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ÍNDICE

1.Introdução ...................................................................................................................... 3
1.1.Objectivos ............................................................................................................... 4
1.1.1.Objectivo Geral ................................................................................................ 4
1.1.2.Objectivos Específicos ..................................................................................... 4
1.2.Justificação do tema ................................................................................................ 4
2.Contextualização ........................................................................................................... 5
2.1.Definição e Operacionalização dos Conceitos ........................................................ 6
2.1.1.Documento ....................................................................................................... 6
2.1.2.Arquivo............................................................................................................. 7
2.1.3.Gestão de Documentos ..................................................................................... 8
2.1.4.Preservação de documentos ............................................................................. 9
3.Acesso a Informação Pública ao Cidadão e ao Estado ................................................ 10
4.Directrizes ou dispositivos legais usados na Gestão de Documentos e Arquivos ....... 11
5.Medidas adoptadas para a Preservação dos Documentos e Arquivos ......................... 12
6.Contribuição para sua melhoria ................................................................................... 13
Conclusão ....................................................................................................................... 14
Bibliografias ................................................................................................................... 15

Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com / +258846458829 Pemba - Moz


1.Introdução

Visando melhorar a gestão de documentos e arquivos, pelo Decreto nº 36/2007, de 27


de Agosto o Conselho de Ministro aprovou o Sistema Nacional de Arquivo de Estado
(SNAE), cujos objectivos são organizar, de forma dinâmica e articulada, as actividades
de gestão de documentos e arquivo nos órgãos do Estado, com vista a torna-la mais
eficiente o processo de recuperação de informações para fins administrativos e
científicos.

Dai que, para a operacionalização deste instrumento foram aprovados diversos


dispositivos legais, a destacar: o Plano de Classificação, a Tabela de Temporalidade de
Documentos de Arquivo para as Actividades – Meio e o Classificador de Informação da
Administração Pública; Plano de Controlo de Desastre; a Lei de Direito a Informação;
Manual de Procedimento do SNAE; Norma de Avaliação e Eliminação de Documentos
da Administração Pública (DM nº 31/2008, de 30 de Abril), Metodologia para a
Elaboração de Planos de Classificação e Tabelas de Temporalidade de Documentos de
Actividades – Fim (DM nº 30/2008, de 30 de Abril), criação da Comissão Nacional de
Documentação e Informação de Moçambique (DM nº 36/2010, de 16 de Fevereiro) e o
Regulamento Padrão de Funcionamento das Comissões de Avaliação de Documentos da
Administração Pública (DM nº 37/2010, de 16 de Fevereiro).

Contudo, pretende-se com este trabalho abordar sobre ‘’Gestão de Documentos e


Arquivos na Administração Pública Moçambicana’’. Como forma de garantir a
organização e preservação da informação. Para o efeito, toma-se a classificação e
avaliação dos documentos pelos funcionários como elementos que permitem visualizar
o cumprimento da legislação, a fim de se atingir os objectivos do SNAE.

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1.1.Objectivos

1.1.1.Objectivo Geral

 Analisar o processo de Gestão de Documentos e Arquivos na Administração


Pública Moçambicana.

1.1.2.Objectivos Específicos

 Identificar o nível de implementação das directrizes produzidas pelo SNAE no


âmbito de gestão de documentos;
 Avaliar o nível de organização dos documentos e arquivos com vista a tornar
mais eficiente e eficaz o processo de recuperação de informação para fins
administrativos e científicos;
 Avaliar o nível de Protecção e preservação dos documentos gerados ou
recebidos, revestidos de valor administrativos, históricos e científicos;
 Propor medidas de gestão documental eficazes para o alcance dos objectivos
desejados.

1.2.Justificação do tema

Este trabalho é feito num contexto em que na governação moçambicana tem-se


discutido amplamente a cerca dos métodos a ter em conta na gestão de documentos,
com enfoque na classificação e avaliação de documentos e arquivos, como forma de
garantir a eficiência no processo de recuperação de informações para fins
administrativos e científicos e na preservação da memória institucional.

