Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2018/2019
Notas Introdutórias
O IRS foi aprovado em 1988, através de DL que entrou em vigor no dia 01/01/1999, e
antes desta data existiam vários impostos sobre o rendimento. Hoje em dia, o IRS é um
imposto único, global, pessoal e tendencialmente progressivo (há 3 categorias de
tributação onde as taxas são proporcionais, nomeadamente as dos art 71º, 72º e 73º).
Este imposto é também um imposto de avaliação direta, principal, heteroliquidavel e
semidual.
Quando olhamos para a CRP, concluímos que se aplicam aos impostos, o principio da
igualdade, legalidade e proporcionalidade. Todavia, a CRP não contem só os princípios
gerais constitucionais, também consagra princípios constitucionais especiais para cada
imposto. Estes princípios são os consagrados no art. 104º nº1 para o IRS. Assim,
olhando para o nº 1 do art 104º temos as diretrizes.
O IRS tem que ser progressivo, mas isto só é uma realidade no âmbito do sistema geral
(com taxas progressivas estatuídas no art. 68º CIRS) uma vez que as taxas do sistema
especial são proporcionais (art. 71º, 72º e 73º). Assim, coloca-se a questão de se
compatibilizar o artigo 104 nº1, nomeadamente na parte em que estatui “imposto
sobre rendimento pessoal”. Deste modo, teremos que saber quando é que o IRS
assume efetivamente natureza pessoal. Ora, assume natureza pessoal quando atende
as caratristicas pessoais e familiares do contribuinte, podendo pois incluir as despesas
de saúde, habitação, etc. Assim, quando estamos a trabalhar no âmbito do sistema
geral o IRS, o imposto é de natureza pessoal, aplicando-se consequentemente as taxas
progressivas. Ao invés, se estamos a trabalhar no âmbito dos sistemas especiais, só
iremos olhar unicamente para o rendimento, não chegando a haver, pois, deduções à
coleta, o que significa que o imposto não tem natureza pessoal mas sim real,
aplicando-se em consequência disto, taxas proporcionais.
Tanto o IRS como o IRC são impostos periódicos, ou seja, têm uma obrigação fiscal que
se inicia no dia 1 janeiro e termina no dia 31 dezembro, sendo tributado de forma
sucessiva. Não obstante, quando olhamos “microscopicamente” para o IRS
constatamos que apesar de, em geral, ser um imposto periódico, existem aspetos do
imposto que são de obrigação única, tipicamente os que estão no sistema especial dos
não residentes (+ex. mais valias, que são de rendimento ocasional).
Qual é o problema que se cria aqui? Ora, quando dizemos que o IRS é em geral um
imposto periódico (1 ano de obrigação fiscal) mas que todavia existem determinados
rendimentos do IRS que se constata serem de obrigação única, coloca-se pois o
problema de retroativiade, caducidade e prescrição. No momento em que ocorre o
facto começam a contar os prazos para a caducidade e prescrição, e é esse momento
que é importante para saber se o imposto é ou não é retroativo, se houver uma
alteração na lei.
A propósito dos impostos periódicos, mesmo que existam alterações da lei a meio do
ano, essa lei não será retroativa porque o facto é de formação sucessiva. Assim, se
entrar em vigor nova lei que altere os pressupostos da tributação, atendendo à
formação sucessiva do facto, tal lei nãos será retroativa, dado que o facto só se irá
consolidar dia 31 de dezembro. Ao invés, se o facto for de formação única, tal significa
que se verificou em determinado dia, e por isso, a esse facto nunca se pode aplicar a
nova lei, já que isto seria considerado aplicação retroativa da lei.
Quando se diz que o IRS é uma obrigação periódica, isto significa que é uma obriga que
se renova periodicamente ( de 1 de janeiro a 31 de dezembro). Assim, como o facto
tributário é de formação sucessiva, este só surge para o mundo do direito no ultimo
dia do ano. Assim, se houver uma lei nova depois de janeiro e antes de 31 de
dezembro, tal lei não é retroativa, visto que o facto so nasce para o direito a dia 31 de
dezembro.
