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Indicações
1. Colecistite
A vesícula biliar desenvolve inflamação aguda ou crônica, geralmente porque
um cálculo ficou alojado no ducto cístico, causando distensão dolorosa da vesícula,
podendo irradiar para a área medioesternal ou para o ombro direito, estando associado a
náuseas e vômitos. (BOUNDY,2004; SMELTZER,2009)
Noventa por cento da colecistite aguda são caracterizados pela colecistite
calculosa. Na colecistite calculosa, o cálculo presente obstrui o efluxo biliar e comprime
os vasos sanguíneos, comprometendo o suprimento vascular e a bile remanescente
desencadeia uma reação química, ocorrendo autólise e edema. Pode surgir grangrena
com perfuração da vesícula biliar. A colecistite aguda também pode ser devida a
distúrbios que alteram a capacidade de a vesícula biliar encher ou esvaziar. Essas
condições são traumatismo, redução da irrigação sanguínea da vesícula biliar,
imobilidade prolongada, uso crônico de dietas, aderências, anestesia prolongada e
consumo de narcóticos. (SMELTZER,2009)
A colecistite pode causar todos os distúrbios associados à formação de cálculos
biliares: colangite, coledocolitíase e íleo biliar, podendo evoluir para complicações da
vesícula biliar, tais como empiema, hidropisia ou mucocele, ou grangrena. A gangrena
pode causar perfuração, resultando em peritonite, formação de fistulas, pancreatite ou
vesícula biliar de porcelana. Outras complicações são colecistite crônica e colangite.
(BOUNDY,2004)
2. Colelitíase
Doença mais comum do trato biliar. Caracterizada pela formação de cálculos na
vesícula biliar. Em geral, o prognóstico é bom quando o cliente for tratado, a menos que
haja infecção. Nesse caso, o prognóstico depende da gravidade da infecção e da resposta
aos antibióticos. (BOUNDY,2004)
Existem dois tipos principais de cálculos biliares: aqueles compostos
predominantemente do pigmento e aqueles compostos principalmente de colesterol.
(SMELTZER,2009)
Os cálculos de pigmento se formam quando pigmentos não conjugados na bile
precipitam se para formar os cálculos. O risco de desenvolver esses cálculos mostra se
aumentado nos pacientes com cirrose, hemólise e infecções do trato biliar. E são
removidos por meio cirúrgicos somente. (SMELTZER,2009)
O colesterol, constituinte normal da bile depende dos ácidos biliares e da lecitina
presentes também na bile para se dissolver. Pacientes propensos a cálculos biliares, a
síntese de acido biliar é diminuída e em contrapartida, a o aumento da síntese de
colesterol no fígado, resultado em bile supersaturada, o qual se precipita para fora da
bile para formar os cálculos que pode produzir alterações inflamatórias na vesícula
biliar. (SMELTZER,2009)
3. Coledocolitíase
Os cálculos biliares saem da vesícula e alojam-se no ducto biliar comum,
causando obstrução parcial ou total do trato biliar. A coledocolitíase pode causar
colangite, icterícia obstrutiva, pancreatite e cirrose biliar secundária. (BOUNDY,2004)
4. Colangite
O ducto biliar torna-se infectado, esse distúrbio geralmente esta associada à
coledocolitíase e pode ocorrer depois da colangiografia trans-hepática percutânea. Em
geral, a colangite não-supurativa responde rapidamente ao tratamento antibiótico. A
colangite supurativa tem prognóstico desfavorável, a menos que seja realizada de
imediato uma cirurgia para corrigir a obstrução e drenar a bile infectada. A colangite
pode evoluir para choque séptico e morte, principalmente na forma supurativa.
(BOUNDY,2004)
5. Íleo biliar
O cálculo obstrui o intestino delgado. Em geral, o cálculo passa por uma fístula
entre a vesícula biliar e o intestino delgado e aloja-se na válvula ileocecal. O íleo biliar
pode causar obstrução intestinal, que em alguns casos evolui para perfuração intestinal,
peritonite, septicemia, infecção secundaria e choque séptico. (BOUNDY,2004)
Causas
Todo esse distúrbio correlatados tem uma causa comum: formação de cálculos.
