Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Discente: Docente:
Angloma Antonio Miguel Rosol Aldo de robrto Covane
1
Capitulo I
1. Introdução
O presente trabalho da Cadeira de Direito Constitucional I foi recomendado pelo
conceituado docente Aldo Covane, referente ao I ano do curso de Direito, ministrado
pela Faculdade de Ciências Sociais e Politicas – Quelimane, tem como tema Estado de
Excepção Constitucional, esta dividido em três partes, introdução, marco teórico e por
fim, a conclusão e a referência bibliográfica.
1.1. Problematização
Segundo Lakatos & Marconi. (2009:126), Define problema como uma dificuldade
teórica ou prática no conhecimento de alguma coisa de real importância para a qual se
encontra uma solução Delfim.
Deste modo, a pergunta que não quer calar é: qual é o alcance jurídico do nº 2 do art.
56 da CRM, relativamente a restrição dos direitos fundamentais, ou seja, a limitação
ou restrição dos direitos fundamentais ao quando da declaração do estado de
excepção constitucional plasmado no art. 282 da CRM?
2
Os Direitos Fundamentais são o reflexo positivado dos direitos humanos, os quais são
derivados do direito naturalmente existente para cada ser humano. Portanto, há uma
necessidade de protecção desses direitos com vista a garantir uma plena usufruição dos
mesmos, assim os Estados garantem esses direitos através da implementação deles na
Constituição, contudo há situações em que os mesmos direitos que são protegidos por
esses órgão soberano e paradoxalmente violado pelos mesmos na justificativa de
estarem a salvaguardar interessem maiores. Deste modo paira uma grande dificuldade
em perceber-se se a aplicação ou usufruição desses direitos fundamentais é ou não
absoluta.
1.3. Objectivos
1.3.1. Geral: Falar do Estado de Excepção Constitucional
1.3.2. Específicos:
Apresentar as formas de excepção constitucional;
Diferenciar o estado de sítio do estado de emergência;
Identificar as consequências jurídicas da declaração do estado de
excepção constitucional;
Trazer o posicionamento de alguns autores relativamente ao tema;
Fazer o estudo comparado.
1.4. Metodologia
Para a realização deste trabalho, foi priorizada a pesquisa bibliográfica por ser eleita
como aquela que se afigurava a única capaz de produzir os resultados imediatos e
esperados. Porém, outros métodos como a observação foram também usados para o
enriquecimento do mesmo.
3
Capitulo II
2. Marco teórico
De acordo com Gil (2008:28), a referência teórica é dedicada a contextualização teórica
do problema e o seu relacionamento com o que tem sido investigado a seu respeito.
Em situações de excepção, o Poder Executivo pode, desde que dentro dos limites
constitucionais, tomar atitudes que limitem a liberdade dos cidadãos, como a obrigação
de residência em localidade determinada, a busca e apreensão em domicílio, a
suspensão de liberdade de reunião e associação e a censura de correspondência.
4
Estado de Defesa ou de Emergência
Estado de sítio
5
e intimamente agregada ao elemento prioritário do sistema jurídico, configurando-se
como o círculo primeiro que o envolve e dá vida.
Assim é que viabilizar a máxima realização destes valores, reputados essenciais para a
satisfação das necessidades humanas mínimas, passa a ser o norte e fundamento de
validade das políticas públicas. Firma-se, desta forma, a preservação do ser humano
como o principal escopo da actuação estatal – do qual derivariam os demais, como a
protecção da integridade territorial ou dos indicadores económicos – e horizonte
norteador dos Poderes instituídos. Neste turno, o respeito aos ditames constitucionais –
e especialmente sua pauta de direitos fundamentais – reveste-se de enorme relevância,
afinal, como observa Konrad Hesse:
Embora a Constituição não possa, por si só, realizar nada, ela pode impor tarefas. A
Constituição transforma-se em força activa se essas tarefas forem efectivamente
realizadas, se existir a disposição de orientar a própria conduta segundo a ordem nela
estabelecida, se, a despeito de todos os questionamentos e reservas provenientes dos
juízos de conveniência, se puder identificar a vontade de concretizar essa ordem.
6
de necessidades contingentes (reais ou fictícias), frustram a plena expressão das
garantias fundamentais da sociedade.
A realidade vigente neste início de Século XXI indica uma forte vivificação da doutrina
do estado de excepção. Impulsionados pelas ameaças do terrorismo, do narcotráfico, de
ideologias religiosas, de questões étnicas até hoje não resolvidas ou de eternos
problemas económicos, vários países vêm, de forma crescente, apelando para medidas
excepcionais, francamente restritivas de direitos fundamentais. Sempre empunhando o
discurso da necessidade de fazer frente a algum mal iminente, buscam os governos e os
parlamentos justificar a adoçam de actos normativos claramente contrários à ordem
constitucional, especialmente na parcela que pertence às garantias fundamentais.
