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CURSO DE
ISO 9001 – SISTEMA DE GESTÃO DA
QUALIDADE
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
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CURSO DE
ISO 9001 – SISTEMA DE GESTÃO DA
QUALIDADE
MÓDULO I
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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SUMÁRIO
MÓDULO I
1 INTRODUÇÃO
1.1 O QUE É QUALIDADE?
1.2 FERRAMENTAS DA QUALIDADE – O PDCA
1.2.1 O “P”
1.2.2 O “D”
1.2.3 O “C”
1.2.4 O “A”
1.3 OS OITO PRINCÍPIOS DA QUALIDADE
1.3.1 Foco no cliente
1.3.2 Liderança
1.3.3 Envolvimento das pessoas
1.3.4 Abordagem por processo
1.3.5 Abordagem sistêmica da gestão
1.3.6 Melhoria contínua
1.3.7 Abordagem factual para tomada de decisões
1.3.8 Relações mutuamente benéficas com fornecedores
1.4 A INSTITUIÇÃO ISO E A HISTÓRIA
1.5 SÉRIE ISO 9000
1.6 A ISO 9001: VISÃO GERAL DA ORGANIZAÇÃO ISO
1.6.1 Vocabulário segundo a ISO 9000
MÓDULO II
2 ESTUDO DOS REQUISITOS DA ISSO 9001
2.1 ESTUDO DOS REQUISITOS 0, 1, 2, 3
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MÓDULO III
3 ESTUDO DOS REQUISITOS IMPLEMENTÁVEIS DA ISSO 9001
3.1 ESTUDO DA SEÇÃO 4
3.1.1 A necessidade de controlar documentos
3.1.2 A necessidade de controlar registros
3.2 ESTUDO DA SEÇÃO 5
MÓDULO IV
4 ANÁLISE CRÍTICA
MÓDULO V
5 PROVISÃO DE RECURSOS
5.1 PROVISÃO DE RECURSOS HUMANOS
5.1.1 Registro de treinamento
5.1.2 Programação anual de treinamentos
5.1.3 Registro para avaliação de habilidades
5.1.4 Registro de matriz de competências
5.2 INFRAESTRUTURA
6 REALIZAÇÃO DO PRODUTO
MÓDULO VI
7 PROCESSO DE AQUISIÇÃO
8 PRODUÇÃO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
MÓDULO VII
9 MEDIÇÃO, ANÁLISE E MELHORIA
MÓDULO VIII
10 ANÁLISE DE DADOS E MELHORIA CONTÍNUA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MÓDULO I
1 INTRODUÇÃO
E finalmente o que nos diz a ISO 9001/2008 sobre qualidade: “Grau no qual
um conjunto de características inerentes satisfaz os requisitos.”
Mas os requisitos de quem?
Quando enfocamos a qualidade no dia a dia das empresas os requisitos
sempre serão os do cliente, então concluímos que temos qualidade quando
atendemos o requisito do cliente.
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Então se, na prática, qualidade significa satisfação do cliente, deveremos
abrir os canais na empresa para que possamos conhecer que requisitos são esses,
quais requisitos são necessários ao cliente e qual é a necessidade.
As necessidades de alguns clientes são complexas, enquanto as de outros
são mais simples; porém, para todos à qualidade será percebida quando avaliarem a
qualidade do que compraram comparada com as necessidades que tinham e
buscaram atender com aquela compra. Essa necessidade pode incluir, por exemplo,
o preço, a cor, a utilidade.
Qualquer cliente terá a atitude de avaliar se o produto ou serviço atendeu às
suas necessidades. O cliente pode ser um cliente comum, habitual da empresa, um
cliente esporádico, um comprador, uma autoridade local ou um órgão do governo.
Qualidade pode significar coisas diferentes para clientes diferentes.
Só se fornece qualidade se primeiro identificarmos quem são os clientes
daquela empresa e então o que eles esperam quando procuram a empresa para
adquirir um produto ou serviço de “qualidade”.
Precisamos saber que requisitos de desempenho o cliente busca no produto
ou serviço oferecido pela empresa, como exemplo citamos alguns requisitos de
desempenho que são buscados pelos clientes: durabilidade, preço, confiabilidade,
segurança, cor, sabor, cheiro, resistência, entre outros. Uma característica do
produto pode ser detalhada por intermédio de especificações formais que devem
servir de base para que o produto possa ser avaliado de forma objetiva pelo cliente
ou pela própria empresa antes de lançar o produto no mercado.
Por poder ter vários significados de acordo com o desejo do cliente,
qualidade passa a ter um conceito não específico, ao menos que seja traduzido pelo
próprio cliente quando ele define de forma específica o que deseja quando busca
aquele produto ou serviço.
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Devemos ficar atentos, ainda, que essa interpretação do desejo do cliente
não pode definir um padrão na empresa, a não ser que a mesma atenda um tipo de
cliente único, o que não permite que tenhamos diferentes desejos (requisitos) a
serem atendidos. O requisito de um único cliente, em uma empresa que tem
centenas não pode fazer com que seja criado um “padrão” de qualidade errôneo.
Um exemplo é a rede hoteleira, hotéis possuem quartos com diferentes
padrões, para atender a qualidade que o cliente busca. O que pode ser diferente de
um para o outro e por vezes até o mesmo cliente pode necessitar um produto
(quarto de hotel, diária) com a qualidade diferente dependendo do momento. Neste
caso, padrão de quarto é a qualidade que ele busca, pois sua necessidade pode
mudar com o tempo ou dependendo para fim que está buscando.
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A imagem a seguir representa a ferramenta e nos demonstra um ciclo, o
infinito, que leva a melhoria contínua. Para obter a melhoria contínua temos que:
primeiro planejar; segundo desenvolver, o que inclui treinar; terceiro verificar; e, por
último, agir corretivamente.
Agir Planejar
A P
C D
Verificar Desenvolver
1.2.1 O “P”
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Depois é realizada a definição das ações, é definido o caminho a seguir, o
método, o “como”. Utilize esta fase para dialogar novas abordagens e negociar com
as partes interessadas e com a equipe o método e quais recursos a serem utilizados
(caminho a ser seguido), ou seja, o planejamento.
Nesta fase também são definidas as metas.
1.2.2 O “D”
1.2.3 O “C”
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Podemos, nesta fase, nos fazer as seguintes perguntas: Quais as lições
aprendidas? O que deu certo? O que deu errado? Por quê? Isto irá auxiliar na
identificação da raiz do problema da etapa seguinte.
Caso não tenha nenhum desvio, e a ferramenta esteja sendo utilizada para
padronizar um processo, a fase seguinte pode ser utilizada para estabelecer novas
metas.
1.2.4 O “A”
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1.3 OS OITO PRINCÍPIOS DA QUALIDADE
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FIGURA 3 - SUPERAÇÃO DA EXPECTATIVA DO CLIENTE
O que a
Lacuna empresa tem
para oferecer
para o cliente
Expectativas para superar as
dos clientes em suas
relação ao expectativas.
produto que
busca na
empresa
1.3.2 Liderança
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o pessoal, as pessoais devem estar envolvidas nos resultados e nos atendimentos
as metas. Envolver as pessoas significa que será necessário treinamento,
participação do pessoal na resolução dos problemas.
