceito de Competência Profissional

Competências profissionais podem ser definidas como a soma de conhecimentos e habilidades


que um profissional adquire ao longo da sua jornada profissional ou vida académica. Trata-se
da capacidade que este profissional tem de desempenhar determinadas actividades com base
em suas qualificações e experiencias, podendo assim, atender as necessidades empresariais do
mercado.

Reforçando a ideia de conceitualizações diferenciadas de competência profissional, refira-se,


a título ilustrativo, a evolução do entendimento de competência no âmbito da gestão
apresentada por Hong e Stâhle (2005). Os autores referem que a competência profissional
começou por ser entendida como a aquisição de conjunto de recursos, passou pela fase em
que o entendimento se situava na “integração de capacidades”, até à fase mais recente, em que
a competência é vista como o resultado de uma construção prática, sendo que o ponto central

10
está na produção de recursos ou novas competências. Deste modo, passou-se gradualmente de
uma perspetiva funcionalista, associada a aproximações racionalistas, para uma perspetiva
estruturalista, interligada com aproximações mais interpretativas.

4. Conclusão

Para a consecução deste trabalho foram percorridas várias etapas e todas elas se mostraram de
importância vital para o enriquecimento deste trabalho.

Consoante isto as implementações teóricas dos autores citados deu-se uma configuração de
um arranjo literalmente científico ao presente trabalho de pesquisa, mostrando concepções da
Pedagogia do Desporto que se debruça sobre a práxis lúdico-desportiva e os conhecimentos
relativos ao ensino dos desportos deve visar uma nova proposta pedagógica que rompa com o
mecanicismo e com o tecnicismo.

Com isto, deve também ser responsável pelo desenvolvimento de metodologias adequadas
para atividades individuais e/ou coletivas com vistas à formação humana que se ocupa dos
fenômenos do jogo, do movimento, do processo de ensino-aprendizagem, dos festivais e
competições esportivas. A proposta deve-se fazer presente na iniciação esportiva atendendo a
todos os segmentos da sociedade, portanto, seu principal objetivo será a aprendizagem social.

11
5. Bibliografia

Andrade, J.K. (2008). Ética docente: estudo sobre o juízo moral do professor. Porto Alegre,
RS.

Bento, J.O. (2006). Da pedagogia do desporto. In: Tani, G.; Bento, J.O.; Petersen, R.D.S.
Pedagogia do desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p.26-40.

Bento, J.O. (1995). O outro lado do desporto. Porto: Campo das Letras, 1995.

Bento, J.O.; Garcia, R.; Graça, A. (1999). Contextos da pedagogia do desporto. Lisboa:
Livros Horizonte.

Bueno, C. (2009). Grupo de orientação do serviço para jovens: uma proposta


fenomenológica. Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica de
Campinas, Campinas, Brasil.

Clark, C.; Peterson, P. (1986). Processos de pensamento do professor. Em. Wittrock, M.


(ed.). Manual de pesquisa em ensino. (3a. ed.). Nova York: Macmillan, p. 255-296.

Freidson, E. (1998). O renascimento do profissionalismo : teoria, profecia e política. São


Paulo: Ed USP.

Freire, J.B. (2003). Pedagogia do futebol. Campinas: Autores Associados.

Gallahue, D.L. (1996). Developmental physical education for today´s children.


WCB/McGraw-Hill.

Gil, A. (2007). Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Editora Atlas.

Graça, A. (2001). Breve roteiro da investigação empírica na pedagogia do desporto: a


investigação sobre o ensino da educaçãofísica. Revista Portuguesa de Ciências do
Desporto, Porto, v.1, n.1, p.104-13.

Graça, A; Mesquita, I. (2013). Modelos e conceções de ensino dos desportos colectivos


individuais. In: Tavares, F. (Org.) Jogos desportivos coletivos: ensinar a jogar. Porto:

12
FADEUP, p. 9-54.

Guzzo, V. (2007). As dimensões éticas e política como componentes curriculares dos cursos
de licenciatura: a perspectiva dos estudantes. São Leopoldo, RS.

Longo, M.M. (2007). Entre a permissão e a repressão: a formação do professor nos cursos
de licenciatura e a abordagem ética. Rio de Janeiro, RJ.

Mesquita, I. (2004). Refundar a cooperação escola-clube no desporto de crianças e jovens.


In: Gaya, Marques e Tani (2004) Desporto para crianças e jovens: razões e
finalidades. Porto Alegre: Editora da UFRGS, pp.143-169.

Nascimento, J. V; Ramos, V.; Marcon, D; Saad, M. A.; Collet, C. (2009). Formação


acadêmica e intervenção pedagógica nos esportes. Motriz, Rio Claro, v. 15, n. 2, p.
358-366.

Smith, R.E. & Smoll, F.L. (1997). Coaching the coaches: youth sports as a scientific and
applied behavioural setting. Current Directions in Psychological Science,6 (1), 16-21.

Smoll, F.L., & Smith, R.E. (1984). Leadership research in youth sport. In. J. M. Silva & R. S.
Weinberg (Eds.), Psychological foundations of sport. Champign, IL: Human Kinetics.
Pp. 371-386.

Smith, R.E.; Smoll, R.E.; & Cumming, S.P. (2007). Effects of a motivational climate
intervention for coaches on young athletes’ sport performance anxiety. (Versão
eletrónica). Journal of Sport & Exercise Psychology, 29, 39-59.

13
14

Você também pode gostar