Teoricamente, toda acção na Administração Pública é baseada na aplicação de normas


que regem o seu funcionamento, sendo o SNAE, dispositivo legal que visa melhorar a
gestão de documentos através da disponibilização de procedimentos que garante o
rápido acesso de informação pelos utentes, bem como, a conservação e preservação da
integridade dos documentos. Deste modo, afigura-se importante o estudo sobre a sua
implementação como forma de aferir o grau de adesão na prática pelos funcionários
para o alcance dos objectivos que o gerou. Assim, a realização deste estudo torna-se
relevante na medida em que contribui para o desenvolvimento de debate sobre
Arquivologia em Moçambique.

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2.Contextualização

Em Moçambique, após a independência nacional houve uma mudança de regime e todo


sistema de organização e administração colonial desmoronou, ficando o país sem
recursos humanos qualificados e sem administrações organizadas (Munguambe, 2005:
224).

As funções de organização de uma biblioteca, de uma secção de história, de uma secção


de documentação administrativa e de um cartório geral da colónia que cabiam ao
Arquivo Histórico de Moçambique (AHM) ficaram paralisadas, uma vez que, esta
instituição encontrava-se em abandono. Em 1976, em cumprimento das directivas do
partido FRELIMO e do Estado, o AHM passou a subordinar-se a UEM. Esta medida
resultava da visão dos políticos e académico sobre a importância histórico-cultural de
arquivo como guardião da memória colectiva e do resgate da identidade (Tembe, 2005:
190).

Coordenado pelo AHM, em 1992, foi aprovado o Decreto nº 33/92, de 26 de Outubro,


que institui o Sistema Nacional de Arquivo (SNA). O Sistema tinha como objectivos
“disciplinar a custódia dos documentos e o acesso as informações nelas contidas, desde
a sua produção até ao destino final, não se dissociando o seu valor histórico da
importância que os acervos assumem enquanto instrumentos de Administração”
(Amaral, 1994).

Segundo Pereira (2005), o SNA garantia a recuperação de informação da forma mais


eficiente mas sem avançar as linhas gerais sobre a preservação e conservação dos
documentos de arquivo.

Além do mais, de acordo com Munguambe (2005), o SNA não era abrangente nem
dirigia os diferentes processos tais como: avaliação, transferência e recolhimento dos
documentos. Em 2000, o Conselho de Ministros aprovou a Política de Informática,
através de Resolução nº 28/2000 de 12 de Dezembro, que na visão de Pereira (2005),
esta Política não destaca qualquer acção sobre a preservação a longo termo de
documentos electrónicos, tal como o correio electrónico, produzidos pela Administração
Pública e outras entidades, embora seja considerada uma matriz de linha orientadora
para promover o desenvolvimento da área em questão.

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No âmbito da Reforma do Sector Público (2001-2011), em 2006, o Governo de
Moçambique lançou a Estratégia para a Gestão de Documentos e Arquivos que
culminou com a aprovação, através do Decreto 36/2007 de 27 de Agosto, do Sistema
Nacional de Arquivos de Estado, com seguintes objectivos:

 Harmonizar as diversas fases de Gestão de Documentos, atendendo as


especificidades dos órgãos geradores e acumuladores dos acervos;
 Organizar de forma dinâmica e articulada, as actividades de gestão de
documentos e arquivo nos Órgãos de Estado, com vista a tornar mais eficiente o
processo de recuperação de informações para fins administrativos e científicos;
 Assegurar a Protecção e preservação dos documentos gerados e recebidos no
exercício de funções dos órgãos e instituição públicos e privados revestidos de
valor administrativo, histórico e científico;
 Facilitar o acesso público ao património arquivístico nacional de acordo com as
necessidades de informação, respeitando o disposto nas normas de segredo de
Estado e demais leis que regem o acesso à informação;
 Integrar e coordenar as actividades de gestão de documentos de arquivo;
 Articular com os demais sistemas que actuam directo ou indirectamente na
gestão do património documental e arquivístico do Estado moçambicano.