Manifestações clínicas
Exame físico
Diagnósticos
Cuidados de enfermagem:
Orientar o paciente sobre o procedimento e de seu papel nele, o paciente fica
em dieta zero por varias horas antes do procedimento. Utiliza-se sedação moderada, e o
paciente sedado deve ser rigorosamente monitorado. Muitos endoscopistas utilizam uma
combinação de um opióide e um benzodiazepínico. Pode haver necessidade de
administrar medicamentos, como o glucagon ou os anticolinérgicos, para tornar mais
fácil a canulação diminuindo a peristalse duodenal. A enfermeira observa rigorosamente
os sinais de depressão dos sistemas respiratórios e nervoso central, hipotensão, sedação
excessiva e vômitos. Durante a ERCP, a enfermeira monitora os líquidos intravenosos,
administra medicamentos e posiciona o paciente. (SMELTZER,2009)
Depois do procedimento, a enfermeira monitora a condição do paciente,
observando os sinais vitais e monitorando os sinais de perfuração ou infecção. A
enfermeira também monitora o paciente quanto aos efeitos colaterais de quaisquer
medicamentos recebidos durante o procedimento e quanto ao retorno dos reflexos de
vômito e tosse depois da utilização de anestésicos locais. (SMELTZER,2009)
Técnica cirúrgica
Pré-operatório
Pós-operatório
1. Variações anatômicas
Processo de enfermagem
1. Diagnósticos de enfermagem
Segundo Brunner e Suddarth (2009), os principais diagnósticos de enfermagem
pós-operatórios para o paciente que se submete à cirurgia para a doença da vesícula
biliar podem incluir os seguintes:
a. Dor aguda e desconforto relacionados com a incisão cirúrgica;
b. Troca gasosa prejudicada relacionada com a incisão cirúrgica abdominal alta
(quando foi feita a colecistectomia cirúrgica tradicional);
c. Integridade da pele comprometida relacionada com a drenagem biliar
alterada depois a intervenção cirúrgica (quando um tubo T foi inserido por
causa de cálculos retidos no ducto biliar comum ou foi empregado outro
dispositivo de drenagem);
d. Nutrição alterada, menor que as demandas corporais, relacionada com a
secreção inadequada da bile;
e. Déficit de conhecimento sobre as atividades de autocuidado relacionado com
o cuidado da incisão, modificações da dieta (quando necessário),
medicamentos e sinais ou queixas de sintomas (por exemplo: febre,
sangramento, vômitos).
diagnósticos de enfermagem de pacientes no
De acordo com Dalri, Rossi e Dalri (2006), os diagnóstios de enfermagem do
período pós-operatório imediato de colecistectomia laparoscópica podem incluir os
seguintes:
a. Integridade tissular prejudicada, com o fator relacionado mecânico (cirurgia
de colecistectomia), e a característica definidora encontrada foi tecido
subcutâneo e pele destruídos;
b. Percepção sensorial perturbada, que pode ser justificado pelo uso de
anestesia geral no período intra-operatório. Devido à utilização de drogas
anestésicas, os pacientes chegam ao centro de recuperação pós-anestésica
ainda muito sonolentos e apresentando dificuldade para manter padrões de
comunicação adequados com a equipe que o assiste nesse momento. Os
sinais de anestesia podem ser observados pela depressão do sistema
circulatório e respiratório, diminuição do diâmetro pupilar (miose) e os
globos oculares podem encontrar-se fixos e centralizados. A dificuldade para
apresentar abertura ocular espontânea e a diminuição do diâmetro pupilar
foram observadas nos pacientes, no pós-operatório imediato de
colecistectomia, assim que foram admitidos no centro de recuperação pós-
anestésica, permanecendo nessa mesma condição por até uma hora.