Nos impostos periódicos, há lei retroativa quando essa determinada lei entra em vigor
já ao abrigo de uma nova obrigação.
A importância da distinção prende-se com o facto de, que, se tivermos um facto que
acontece a dia 1 janeiro e sair uma lei nova a dia 2 de janeiro, essa nova lei não se
poderá aplicar a impostos com obrigações únicas pois isso seria aplicar lei retroativa. A
única questão que se poderia colocar é se a retroatividade é favorável. Isto é, se no
exemplo referido, a lei de dia 2 de janeiro determinava redução da carga fiscal em
relação ao dia 1.
A retroatividade está prevista no art 103º nº 3 CRP, sendo que neste artigo o legislador
apenas estatui a proibição da mesma. No entanto, a doutrina e o Tribunal
constitucional tem entendido que a retroatividade favorável é possível. Este
entendimento não deve ser adotado (opinião da professora Ana Sofia, eu concordo
também) uma vez que em termos de direito financeiro, quando reduzimos taxas, estas
têm um impacto na redução da receita do orçamento, e o orçamento é um documento
“cristalizado”, não se pode alterar a menos que o Governo proponha mudanças. Ora,
com a aplicação de uma lei mais favorável, a consequência seria redução de receita, e
as leis não podem mudar receitas, e mais, se a aplicação da retroatividade favorável da
lei tiver esta consequência, tal significa que que irá haver impacto da despesa pública,
e esta é de todos nós. Neste sentido, ao aplicar a lei mais favorável, estaríamos só a
olhar para aquele contribuinte em especifico, e temos que olhar para todos nós,
porque a aplicação da lei pode ser mais favorável aquele determinado contribuinte
mas isso irá repercutir-se na redução das receitas, e esta redução de receitas irá ter
como consequência a redução da satisfação das necessidades coletivas. Em sentido
contrário ao acabado de defender, o Tribunal Constitucional tem-se pronunciado pela
constitucionalidade da retroatividade, porque olha para a retrotividade como uma
função garantistica, isto é, o contribuinte não é mais penalizado fiscalmente do que a
lei que persistia à data em que o contribuinte se comportou. Não obstante do Tribunal
Constitucional aceitar a aplicação retroativa da lei, no meu entendimento, a aplicação
daquela é inconstitucional e não vejo fundamento para a função garantistica invocada.
O IRS consagra pois, vário tipos de residentes. Assim, aos residentes em Portugal
aplica-se o principio da universalidade (art. 15º nº 1), sendo que, o contribuinte irá ser
tributado por todos os rendimentos que obteve dentro e fora de Portugal ( “world
wide taxation”). O professor Manuel Pires prefere usar o designado principio da
territorialidade pessoal, que em termos gerais corresponde ao principio da
universalidade, associando um elemento de conexão pessoal, isto é, ligado à própria
pessoa. Ao invés, tratando-se de não residentes, o IRS tributa apenas os rendimentos
obtidos em território português, aplicando-se assim o designado principio da
territorialidade real, já que apenas atende aos rendimentos, até porque a conexão
com a ordem jurídica portuguesa não é a própria pessoa mas sim a sua fonte de
rendimento.
Sistema especial:
Os sistemas especiais estão previstos no art 71º, 72º e 73º. O sistema especial aplica-
se aos rendimentos dos não residentes, assim, os rendimentos não são tributados pelo
sistema geral mas antes pelo sistema especial. Qual o fundamento?
Relativamente aos não residentes, “nós” não fazemos ideia, nem temos que fazer, de
quais são as suas despesas “especificas”, nomeadamente de saúde, educação, etc.
Portanto, para um não residente o IRS não é personalizante, apenas se atende à
natureza real. Como se trata de um regime diferente, as formas de calculo também
vão ser diferentes, e por isso, não há desde logo deduções à coleta visto que estas têm
caratr personalizante, mas também não haverá aplicação de taxas progressivas mas
antes proporcionais.
Em suma, teremos que aplicar ao caso concreto o regime que se parecer mais
adequado, e depois iremos então saber se são os únicos relativamente aos quais
iremos tributar ou se iremos atender ao agregado familiar, consoante for a hipótese.