2.1.Definição e Operacionalização dos Conceitos

No presente trabalho, para sua melhor compreensão fez-se á operacionalização dos


conceitos chaves a saber: documento, arquivo, gestão de documentos e preservação de
documentos.

2.1.1.Documento

Segundo Guinchat e Menou (1994), documento é o suporte material do saber e da


memória da humanidade. De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivística
(2005), documento é toda a informação registada em um suporte material (papel, fia,
disco óptico, etc.) utilizada para consulta, estudo, prova, pesquisa, pois comprova
factos, fenómenos, formas de vida e pensamentos do homem numa determinada época.
Chiavenato (2003), considera informação o conhecimento disponível para uso imediato
e que permite orientar a acção, ou reduzir a margem de incerteza que cerca as decisões
quotidianas.

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O Conselho Internacional de Arquivos (CIA) apud Cruz (2013: 12) define documento
como “Informação registada, independentemente da forma ou suporte, criada, recebida
e mantida por uma agência, instituição, organização ou pessoa na consecução de suas
obrigações legais ou de seus negócios”.

Os autores supracitados convergem nas suas definições no que concerne ao documento,


ao afirmarem que é uma informação que se encontra registada independentemente do
seu suporte mas que constitui um conhecimento que pode ser de uso imediato.

2.1.2.Arquivo

Para Cassares (2012), Arquivo é o conjunto de documentos produzidos e recebidos por


órgãos públicos, instituições de carácter público, entidades privadas e pessoas físicas em
decorrência do exercício de suas actividades, qualquer que seja o suporte da informação
ou a natureza do documento.

O Dicionário de Terminologia Arquivística (DTA) define Arquivo como sendo o


“conjunto de documentos que, independentemente da natureza ou do suporte são
reunidos por acumulação ao longo das actividades de pessoas físicas ou jurídicas,
públicas ou privadas” (Camargo e Bellotto. 1996, p.5).

De acordo com o Conselho Internacional de Arquivos (CIA) apud Cruz (2013), arquivo
é o conjunto de documentos quais quer que sejam as suas datas, suas formas ou seus
suportes materiais, produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, e por
serviços ou organismos públicos ou privados, no desempenho de suas actividades,
conservados por seus criadores ou seus sucessores para seu próprio uso, sendo
transferida a instituição competente em razão de seu valor arquivístico.

Em Moçambique, Arquivo é definido como “conjunto de documentos de qualquer


época e forma que, independentemente da natureza ou suporte da informação, são
acumulados ou conservados em razão do seu valor ao longo das actividades de pessoas
físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para servir de referência, prova, informação
ou fonte de pesquisa” (SNAE.2007, p.9).

Ainda a luz do SNAE (2007), arquivo de Estado “conjunto de documentos produzidos e


recebidos pelos Órgãos e Instituições de Administração Pública, no exercício das
funções. Incluem-se nos arquivos do Estado, os das entidades de direito privado

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encarregues pelos serviços públicos”. Outrossim, “sistema de arquivo é como conjunto
de elementos (entidades meios, procedimentos) que funcionam de modo articulado,
tendo em vista a gestão dos documentos produzidos ou recebidos por um organismo no
exercício das suas actividades”.

2.1.3.Gestão de Documentos

Segundo Paes (2007, p.53) e Cassares (2012) Gestão de documentos é um conjunto de


procedimentos e operações técnicas referentes as actividades de produção, tramitação,
uso, avaliação e arquivamento de documentos em fase corrente e intermediária, visando
a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.

De acordo com o SNAE (2007), (i) a fase ou o arquivo corrente é constituída por
conjunto de documentos em curso ou que, mesmo sem movimentação constituem
objecto de consulta frequente pela entidade que os produziu e a quem compete a sua
administração; (ii) no arquivo intermediário encontra-se conjunto de documentos com
uso pouco frequente, que aguardam destino final em depósito de armazenamento
temporário e por último; (iii) O arquivo permanente é constituído por conjunto de
documentos que já cumpriram as finalidades de sua criação, conservados e preservados
em virtude do seu valor histórico, probatório e informativo para o estado e para o
cidadão, com carácter definitivo, em função do seu valor secundário.

