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Universidade Catolica de Mocambique

Instituto de Educacao a Distancia


Centro de Recursos de Nampula

A utilização dos meios didácticos nas aulas de Biologia

Lura Fernando Gustavo

Nampula, Maio/2024
Universidade Catolica de Mocambique
Instituto de Educacao a Distancia
Centro de Recursos de Nampula

A utilização dos meios didácticos nas aulas de Biologia

Lura Fernando Gustavo

Curso: Licenciatura em ensino de Biologia


Disciplina: Didactica de Biologia I
Ano de frequencia: 2º, turma P
Docente:

Nampula, Maio/2024

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Indice

Introducao ....................................................................................................................................... 4
A utilização dos meios didácticos nas aulas de Biologia. ............................................................... 5
Conceito dos meios didácticos ........................................................................................................ 5
Classificação dos meios didácticos ................................................................................................. 5
Funções de meios didácticos ........................................................................................................... 7
Factores para a escolha dos Meios Didácticos ................................................................................ 8
Conceito de modelo ........................................................................................................................ 9
Modelos nas aulas de biologia ........................................................................................................ 9
Referência bibliografica .................................................................................................................11

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Introducao

O presente trabalho é pertencente a cadeira de Didactica de Biologia I, que tras como tema “A
utilizacao dos meios didacticos nas aulas de Biologia”. Quando falamos sobre a utilização de
diferentes recursos didáticos no Ensino de Biologia, o que surge com mais frequência é a
associação com a realização de experimentos para facilitar o entendimento de certos conteúdos,
provavelmente devido ao cientificismo que transpõe os limites da universidade e chega, muitas
vezes, até as escolas 8 8 de ensino básico. No entanto, é importante que percebamos que a
experimentação representa apenas uma das categorias de recursos didático-pedagógicos que
podem ser utilizados em sala de aula. Há diversos outros que podem ser moldados e “reinventados”
de modo a exemplificar, contextualizar e esclarecer os conteúdos, facilitando o processo de ensino
e aprendizagem. Marandino et al (2009), ao falar do uso de tais recursos - em especial da
experimentação - no ensino de Biologia.

A metodologia de pesquisa foi a revisão bibliográfica, com o levantamento das principais teorias,
conceitos e discussões sobre o tema proposto, além de constantes análises acerca das situações
dispostas.

Quanto à organização, este trabalho foi dividido em três partes. Sendo a primeira parte de pre-
textuais (capa, contracapa, introdução), a segunda parte de desenvolvimento e a última parte de
pós-textuais (conclusão, referencia bibliográfica).

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A utilização dos meios didácticos nas aulas de Biologia.

Conceito dos meios didácticos

Os recursos didáticos envolvem uma diversidade de elementos utilizados como suporte


experimental na organização do processo de ensino e de aprendizagem com a finalidade de servir
de interface mediadora para facilitar a relação entre professor, aluno e o conhecimento em um
momento preciso da elaboração do saber. São criações pedagógicas desenvolvidas para facilitar o
processo de aquisição do conhecimento. Pode-se compreender que os recursos didáticos têm sido
concebidos como “instrumentos modernizadores das práticas escolares e, consequentemente,
efetivadores de um ensino de mais qualidade” (FISCARELLI, 2008).

Segundo Fernandes (1998), os recursos didáticos em que os alunos conseguem visualizar


(imagens, animações etc.) o que está sendo trabalhado pelo professor são de grande importância,
pois dessa forma o professor consegue explicitar melhor o que deseja trabalhar e o aluno consegue,
através da visualização, uma melhor fixação do conteúdo. Como exemplo, utilizam-se as
apresentações em PowerPoint em que é possível associar textos, imagens, animações,
demonstrando o que está em estudo, tornando a aula mais atrativa (FERNANDES, 1998)

Para Cavalcante e Silva (2008), os modelos didáticos permitem a experimentação, dando


oportunidade aos estudantes de correlacionarem a teoria com a prática, propiciando a compreensão
dos conceitos, o desenvolvimento de habilidades e competências , contribuindo 16 também para
reflexões sobre o mundo em que vivem, como forma de desenvolver competências que permitam
ao aluno transladar o conhecimento científico a algo palpável e de fácil abstração, ressaltando que
este venha como facilitador do aprendizado e não seja visto apenas como uma atividade para a
diversão.

Classificação dos meios didácticos

Na opinião de Karling (cit. Melo, 2019), os recursos didácticos podem ser classificados em:

• Recursos visuais;

• Recursos auditivos;

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• Recursos audiovisuais;

• Recursos múltiplos.

Tendo em vista a existência de diversos tipos de recursos didático e a fim de apresentar uma visão
mais ampla desta diversidade, tomo de empréstimo a classificação de recursos didacticos
utilizadas por Mercado (2010) que conceitua e discute algumas modalidades didáticas e sobre ela
apresento a síntese abaixo.