c. Hipotermia, os fatores relacionados identificados para esse diagnóstico
foram: medicamentos que causam vasodilatação, exposição a ambiente frio e
incapacidade para tremer. As características definidoras encontradas foram
redução da temperatura corporal abaixo dos parâmetros normais, tremor e
piloereção. A hipotermia pós-operatória é definida como temperatura = 35,5
ºC e é um problema crescente nos centros de recuperação pós-anestésica. A
utilização de determinados anestésicos pode interferir na regulação da
temperatura, uma vez que o centro regulador da temperatura no cérebro, o
hipotálamo, é deprimido por algumas drogas utilizadas na anestesia geral,
provocando a perda da capacidade de vasoconstrição. A vasodilatação
resultante possibilita um fluxo maior de sangue para a periferia, o que
aumenta a perda de calor. Além disso, a utilização de relaxantes musculares e
narcóticos contribui para a perda da capacidade de o organismo produzir
tremores e, conseqüentemente, ocasionar a piloereção. Essa situação
associada ao ambiente frio da sala de cirurgia e do centro de recuperação
pós-anestésica, administração de infusões frias durante a cirurgia e à criação
e manutenção do pneumoperitônio na cirurgia de colecistectomia, com a
introdução de dióxido de carbono na cavidade abdominal, pelo fato de ser um
gás frio, podem contribuir para o estabelecimento da condição de hipotermia;
d. Risco para infecção, a colecistectomia laparoscópica possui tempo operatório
menor quando comparada à laparotomia, possibilitando um menor tempo de
exposição do paciente e diminuição do seu tempo de permanência no
hospital, no período pós-operatório, reduzindo, assim, complicações
relacionadas à cicatrização da ferida cirúrgica como, por exemplo, a
infecção. A cirurgia de colecistectomia laparoscópica é, na maioria das
vezes, classificada como uma cirurgia limpa. Neste estudo, apenas um
paciente apresentou presença de pus no interior da vesícula biliar,
necessitando de medidas mais complexas para o tratamento de uma possível
infecção. Precisou permanecer internado no hospital para uso de antibiótico
endovenoso, permaneceu com dreno de Penrose em uma das feridas
cirúrgicas, a fim de drenar o exsudato presente na cavidade abdominal, e o
abdômen foi lavado com quantidade maior de soro fisiológico 0.9% antes do
fechamento das incisões cirúrgicas. Outros fatores de risco podem estar
relacionados a esse diagnóstico de enfermagem como: invasão do local da
incisão por microrganismos, procedimentos invasivos, uso de prótese,
comprometimento das defesas hospedeiras, secundário a doenças crônicas,
tabagismo, etilismo e obesidade. Outro aspecto importante em relação ao
risco para infecção está relacionado aos procedimentos invasivos de punções
venosas, por meio de cateteres plásticos para a administração de fluidos.A
inserção do tubo endotraqueal durante o período trans-operatório é outro
procedimento que merece ser destacado. O tubo endotraqueal atua como
corpo estranho, traumatizando o epitélio, induzindo a resposta inflamatória,
diminuindo a capacidade de transporte de muco, além de modificar a flora da
cavidade oral, prejudicando a limpeza ciliar e o reflexo da tosse.A presença
de doenças crônicas associadas ao ato cirúrgico favorece o risco de infecção,
ficando prejuducada a cicatrização da ferida cirúrgica em todas as fases. O
paciente obeso também está mais susceptível à infecção, pois a baixa
irrigação do local do tecido adiposo, associada ao trauma da parede
abdominal e presença de maior área exposta à contaminação favorecem o
desenvolvimento de infecção.