O tratamento dispensado aos documentos na idade corrente condiciona directamente o


desempenho das actividades arquivísticas na segunda e terceira idade, pois é nesta fase
em que a gestão documental abrange a introdução de regras e normas de produção,
classificação, organização física e controle de tramitação e de arquivamento (Cruz,
2013).

As normas de classificação e organização e o controle de tramitação e arquivamento


têm em vista a recuperação imediata do documento. Entende-se como classificação a
ordenação intelectual e física de acervos, de acordo com um plano de classificação
(Schellnberg, 2004). No Dicionário de Terminologia Arquivística (2005), a gestão
documental é abordada como uma área da administração geral dos órgãos, relacionada
com os princípios de economia e eficácia da produção, manutenção, uso e destinação
final dos documentos, referindo-se como um “conjunto de medidas e rotinas que tem
por objectivo a racionalização e eficiência na produção, tramitação, classificação,

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avaliação, arquivamento, acesso e uso das informações registadas em documentos de
arquivo".

2.1.4.Preservação de documentos

Pereira (2005) apud Roper (1989) define o conceito de preservação como todas as
considerações financeiras e de gestão necessárias para manter, não só a integridade dos
materiais arquivísticos, mas também da informação nela contida. Fazem parte dessas
considerações os espaços, os níveis dos recursos humanos, as politicas, as técnicas e os
métodos necessário para a preservação dos documentos de arquivos.

Segundo Pereira (2005) “uma política de preservação e conservação deve fazer menção
não só as questões relacionadas com a identificação do agente responsável pela
deterioração dos documentos, o controlo e monitorização das condições ambientais dos
depósitos de documentos de arquivo, acondicionamento, equipamentos de depósito,
segurança das instalações, mas também, identificar os documentos a serem preservados,
as formas de consulta e reprodução, boas práticas no transporte desses documentos, quer
pelos arquivistas, quer pelos usuários, e controlo de desastre, bem como a gestão do
próprio programa de preservação e conservação dos documentos de arquivo a nível de
instituição”.

Segundo Cassares (2012), “preservação é um conjunto de medidas e estratégias de


ordem administrativa, política e operacional que contribuem directa ou indirectamente
para a preservação da integridade dos materiais”.

Ainda o mesmo autor salienta que, a deterioração dos acervos de arquivos leva os
documentos a um estado de instabilidade física ou química, com comprometimento de
sua integridade e existência. No entanto, embora não se pode eliminar totalmente as
causas do processo de deterioração dos documentos mas, é possível diminuir
consideravelmente seu ritmo, através de cuidados com o ambiente, o manuseio, as
intervenções e a higiene, entre outros.

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Na óptica de Spinelli, Brandão e França, (2011), preservação em sentido geral, trata-se
de toda a acção que se destina à salvaguarda dos registos documentais.

Para os autores, a implantação do centro de preservação e conservação de documentos,


o espaço físico, deve apresentar algumas características que visem o conforto humano e
o trânsito da equipa que for designada e preparada para trabalhar neste ambiente, como
também que seja possível a criação de um layout compatível com os objectivos a que se
propõe este espaço.

As pessoas que irão executar os tratamentos de higienização devem passar por um


treinamento específico quanto aos cuidados ao manusear os documentos para que não
ocorram riscos de novos danos, ter conhecimentos razoáveis para a identificação dos
agentes nocivos, o que irá agilizar e facilitar a limpeza, por fim, estejam conscientes do
valor dos documentos em tratamento.

Os profissionais envolvidos na execução do trabalho devem utilizar luvas de algodão,


ou do tipo cirúrgicas, avental, máscara e toca para o cabelo, durante o manuseio.

3.Acesso a Informação Pública ao Cidadão e ao Estado

A gestão de documentos é visto por vários autores como um elemento fundamental na


recuperação de informação para fins administrativos e científicos, para além de
assegurar a protecção e preservação dos documentos com valor administrativo, histórico
e científico.