1. Na primeira modalidade apresentada, Mercado fala sobre a experimentação didática e a


utilização do laboratório, ressaltando, ao citar Marandino (2009, p. 103), que tal modalidade de
aula “resulta de processos de transformação de conteúdos e de procedimentos científicos para
atender às finalidades de ensino”, pois ainda que existam semelhanças e diferenças com o contexto
científico, a experimentação didática assume configurações próprias no ambiente escolar. A autora
também atenta para o fato de que a aula prática não precisa, necessariamente, de um laboratório
para ser realizada, uma vez que o principal objetivo deste tipo de atividade não é que os alunos
manipulem vidrarias de laboratório, mas que sejam capazes de elaborar hipóteses e discutir a
respeito de suas concepções.

2. A próxima modalidade, apresentada por Mercado, é o Jogo didático. A autora o caracteriza como
atividade lúdica de criação, expressão e simbolismo. “Criação, pois no jogo o estudante deve ter
liberdade de inventar uma forma de aplicar o seu conhecimento dentro das regras estabelecidas;
expressão no sentido de que quando se está jogando, estão sendo expostas formas de pensar e agir
que são próprias do sujeito; e simbolismo porque permite que o jogador manifeste e dê significados
a objetos, situações, conceitos que estão no plano psíquico” (p. 15). Além disso, a autora defende
que o jogo pode se utilizado de diversas formas com o objetivo de ensinar e aprender e diz que a
atividade lúdica é condição de desenvolvimento e expressa a evolução mental do sujeito e a sua
utilização possibilita que “aprender rime com prazer” (Fortuna, 2000 apud Mercado, 2010 p. 9).

3. Na terceira modalidade, é abordada a elaboração de histórias (histórias em quadrinhos e


tirinhas). A autora valoriza a elaboração destas atividades pelos próprios alunos, ressaltando a
importância do processo de criação na construção do conhecimento. Além disso, ao citar Rittes
(2006), Mercado comenta que o uso de histórias em quadrinhos na sala de aula propicia o

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desenvolvimento de habilidades como escrita, aquisição de vocabulário e desenvolvimento de
leitura, além dos pontos específicos trabalhados através das histórias. Mais do que isso, a autora
ainda afirma que esse tipo de modalidade didática pode ser utilizado como ferramenta para
conhecer e valorizar o conhecimento prévio dos estudantes em relação a determinados temas.

4. Na modalidade que engloba excursões e trabalhos de campo, a autora destaca, principalmente,


a possibilidade de oferecer um contato mais direto dos alunos com conhecimentos variados e que
isso pode, inclusive, potencializar o processo de aprendizagem. Além disso, ela ressalta que as
saídas podem ser realizadas para parques, museus de ciências, ou até mesmo para proximidades
da escola. Algumas vezes, sair da sala de aula, ainda que seja para ir a algum lugar ao redor da
escola, pode ser o suficiente para contextualizar um ou outro conteúdo.

A partir desta breve classificação, podemos perceber que existem diversas possibilidades de fugir
do padrão clássico de aula expositiva que consiste, basicamente, em uma forma de informar os
alunos dos mais variados conteúdos, sendo o centro da aula o professor e que tende a se tornar
entediante e não significativa para os alunos, pois necessitam prestar atenção a uma grande
quantidade de informações que dificilmente conseguirão ser bem processadas.

Funções de meios didácticos

Os meios didácticos possuem seis funções específicas: motivação, efectivação,representação,


informação, organização e consolidação (segundo Muller,2005: 33).

No entender de Karling (cit. Melo, 2019), a principal função da didáctica é o alcance dos objectivos
educacionais e da aprendizagem. Mas esses objectivos são muito abstractos, distantes da realidade,
e têm pouco sentido prático. A educação deve, antes de tudo, resolver os problemas reais sentidos
pela população. A didáctica tem a função predominantemente educativa. Á medida que o aluno
avança em escolaridade, ela cuida também da facilitação da aprendizagem. É a didáctica que
através de estímulos, orientações e técnicas adequadas, leva os alunos a “auto-educarem-se” e a
aprenderem por si mesmos.

Partindo destes pressupostos, para o autor a didáctica deverá ajudar o aluno a aprender a estruturar
as informações, para ter pensamento autónomo, original, e assim, ser criativo e capaz de resolver
problemas pessoais e sociais. É a didáctica que orienta o professor quanto aos recursos de

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incentivação e maneiras de trabalhar, de forma a envolver o aluno, conseguir sua participação
activa e tornar a aprendizagem agradável.

Factores para a escolha dos Meios Didácticos

Para a escolha dos meios didácticos, existem vários factores a saber: tipo dealuno, nível de
desenvolvimento do pensamento do aluno, o professor,conteúdo de ensino-aprendizagem, local de
ensino, número de alunos, tempodisponível, objectivo de ensino-aprendizagem.

De forma específica, você deve ter em conta que o tipo de aluno, quer seja tipovisual, tipo táctil,
tipo auditivo ou abstrato idiomático, define o tipo de meiodidáctico a usar para uma determinada
aula. Entretanto, é necessário que hajaum equilíbrio ou combinação da categoria de meios,
assumindo que estesdevem satisfazer a necessidade de cada aluno existente na turma.