7
Este aspecto da teoria Schmittiana, que procura revestir com uma roupagem de
legitimidade as medidas excepcionais, é fortemente combatido por Giorgio Agamben,
que se recusa a aceitar a sua juridicidade, afirmando que seu escopo, em verdade, é a
própria negação do Direito. Para este pensador italiano, o estado de excepção traz em si
uma ordem, ainda que não jurídica, tratando-se, em verdade, de medidas que acarretam
a suspensão do Direito. As tentativas de Schmitt de inserir o estado de excepção no
Direito, tratando-o como uma forma de expressão deste, na visão de Agamben,
constituem tese que não se sustenta.
Afinal em sua análise crítica, Giorgio Agamben dialoga com outros autores, além de
Carl Schmitt, como Walter Benjamim e Santi Romano, e busca alicerces para suas
conclusões não apenas na literatura europeia de fins do Século XIX e início do XX, mas
também em situações assemelhadas colhidas na experiência do Império Romano. Tudo
isto lhe permite defender que a realidade constituída em momentos onde predominam as
medidas excepcionais, negadoras do sistema de garantias plasmado nas Constituições,
não pode ser reconhecida como parte da ordem jurídica. Ao contrário, mesmo revestidas
de normatividade e emanadas de autoridades legitimamente constituídas (e, não raro,
legalmente autorizadas a adoptar tais medidas), actos com semelhante conteúdo não
podem ser reconhecidos como pertencentes ao Direito.
8
Logo, não merecem quaisquer dos protecções conferidas a uns e a outros por normas
constitucionais e de Direito Internacional. Assim sendo, a classificação de um indivíduo
como detainees autoriza o governo norte-americano a submetê-lo a toda sorte de
sanções, inclusive corporais, o que de fato vem sendo feito há alguns anos na prisão de
Guantánamo, por exemplo.
Medidas como estas, às quais se juntam várias outras, usualmente têm sido apresentadas
às populações como alternativas inevitáveis ante as concretas ameaças vigentes.
Revestidas com vistosa capa de legalidade, se mostram como males necessários à
superação de problemas não só de segurança interna ou externa, mas também de ordem
social e económica. É certo que as várias nações padecem diante de promessas
constitucionais não cumpridas, drama que se avulta em países de modernidade tardia e
baixa constitucionalidade. Oferecer a todos seguranças – e, consequentemente, vida,
liberdade e integridade física – é uma tarefa dificultosa, que o sistema de prestações
estatais sociais nem sempre tem sido suficiente para assegurar. A conjugação deste
factor com o fantasma de insegurança global acaba por abrir espaço para a consolidação
de alternativas autoritárias, colocando em xeque as conquistas do constitucionalismo e a
9
própria validade do sistema de garantias fundamentais construído ao longo dos últimos
cinquenta anos, de tal sorte que parece inevitável o reconhecimento de ser a vida em
uma sociedade de risco algo inevitável.
O quadro delineado pela realidade política contemporânea, traçada sob a luz dos
acontecimentos de 11 de Setembro de 2001, nos Estados Unidos da América, e também
dos atentados de Madrid e Londres, que àquele sucederam, parece indicar que a
instauração de um estado de excepção permanente, inclusive em países onde o nível de
protecção a direitos reside em elevados patamares, é algo inevitável, restando aos
estudiosos do fenómeno nada mais do que tentar adivinhar sua extensão e
consequências. Contudo, como o título deste tópico já indica, no palco político e
jurídico actual têm sido ouvidas vozes em oposição a esta clara tentativa, de governos e
parlamentos em todos os cantos do globo, de adoptar cada vez mais vasto rol de
medidas restritivas a direitos fundamentais sob o argumento do combate ao terrorismo,
utilizando a segurança interna como base de legitimidade para actos que, não raro,
adentram na seara do arbítrio.
10
3. Conclusão
Deu para constatar que não há uma violação absoluta dos direitos fundamentais,
contudo por força da protecção dos interesse soberanos em algum momento o presidente
da republica tem a prerrogativa de declarar o estado de sitio ou de emergência para
poder salvaguardar os interesses do Estado acabando contudo, atingido
excepcionalmente os direitos fundamentais que são aqui restringidos.
11
4. Bibliografia
BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio
Mártires. Curso de Direito Constitucional (4ª ed.). São Paulo: Saraiva, 2009.
MORAES, Alexandre. Direito Constitucional (23ª ed.). São Paulo: Atlas, 2008.
Legislações
12