STJ Agravo Interno No Agravo em Recurso Especial AgInt No AREsp 1336585 - SP

Superior Tribunal de Justiça
AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.336.585 - SP (2018/0189749-3)
RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO

AGRAVANTE : EDUARDO MASSAHIRO SILVA
ADVOGADOS : LUIZ GUSTAVO MARANHO - SP245222
DANIEL DOMINGOS DO NASCIMENTO E OUTRO(S) - SP241170
THIAGO APARECIDO DE JESUS - SP223581
BRUNO EMILIO DE JESUS - SP278054
AGRAVADO : GERALDO AMANCIO DE OLIVEIRA SILVA
ADVOGADOS : RAFAEL MORTARI LOTFI E OUTRO(S) - SP236623
CESAR LOPES CRUZ - SP357132
EMENTA
AGRAVO INTERNO EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
EXECUÇÃO DE CONTRATO PRELIMINAR. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 489
E 1.022 DO CPC/2015. INEXISTÊNCIA. ALEGAÇÃO DE LIQUIDEZ DO
TÍTULO, INEXISTÊNCIA DE NOVAÇÃO E NÃO EXTINÇÃO DO
ADITAMENTO DO PACTO. SÚMULAS 5 E 7 DO STJ. AGRAVO NÃO
PROVIDO.
1. Não há falar em violação dos arts. 489 e 1.022 do CPC/2015, pois o
Tribunal de origem dirimiu as questões pertinentes ao litígio, apresentando
todos os fundamentos jurídicos pertinentes, à formação do juízo cognitivo
proferido na espécie.
2. O acolhimento da pretensão recursal demandaria o reexame do acervo
fático-probatório e interpretação de cláusulas contratuais, o que atrai o
óbice das Súmulas 5 e 7/STJ.
3. Agravo interno a que se nega provimento.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da Quarta Turma do

Superior Tribunal de Justiça acordam, por unanimidade, negar provimento ao agravo interno,
nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Raul Araújo, Maria Isabel
Gallotti, Antonio Carlos Ferreira (Presidente) e Marco Buzzi votaram com o Sr. Ministro
Relator.
Brasília (DF), 13 de dezembro de 2018(Data do Julgamento)
MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO

Relator
Documento: 1784947 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 18/12/2018 Página 1 de 5

RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO (Relator):

1. Cuida-se de agravo interno interposto por EDUARDO MASSAHIRO SILVA
contra decisão monocrática deste relator de fls. 595-597 que negou provimento ao agravo em
recurso especial com base na inexistência de violação aos arts. 489, §1º, IV, e 1.022, II,
parágrafo único, II, do CPC/2015, e na incidência das Súmulas 5 e 7 do STJ.
Nas razões recursais (fls. 601-614), a parte agravante reitera a alegação de
omissões no acórdão recorrido, bem como alega que a pretensão não demandaria reanálise
de provas, não havendo óbice das Súmulas 5 e 7 do STJ. Pede o provimento do agravo
interno.
Impugnação ao agravo interno apresentada às fls. 618-624.
É o relatório.

EMENTA
AGRAVO INTERNO EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
EXECUÇÃO DE CONTRATO PRELIMINAR. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 489
E 1.022 DO CPC/2015. INEXISTÊNCIA. ALEGAÇÃO DE LIQUIDEZ DO
TÍTULO, INEXISTÊNCIA DE NOVAÇÃO E NÃO EXTINÇÃO DO
ADITAMENTO DO PACTO. SÚMULAS 5 E 7 DO STJ. AGRAVO NÃO
PROVIDO.
1. Não há falar em violação dos arts. 489 e 1.022 do CPC/2015, pois o
Tribunal de origem dirimiu as questões pertinentes ao litígio, apresentando
todos os fundamentos jurídicos pertinentes, à formação do juízo cognitivo
proferido na espécie.
2. O acolhimento da pretensão recursal demandaria o reexame do acervo
fático-probatório e interpretação de cláusulas contratuais, o que atrai o
óbice das Súmulas 5 e 7/STJ.
3. Agravo interno a que se nega provimento.
VOTO
O SENHOR MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO (Relator):