Segundo Tembe (2005: 193), na sua análise relativamente ao papel fundamental na


gestão dos arquivos afirma que “uma boa organização de documentos significa a
garantia do acesso a informação, respeito pelos direitos cívicos e humanos, individuais,
colectivos e uma gestão transparente da coisa pública consubstanciada na boa
governação”. Para Barreto (2005: 203), a gestão de documentos permite a utilização de
metodologias uniforme de trabalho garantindo qualidade nos serviços, maior presteza e
conforto na recuperação das informações.

Guinchat e Menou (1994) têm uma outra opinião acerca da gestão dos documentos
afirmando que todo documento destruído, mal conservado ou guardado fora de lugar é
uma parcela de conhecimento que desaparece ou uma obra perdida pois, para estes

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autores, um fundo documental é um agente indispensável ao desenvolvimento e a
difusão de conhecimento.

Esta ideia é circundada pela Paes (2007), ao afirmar que é “função de arquivo tornar
disponíveis as informações contidas no acervo documental sob sua guarda para a
tomada de decisão e comprovação de direitos e obrigações”.

4.Directrizes ou dispositivos legais usados na Gestão de Documentos e Arquivos

Em Moçambique como forma de garantir a eficiência e eficácia na Gestão de


Documentos e Arquivos, foi aprovado o Decreto nº 36/2007 de 27 de Agosto que
institui o Sistema Nacional de Arquivos. Este Decreto aplica-se aos órgãos e instituições
da Administração Pública e visa harmonizar as diversas fases da gestão de documentos,
atendendo as especificidades dos órgãos geradores e acumuladores de acervos, a luz dos
artigos 2 e 4 respectivamente.

Outrossim, como forma de orientar melhor as actividades de Gestão de Documentos e o


arquivamento, aprovou-se directrizes ou dispositivo legais que assegurem a sua
operacionalização. Desde a aprovação e implementação do SNAE em 2007, possuem os
seguintes dispositivos legais:

 A Estratégia para a Gestão de Documentos e arquivos do Estado aprovada pela


Resolução nº 46/2006, de 26 de Dezembro, preconiza como princípios de Gestão
Documental, a uniformização de métodos de trabalho, a acessibilidade aos
documentos e informação pelos utentes.
 Diploma Ministerial nº 30/2008, de 30 de Abril, que aprova a Metodologia para
a Elaboração de Planos de Classificação e Tabelas de Temporalidade de
Documentos de Actividades – Fim;
 Diploma Ministerial nº 31/2008, de 30 de Abril, que aprova as Normas de
Avaliação e Eliminação de Documentos da Administração Pública;
 Diploma Ministerial nº 36/2010, de 16 de Fevereiro, institui a Comissão
Nacional de Avaliação de Documentos (CNAD), criada ao abrigo do disposto
nos nºs 17 e 18 do SNAE, com vista a assegurar a assistência técnica e monitoria
as Comissões de Avaliação de Documentos na Administração Pública (CADAP)
no âmbito da gestão de documentos e arquivos de Estado;

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 Diploma Ministerial nº 37/2010, de 16 de Fevereiro, que aprova o Regulamento
Padrão do Funcionamento das Comissões de Avaliação de Documentos na
Administração Pública.

5.Medidas adoptadas para a Preservação dos Documentos e Arquivos

As medidas tomadas para preservação e conservação de documentos, foi a criação do


arquivo intermediário (provisório) localizado no rés-do-chão. Como forma de assegurar
a informação, adquiriu mobiliário de escritório e equipamento informático para
apetrechamento do arquivo.

Em 2012, celebrou-se o contrato de prestação de serviços com o AHM que procedeu o


diagnóstico técnico da documentação do arquivo intermediário. Não obstante, a
actividade não foi executada por razões de prioridades como demonstram as declarações
da Chefe da Secretaria: “o tratamento de documentos do arquivo intermediário não deu
seguimento devido a restrições orçamentais pois, tínhamos que dar prioridade as
actividades específicas do Sector (projecto Museu das Pescas), então acabou sendo
posto a margem até que pudéssemos ter um fundo extra que pudesse gradualmente
responder, nem que a execução fosse de forma faseada”.

