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Curso de licenciatura em farmácia

4º ano - vii semestre química farmacêutica

Receptores serotoninergicos , receptores opióides,


anestésicos locais
Discentes Docentes
Custódio Maússe PhD. Lázaro Cuinica
Momed Faizal Jussub dr. Ribeiro Vasco Ribeir

Aos 30 de Agosto de 2021


Objectivos

Objectivo geral

Conhecer os fármacos e receptores serotoninergicos, opióides e anestésicos locais.

Objectivos específicos

Classificar os receptores serotoninergicos, opióides e anestésicos locais;

Descrever a relação estrutura química-actividade farmacológica;

Revisar os mecanismos de acção.


Serotonina (5HT)
• A serotonina (5-hidroxitriptamina) e um neurotransmissor
derivado do aminoácido essencial triptofano e sua síntese
depende da disponibilidade desse precursor. (1)

• podendo atuar tanto como neurotransmissor quanto


hormônio local do sistema vascular periférico. ( 2)

• A serotonina possui oito carbonos sp2 e dois carbonos sp3,


três grupos funcionais (fenol, amina e enamina) e um anel Serotonina
índole. (2) como mostra a figura 1
Figura 2 : Síntese de serotonina
Recetores e sua classificação.
Estrutura dos receptores de serotonina.
Mecanismo de Acão de serotonina
Funções fisiológicas de serotonina

• A 5-HT influencia diversos processos fisiológicos, como a modulação


do humor, no ciclo de sono-vigília, na termorregulação e na perceção
da dor, além de estar envolvida em alterações como depressão,
ansiedade, transtornos obsessivos compulsivos, cefaleia,
esquizofrenia. (3)
Fármaco agonista do receptor 5HT1A

Após sua absorção, a Buspirona liga-se aos


preceptores serotonérgicos do tipo 5-HT1A na
fenda dos neurônios pré-sinápticos e pós-
sinápticos do hipocampo, causando a inibição de
neurônios contendo 5-HT.
Buspirona
Fármaco Antagonista do preceptores 5-HT3

Inibe os preceptores 5-HT3 presentes na


zona quimiorreceptora medular e no trato
gastrointestinal, inibindo a estimulação
aferente visceral do centro de vômitos e a
Ondancetrona
inibição direta da atividade da serotonina.
METABOLISMO
Relação estrutura-actividade (5HT1A) Lopesz-
Rpdriges et al.
• Arilpiperizinicos contituem a classe
mais importante de ligantes do
receptor de 5HT1A.(9)

• Ar1- São favoráveis para a afinidade


mais alta para o receptor, assim como Fórmula geral de
a substituição na posição meta.(9) arilpiperizinicos

• (CH2) – Maior afinidade com n-3 ou


n-4.
Exemplos

Fluoxetina Buspirona
Relação estrutura-actividades Maltinez-esparza et
al
• Z – Grupo éter( não tem actividades
desejada)

• Z- Grupo hidroxilo (actividades


Fórmula geral utilizada por Maltinez-
desejada) Esparza et al.
• Ar2- Anel benzénico por tiofeno.

• Ar2- Anel naftaleno por benzotiofeno.


(9)
Exemplos
Opióides
Analgésico opióides
• Os analgésicos opióides são bem conhecidos por sua
habilidade em reduzir a percepção a dor sem perda de
consciência, ativando receptores opióides. 4,5

• Opio, é obtido das plantas papaver somnifernum e


Papaver album.(6)

• O ópio contem inúmeros alcaloides dos quais o


principal é a morfina, com uma concentracao
aproximada de 4 21. (8)
Preceptores opióides
• Receptores μ : existem em maior densidade no córtex cerebral, tálamo e substância
cinzenta. A sua função relaciona-se com a integração motora-sensorial e percepção
dolorosa. São responsáveis pela maioria dos efeitos analgésicos.)

• Receptores δ : apresentam uma distribuição difusa, sendo mais importantes na


periferia, embora também possam contribuir para a analgesia. Parecem ter um papel
importante na alteração da integração motora.

• Receptores κ : encontram-se sobretudo na medula espinhal, tálamo, hipotálamo e


córtex cerebral. Contribuem para a analgesia a nível medular.(8)
Classificação dos fármacos opióides
• Naturais (morfina)
• Semi-sintetucos (codeina, heroina)
• Sintéticos (meperidina )
• Antagonistas( Naloxona )
Derivados naturais do ópio

Derivados Fenantrênicos.
Morfina
Compostos semi-sintéticos.

(Metilmorfina)-(acetilmorfina) Hidromorfonas.
Compostos opióides sintéticos.
Derivados morfinâmicos. Derivados do benzomorfano.
Compostos opióides sintéticos

Derivados fenilpiperidínicos. Derivados da difenilpropilamina.


Antagonistas opióides
As substituições químicas promovidas no nitrogénio do anel
piperidínico da molécula da morfina são capazes de fornecer substâncias
de acção antagonistas.
Mecanismo de Acção

Para todos os receptores os grupos


amino, anel aromático e hidroxila
fenólica são fundamentais.(6)
Mecanismo de acção dos opióides (Morfina)
Biotransformação.
Relação estrutura-actividade
Alterações nos anéis ( em C3, C6 e na dupla ligação de C7 e C8).
Relação estrutura-actividade.
Alterações na substituição do R em N.
Anestésicos locais
Anestésicos locais
• 1860 que Niemann isolou o alcalóide
cocaina do arbusto Erythroxylon coca.

• Sua farmacologia foi estudada, em 1880, por


von Anrep, que a recomendou como cocaína
anestesico local.