Se não se tratarem de residentes, aplicamos as formulas do sistema especial; se se
tratarem de residentes aplicamos em principio o sistema geral e atendemos ao
agregado familiar, se assim existir.
Agregado Familiar
A direção do agregado familiar incumbe, por lei, a ambos os cônjuges, refletindo assim,
o principio da igualdade (regra CC).
Quem pode constituir o agregado familiar são ambos os cônjuges não separados
judicialmente de pessoas e bens, os unidos de facto e os respetivos dependentes.
Neste sentido, o art. 13º demonstra que o conceito de agregado familiar é bastante
restrito, já que, apenas poderão ser considerados dependentes filhos ou equiparados a
filhos, ou seja, 1º grau de descendentes; os ascendentes nunca entram para efeitos de
agregado familiar em sede de IRS. Deste modo, o art 13 expõe um conceito nuclear de
família.
Dependentes:
São sempre dependentes menores até 15 anos
Menores de 16 a 17 anos: se tiver rendimentos das duas uma – opta por fazer
parte do agregado familiar e por isso ser dependente, ou pode optar por ser
sujeito passivo autónomo. As duas coisas ao mesmo tempo é que não pode ser.
Isto no pressuposto que administra totalmente, porque se for so parcialmente
é sempre dependente
Dos 18 aos 25 anos: podem fazer parte do agregado familiar se não tiverem
uma remuneração superior à remuneração mínima mensal garantida ( x 14).
Os dependentes podem ainda fazer parte de 1 ou mais IRS quando os pais são
separados e cada um faz a respetiva declaração, no entanto, isto só acontece com
dependentes menores de idade pois, quanto aos maiores dependentes até 25 anos,
aparecem no agregado de um ou no agregado do outro.
Apesar dos maiores de 25 estarem fora do agregado familiar, pode dar-se o caso de
dependerem economicamente do sujeito passivo, e nestes casos podem deduzir-se
essas despesas no IRS do sujeito passivo, não obstante de não fazer parte do agregado
familiar. Assim, o IRS relativamente às deduções à coleta não tem um conceito tão
restrito de familiar como o conceito apresentado no art. 13º. O domicilio fiscal da
pessoa economicamente dependente tem que ser o mesmo do sujeito passivo, ou em
alternativa, por exemplo, se essa pessoa estiver num lar terá que ser demonstrado,
p.e., que é o sujeito passivo que o paga.
Categorias
Assim:
Categoria F: rendas.
Categoria H: pensões.
1. Categoria A
O nº2 vem estatuir as relações jurídicas que dão origem a rendimentos tributados em
sede de IRS:
Contrato de trabalho (que engloba o contrato de serviço domestico).
Gratificações
Participações
Subsídios
Senhas de presença
Emolumento
O Estado atribui abonos de família ou outras prestações a pessoas que têm baixos
rendimentos. A entidade patronal também o pode fazer (principio da liberdade). Se a
entidade conceder um abono de família ou prestação social, esse abono não é
tributado desde que não excedam os limites previstos na lei para o Estado atribuir
àquelas pessoas. Assim, teoricamente, as mesmas possas podem receber o dobro do
abono: via Estado e via entidade patronal se não exceder o limite previsto, se exceder
o limite previsto é tributado pelo excedente.
Os funcionários públicos recebem subsidio de alimentação, sendo que o que está
previsto na lei é 4,77€/dia(2nº3al.b). Assim, ate este valor não se tributa, mais do que
este valor, tributa-se a diferença. Se for dado vale de refeição terá que se fazer
4,77x1,6 que dará o valor não tributado tendo em vista a subsistência da atividade das
empresas cujo objeto se dedica a vales de refeição.
Quanto às deduções especificas, estas estão previstas para a cat. A no art 25º.
Neste sentido, como é que se deduz? O artigo 25º tem duas regras:
1. .
2. .
Categoria B
Os rendimentos da categoria B estão previstos no art. 3º, sendo que estes são
chamados de rendimentos empresariais e profissionais.
Na alínea b), tratamos dos profissionais liberais que não têm entidade patronal.
