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10 Mitos sobre ataques de pânico

#1 – Podem enlouquecê-lo

Durante um pico de ansiedade pode-se sentir “como se estivesse a enlouquecer”, o que não
significa que está efetivamente a enlouquecer ou a perder o controlo. Podem surgir sensações
de despersonalização e desrealização com as quais se poderá sentir brevemente desconectado
de si mesmo e do mundo que o rodeia, mas é uma sensação transitória.

#2 A perturbação de pânico só acontece a quem passou por experiências traumáticas

Apesar de experiências traumáticas ou de grande intensidade poderem contribuir para


desenvolver problemas de ansiedade e pânico, esses não serão os únicos fatores.

#3 – Causam danos extremos ao seu corpo

Apesar de os sintomas de pânico serem assustadores, não colocam a sua vida em causa. As
respostas fisiológicas que ocorrem durante um ataque de pânico são temporárias, regressando
gradualmente ao seu ritmo normal.

#4 – Não sou normal por ter estas crises de pânico que ninguém tem

Os estudos epidemiológicos mostram que cerca de 4% da população mundial sofre de


perturbação de pânico, ou seja, cerca de 280 milhões de pessoas, segundo dados da OMS
(Organização Mundial da Saúde).

Já em território nacional a prevalência da perturbação de pânico atinge cerca de 16,5% da


população (Estudo Epidemiológico Nacional de Saúde Mental).

#5 - É um sinal de fraqueza ou incapacidade de controlar emoções

Ninguém escolhe sofrer com esta condição e pode acontecer a qualquer pessoa. Seria
fantástico se as nossas emoções obedecessem a um simples botão ou comando. No entanto,
na realidade, quantas vezes não tentou dizer à sua mente “acalma-te” e acabou por ficar…
ainda mais ansioso/a ou alterado/a?

#6 – Os ataques de pânico só ocorrem quando a pessoa está acordada

Embora possam ser mais frequentes durante o dia, não raras vezes ocorrem durante o sono.
Esta experiência torna-se extremamente perturbadora e assustadora desencadeando também
problemas posteriores com o sono.

#7 – A perturbação de pânico é resultado de uma infância infeliz


Muitas vezes se ouve dizer que infâncias infelizes ou pais ansiosos geram adultos com
perturbação de pânico. Nada mais errado.

#8 – Medicação é para toda a vida

A medicação atua na atenuação de sintomas, contudo não vai trabalhar a causa da


perturbação. Poderá ser importante a prescrição medicamentosa enquanto aprende
estratégias eficazes para lidar com a perturbação de pânico mas, naturalmente, cada caso é
um caso.

#9 – As crises de pânico acontecem do nada

Apesar de os ataques de pânico surgirem repentinamente, regra geral eles têm uma causa ou
gatilho desencadeador, podendo traduzir-se numa resposta do sistema nervoso a um evento
ou circunstância que aconteceu anteriormente (às vezes meses antes), ou desencadeado por
outros fatores, sem que esteja presente o medo, como é o caso do stress que implica o
aumento contínuo de adrenalina e cortisol, da hipervigilância sensorial, uma vez que as
pessoas tendem a ficar vigilantes em relação a sintomas físicos “diferentes” dos habituais e
que posteriormente poderão ser interpretados como ameaças e, por fim, a hiperventilção,
uma vez que algumas pessoas tendem a respirar de forma acelerada, sem se aperceberem
disso, desencadeando um ataque de pânico.

#10 - Não há ajuda possível para a perturbação de pânico

A psicoterapia serve precisamente para fornecer as ferramentas cognitivas e estratégias para


converter eficazmente esta ansiedade extrema numa emoção regulada.

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