No terreno constatou-se que os armários e estantes dos arquivos correntes apesar de


estarem superlotados apresentam um nível aceitável de higienização e os gabinetes
estão equipados de sistemas de detenção de incêndios e uma boa iluminação.

Porém, o espaço previsto para o arquivo intermediário é muito reduzido com um monte
de documentos conservados em pastas de papelão nas estantes e outros desorganizados
no chão. Quanto a este aspecto, Pereira (2005), alerta que as práticas inadequadas de
transporte e manuseamento dos documentos, falta de equipamento para climatização
dos depósitos e monitorização das flutuações de temperatura são factores que
concorrem para a deterioração ou destruição dos documentos.

Relativamente aos problemas de preservação e conservação dos documentos nos


arquivos, segundo a Coordenadora do CAD circundou o seguinte “ O Ministério depara-
se com a falta de espaço com condições ambientais para o arquivo intermediário,
materiais razoáveis e escassez de funcionários qualificados para a execução das
actividades”.

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6.Contribuição para sua melhoria

a) Que seja implementada a política de gestão de documentos, o SNAE, para


assegurar a preservação, facilitando a recuperação de informação a longo termo;
b) Que seja feita a classificação e avaliação dos documentos pela instituição de
modo a evitar a acumulação das massas documentais nos sectores de trabalho,
respeitando todas as fazes de ciclo de vida do documento;
c) Que seja capacitado a médio e longo prazo os técnicos do CAD em matéria de
gestão de documento e arquivos de forma a limar as lacunas dos funcionários;
d) Que seja criada condições financeiras, humanas, ambientais, matérias que
permitam o andamento normal das actividades de gestão de documentos e
arquivos;
e) Que seja levado acabo acções visando sensibilizar os dirigentes da instituição
para a importância dos arquivos no processo de reestruturação da instituição e da
integração dos mesmos nos sistemas de informação;
f) Criar a Unidade de Gestão de Documentos a nível do Ministério.

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Conclusão

Para a materialização deste trabalho propôs-se a abordar sobre Gestão de Documentos e


Arquivos na Administração Pública Moçambicana. Em conformidade com a explanação
do tema embora o SNAE dispor de uma série de legislação ou directrizes que orientam
as actividades de gestão de documentos e arquivos, a gestão da informação documental
Moçambicana não é eficiente e eficaz.

Constatou-se que da pesquisa feita sobre Gestão de Documentos e Arquivos na


Administração Pública Moçambicana poucas literaturas são feitas sobre o tema.
Entretanto, foram realizados varias formações e intercâmbios institucionais para a
implementação efectiva do SNAE mas, a pesquisa ilustrou a existência de falta de
interesse dos funcionários em ternos de classificação e avaliação dos documentos o que
torna a gestão da informação documental ineficiente e ineficaz.

Assim, a transferência ou recolhimento dos documentos se realiza quando os


Departamentos precisam de espaço, e assim sendo, os documentos são geridos de forma
arbitrária e não se observava o ciclo vital dos mesmos.

Além do mais, embora os funcionários estejam ciente da existência do SNAE mas não
tem conhecimento dos outros instrumentos da sua operacionalização e nem todos
dispõem do mesmo. Portanto, mesmo com as capacitações constatou-se que ainda
prevalece a falta de domínio das técnicas de gestão, relativamente a classificação e
avaliação de documentos ou resistências a mudanças, o que leva ao uso de métodos não
padronizados de arquivamento, dificultando a recuperação em tempo útil da informação,
permanência nos arquivos correntes dos documentos que já esgotaram o tempo de
guarda nesta fase e o descarte dos documentos com valor administrativo, histórico e
científico.

Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com / +258846458829 Pemba - Moz


Bibliografias

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