O nº2 do referido artigo, tenta conciliar as atividades que são acessórias e que têm um
objetivo principal. Por outro lado, o nº2 funciona como uma espécie de “íman”,
porque chama a si os rendimentos que isoladamente são de outras categorias, mas
como estão no âmbito destas atividades económicas são chamados à categoria B.
Desta forma, a categoria B tem potencial de absorver factos tributários ou
rendimentos que se não fossem chamados no âmbito de uma atividade económica não
seriam tributados nesta categoria, mas sim nas categorias F,G e E.
No fim do CIRS temos uma lista de profissões, e temos que associar estas profissões à
categoria B. Assim, quando exercemos uma profissão que não esta no leque expresso
no código, temos que recorrer a alínea que estatui “outras prestações de serviço”. Isto
vai ter importância para efeitos de apuramento liquido. A forma de apurar o
rendimento liquido de uma profissão liberal é diferente consoante a profissão esteja
dentro ou fora do catalogo.
Relativamente a quem inicia uma atividade e é profissional liberal, tem que fazer uma
declaração de inicio de atividade (corresponde a uma obrigação acessória do
contribuinte) junto das finanças. Assim, se for da categoria B, é evidente que não irá
conseguir indicar o rendimento bruto que teve no ano anterior porque no ano anterior
não teve rendimento bruto nenhum. Pontanto, este sujeito deve indicar o valor
estimado que vai receber nesse ano.
Categoria E
A categoria E é relativa aos juros (art. 5º nº 2 al. b). Os juros são tributados mediante a
aplicação do sistema especial (art. 71º) ou poderá o sujeito passivo optar por englobar
os rendimentos para efeitos de tributação.
Assim, nesta categoria vamos aplicar taxas proporcionais e não as taxas progressivas
características do sistema geral. Assim, se eu tiver p.e. rendimento bruto de 500€ vou
multiplicar pela taxa de 28% = 140€. Assim, no exemplo, RB = 500 x 28% = 140. Estes
140€ em principio já estão pagos já que a instituição financeira deve proceder à
liquidação do imposto e entrega-lo aos cofres do Estado. Assim, nestes casos, o sujeito
passivo não precisa de proceder a qualquer diligencia ou apresentar qualquer
declaração (art.58º nº 1 al. a) e este rendimento não é englobado (22 nº 3 al. b), logo,
se tiver dentro de um agregado familiar não se soma o rendimento de X pessoa à
pessoa Y.
Em suma, temos que em 1º lugar ver se o exemplo a hipótese cabe no nº1 do artº 71º
e só 72º. Assim, se o rendimento couber no art 71º, aplica-se a respetiva taxa e o
problema está resolvido, ou seja, corta-se logo o rendimento liquido E da soma. Não
obstante do exposto, posso sempre optar por escolher se quero ser tributado sem se
aplicar este artigo.
Categoria F
Categoria G
Para imóveis:
Se estamos perante um caso de venda de imóvel, temos que apurar as mais valias , ou
“menos valias”. Assim, teremos que calcular:
Calculado este valor, o lucro que fica sujeito a tributação é apenas 50% do seu valor.
Há casos em que se pode excluir a tributação ( art. 10º nº 5 e 6), desde que se cumpra
os respetivos requisitos, nomeadamente:
Venda da habitação própria permanente.
Valor de venda (deduzido de amortização do empréstimo contraído) – é
reinvestido.
Valor de reinvestimento em nova casa, com recursos próprios, ou seja, sem o
empréstimo eventualmente feito é igual ou maior que o valor da venda da casa
anterior.
Exemplo1:
Valor de venda = 100mil
Amortização = 20mil
Assim: 100mil – 20mil = 80 mil (que é excluído se reinvestir, não atende a eventual
empréstimo).
Exemplo2:
Nova casa, Valor de aquisição= 200mil
Empréstimo = 120 mil
Assim: 200mil – 120 mil = 80mil na nova casa que fica excluído de tributação.
Base legal: art 10º nº 4 al.a), 43º nº 2, 44º nº 1 al.d), 48º, 50º, 51ºb)
Só tem deduções especificas de 50% quando for micro ou pequenas empresas (43/3 e
4)
*Atenção 55º
*Atenção SET – art. 72º/1/c – taxa 28%, que tem opção de englobamento
Categoria H
Assim, chega-se a conclusão que para quem recebe pensão de alimentos fica sujeito a
sistema especial e quem paga a pensão fica sujeito ao sistema geral.