e. Risco para aspiração, o uso de determinadas drogas na anestesia pode causar
náusea e vômito, fato que aumenta o risco para aspiração. Esses agentes
anestésicos atuam em nível de sistema nervoso central e podem provocam
estimulação do centro do vômito na formação reticular lateral do bulbo. A
manipulação indelicada do paciente durante o transporte do centro cirúrgico
para o Centro de recuperação pós-anestésica e alterações na sua posição
durante o período de recuperação imediato também podem desencadear
episódios de náusea e vômitos, pelo fato de as drogas anestésicas
sensibilizarem o aparelho vestibular e o órgão do equilíbrio. Outros possíveis
fatores desencadeantes da ocorrência de náusea e vômito no pós-operatório
de colecistectomia podem estar associados à presença do CO2 na cavidade
abdominal que aumenta o fluxo de sangue cerebral desencadeando a sua
ocorrência.
f. Risco para função respiratória alterada, a utilização de anestésico é o possível
fator que pode alterar a função respiratória nos pacientes submetidos à
colecistectomia, pois provoca, na maioria das vezes, efeitos depressores do
sistema respiratório. Dependendo da droga e da dosagem utilizada na
anestesia, as alterações respiratórias podem ocorrer com maior ou menor
intensidade a partir do momento em que a droga foi administrada até vários
dias após a intervenção cirúrgica.
Conforme Brunner e Suddarth (2009), os problemas
interdependentes/complicações potenciais são sangramento e sintomas gastrointestinais
(podem estar relacionados com extravasamento biliar ou lesão do intestino).
2. Planejamento e metas
As metas para o paciente incluem o alívio da dor, ventilação adequada, pele
íntegra e melhora da drenagem biliar, ingestão nutricional ótima, ausência de
complicações e compreensão das rotinas de autocuidado (BRUNNER e SUDDARTH,
2009).
3. Prescrições de enfermagem pós-operatórias
De acordo com Bruuner e Suddarth (2009), depois da recuperação da anestesia, o
paciente é colocado na posição de Fowler baixa. Os líquidos podem ser administrados
por via intravenosa, e a aspiração nasogástrica (uma sonda nasogástrica foi
provavelmente inserida imediatamente antes da cirurgia para um procedimento não
laparoscópico) pode ser instituída para aiviar a distensão abdominal. A água e outros
líquidos são administrados dentro de horas depois de procedimentos laparoscópicos.
Uma dieta branda é iniciada depois do retorno de sons intestinais, o que usualmente
ocorre no dia seguinte, quando se empregou a conuta laparoscópica.
a. Aliviar a dor
A localização da incisão subcostal na cirurgia não laparoscópica da vesícula
biliar frequentemente faz com que o paciente evite mudar de decúbito e mover-se,
imobilize o sítio afetado e empreendarespirações superficiais para evitar a dor. Como a
expansão plena dos pulmões e o aumento gradual da atividade são necessários para
evitar as complicações pós-operatórias, a enfermeira administra os agentes anaslgésicos
conforme a prescrição, a fim de aliviar a dor e promover o bem-estar, além de ajudar o
paciente a mudar de decúbito, tossir, respirar profundamente e deambular, quando
indicado. O uso de um travesseiro ou cinta sobre a incisão pode reduzir a dor durante
essas manobras.
b. Melhorar o estado respiratório
Os pacientes que se submetem à cirurgia do trato biliar estão particulamente
propensos às complicações pulmonares, assim como todos os pacientes com incisões
abdominais superiores. Portanto, o enfermeiro lembra o paiente que ele deve realizar
respirações profundas e tossir a cada hora, para expandir totalmente os pulmões e evitar
a atelectasia. O uso precoce e consistente da espirometria de incentivo também ajuda a
melhorar a função respiratória. A deambulação precoce evita as complicações
pulmonares, bem como outras complicações como a tromboflebite. As complicações
pulmonares são mais prováveis de acontecer nos pacientes idosos, pacientes obesos e
naqueles com doença pulmonar preexistente.
c. Promover o cuidado com a pele e a drenagem biliar
Nos pacientes que foram submetidos a uma colecistostomia ou coledocostomia,
um dreno deve ser imediatamente conectado a um recepiente de drenagem. A
enfermeira deve proceder o equipo às roupas ou ao avental do paciente, com folga
suficiente para que o paciente se movimente sem descolá-lo ou dobrá-lo. Como um
sistema de drenagem permanece acoplado quando o paciente está deambulando, a bolsa
de drenagem pode ser colocada no bolso de um roupão ou presa de modo que fique
abaix da cintura ou do nível do ducto comum. Quando se utiliza um dreno de penrose, o
enfermeiro troca os curativos quando necessário.
