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Desde o nascimento (com vida), os sujeitos de direito são titulares de inúmeras posições
jurídicas, as quais vão mudando de diferentes maneiras.
Uma delas é a ocorrência de fatos que atraem a incidência de normas, fazendo surgir
alguma posição jurídica.
Exemplos:
João bateu no carro de Maria causando-lhe danos; João passou a ter a posição jurídica
de devedor de uma indenização e Maria passou a ter a posição jurídica de credora dessa
indenização.
Paula, empregada de Joana, engravidou e, com isso, passou a ter a posição jurídica de
provisoriamente estável no emprego, incluindo 120 dias após o parto e Joana passou a
ter a posição jurídica de ser obrigada a assegurar essa estabilidade.
Essa é, aliás, um uso muito especial da linguagem e que está na base da construção
coletiva da realidade social (v. Searle), o que explica que ele esteja presente nos mais
diversos tipos de contextos, além do jurídico.
Exemplos paradigmáticos:
O patrão diz para seu empregado “Você está despedido” e ele passa a ter a posição
jurídica de “despedido”, apenas com essa declaração.
A Prefeitura declara que uma obra está interditada e esta obra se torna interditada com a
mera declaração da Prefeitura.
O Presidente da República diz que um trecho de um projeto de lei está vetado e o trecho
passa a ter a posição jurídica de vetado.
Como se vê, a existência desta posição jurídica aqui nomeada “competência legal”, ou
seja, o poder de produzir uma nova posição jurídica apenas por declará-la existente,
requer a existência de normas que fixem:
O tipo de ato não carece ser indicado, porque será sempre uma declaração, cujo
conteúdo será determinado pelo tipo de efeito que a norma autoriza o sujeito a produzir.
Tem-se, assim, que toda norma de competência é dotada da seguinte forma lógica.
Os atos que integram essa sequência são regidos por normas específicas, as quais serão
aqui denominadas, de modo deliberadamente genérico e não rigoroso, de “normas
procedimentais”.
Nem os atos que integram essa sequência se confundem com os atos de exercício da
competência, nem as normas que regem esse procedimento se confunde com as normas
de competência.
Por exemplo: o art. XXX da CF atribui ao TTT a competência de, enquanto que as
normas que disciplinam o procedimento legislativo estão espalhadas em vários,
incluindo o art. CCC da CF.