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1.3.6 Melhoria contínua
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1.4 A INSTITUIÇÃO ISO E A HISTÓRIA
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(ou compreensão) de vários documentos nacionais de Sistemas da Qualidade.
Então foi criada a série ISO 9000.
Muitas organizações nacionais já tinham instituído suas normas de gestão,
mas escolheram reposicionar suas normas correntes e resolveram adotar a série
ISO 9000. O Reino Unido, por exemplo, revisou e novamente emitiu a sua norma de
sistema da qualidade (série BS 5750). Os EUA também fizeram isso com a série
ANSI 90, em Singapura com a SS 308, e assim na maioria das nações
industrializadas. Caminhando na harmonização das normas europeias, o Comitê
Europeu de Normatização (CEN) adotou a série ISO 9000 em 1987, como a Norma
Europeia Série EN 29000.
A Organização Internacional para a Padronização (ISO) tem como política
que suas normas devem ser revisadas aproximadamente a cada quatro ou cinco
anos e, em 1994, foi publicada a versão revisada da série ISO 9000 ao mesmo
tempo que suporta tal emissão com alguns documentos adicionais e enfatizando a
intenção de não expandir as séries em uma grande variação direcionada a ramos de
negócios específicos. As normas da série ISO 9000 foram então revisadas em 1994
e, em formato geral, permanecendo basicamente inalteradas e, novamente em 2000
e depois em 2008. Com certeza o maior salto foi entre a versão 1994 e a versão
2000, introduzindo de maneira obrigatória os requisitos de melhoria contínua.
Alterou-se o conceito de que era uma norma listada por elementos de
sistema da qualidade para um modelo mais compatível aos métodos organizacionais
de operação, menos burocrática e focada em padronização documental.
Em paralelo com este movimento na direção da utilização de Sistemas da
Qualidade formalizados, desenvolveu-se o crescimento na “avaliação” da
capacidade de uma organização colocar em prática as disciplinas de tais sistemas.
O foco passou em torno da capacidade da empresa em, por meio da prática dos
conceitos da norma ISO 9001, promover a melhoria contínua da empresa.
Inicialmente as grandes empresas compradoras anunciaram que os
fornecedores deviam adotar um sistema formalizado, com o requisito que devia ser
submetido a uma avaliação profunda pelo comprador, para estabelecer se tudo
aquilo que ele buscava na empresa e considerava necessário estava sendo
implementado eficazmente. Isso levou ao estabelecimento de setores dentro das
empresas somente para avaliar este fornecedor, e mais tarde o termo “auditorias”
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passou a ser utilizado para definir esta atividade de avaliar o fornecedor de acordo
com os requisitos.
Dessa forma, passa a ser definido que para avaliar de maneira formal a
prática da ISO 9000 de uma companhia, seria necessária uma avaliação formal
realizada por um organismo autorizado e independente, isto é, uma auditoria de
terceira parte. O interesse mundial nas séries ISO 9000 aumentou o interesse e
estimulou a necessidade para auditorias de terceira parte numa escala mundial.
O conceito básico de que uma auditoria realizada por uma organização
autorizada em Singapura deve ser aceita por um comprador na Holanda é válido e
sensato, mas para ser este o caso, é necessário um esquema aceitável para todos
e, administrado por uma norma comum.
Em paralelo ocorreu o reconhecimento dos governos nacionais em apoiar
ativamente as empresas de seus países a adotar as práticas de Gestão da
Qualidade e ativamente promover o estabelecimento de esquemas com base na ISO
9001 bem como a avaliação por uma organização de terceira parte aprovada e
autorizada, as hoje chamadas certificadoras.
As organizações de “terceira parte” precisam atender a requisitos
predefinidos para competência e habilidade técnica para representar estas
empresas ao avaliar seus fornecedores. Então, elas precisam ser “credenciadas” ao
organismo acreditador de seu país para atuar como uma organização competente
em realizar avaliações de sistemas da qualidade e garantir uma certificação formal.
Logo, elas são credenciadas como um organismo certificador.
A ISO está dando seguimento ao posterior desenvolvimento das Séries ISO
9000, tendo desenvolvido normas de apoio para a aplicação da ISO série 9000 nos
diversos ramos de indústrias e serviços, como software, alimentos, e outros ramos
de negócios. Elas servem de apoio de como estes setores são integrados à série
ISO 9000:2008.
A série de normas ISO 9000 foi projetada para ser menos focada a um único
negócio e mais amigável do ponto de vista abrangente de uso. Em particular a série de
documentos está inserida em uma filosofia Total Quality Management (Gestão da
Qualidade Total) e aos vários esquemas nacionais da qualidade e propõe-se a fornecer
uma única forma a qualquer organização que pode ser registrada (certificada), ou seja,
a norma ISO 9001:2008 pode ser aplicada a qualquer organização.
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Junto com a introdução da ISO 9001:2008 há também a intenção de integrar
as normas de sistemas de gestão (meio ambiente, saúde e segurança, etc.). Muitas
empresas já se movimentaram nesta direção e não é incomum encontrar uma
empresa cujo Manual da Qualidade está abordando outros sistemas de gestão e não
somente Qualidade. Nestas situações, o documento tem um título mais abrangente
como “Manual do Sistema de Gestão Integrado”, ou “Manual de Gestão” etc.
As Organizações de Terceira Parte oferecem uma auditoria combinada, a
chamada auditoria integrada para cobrir dois ou mais sistemas de gestão (normas).
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onde a capacidade da organização precisa ser demonstrada para fornecer
produtos que atendam os requisitos de clientes e regulamentos aplicáveis.
ISO 9004 Sistemas de Gestão da Qualidade – Guia para melhoria do
desempenho: esta norma é um guia para sistemas de gestão da qualidade
incluindo os processos para melhoria contínua que contribuem para a
satisfação dos clientes da organização e outras partes interessadas.
Suportadas por:
ISO 10005 Gestão da Qualidade – Guia para Planos da Qualidade;
ISO 10012-1 Requisitos de Garantia da Qualidade para
Equipamentos de Medição;
ISO 10013 Guia para Desenvolvimento de Manuais da Qualidade;
ISO 19011 Guia para Conduzir Auditorias de Meio Ambiente e
Qualidade.
Uma organização só pode ser auditada e certificada com base na ISO 9001.
As normas ISO 9002 e ISO 9003 não estão mais sendo utilizadas, foram
descontinuadas.
Uma organização não pode ser auditada com base na ISO 9000:2000 ou na
ISO 9004:2000.
A ISO 19011 traz diretrizes extremamente úteis para que auditores de
sistemas da qualidade possam realizar auditorias de primeira, segunda ou terceira
partes. A maioria dos cursos de treinamento baseia-se atualmente nos princípios e
práticas expostos neste documento. Infelizmente pouquíssimas autoridades de
auditoria dispensam tempo ou atenção para entender alguns dos conceitos básicos
cobertos neste documento.