Depois desses procedimentos cirúrgicos, o paciente é observado quanto às
indicações da infecção, extravasamento da bile na cavidade peritoneal e obstrução da
drenagem da bile. Quando a bile não está drenando de maneira apropriada, uma
obstrução está provavelmente fazendo com que ela seja forçada de volta para o fígado e
para a corrente sanguínea. Como a icterícia pode sobrevir, o enfermeiro deve observar
particulamente a coloração das escleras. O enfermeiro também deve observar e relatar a
do abdominal no quadrante superior direito, náuseas e vômitos, drenagem biliar ao
redor de qualquer dreno, fezes com cor de argila e uma alteração nos sinais vitais.
A bile pode continuar a drenar do trato de drenagem em quantidades
consideráveis por algum tempo, exigindo frequentes trocas dos curativos externos e
proteção da pele contra a irritação (a bile é corrosiva para a pele).
Para evitar a perda total da bile, o médico pode desejar que dreno ou recepiente
de coleta seja elevado acima do nível do abdome, de tal modo que a bile drene
externamente apenas quando a pressão se desenvolve no sistema de ducto. A cada 24
horas, o enfermeiro mede a bile coletada e resgistra a quantidade, coloração e
característica da drenagem. Depois de vários dias de drenagem, o dreno pode ser
clampeado por 1 hora antes e depois de cada refeição para liberar a bile para o duodeno,
visando auxiliar na digestão. Dentro de 7 a 14 dias, o dreno é removido. O paciente que
vai para casa com um dreno em psição requer instrução e tranquilização a respeito da
função e cuidado com o dreno.
Em todos os pacientes com drenagem biliar, o enfermeiro (ou paciente, quando
em casa) observa diariamente as fezes e anota sua coloraão. As amostras de urina e
fezes podem ser enviadas ao laboratório para exame de pigmentos biliares. Dessa
maneira, é possível determinar se o pigmento biliar está desaperecendo do sangue e
drenando novamente no duodeno. É importante manter um registro cuidadoso da
ingestão e débito de líquidos.
d. Melhorar o estado nutricional
O enfermeiro incentiva o paciente a ingerir uma dieta hipolipídica, hiperprotéica
e rica em carboidratos imediatamente após a cirurgia. No momento da ata hospitalar,
comumente não existem orientações nutricionais especiais diferentes para manter uma
dieta nutritiva e evitar o excesso de godura. Em geral, a restrição de gorduras é suspensa
em 4 a 6 semanas, quando os ductos bliares se dilatam para acomodar o volume de bile
outrora sustentado pela vesícula biliar, e quando a ampola de Vater novamente funciona
de forma efetiva. Depois desse período, quando o paciente ingere gordura, a bile
adequada será liberada dentro do trato digestivo para emulsificar as gorduras e permitir
sua digestão. Isso se opõe à condição anterior à cirurgia, quando as gorduras podem não
ser digeridas por completo ou de maneira adequada, podendo ocorrer a flatulência. No
entanto, uma finalidade da cirurgia da vesícula biliar consiste em permitir uma dieta
normal.
e. Monitorar e tratar as complicações potenciais
O sangramento pode ocorrer em consequência da punção ou corte inadvertido de
um vaso sanguíneo impotante. No período pós-operatório, o enfermeiro monitora
rigorosamente os sinais vitais e inspenciona as incisões e drenos cirúrgicos, quando
algum está aplicado, para a evidência de sngramento. O enfermeiro também avalia
periodicamente o paciente quanto ao aumento da sensibilidade dolorosa e rigidez o
abdome. Quando esses sinais e sintomas acontecem, eles são relatados ao cirurgião. O
enfermeiro orienta o paciente e a família no sentido de relatar ao cirurgião qualquer
alteração na coloração das fezes, o que pode indicar complicações. Os sintomas
gastrointestinais, embora icomuns, podem ocorrer com a manipulação dos intestinos
durante a cirurgia.