• 1884 Sua constituição química foi elucidada


por Willstatter.
Anestésicos locais
• Anestésicos locais são agentes que bloqueiam reversivelmente a
geração e a condução de impulsos através da fibra nervosa.

• Sua Acão resulta de sua capacidade de deprimir os impulsos oriundos


de nervos aferentes da pele, superfícies de mucosas e músculos ao
sistema nervoso central.
Classificação
• Os anestésicos locais, em sua • Alguns dos três grupos
constituintes da formula geral
maioria, têm parentesco podem ser substituídos por
estrutural com a cocaína e podem isosteros.
• Para terem atividade anestésica,
ser representados pela fórmula e essencial que haja equilíbrio
geral. entre as partes hidrofilica e
lipofilica da molécula.
Existem três classes

Derivados de ésteres

Derivados de amidas

Anestésicos locais diversos


Acido benzoico

DERIVADOS DE ESTERES

m-aminobenzoico P-aminobenzoico

P-alcoxibenzoico
Derivados de
amidas

Lidocaina

Bibucaina Prilocaina
Anestésicos locais diversos

Diclonina

Quinisocaina
Mecanismo de acção
Mecanismo de Acção
• Os anestésicos locais atravessam as bainhas do nervo na forma não-ionizada, mas
interagem com os aceptores, situados na membrana neural,na forma ionizada, e assim
estabilizam o potencial da referida membrana, bloqueando a condução nervosa. (6)

• Impedem, em suma, a despolarização da membrana neural e, assim, a propagação do


impulso nervoso. Julga-se que esta despolarização se dê por interferência com o fluxo
de íons Na"^ e K+ através da membrana. Em resultado, não se desenvolve o potencial
elétrico negativo necessário para a descarga propagada. (6)
Teoria dos aceptores
Aceptores Fosfolipídeos

• A utilização de membranas fosfolipídicas modelos,


parecem confirmar que o local de accão dos anestésicos
locais nas membranas biológicas consta de fosfolipídios
ácidos e que a ação deles consiste na inibição da
propriedade destes fosfolipídios de ligar-se ao Ca++

• indicam que os fosfolipídios ácidos estão intimamente, Complexação entre anestésicos


locais e fosfolipídios ácidos.
e talvez diretamente, envolvidos no mecanismo de
excitação de membranas biológicas
Aceptor tiaminico
Alguns anestésicos locais como a procaína formam complexos pi com a
tiamina, atuando os anestésicos locais como doadores e a tiamina como aceptora
de elétrons. Sabendo-se que a tiamina e seus precursores (ésteres fosfato)
desempenham papel fundamental no estímulo nervoso, a complexação da
tiamina com os anestésicos locais resulta em modificação da reatividade dela e
inibição de suas funções bioquímicas no estímulo nervoso, acarretando bloqueio
da transmissão nervosa e consequente anestesia local.(6)
Aceptor tiaminico

Complexação entre procaína e pirofosfato de tiamina.


Biotransformação
Relação estrutura-actividades
Relação estrutura-actividades

Grupo Aril
•Substituentes no anel aromático que melhoram actividades (doadores de electrões)

1.alcoxi-(propoxicaine)

2.Amino (procaine)

3.Alquilamina (tetracaina) na posição orto e para.

•A introdução de um grupo -C- ou -C-C- entre o anel aromático e o grupo carbonila

resultam em compostos sem actividades farmacológica.

•A ceptores de electrões desfavorencem a actividades.


Cont.

Ponte X Grupo alquilamina


• O X pode ser: C, O, N e S. • Não e necessário para actividades
• A modificação altera a potencia
e a toxicidade mas melhora a farmacocinética as
• As amidas X=N são mais aminas terciarias são mais potentes,
resistentes a hidrolise que os as secundarias tem maior duração,
esters X=O.
• Os tio-esters podem causar porem causa irritações e as aminas
dermatitis. primarias não são tao activas
farmacologicamente.
Referencias bibliográficas
1. Rafael rebelo silva, analise de polimorfismo nos enes dos receptores
de serotonina 5 , em pacientes que tentram suicídio, porto alere juo de
2010;
2. LETICIA Oliveira Veloso, serotonina n-acetiltransferase: um estudo
bioinformático, dezembro 2018;
3. RANG, H. P.; RITTER, J. M.; FLOWER, R. J.; HENDERSON, G.
Farmacologia. 8 ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2016;
4. MOREAU, Regina Lucia de Moraes Fármacos e Drogas que causam
dependência. In: "OGA, Seizi et al. Fundamentos de toxicologia. São
Paulo: Atheneu;
5. SWIFT, R.M et al Farmacologia da Dependência e Abuso de Drogas. In:
GOLAN, David et al. Princípios de farmacologia: a base fisiopatológica da
farmacoterapia. Guanabara Koogan, Cap. 17, 2009;
6. KOROLKOVAS Andrejus, BURCKHALTER H. Joseph Química Farmacêutica,
Guanabara kooggan editor, são Paulo, Janeiro de 1982, pag;
7. PUPO, Mônica T. “Analgésicos Opioides”. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1175045/mod_resource/content/
1/Analgesicos_opioides.pdf;
8. Liberato, Maria da Conceição Tavares, Cavalcanti Bioquímica das Drogas,
Fortaleza 1° edição 2019;
9. WEBEN, Karen Calilda, Modelagem Molecular de Compostos
Arilpiperizinicos e suas Interacoes com o Receptor 5-HT1A, sao carlos
2008.

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