O IRC é um imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas que entrou em vigor a
dia 1 de janeiro de 1989, sendo que é um imposto estadual, ou seja, o sujeito passivo é
o Estado e é anual.
A par do IRC existe outro imposto acessório que se chama derrama municipal, ou seja,
quem for sujeito passivo e IRC e for um determinado sujeito (porque não se aplica a
todos) automaticamente é sujeito passivo de um imposto municipal, a denominada
derrama. Este imposto municipal aplica-se uma percentagem dos lucros e o município
pode ou não prescindir dele.
Tal como o IRS entre residentes e não residentes aplicando-se exatamente os mesmos
princípios., aos residentes aplica-se o principio da universalidade e aos não residentes
aplica-se o principio da territorialidade (art. 4º). Não obstante, para efeitos de IRC o
conceito de residente é diferente, i.e., ou tem sede em Portugal (p.e. Fundação
Minerva) ou critério alternativo, isto é, não tendo cá sede o sujeito passivo pode ter ca
direção efetiva. A direção efetiva é determinada pelo sitio onde as decisões
fundamentais da pessoa coletiva são tomadas designadamente onde se reúne o
conselho de administração (órgão deliberativo as sociedades – art.2), sendo que este
critério alternativo se aplica para evitar a alteração da residência para efeitos de
imposto.
Incidência Pessoal
No âmbito da incidência pessoal do IRC vamos apurar quem pode ser sujeito passivo
mediante o art.2.
A sigla “IRC” significa imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas, no entanto,
esta sigla pode dar aso a interpretação errónea já que o IRC não tributa só as pessoas
coletivas mas também entidades desprovidas de personalidade jurídica (ex. herança
jacente, sociedades antes do registo definitivo, condomínios, sociedades irregulares)
Há pessoas coletivas que não são tributadas, sendo que estas estão previstas no art 6º
Residentes:
b) Não se dedicam ao lucro, podendo ate ter, mas esse não é o seu objeto
(ex. fundação, associação, herança jacente, condomínio)
A base do imposto é o rendimento global
Ou seja: RG( RB-DE), art. 53º
*aqui vamos ao IRS e vemos os rendimentos brutos das categorias, as
respetivas deduções especificas e encontramos o rendimento liquido,
depois passamos a ter o rendimento liquido global.
Não residentes:
Por exemplo, se eu tiver uma sociedade com sede em Madrid e abrir uma loja em
Lisboa, o IRC tributa apenas e de acordo com o principio da territorialidade, os
rendimentos da loja em Lisboa.
Taxa de 21%
Taxa de 21%
Art 15 nº1 al. c) – art 3º nº 1 al. c)
Apesar do artigo 6º estatuir que há pessoas coletivas com lucro que não são tributadas
em IRC, nesses casos, quem vai ser tributado são os respetivos sócios. Assim, ao serem
tributados os sócios, é, figurativamente, como se a sociedade fosse transparente, ou
seja, como se não existisse. A sociedade não é tributada mas os sócios são.
Uma sociedade tem lucros, então o IRC deveria incidir sobre aqueles. Mas, quando a
sociedade distribui os lucros pelos sócios sobre forma de dividendos, também irão ser
tributados sobre esses mesmos lucros. Assim, o que acontece sem o regime de
transparência, é que o mesmo montante é tributado na sociedade e nos sócios
(tributação económica). Assim, a finalidade do regime de transparência é eliminar a
dupla tributação económica, ou seja, o mesmo facto ser tributado em duas pessoas
diferentes. Assim, com o regime de transparência, só são tributados os sócios e a dupla
tributação está eliminada.
Assim, iremos ter que apurar o lucro da sociedade, apurar a matéria coletável e
tributamos os sócios. Se os sócios forem pessoas singulares são tributados em sede de
IRS (categoria B nº 3) atento o rendimento liquido direto e sem deduções especificas.