Depois da colecistectomia laparoscópica, o enfermeiro avalia o paciente quanto à
perda do apetite, vômitos, dor, distensão abdominal e elevação da temperatura. Esses
sintomas podem indicar infecção ou ruptura do trato gastrointestinal e devem ser
relatados de imediato ao cirurgião. Como o paciente recebe alta logo depois da cirurgia
laparoscópica, o paciente e a família são instruídos verbalmente e por escrito a respeito
da importância de relatar de imediato esses sintomas.
f. Ensinar o autocuidado aos pacientes
O enfermeiro instrui o paciente sobre os emdicamentos que são prescritos
(vitaminas, anticolinérgicos e antiespasmódicos) e suas ações. Também é importante
informar ao paciente e à família os sintomas que devem ser relatados ao médico,
inclusive icterícia, urina escura, fezes cor de argila, prurido e sinais de inflamação e
infecção, como a dor ou febre.
Alguns pacientes relatam uma a três defecações por dia. Isso resulta do
gotejamento contínuo de bile pela junção coledocoduodenal depois da colecistectomia.
Comumente, essa frequência diminui durante um período de algumas semanas a vários
meses.
Quando um paciente recebe alta do hospital com um dreno ainda em posição, o
paciente e a família precisam de orientações sobre seu tratamento. O enfermeiro os
instrui quanto ao cuidado adequado do dreno e sobre a importância de relatar de
imediato ao cirurgião quaisquer alterações na quantidade ou características da
drenagem. A assistência na fixação do curativo adequad reduz a ansiedade do paciente
sobre sua volta ao lar com o dreno ou tubo ainda em posição.
g. Prestar cuidado continuado
Com o suporte em casa, muitos pacientes recuperam-sem com rapidez de uma
colecistecomia. No entanto, os pacientes idosos ou frágeis e aqueles que vivem sozinhos
em casa podem precisar de encaminhamento para o cuidado domiciliar. Durante as
visitas domiciliares, o enfermeiro avalia o estado físico do paciente, sobretudo a
cicatrização de feridas e a evolução da recuperação. Também é importante avaliar o
paciente quanto à adequação do alívio da dor e dos exercícios pulmonares. Quando o
paciente apresenta um sistema de drenagem em posição, o enfermeiro o avalia quanto à
permeabilidade e controle adequado pelo paciente e pela família. A avaliação dos sinais
e sintomas de infecção também constituem importantes intervenções de enfermagem. A
compreensão do regime terapêutico (medicamentos, retorno gradual às atividades
normais) pelo paciente é avaliada, sendo reforçado o ensino prévio. O enfermeiro
enfatiza a importância de manter as consultas de aocmpanhamento e lembra o paciente e
a família da importâcia de participar nas atividades de promoção da saúde e na triagem
de saúde recomendada.
4. Evolução
Segundo Bruuner e Suddarth (2009), os resultados esperados do paciente podem
incluir os seguintes:
1. Relatar diminuição na dor
a. Imobilizar a incisão abdominal para diminuir a dor;
b. Evitar alimentos que provocam a dor;
c. Utilizar a analgesia pós-operatória conforme a prescrição.
2. Demonstrar a função respiratória adequada
a. Atingir a excursão respiratória plena, com a inspiração e expiração
profundas;
b. Tossir de maneira efetiva, usando o travesseiro para imobilizar a incisão
abdominal;
c. Usar a analgesia pós-operatória conforme a prescrição;
d. Exercitar-se conforme a prescrição (p. ex., mudança de decúbito,
deambulação).