O nível de pensamento do aluno está associado à linguagem, na sua vertente deinstrumento de


suporte do pensamento. Desta forma, o desenvolvimentocognitivo do aluno está assente na sua
capacidade de articular a linguagem paraconstrução de novos conceitos.

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Conceito de modelo

Para Setuval e Bejarano (2008, p.04), “Os modelos didáticos são instrumentos sugestivos e que
podem ser eficazes na prática docente diante da abordagem de conteúdos que, muitas vezes, são
de difícil compreensão pelos estudantes”. Dessa forma, estudos a respeito do uso de modelos
didáticos para o ensino de Biologia embalam o tema desta pesquisa. Tais metodologias são
necessárias para facilitar a compreensão dos alunos, favorecer o desenvolvimento espontâneo
criativo dos alunos e permitir ao professor ampliar seu conhecimento de técnicas ativas de ensino.

Modelos nas aulas de biologia

Modelos didáticos são muito valiosos nesse processo pois possibilitam que os discentes tenham a
liberdade de criar seus próprios conceitos, absorvendo o conteúdo abordado. Quando falamos em
prática docente reflexiva, referimo-nos à necessidade emancipatória do professor ser capaz de
analisar sua realidade social, cultural e tomar uma posição frente aos acontecimentos de forma a
desenvolver possibilidades de transformá-la. Nesse sentido sabe-se que quando um professor
propõe uma aula ou atividade reflexiva, todos os objetivos da mesma devem ser planejados antes
da execução da mesma.

Krasilchik (2004) destaca que os modelos didáticos são um dos recursos mais empregados nas
aulas de Biologia para demonstrar objetos em três dimensões, mas que eles podem apresentar
alguns problemas, como por exemplo, fazer com que os alunos entendam que os modelos são
simplificações do objeto real ou fases de um processo dinâmico. É importante que o professor
deixe claro que o modelo é ilustrativo e, como forma de explicar essas diferenças, diminuir essas
limitações e envolver o aluno no processo de aprendizagem, deve-se deixar que eles façam os
próprios modelos, conforme o assunto vá sendo explanado de forma que estes compreendam qual
estrutura estão ilustrando.

A transmissão do conhecimento é uma tarefa sublime destinada àqueles que dedicam suas vidas à
docência. Todavia, o cumprimento desta missão nem sempre é exato e, muitas vezes, torna-se
árduo e complexo. Por isso, o uso de bons recursos didáticos que facilitem o desempenho docente
é sempre intencionado (SOUZA, 2007).

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A utilização e importância dos modelos didáticos são também descritas nas Orientações
Curriculares para o Ensino Médio (2006, p.28) as quais direcionam o valor dos modelos didáticos
para o desenvolvimento cognitivo dos alunos. Tais modelos se tornam um recurso capaz de
propiciar a criatividade, testar os conhecimentos adquiridos no decorrer das aulas teóricas,
estimular a comunicação e expressão entre os alunos como também ampliar o campo de
aprendizado destes estudantes.

Segundo Giordan e Vecchi (cit. Melo, 2019) os modelos didáticos são elementos facilitadores que
os educadores podem utilizar para ajudar a vencer obstáculos que se apresentam no difícil caminho
da conceitualização. Assim possibilita que o aluno possa compreender conceitos e também
desenvolver habilidades e reflexões sobre o mundo em que vivem, tornando a aprendizagem
facilitada.

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Referência bibliografica

Melo, L. A. (2019), Influência do uso de recursos didáticos no ensino de biologia em uma escola
da rede pública de joão pessoa, Universidade Federal da Paraíba, Brazil.

Marandino, Martha; Selles, Sandra Escovedo; Ferreira, Marcia Serra. Ensino de Biologia: histórias
e práticas em espações educativos. São Paulo: Cortez, 2009.

Mercado, Luisa Weber. Atividades práticas podem facilitar o processo de (re) construção dos
conceitos de Ciências e Biologia? Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Instituto de Biociências. Curso de Ciências Biológicas: Licenciatura. Or: Eunice
A. I. Kindel, 2010.

Fiscarelli, R. B. O. Material didático: discursos e saberes. Araraquara: Junqueira e Marin Editores,


2008

Fernandes, H. L. Um naturalista na sala de aula. Ciência & Ensino. Campinas, Vol. 5,1998

Cavalcante, D.; Silva, A. Modelos Didáticos e Professores: Concepções de Ensino Aprendizagem


e Experimentações. In: Encontro Nacional de Ensino de Química, 14., 2008, Curitiba. Anais...
Curitiba: UFPR, 2008.

Setuval, F; Bejarano, N. Os Modelos Didáticos com Conteúdo de Genética e a sua Importância na


Formação Inicial de Professores para O Ensino de Ciências e Biologia. Bahia, 2008.

Krasilchik, M. Prática de ensino de biologia. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,
2004.

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