A ISO 9001 fornece um modelo para que o sistema da qualidade possa ser
utilizado como base no desenvolvimento de um sistema da qualidade adequado à
necessidade de uma organização. Pode ser utilizada em uma situação contratual
entre duas partes onde o fornecedor precisa demonstrar capacidade em projetar e
fornecer um produto. Os requisitos contidos na norma são preventivos em sua
natureza. A ISO 9001:2008, juntamente com sua “parceira” ISO 9004:2000, segue o
que é descrito na ISO 9000:2000 como os oito princípios da gestão da qualidade que
já estudamos no capítulo anterior.
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Deve ser verificado que o que está nas normas é somente retirado do que
ocorre no mundo. As normas não inventam ou lideram, elas seguem o que é
considerado a “melhor prática”. Neste aspecto, o conteúdo da ISO 9001:2008 não é
a revelação de qualquer organização ou classe mundial, mas meramente um
reconhecimento da sua abordagem.
O principal propósito da elaboração das normas ISO 9000:2008 é apoiar
organizações que desejam desenvolver, implementar e manter um sistema de
gestão da qualidade que dará a capacidade de atender as necessidades dos
clientes.
As normas atuais de sistemas de gestão da qualidade formam uma série
complementar de normas com a intenção de facilitar um entendimento mútuo em
comércio nacional e internacional no que diz respeito à gestão da qualidade.
A intenção é que as normas ISO 9001 e ISO 9004 formem um par
“consistente” de normas de sistemas de gestão da qualidade e foram projetadas para
serem utilizadas em conjunto e também independentemente. A estrutura de ambos os
documentos é similar, visando facilitar o uso em conjunto, porém a intenção por trás
de ambas as normas é estar claro o respectivo escopo de cada uma.
É aceitável para a certificação um escopo reduzido e ajuste do sistema para
fornecer a organização uma identificação clara de quais elementos da ISO
9001:2008 podem não ser aplicáveis a uma organização em particular e com
concordância da terceira parte (órgão certificador).
Reconhece-se que as organizações não dirigem seus negócios para
adequar os requisitos detalhados nas normas de Sistemas de Gestão da Qualidade
tais como a ISO 9001, mas sim de um modo que serve para suas necessidades de
fornecer produtos e serviços. Logo, as organizações irão se organizar para realizar
processos que resultam em saídas adequadas.
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1.6 A ISO 9001: VISÃO GERAL DA ORGANIZAÇÃO ISO
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locais e não locais, procurando adequar-se a exigência do mercado quanto à
qualidade total.
A família ISO inicialmente era composta por quatro normas. Cada norma
trata de um título diferente, que possuem suas particularidades e requisitos de
execução.
Esquematicamente, a série ISO 9000 pode ser vista como a primeira norma
a demonstrar os princípios basilares para construção de Sistemas de Gestão da
Qualidade. Estabelece os fundamentos e o vocabulário da qualidade, para melhor
entendimento na execução.
A Norma ISO 9000 é o ponto de partida, uma vez que ela fixa as bases para
construção de SGQs (Sistemas de Gestão da Qualidade): fundamentos e
vocabulário. Por outro lado, a necessidade de estabelecer um vocabulário é obvia
para qualquer ciência ou assunto; é próprio princípio de normalização técnica. Em
terminologia, não há uma base consistente para estabelecer parâmetros objetivos.
Como dito anteriormente, a ISO 9000 é uma norma de apoio à ISO 9001, ela
traz as definições dos termos utilizados na ISO 9001. Para entender os requisitos
desta norma, é base o entendimento dos termos utilizados.
Mais de 80 palavras estão definidas na norma ISO 9001. Podemos separá-
las e, de forma coesa, juntá-las segundo o tema relacionado às normas da série ISO
9000.
Termos relacionados com a qualidade:
qualidade – grau em que um conjunto de características inerentes
satisfaz a requisitos;
requisito – necessidade ou expectativa que é expressa, geralmente, de
forma implícita ou obrigatória;
satisfação do cliente – percepção do cliente do grau no qual os seus
requisitos foram atendidos.
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Termos relacionados com a gestão:
sistema – conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos;
Sistema de Gestão – sistema para estabelecer política e objetivos, e
para atingir estes objetivos;
Sistema de Gestão da Qualidade – sistema de gestão para dirigir e
controlar uma organização no que diz respeito à qualidade;
objetivo da qualidade – aquilo que é buscado ou almejado, no que diz
respeito à qualidade;
planejamento da qualidade – parte da gestão da qualidade focada no
estabelecimento dos objetivos da qualidade e que especifica os recursos e
processos operacionais necessários para atender a estes objetivos;
melhoria da qualidade – parte da gestão da qualidade focada no
aumento da capacidade de atender os requisitos da qualidade;
melhoria contínua – atividade recorrente para aumentar a capacidade de
atender requisitos;
eficácia – extensão na qual as atividades planejadas são realizadas e os
resultados planejados alcançados;
eficiência – relação entre o resultado alcançado e os recursos usados.
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projeto e desenvolvimento – conjunto de processos que transformam
requisitos em características especificadas ou na especificação de um
produto, processo ou sistema.
procedimento – forma especificada de executar uma atividade ou um
processo.
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documento – informação e o meio no qual ela está contida;
especificação – documento que estabelece requisitos;
manual da qualidade – documento que especifica o Sistema de Gestão
da Qualidade de uma organização;
plano da qualidade – documento que especifica quais os procedimentos
e recursos associados devem ser aplicados, por quem e quando, a um
empreendimento, produto, processo ou contrato específicos;
registro – documento que apresenta resultados obtidos ou fornece
evidências de atividades realizadas.
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auditor – pessoa com atributos pessoais demonstrados e competência
para conduzir uma auditoria;
auditado – organização que está sendo auditada;
especialista – pessoa que fornece conhecimentos e experiência
específicos à equipe da auditoria.
FIM DO MÓDULO I
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
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dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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MÓDULO II
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As sequências dos requisitos relacionam uma estrutura básica de um
Sistema de Gestão da Qualidade. Esta mesma estrutura pode ser utilizada por
qualquer organização no desenvolvimento de seu sistema, incorporando elementos
necessários para controlar as atividades do negócio. Alguns requisitos são
relacionados claramente com processos comuns desenvolvidos nas empresas,
como aquisição referenciada no item 7.4 e o processo de recursos humanos
referenciado no requisito 6.2, Provisão de Recursos Humanos.
Os “requisitos gerais” definidos nos requisitos iniciais da norma nos itens de
0 a 4.1 estabelecem a necessidade de que a organização não somente “estabeleça,
documente e mantenha” um Sistema de Gestão da Qualidade segundo os requisitos
da norma, mas que também promova a melhoria contínua do sistema. Isso não
significa a melhoria constante de produtos e serviços, mas sim do sistema.
O que define que, não basta padronizar, é necessário melhorar; e com isso,
recriar, redefinir os padrões, pois um sistema da qualidade uma vez implementado é
dinâmico e deve melhorar continuamente.
Os “requisitos gerais” também estabelecem que a organização deve
identificar os processos envolvidos no sistema e ter um controle administrativo eficaz
sobre eles de acordo com os requisitos da norma. O processo é um dos focos
principais da norma, a norma deve ser implementada nos processos da empresa e
não em setores. Sendo que um processo pode iniciar em um setor e terminar em
outro, ou vários processos podem ser realizados em um único setor.