3. Exibir integridade normal da pele ao redor do sítio de drenagem biliar (quando
aplicável)
a. Estar sem febre, dor abdominal, alteração nos sinais vitais e presença de bile,
drenagem com odor fétido ou pus ao redor do dreno;
b. Demonstrar o manejo correto do dreno (quando aplicável);
c. Identificar os sinais e sintomas de obstrução biliar a serem observados e
relatados;
d. Apresentar nível séricode bilirrubina dentro da faixa de normalidade.
4. Obter o alívio da intolerância da dieta
a. Manter a ingestão nutricional adequada e evita os alimentos que provocam
sintomas gastrointestinais;
b. Relatar diminuição ou ausência de náuseas, vômitos, diarréia, flatulência e
desconforto abdominal.
5. Apresentar ausência de complicações
a. Exibir sinais vitais normais (pressão arterial, pulso, padrão e frequência
respiratória e temperatura);
b. Relatar ausência de sangramento do trato gastrointestinal e do dreno ou
cateter biliar (quando presente), sem evidência de sangramento nas fezes;
c. Relatar o retorno do apetite e nenhuma evidência de vômitos, distensão
abdominal ou dor;
d. Listar os sintomas que devem ser relatados de imediato para o cirurgião e
demonstra compreensão sobre o autocuidado, inclusive do cuidado com a
ferida.
1. Retorno às atividades:
a. Começar o exercício leve (deambulação) imediatamente;
b. Tomar banho de chuveiro ou banheira depois de 1 ou 2 dias;
c. Dirigir carro depois de 3 ou 4 dias;
d. Evitar levantar objetos que excedam a 2,2kg depois da cirurgia, comumente
por 1 semana;
e. Reiniciar a atividade sexual, quando desejado.
2. Cuidado com a ferida
a. Verificar diariamente o sítio de punção para detectar os sinais de infecção;
b. Lavar o sítio de punção com sabão neutro e água;
c. Permitir que as fitas adesivas especiais sobre o sítio de punção se
desprendam. Não puxá-las.
3. Reinício da alimentação
a. Voltar à sua dieta normal;
b. Se o paciente tinha intolerância a gorduras antes da cirurgia, adicionar
gradualmente a gordura de volta à sua dieta em pequenos aumentos.
4. Tratamento da dor
a. Você pode experimentar dor ou desconforto no ombro direito devido ao gás
utilizado para insuflar a área abdominal durante a cirurgia. Sentar ereto no
leito ou em uma cadeira, caminhar ou usar uma almofada térmica são
medidas que podem diminuir o desconforto;
b. Tomar analgésicos quando necessário e conforme a prescrição. Relatar ao
cirurgião se a dor não é aliviada mesmo com o uso do analgésico.
5. Manejo do cuidado de acompanhamento
a. Marcar uma consulta com seu cirurgião para 7 a 10 dias depois da alta;
b. Ligar para seu cirurgião caso experimente quaisquer sinais ou sintomas de
infecção no sítio de punção ou ao seu redor: rubor, dor local, inchação, calor
ou drenagem;
c. Ligar para seu cirurgião caso o paciente apresente febre de 37,7 ºC ou mais
por 2 dias consecutivos;
d. Ligar para seu cirurgião caso você desevolva náuseas, vômitos ou dor
abdominal (BRUNNER e SUDDARTH, 2009).
Referencias Bibliográficas
SMELTZER, Suzanne C. O’Connell. Brunner e Suddarth:tratado de enfermagem
médico-cirúrgica. 11. ed.Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2009
DALRI, Cristina Camargo; ROSSI, Lídia Aparecida and DALRI, Maria Célia
Barcellos. Diagnósticos de enfermagem de pacientes em período pós-operatório
imediato de colecistectomia laparoscópica. Revista Latino-Americana de
Enfermagem, 2006, vol.14, pp. 389-396