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A ESCUTA CLÍNICA E O USO DE

FEEDBACK EM PSICOTERAPIA

Professora: Gessivânia Moura


Psicóloga C RP- 02/19682
Doutoranda em Psicologia C ognitiva-UFPE
Mestre em Psicologia C ognitiva- UFPE
A Psicoterapia
Psicoterapia refere-se a um método de tratamento psicológico que tem por
objetivo auxiliar as pessoas a lidarem de forma mais saudável com suas
dificuldades e sofrimentos (Roudinesco & Plon, 1998).

O processo psicoterápico implica uma aliança entre o terapeuta e o


paciente, onde ambos direcionam seus esforços a fim de alcançarem os
objetivos planejados.

Existem variadas escolas de Psicoterapia. No entanto, há alguns elementos


comuns a todas elas: a relação terapeuta- paciente, o contrato terapêutico e
uma técnica específica que é fundamentada por uma determinada teoria.
A arte de escutar
O sentido de escutar vai além do ouvir e inclui o silêncio e o
tempo para processar.

Como ato social e dialógico, a escuta requer uma abertura para


reconhecer que o outro é a fonte possível de uma percepção
diferenciada e tem algo a contribuir.

Escuta ativa: observação atenta de cada elemento incluído na


relação, incluindo explicitamente a reflexividade como parte do
processo.
Na escuta ativa evita-se o quanto possível avaliar ou julgar.

Para Rogers, é necessário abrir-se para esse tipo de escuta pois isso enriquece e torna
mais sensível quem escuta, assim como promove a transformação do outro, isto é, de
quem está sendo escutado.
O bom escutador deve respeitar o
interlocutor e ser curioso – abrir-se a outra
visão de mundo.

A realidade possui caráter multifacetado.


Há várias visões e percepções possíveis
sobre o mesmo fenômeno, objeto e
situação.
TIPOS DE ESCUTA
Escuta dispersa: mera audição de estímulos externos de
forma dispersa, sem prestar muita atenção e sem
intenção.

Ouvir com foco momentâneo: ou seja, em meio à


dispersão paramos, às vezes, para ouvir uma música,
uma conversa.

Escuta contemplativa: inclui o ouvir com foco,


intenção e abertura do coração/mente para contemplar.
Escuta que inclui o ouvir, com foco, intenção e
abertura da mente para conhecer: por exemplo
o argumento e os dados que o outro apresenta em
um processo de negociação, um debate, aula ou
palestra.

Escutar inclui o olhar, a observação atenta, o


sentir o corpo, sensações e sentimentos, a reflexão
e, conforme o caso, a elaboração de perguntas
provocadoras e a verificação da pertinência.
O terapeuta
O terapeuta enquanto pessoa é um fator crucial à
psicoterapia.

Os fatores relacionais estão no âmago da eficácia.

Fatores como a empatia, a genuinidade, a aceitação


incondicional, a congruência e a capacidade de dar
feedback positivo são elementos propulsionadores
de melhores resultados clínicos.
Sistemas de feedback
Os sistemas de feedback permitem que os psicoterapeutas
acompanhem objetivamente e sessão-a-sessão, o progresso de
cada um dos seus clientes, adaptando – se e quando necessário –
o tratamento em decurso.

O impacto dos sistemas de feedback parece dever-se à precisão


na detecção de ausência de resposta ao tratamento,
possibilitando, ao terapeuta, adequar as suas intervenções e
decisões clínicas, assim viabilizando melhores resultados.

Estes são sistemas que possibilitam uma recolha de dados em


sessão com o paciente, proporcionando ao terapeuta acesso à
perspectiva do cliente.
A investigação estima que os ganhos de um sujeito envolvido num
processo psicoterapêutico ocorram, para a maioria dos modelos, em
12 a 14 sessões e se mantenham após 2 ou 3 anos (LAMBERT,
2013).

As sessões semanais são mais eficientes do que as quinzenais, pois


sessões mais frequentes contribuem para resultados mais rápidos e
eficientes na redução do sofrimento do cliente.

Os resultados tendem a ser melhores se pacientes e terapeutas


receberem feedback.
Referência
MOURA, M. S. S.; GIANNELLA, V. A arte de escutar: nuances de um campo de práticas e de
conhecimento. Revista Terceiro Incluído, v. 6, n. 1, p. 9-24, 2016.

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