A organização deve tratar de maneira positiva o enfoque da norma na
“melhoria contínua”. Isso torna o sistema dinâmico e faz com que a cada auditoria a
empresa demonstre a evolução da sua capacidade de gestão. Por isso, comumente
ouvimos que a primeira auditoria de certificação sempre é a mais tranquila, pois
temos apenas que evidenciar que o sistema está implantado; na segunda auditoria,
além de provar que está implantado temos que evidenciar que houve melhoria em
relação à primeira auditoria, e que a empresa está planejando como esta melhoria
será mantida ao longo do tempo.
Os processos a ser considerados pela empresa devem ser todos aqueles
que têm influência sobre a satisfação do cliente, inclusive os processos que foram
terceirizados.
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Importante lembrar que é necessário que a organização identifique em seu
sistema quais são os seus processos terceirizados e controle-os da maneira
adequada integrando-os no seu processo de melhoria contínua.
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FIGURA 5 - IDENTIFICAÇÃO DE PROCESSOS COM USO DE FLUXOGRAMAS
Recebimento de vegetais
Seleção
Distribuição
Enxague Caminhão
Tanque
Choque térmico
Freezer com imersão em água
Secagem
Esteira e ventiladores
Pesagem e envase
Balança
Fechamento da embalagem
Seladora
Balança
Congelamento
Túnel de congelamento a -15ºC
Armazenamento
Câmara fria
Distribuição
Caminhão refrigerado
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A norma requer que a organização inclua em seu sistema de gestão da
qualidade no mínimo a seguinte documentação:
Política da qualidade e objetivos;
Um Manual da Qualidade junto com procedimentos documentados
identificados na norma, além daqueles que a organização considera
necessários para assegurar a eficácia de suas operações, bem como
registros necessários incluindo aqueles exigidos pela norma.
0. INTRODUÇÃO
0.1. GENERALIDADES
Convém que a adoção de um sistema de gestão da qualidade seja uma
decisão estratégica de uma organização. O projeto e a implementação de
um sistema de gestão da qualidade de uma organização são influenciados
por
a) seu ambiente organizacional, mudanças neste ambiente e os riscos
associados com este ambiente,
b) suas necessidades que se alteram,
c) seus objetivos particulares,
d) os produtos fornecidos,
e) os processos utilizados,
f) seu porte e estrutura organizacional. (ISO 9001:2008, NORMA)
Neste item verificamos que a adoção da norma não deve ser uma decisão
isolada ou imposta, ela deve estar alinhada com a decisão estratégica da empresa,
com a “visão” do empresário em relação ao seu negócio.
O projeto inicial de implementação deve considerar os itens de “a” a “f”
citados para que projete os prazos, os níveis de documentação, o pessoal envolvido
na implementação.
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Atenção a este item citado diretamente na norma e já referenciado durante
nosso estudo:
Nota-se que a referência acima amplia a ideia de que a ISO 9001 foi criada
apenas para aquelas organizações que querem certificar, a implementação passa a
ser mais importante e a certificação uma consequência.
Uma empresa pode decidir, por exemplo, em implantar a norma em sua
matriz e nas demais filiais, determinando um programa de auditoria interna em que
as unidades são auditadas, porém não decide certificar e receber auditorias
externas, mas mesmo assim implementou e mantém a empresa atendendo todos os
requisitos da norma, inclusive com auditorias de clientes, que preferem realizar a
auditoria para verificação da implantação ao invés de solicitar a certificada da
empresa que demonstra que a empresa mantém um sistema de gestão da qualidade
implantado.
Entendemos assim que a ISO 9001:2008 foi criada após a ISO 9004, o que
nos demonstra que a 9001 está alinhada com os conceitos e com os requisitos de
implantação.
Conforme definição apresentada anteriormente, a importância em identificar os
processos dentro da organização para que seja feita a implantação da norma ISO 9001
é confirmada por meio do item 0.2 da norma ISO 9001:2008 apresentado a seguir:
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gestão da qualidade para aumentar a satisfação do cliente pelo atendimento
aos seus requisitos.
Para uma organização funcionar de maneira eficaz, ela tem que determinar
e gerenciar diversas atividades interligadas. Uma atividade ou conjunto de
atividades que usa recursos e que é gerenciada de forma a possibilitar a
transformação de entradas em saídas pode ser considerada um processo.
Frequentemente a saída de um processo é a entrada para o processo
seguinte. (ISO 90012008, NORMA).
Acima vemos claramente o que deve ser a entrada dos processos nas letras
“a” e “b” e as saídas nas letras “c” e “d”.
O requisito 0.2 da norma ISO 9001:2008 ainda define:
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Adicionalmente é definido que a norma ISO 9001 é um grande PDCA.
Implantando os requisitos da norma, estamos aplicando o PDCA na gestão da
empresa. A norma fala do PDCA como uma opção adicional para ser aplicado, como
citado a seguir, porém sabemos que mesmo que a empresa não defina claramente
que o PDCA é uma ferramenta da qualidade utilizada na empresa, ele será aplicado
de forma automática ao se implementar os requisitos da norma. A seguir, a nota
inicial sobre o PDCA:
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Portanto, no mínimo a cada ano, gira-se o PDCA na sua totalidade na
gestão da organização que adota a norma ISO 9001 como ferramenta de melhoria
contínua, o ciclo inicia um novo giro logo após a implantação das ações corretivas
oriundas da análise crítica.
A norma no requisito 0.3 trata da relação com a norma de apoio ISO 9004 e
de que forma ela deve ser utilizada na implantação dos requisitos da ISO 9001 na
organização.
Conforme já relatado, a revisão da norma ISO 9001 no ano 2000 teve como
um dos objetivos torná-la mais facilmente integrável com outras normas de sistema
de gestão; como as normas da Série ISO 14000, que trata do sistema de gestão
ambiental, no requisito 0.4 a ISO explana a importância da compatibilidade entre
essas duas normas.
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gestão existentes para estabelecer um sistema de gestão da qualidade que
cumpra com os requisitos desta norma. (ISO 90012008, NORMA).
No item 1.2, que trata da aplicação da norma e quais os itens podem ser
excluídos:
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1.2 APLICAÇÃO
Todos os requisitos desta Norma são genéricos e se pretende que sejam
aplicáveis a todas as organizações, independente do seu tipo, do seu porte
e do produto que fornecem.
Quando algum(ns) requisito(s) desta Norma não puder(em) ser aplicado(s),
devido à natureza de uma organização e seus produtos, isso pode ser
considerado para exclusão.
Quando forem efetuadas exclusões, alegações de conformidade com esta
Norma não serão aceitáveis, a não ser que as exclusões estejam limitadas
aos requisitos contidos na seção 7 e que tais exclusões não afetem a
capacidade ou responsabilidade da organização de fornecer produtos que
atenda aos requisitos do cliente e requisitos regulamentares aplicáveis. (ISO
90012008, NORMA).
2 REFERÊNCIA NORMATIVA
O documento relacionado a seguir é indispensável à aplicação deste
documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições
citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes
do referido documento (incluindo emendas).