LUCRO TRIBUTAVEL =
RESULTADO LIQUIDO DO EXERCICIO + VARIAÇÕES PATRIMONIAIS POSITIVAS
– VARIAÇÕES PATRIMONIAIS NEGATIVAS
+/- CORREÇÕES FISCAIS
Quanto ao imposto para as empresas que tem lucro tributável muito elevado aplica-se
o art 87ºA.
O art 2º estatui quem é sujeito passivo de IVA. A regra é aquela segundo a qual as
pessoas singulares e pessoas coletivas são sempre sujeitos passivos de IVA, que
exercem uma atividade económica com carater de independência e habitualidade.
Assim, o IVA aplica-se tipicamente a pessoas da categoria B e sociedades.
Incidência Real
O IVA incide sobre venda de bens, prestação de serviços e imputações. As taxas do IVA
estão estatuídas no art 18º:
1. 6%
2. 13%
3. 23%
Como e que sabemos quando é que se aplica uma taxa ou outra taxa? Tenho que ver
qual é o produto, serviço ou imputação que está em causa. Se o produto não está lista
aplico 23, se tiver na lista 1 aplico a taxa de 6% e na lista 2 aplico a taxa de 13%. A lista
1 corresponde aos bens essenciais (ex. pão, leite, medicamentos, etc.). A lista 2
corresponde a restauração e hotelaria.
Há produtos que são tal e qual como nós os “conhecemos”, p.e. o pão, no entanto
existem outros que são transformados, que é o exemplo do bollycao, feito de pao e
chocolate. Assim, tem que se tributar o pão a 6% e o chocolate a 23% segundo o art.
18º nº4 al. b).
Qual é a natureza jurídica destas taxas? Tratam-se de taxas proporcionais já que não
variam com a variação da matéria coletável. Economicamente estas taxas podem ter
efeitos regressivos, que é precisamente o que costuma acontecer com os impostos
indiretos. Os impostos diretos relacionam-se mais com a capacidade contributiva ao
passo que, quando passamos para os impostos indiretos estes não atendem tanto à
mesma, e por isso há regressividade relativamente à nossa capacidade contributiva.
1. Método geral de IVA
Por exemplo, o produtor vende 100 ao grossista, logo, vai vender 100x23%, ou seja,
vai vender por 123. O IVA que vai entregar ao Estado é = ao IVA LIQUIDADO (23) – IVA
SUPORTADO (0) = 23.
Outro exemplo, o grossista vende ao retalhista 200 amendoins, logo, vai incluir o IVA
no preço do produto. Assim, 200 x 23% = 246. Sendo 200 o preço e 46 de IVA. Assim,
tem que entregar ao Estado o IVA liquidado (46) – IVA suportado (23) = 23. Assim, vai-
se pegar nos 23 e entregar-se ao Estado.
Assim, quem o IVA tributa na prática é o consumidor final, já que este será o único a
suportar o IVA.
Neste sentido, são todos sujeitos passivos de IVA menos o consumidor final, isto
porque funciona a figura de repercussão do imposto. A repercussão do imposto é a
figura segundo a qual transfere-se o valor do imposto para alguém que está a frente
do circuito económico. Deste modo, cada vez que alguém vende um produto é
obrigado a transferir o IVA para a pessoa seguinte do circuito económico. O
consumidor final irá ser o ultimo e por isso é este que irá suportar o IVA, tanto que o
IVA é isso mesmo, um imposto sobre o consumo. Assim, e segundo o art. 18 LGT
estatui quem é sujeito passivo e diz-nos o nº 3 ou 4 quem não é sujeito passivo.
O método da isenção completa está previsto no ar. 14º para as exportações, sendo
que, exportar para efeitos de IVA é exportar para fora da União Europeia. Por exemplo,
se eu vender licor beirão para o Canadá, vendo o produto sem IVA, i.e., não liquido
IVA; a isto chama-se taxa 0. Todavia, ao contrário da isenção simples , tenho direito a
ser indemnizada pelo IVA suportado. Assim, não liquido mas reembolso. Ou seja,
quando comprei o licor para exportar para o Canadá suportei o IVA, e quando o
exporto não o posso liquidar, assim, peço ao Estado o reembolso do IVA.