2. Quanto à violação aos arts. 489, §1º, IV, e 1.022, II, parágrafo único, II, do
CPC/2015, a parte agravante alega, nas razões do recurso especial e do agravo interno, que
o acórdão recorrido contraria expressamente os arts. 783, caput, do CPC/2015 e 360, I, II e III,
do Código Civil, mas não está constante do acórdão recorrido em virtude de omissão do
órgão julgador. Afirma que foram levantadas diversas questões pelo agravante que
contrariam o que consta o acórdão recorrido.
Resguardado de qualquer ofensa estão os arts. 489 e 1.022 do CPC/2015, pois
a Corte local dirimiu as questões pertinentes ao litígio, emitindo pronunciamento de forma
clara, lógica e fundamentada. Além disso, basta ao órgão julgador que decline as razões
jurídicas que embasaram a decisão, não sendo exigível que se reporte de modo específico a
determinados preceitos legais.
Nota-se que a finalidade dos embargos de declaração é complementar o
acórdão quando nele identificar omissão, ou, ainda, aclará-lo, dissipando obscuridade,
contradição ou erro material.
Observa-se que não há omissão quando o órgão julgador desata a questão
jurídica posta em juízo, embora com fundamentação contrária ao interesse da parte.
Na espécie, a Câmara Julgadora apreciou as questões deduzidas, decidindo de
forma clara e conforme sua convicção com base nos elementos de prova que entendeu
pertinentes (fls. 510-516). Nesse contexto, não há que falar, no caso, em negativa de
prestação jurisdicional por omissão, de forma que se a decisão combatida não correspondeu
à expectativa da parte, não deve por isso ser imputado vício ao julgado.
A propósito:
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PENSÃO POR
MORTE. FILHA ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA. PRORROGAÇÃO DO
BENEFÍCIO ATÉ OS 24 ANOS. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA LEI Nº
9.717/98. REVISÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. OMISSÃO. INOCORRÊNCIA. DISSÍDIO
JURISPRUDENCIAL PREJUDICADO.
1. Afasta-se a ofensa aos arts. 489, § 1º e 1.022, II, do CPC/2015, na
medida em que o Tribunal de origem dirimiu, fundamentadamente, as
questões que lhe foram submetidas, apreciando integralmente a
controvérsia posta nos autos, não se podendo, ademais, confundir
julgamento desfavorável ao interesse da parte com negativa ou ausência de
prestação jurisdicional.
[...]
5. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt nos EDcl no AREsp
1220599/AM, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
26/06/2018, DJe 02/08/2018)
____________
3. No que tange à violação aos arts. 360 do Código Civil e 783, caput, do
CPC/2015, a parte agravante alega nas razões do recurso especial a liquidez do título e a
inexistência de novação, arguindo que o aditamento ao pacto se deu no momento em que
feito o inventário e que ficou convencionado o pagamento da quantia mensal de R$ 10.000,00
(dez mil reais) ao agravante a título de antecipação nos dividendos das empresas ou
holdings. Afirma, ainda, que o agravado reconheceu a obrigação pagando o valor mensal de
R$ 10.000,00 até o mês de julho de 2014. Assevera que o pacto familiar foi extinto e não o
aditamento ao pacto que traz a obrigação do agravado.
Sobre essas alegações, a Corte local, com base nos elementos
fático-probatórios dos autos e na interpretação do contrato preliminar, concluiu pela iliquidez
do título e pela novação da obrigação, consignando a extinção do contrato preliminar que
previa o direito de crédito executado pelo agravante, com a seguinte fundamentação (fls.
512-514):
"Do exame dos autos, logo se verifica que a execução objeto desses
embargos funda-se no ajuste preliminar firmado pelos herdeiros de
Margarida Satiko Meyeda Silva, mais especificamente na sua cláusula
terceira, verbis:
[...]
Consta-se, ainda, que referido inventário já se encontra encerrado desde
12 de junho de 2013. Certo que, nessa mesma data, foi o
denominado“pacto familiar” modificado.
No novo há mais referência a inventário, tampouco, de pagamentos ou
obrigações exigíveis independente da constituição de holdings ou empresas
familiares; fala-se apenas ao direito do herdeiro Eduardo em ter uma
retirada mensal da ordem de R$ 10.000,00 (dez mil reais), a título de
antecipação dos lucros ou dividendos que lhes couberem nas holdings ou
empresas que figurar como sócio.
Ressalto que o pacto familiar teve como principal objetivo a perpetuação
dos bens da família. Fato e circunstância também reconhecidos na
sentença, como se pode ver dos trechos que seguem:
[...]
Não bastasse a manifesta iliquidez do título alterado, força aceitar que o
contrato preliminar acabou perdendo toda a sua força executiva, posto que
dos contratos principais, celebrados pelas partes contratantes não restou
preservada a cláusula, que assegurava ao embargado os direitos aos
créditos por ele executados, acerca do que, à evidência, operou-se a
novação. E esta constitui, também, causa de extinção de pré-contrato.
Certo que, concluído o contrato principal, desapareceu a pretensa
obrigação provisória, resultante, do contrato preliminar, dando lugar, entre
as partes, a relação jurídica final (REGINA GONDIM, In CONTRATO
PRELIMINAR, 1958, pág. 143), pacificamente cumprida pelas partes
contratantes."
Desse modo, constata-se que o acolhimento da pretensão recursal demandaria

a alteração das premissas fático-probatórias estabelecidas pelo acórdão recorrido, com o
revolvimento das provas carreadas, bem como a interpretação de cláusulas contratuais, o
que é defeso nesta instância especial ante os óbices das Súmulas 5 e 7/STJ, impedindo o
conhecimento do recurso.
4. Ante o exposto, nego provimento ao agravo interno.
É como voto.
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
AgInt no
Número Registro: 2018/0189749-3 PROCESSO ELETRÔNICO AREsp 1.336.585 /
SP
Números Origem: 10070790320158260482 10094694320158260482 10117982820158260482
PAUTA: 11/12/2018 JULGADO: 13/12/2018
Relator
Exmo. Sr. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO CARLOS PESSOA LINS
Secretária
Dra. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Sucessões - Inventário e Partilha
AGRAVO INTERNO
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Quarta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do
voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Raul Araújo, Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira (Presidente)
e Marco Buzzi votaram com o Sr. Ministro Relator.

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AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.336.585 - SP (2018/0189749-3)

RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da Quarta Turma do

Brasília (DF), 13 de dezembro de 2018(Data do Julgamento)

MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO

RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO

O SENHOR MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO (Relator):

RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO

O SENHOR MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO (Relator):

Desse modo, constata-se que o acolhimento da pretensão recursal demandaria

Números Origem: 10070790320158260482 10094694320158260482 10117982820158260482

PAUTA: 11/12/2018 JULGADO: 13/12/2018

ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Sucessões - Inventário e Partilha

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