ABNT NBR ISO 9000:2005, Sistemas de gestão da qualidade –
Fundamentos e vocabulário.
3 TERMOS E DEFINIÇÕES
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os termos e definições da
ABNT NBR ISO 9000.
Ao longo do texto desta norma, onde aparecer o termo “produto”, este
também pode significar “serviço”. (ISO 90012008, NORMA).
A explicação citada acima na norma ISO 9001 é muito importante, pois mais
uma vez confirma o quanto aplicável esta norma é em diversos setores e nos
diversos tipos de organização. Mesmo que no texto da norma seja usado o termo
“produto”, devemos entender que em uma empresa de prestação de serviços, o
termo “produto” deve significar serviço.
AN02FREV001/REV 4.0
39
O item 4.1 é o grande resumo da norma. Se prestarmos bastante atenção no
que ele diz e compararmos com o restante da norma no decorrer do nosso estudo,
perceberemos que este item cita todos os requisitos que vêm pela frente.
A letra “a” solicita que a organização deve ter planejamento para a
qualidade, deve ter o planejamento da gestão da qualidade e o mesmo deve ser
aplicado a toda organização, isso será visto quando estudarmos o requisito 5.4.
Na letra “b” do requisito 4.1 a norma define que a empresa deve determinar
a sequência e interação dos seus processos, exigência essa que surge novamente
no item 4.2.2 quando ele trata do Manual da Qualidade.
Na letra “c”, quando a norma define que organização deve determinar
critérios e métodos para os processos, está resumidamente apresentando o
requisito 7.5.
Na letra “d”, onde o requisito 4.1 trata dos recursos, está falando das
exigências do requisito 6.
Na letra “e”, quando a norma fala de monitoramento, medição e análise, está
nos remetendo ao requisito 8.2.
Finalizando, na letra “f” a norma resume o que vai determinar no requisito 8.5.
Assim, o requisito 4.1 não é auditável, porque, na verdade, ele estará sendo
auditado nos próximos requisitos, portanto dificilmente o auditor apontará desvio
neste item, porque automaticamente deverá apontar o item nas demais partes da
norma. Vamos à leitura deste requisito:
AN02FREV001/REV 4.0
40
Para fechar este requisito, a norma ainda trata dos processos terceirizados;
uma das grandes mudanças da versão 2008. Nesta versão, o assunto “processos
terceirizados” é tratado de forma clara, e definido que a organização que optar em
terceirizar um processo que afete a conformidade do produto deverá aplicar
controles nestes processos. Um exemplo seria auditorias periódicas nos locais onde
são realizados estes processo terceirizados, programa de inspeção mais rigoroso
em produtos fabricados nestes locais, treinamento da equipe da organização que
realiza o processo terceirizado da empresa que está implantando a ISO 9001, entre
outras ações.
A seguir, o que a norma ISO 9001 define no requisito 4.1 sobre processos
terceirizados e em seguida a nota de esclarecimento sobre esta afirmação:
Quando uma organização optar por terceirizar algum processo que afete a
conformidade do produto em relação aos requisitos, a organização deve
assegurar o controle desses processos. O tipo e a extensão do controle a
ser aplicado a esses processos terceirizados devem ser definidos dentro do
sistema de gestão da qualidade.
Nota 1: Os processos necessários para o sistema de gestão da qualidade
acima referenciados incluem processos para atividades de gestão, provisão
de recursos, realização do produto e medição, análise e melhoria.
Nota 2: Um “processo terceirizado” é um processo que a organização
necessita para seu sistema de gestão da qualidade, e que a organização
escolhe para ser executada por uma parte externa.
Nota 3: Assegurar que o controle sobre os processos terceirizados não
exima a organização da responsabilidade de estar conforme com todos os
requisitos do cliente, estatuários e regulamentares. O tipo e a extensão do
controle a ser aplicado ao processo terceirizado podem ser influenciados
por fatores como
impacto potencial do processo terceirizado sobre a capacidade da
organização de fornecer produto em conformidade com os requisitos,
o grau no qual o controle do processo é compartilhado,
a capacidade de atingir o controle necessário por meio da aplicação de 7.4.
(ISO 90012008, NORMA).
AN02FREV001/REV 4.0
41
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
ISO 9001 – SISTEMA DE GESTÃO DA
QUALIDADE
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
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CURSO DE
ISO 9001 – SISTEMA DE GESTÃO DA
QUALIDADE
MÓDULO III
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
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mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
AN02FREV001/REV 4.0
43
MÓDULO III
AN02FREV001/REV 4.0
44
aqueles exigidos pela norma.
No item “Notas” se reconhece que a quantidade de documentação do
Sistema de Gestão da Qualidade depende de vários fatores tais como tamanho e
complexidade da organização, atividades sendo executadas e competência do
pessoal. É comum que os auditores levem as organizações a acreditar que
precisavam de documentação adicional para atender aos requisitos da ISO 9001,
principalmente quando durante a auditoria é percebido que caso o procedimento não
esteja documentado podem ocorrer erros no processo.
Portanto, é uma boa prática documentar os processos principais da
organização.
Documentar pode ser em fotos, vídeos, gravações de voz e textos
padronizados.
Somente palavras não garantem que as políticas sejam implementadas.
Precisamos comunicar as palavras de maneira clara e não ambígua para as
pessoas que devem realizar o trabalho. Na implementação da documentação os
responsáveis por essa ação, documentar os processos, devem ter em mente que o
documento é para quem executa a tarefa e não para o auditor ou diretor, é ao
empregado do setor que ele deve ser agradável, legível, claro, útil e real.
Todos devem poder ler o que foi escrito e todos devem ter o mesmo
entendimento sobre o que leram, se isso não ocorrer o documento não padroniza as
ações e não faz o PDCA girar.
Procedimentos documentados podem ter seus nomes definidos como:
manuais de operações, instrução de trabalho, roteiros de procedimentos, instruções
de serviço, procedimento operacional padronizados (POP), procedimentos do
sistema da qualidade (PSQ), etc. A organização é quem define o nome a ser
utilizado e que deverá ser de conhecimento de todos.
Os procedimentos são extremamente necessários em organizações grandes
e complexas, para assegurar que as ações tomadas sejam comuns e consistentes.
As palavras escritas são um meio de comunicação eficaz, especificamente
quando a preocupação é o treinamento de novos funcionários.
O sistema documentado deve ter uma estrutura que seja compatível com os
objetivos e metas da organização e relevante e apropriado à natureza do negócio e
à forma como a empresa está organizada.
AN02FREV001/REV 4.0
45
Geralmente há níveis aceitáveis de documentação que fazem parte de um
sistema documentado.
A seguir, é apresentado um exemplo dos níveis utilizados de documentação.
AN02FREV001/REV 4.0
46
O Manual da Qualidade não precisa estar restrito a políticas relacionadas à
qualidade do produto; também pode conter qualquer (de preferência todas) política
do Sistema de Gestão que a alta direção tenha decidido incluir no sistema. A ISO
9001 está tentando ativamente estimular esta abordagem.
O manual também deve detalhar o escopo do sistema e justificar quaisquer
exclusões (conforme explicado no escopo da norma), além de apresentar uma
descrição das interações entre os processos. O Manual da Qualidade deve ter o
enfoque nos processos da organização.
A seguir, é mostrado um exemplo de demonstração de interação de
processos que deve estar apresentado no Manual da qualidade.
Técnico
Gestão da
Elaboração ou
qualidade analise de projeto
Engenharia
Dep.
Pessoal/RH Execução do projeto
Satisfação
Requisitos do cliente
do Cliente Administrativo Entrega da Obra
Financeiro
Aquisição
Qualificação do
Fornecedor
Compra
Fornecedor
Avaliação de
Fornecedor
Legenda: PROCESSOS DE
INTERFACE (APOIO) PROCESSOS ELEMENTOS
com todos os demais EXTERNOS
processos PRINCIPAIS
AN02FREV001/REV 4.0
47
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
O manual da qualidade tem como propósito principal a comunicação da
política da qualidade e as intenções da organização, mas para o público interno
deve ser utilizado como uma diretriz, uma referência, um direcionamento. Para o
público externo, quando solicitado, a organização pode fornecer seu manual da
qualidade como o intuito de auxílio de marketing, para demonstrar que é uma
empresa de confiança e para que o cliente possa ter uma base para avaliá-lo.
Vamos observar na norma o requisito que trata da obrigatoriedade de se ter
um Manual da Qualidade. Ele é apresentado nos requisitos 4.2.1 e 4.2.2.
AN02FREV001/REV 4.0
48
3.1.1 A necessidade de controlar documentos
AN02FREV001/REV 4.0
49
3.1.2 A necessidade de controlar registros
AN02FREV001/REV 4.0
50
ao presente e ao futuro (como tenho que fazer a minha atividade e como irei fazê-la
quando ela vier a ser melhorada). A implementação dos registros requer a instituição
de um procedimento documentado para definir os seguintes controles (MELLO, 2008):
identificação – código ou título pelo qual o registro é conhecido;
armazenamento – a forma e o local onde os registros são guardados,
como, por exemplo, pasta suspensa, pasta A-Z, etc.;
proteção – o tipo de proteção necessária para impedir uma possível
perda ou deterioração do registro, como, por exemplo, backup distante de
campos magnéticos, em ambiente com temperatura controlada, etc.;
recuperação – a forma ou ordem como os registros são recuperados
para consulta depois de armazenados, como, por exemplo, por data, mês,
número sequencial, código, diretório, etc.;
tempo de retenção – o tempo necessário que o registro deve ser
mantido para fins de comprovação da qualidade praticada, como, por
exemplo, seis meses, cinco anos, etc.; e
descarte – a forma de disposição do registro da qualidade depois de
vencido o tempo de retenção, como, por exemplo, picotamento, incineração.
AN02FREV001/REV 4.0
51
3.2 ESTUDO DA SEÇÃO 5
AN02FREV001/REV 4.0
52
a garantia da disponibilidade de recursos.
Para verificarmos se a direção está comprometida, durante a verificação da
implantação os itens citados devem ser considerados e a resposta deve ser positiva,
ou seja, a direção deve estar ativamente participante da implantação da norma, e
quando questionada deve ter o conhecimento e participação nas atividades citadas.
No item 5.2, a norma trata do foco no cliente, pois a alta direção deve
fornecer evidência do seu comprometimento com o desenvolvimento,
implementação e melhoria do Sistema de Gestão da Qualidade e promover o “foco
no cliente” por meio da organização.
“As organizações dependem de seus clientes e, portanto, é recomendável
que atendam as necessidades atuais e futuras do cliente, e seus requisitos do
cliente e procurem exceder as expectativas” (MARANHÃO, 2006).
Um SGQ eficaz deve assegurar a satisfação do cliente. Para tanto, é dever
da alta direção assegurar que os requisitos do cliente são determinados e atendidos
com o objetivo de aumentar, ou melhor, melhorar continuamente a satisfação do
cliente. Ao demonstrar isso, a organização está demonstrando foco no cliente.
Um exemplo é uma sugestão recebida via SAC da empresa que, mesmo
parecendo não viável, deve ser analisada, se possível testada, e feito retorno ao
cliente que deu a sugestão. O cliente deve ser informado sobre a viabilidade ou não
de tomar como parte do sistema da organização aquela sugestão.
Deve-se ressaltar que clientes exigem produtos com características que
satisfaçam as suas necessidades e expectativas. Essas necessidades e
expectativas são expressas nas especificações do produto, e são, geralmente,
designadas como requisitos do cliente (MARANHÃO, 2006).
A direção necessita determinar o que está tentando alcançar e o caminho
que deseja que a companhia siga; isto está muito relacionado à declaração de
“visão” ou “missão” da organização, muitas vezes já instituída pela empresa e
esquecida durante a implantação da ISO 9001.
Deve-se estabelecer uma Política da Qualidade que atuará para apoiar esta
meta ou objetivo geral da organização. Uma vez que isto tenha sido determinado,
podemos estabelecer como planejar todas as nossas ações para assegurar que
estes objetivos principais sejam atingidos. Parte desta abordagem planejada
AN02FREV001/REV 4.0
53
envolverá a comunicação da política e a garantia de que todos na organização
estejam cientes do que a empresa está tentando alcançar.
A política da qualidade é a “porta de entrada” do SGQ, sendo de
responsabilidade da alta direção assegurar que a política seja apropriada ao
propósito da organização, inclua um comprometimento com o atendimento aos
requisitos e com a melhoria contínua da eficácia do SGQ, proporcione uma estrutura
para instituição e análise crítica dos objetivos da qualidade, comunicada, entendida
e exequível aos diversos níveis hierárquicos da organização; e analisada
criticamente para manutenção de sua adequação (MELLO, 2008).
Ao elaborar a Política da Qualidade, convém que a organização considere
as seguintes questões: atender os objetivos dos sócios, proprietários, investidores,
ou seja, das partes interessadas da organização. A política deve permitir que todos
saibam o que fazer; e deve estar explícito o desejo da organização em relação à
qualidade. A seguir, um exemplo de Política da Qualidade (VIEIRA FILHO, 2007).
A organização X define como sua Política da Qualidade:
clientes – atender seus clientes com produtos de qualidade;
empregados – desenvolver e capacitar seus empregados para um
melhor desempenho profissional e pessoal em um ambiente favorável à
participação, criatividade e inovação;
melhoria contínua – buscar continuamente a melhoria de seus
processos;
sucesso duradouro – ter visão de competitividade nos negócios
Os três primeiros itens no requisito 5.3 da norma, “a”, “b” e “c”, tratam do
conteúdo da Política, do seu texto, o que ele deve conter. O requisito “d” trata da
comunicação da política e, por fim, o requisito “e” trata da sua manutenção, os
ambientes interno e externo mudam constantemente e a política também deve mudar.
A Política da Qualidade é o documento mais estratégico de um Sistema de
Gestão da Qualidade. Dela serão obtidos os objetivos da qualidade. Ela é o início do
planejamento de um Sistema de Gestão da Qualidade.
Se vamos implementar a norma ISO 9001 em uma empresa, o primeiro
passo é criar a Política da Qualidade.
AN02FREV001/REV 4.0
54
5. RESPONSABILIDADE DA DIREÇÃO
5.1 COMPROMETIMENTO DA DIREÇÃO
A Alta Direção deve fornecer evidência do seu comprometimento com o
desenvolvimento e com a implementação do sistema de gestão da
qualidade e com a melhoria contínua de sua eficácia
Comunicando a organização da importância de atender aos requisitos dos
clientes, como também aos requisitos estatutários e regulamentares;
Estabelecendo a política da qualidade;
Assegurando que os objetivos da qualidade são estabelecidos;
Conduzindo as análises críticas pela Alta Direção; e
Assegurando a disponibilidade de recursos. (ISO 90012008, NORMA).
AN02FREV001/REV 4.0
55
5.2 FOCO NO CLIENTE
A Alta Direção deve assegurar que os requisitos do cliente sejam
determinados e atendidos com o propósito de aumentar a satisfação do
cliente (ver 7.2.1 e 8.2.1).
Conforme relatado anteriormente o cliente é quem traz a informação ao
sistema com suas necessidades e expectativas sobre o produto, ou seja,
ele alimenta o sistema para a busca das melhorias, porque é preciso
entregar o que cliente necessita e a medição da satisfação do cliente e
ações de melhoria fecham o ciclo do PDCA.
Mais detalhes estão na norma sobre este item no requisito 7.2.1 que trata
da Determinação de requisitos relacionados ao produto e 8.2.1 Satisfação
do Cliente.
O item 5.3 foi tratado no início deste módulo e deve ser atendido em sua
totalidade durante a implantação da norma ISO 9001:2008; isso quer dizer que não
posso constituir para uma Política da Qualidade que fale, por exemplo, da melhoria
contínua e esquecer-se de mencionar o atendimento aos requisitos. Porém, cuidado
para não fazer uma política que não demonstre qual o ramo de atuação da empresa,
o que ela faz, o porquê existe, pois dificilmente os seus empregados se identificarão
com a política e, consequentemente não se sentirão comprometidos em atendê-la,
pelo simples fato de não entenderem ou não acharem a “cara” da empresa.
AN02FREV001/REV 4.0
56
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
ISO 9001 – SISTEMA DE GESTÃO DA
QUALIDADE
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CURSO DE
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MÓDULO IV
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dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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MÓDULO IV
4 ANÁLISE CRÍTICA
AN02FREV001/REV 4.0
59
Uma empresa é constituída de uma equipe grande e complexa e, para que
funcione bem e torne-se uma equipe vencedora, é essencial que todos os membros
da equipe compreendam claramente como se espera que atuem e os papéis e
responsabilidades dos outros membros da equipe. As responsabilidades, limites de
autoridades e inter-relacionamentos precisam ser definidos.
O requisito é para que seja nomeado um “representante da direção” e não
para que seja indicado um gerente da Garantia da Qualidade, mas é importante que
um membro da alta direção tenha a responsabilidade e autoridade necessárias para
assegurar que os processos necessários para o Sistema de Gestão da Qualidade
sejam instituídos, implementados e mantidos e relatar à alta direção o desempenho
do Sistema de Gestão da Qualidade.
Finalmente, o processo de análise crítica pela direção requer entradas
específicas para o processo e as saídas que precisam ser fornecidas. O
desempenho de auditorias e processos estão incluídos como entradas importantes e
melhorias são saídas fundamentais. Registros de análise crítica precisam ser
mantidos para demonstrar a eficácia da revisão do processo.
Existe aqui uma grande ênfase na avaliação das oportunidades de melhoria.
Periodicamente, a direção necessita analisar criticamente o Sistema da Qualidade
para assegurar que este é eficaz e continua adequado para atender completamente
às necessidades do negócio, particularmente à luz das alterações das exigências
competitivas e nova legislação. A eficácia é indicada por detalhes a respeito do que
vem acontecendo de errado na organização, tais como relatórios de reclamações de
clientes, produto/serviço não conforme etc., e também pelos resultados das
auditorias da qualidade (existe aqui uma ligação com o requisito de Auditoria Interna
da Qualidade, 8.2.2, onde a auditoria prevê um mecanismo de resposta para a
direção sobre o desempenho do sistema da qualidade).
O objetivo principal da análise crítica pela direção é assegurar a contínua
pertinência, adequação e eficácia do Sistema de Gestão da Qualidade quanto ao
atendimento às necessidades da organização, com saídas que estejam ligadas à
política e aos objetivos da qualidade.
5.4 PLANEJAMENTO
5.4.1 Objetivos da qualidade
A Alta Direção deve assegurar que os objetivos da qualidade, incluindo
aqueles necessários para atender aos requisitos do produto (ver 7.1.a),
AN02FREV001/REV 4.0
60
sejam estabelecidos nas funções e nos níveis pertinentes da organização.
Os objetivos da qualidade devem ser mensuráveis e consistentes com a
política da qualidade. (ISO 90012008, NORMA).
AN02FREV001/REV 4.0
61
A imagem a seguir demonstra mais claramente esta relação.
Indicadores Meta
Indicadores Meta
Objetivos
Indicadores Meta
Indicadores Meta
Política
Indicadores Meta
Indicadores Meta
Objetivos
Indicadores Meta
Indicadores Meta
AN02FREV001/REV 4.0
62
É importante também administrar as mudanças para garantir que, ao serem
implementadas as mudanças, o SGQ continue íntegro e estabelecido.
Um bom exemplo é a prática de definir planos de ações para mudanças, o
que precisa ser feito na hora de conduzir mudanças, e se a mesma não irá afetar o
SGQ. Por exemplo: mudar a forma de comunicação interna, a capacidade de um
processo ou a forma de execução de uma tarefa pode ferir em algum ponto o SGQ,
se será necessário documentar algum procedimento, ou se vai ser necessário alterar
procedimentos já existentes, se será necessário treinamentos da equipe. O impacto
deve ser analisado criticamente e todas as áreas impactadas devem ser alertadas.
É importante confirmar que as mudanças não são proibidas, ao contrário,
são bem vindas; elas podem acontecer, desde que de forma planejada e sem
comprometer a integridade do SGQ.
Vamos ver o que diz a norma neste requisito:
AN02FREV001/REV 4.0
63
O requisito ainda define que é para ser nomeado um “representante da
direção” e não para que seja indicado um gerente da Garantia da Qualidade, mas é
importante que um membro da alta direção tenha a responsabilidade e autoridade
necessárias para assegurar que os processos necessários para o sistema de gestão
da qualidade sejam instituídos, implementados e mantidos e relatar à alta direção o
desempenho do sistema de gestão da qualidade.
O item 5.5 ainda trata da forma que a alta direção estará determinando as
responsabilidades e autoridades dentro da organizando, bem como a forma que
estará comunicando a equipe estas responsabilidades e autoridades, incluindo a
designação do RD.
É comum a organização elaborar um organograma e descrição detalhada dos
cargos, porque é preciso mostrar quem é responsável por qual processo e os graus
de autoridade e essas ferramentas estão alinhadas com o que a norma orienta.
Outra ferramenta muito utilizada é a matriz de responsabilidades, que mostra
os responsáveis na organização pelas atividades ou requisitos da norma. Com ela
você pode definir quem na empresa responde por cada requisito. Nesta mesma
matriz também fica evidente quem é responsável na ausência do principal
responsável. Sendo que a matriz determinará as responsabilidades após o
empregado ter obtido experiência, competência e treinamento para aquela
responsabilidade.
Vejamos a seguir uma demonstração prática desta matriz, bem como de um
organograma com os cargos definidos na empresa.
AN02FREV001/REV 4.0
64
TABELA 2 - MATRIZ DE CARGOS X FUNÇÕES
Revisão
Nº: 00
Matriz de cargo x atividades
Data:
10/11/12
recursos humanos
Agente e viagens
Diretor Executivo
Serviços gerais
administrativo
administrativo
atendimento
Gerente de
Gerente da
Gerente de
Analista da
financeiro
financeiro
qualidade
qualidade
Auxiliar
Diretor
Atividade/Cargo
Emitir Voucher x
Agendamento de
x
transporte
Atendimento de clientes x x
Atendimento e
contração de x X
fornecedores
Atendimento e
pagamento de x X
fornecedores
Realização de check-in x
Monitorar reclamações
de clientes e aprovar X x x
ações corretivas
Aprovar recrutamento e
x
seleção de pessoal
Limpeza x
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
A norma exige que uma pessoa seja o representante da direção (RD). Essa
pessoa será a figura principal na condução dos requisitos da norma pela organização.
Em geral, é alguém da área de produção ou de qualidade que tenha muito respeito e
AN02FREV001/REV 4.0
65
envolvimento com as pessoas da organização e que vai passar a ter mais uma nova
responsabilidade na organização, além disso, tem acesso direto à alta direção, sem
portas fechadas, e bem informada de tudo que acontece na organização. Será o
responsável por conscientizar e promover os requisitos da norma, do cliente e sua
importância, o que não significa que ele atuará sempre diretamente, mas essas ações
estão sob sua coordenação. Em uma grande empresa é comum que o RD dirija uma
equipe ou o Comitê da Qualidade e delegue as atividades do SGQ que estão sob seu
controle. Na pequena empresa, realiza diretamente as ações envolvendo de alguma
forma o restante da equipe da empresa, para que também participe e colabore com a
manutenção do SGQ. Algumas atividades do RD incluem cobrar prazos e resultados
das ações corretivas e preventivas, preparar as atas de reunião da análise crítica,
pode ainda ser responsável por treinamentos e programas de sensibilização dos
colaboradores, ser o contato direto com auditores e certificadoras, controlar datas do
cronograma de auditorias, realizar o controle de documentos e registros, enfim, vai ser
o elo entre a alta direção e a organização em tudo o que se refere a Sistema de
Gestão da Qualidade.
Muitas organizações acabam tendo o RD como a referência para os
assuntos da qualidade, mas é bom lembrar que ele não é um “xerife” da Qualidade,
as ações podem acontecer nos setores, independente da presença do RD, desde
que o mesmo esteja ciente das ações e possa fazer a gestão dos resultados das
ações e seu impacto no SGQ.
Quanto mais os RDs forem competentes, estimados e bem treinados, mais
fácil o processo de “amadurecimento” da organização na prática da qualidade
segundo a norma ISO 9001:2008.
Em projetos de implementação é muito recomendado que os primeiros
momentos sejam designados pela alta direção, de forma documentada ao RD, e logo
após capacitar o RD para que este possa ser o elo entre direção e toda empresa.
Vamos ler o que a norma diz neste requisito:
AN02FREV001/REV 4.0
66
relatar à Alta Direção o desempenho do sistema de gestão da qualidade
e qualquer necessidade de melhoria; e
assegurar a promoção da conscientização sobre os requisitos do cliente
em toda a organização.
NOTA: A responsabilidade de um representante da direção pode incluir a
ligação com partes externas em assuntos relativo ao sistema de gestão da
qualidade. (ISO 90012008, NORMA).
O requisito 5.5.3 trata da comunicação interna. Este requisito deve ser algo
já existente na empresa, pois dificilmente uma empresa sem comunicação interna
poderia obter a implantação da norma ISO 9001:2008. A comunicação interna,
mesmo que falha na organização deve existir na empresa. Durante a implantação da
norma, a organização deve buscar meios para melhorar ou ampliar os canais de
comunicação interna existentes, que podem ser intranet, cartazes, palestras, e-
mails, enfim, tudo que puder promover a comunicação interna, isso para que o
desempenho SGQ seja comunicado eficazmente.
Um exemplo é que os indicadores de desempenho e seus resultados devem
estar disponíveis para toda a organização, a política e objetivos da qualidade devem
ser divulgados, a certificação de novas filiais e qualquer atividade relevante poderá
também ser comunicada.
Se a empresa já possui um canal de comunicação como informativos
mensais, por exemplo, pode aproveitá-lo para divulgar também informações sobre a
Qualidade.
A comunicação interna eficaz favorece a melhoria do desempenho do SGQ,
que obtém resultados perenes quando atinge toda a equipe.
Essa comunicação deve ser sem ruídos e acessível a todos os envolvidos e
devem ser de duas vias, favorecendo tanto a comunicação do SGQ com a equipe,
como da equipe com a SGQ. Mais adiante teremos um requisito exclusivo que trata
da comunicação com o cliente como outro fator essencial para a implantação da
norma.
A seguir, façamos a leitura do requisito.
AN02FREV001/REV 4.0
67
O requisito 5.6, encerra a Seção 5, que tem os requisitos ligados
diretamente às ações da alta direção. O item 5.6 apresenta a obrigatoriedade da
análise crítica pela direção do desempenho do SGQ a intervalos periódicos, é
comum que esta análise seja feita em uma reunião, ou ainda em várias reuniões, o
que não é obrigatório, porém é uma das melhores formas de realizar a análise crítica
do SGQ a intervalos planejados.
O processo de análise crítica pela direção requer entradas específicas para o
processo que foi definido pela norma no item 5.6.2 e consequentemente faz-se
necessário a definição das saídas da análise crítica que precisam ser fornecidas
conforme definido no requisito 5.6.3. O desempenho de auditorias e processos são
entradas essenciais para a análise crítica e as melhorias são saídas fundamentais
para que a análise resulte no giro do PDCA, tão enfatizado no início do nosso estudo.
Os Registros de Análise Crítica devem ser mantidos para demonstrar a
eficácia da revisão do processo e constituem um dos registros obrigatórios requeridos
pela ISO 9001:2008. Na análise crítica, a alta direção de demais convidados para a
realização da análise crítica deve dar grande ênfase na avaliação das oportunidades
de melhoria e registrá-las como plano de ação a ser concretizado.
Por que realizar a análise crítica? Porque é essencial que, periodicamente, a
direção necessite analisar criticamente o Sistema da Qualidade para assegurar que
este é eficaz e continua adequado para atender completamente às necessidades do
negócio, particularmente à luz das alterações das exigências competitivas,
exigências dos clientes e de novas legislações.
A eficácia é indicada por detalhes a respeito do que vem acontecendo de
errado na organização, tais como relatórios de reclamações de clientes,
produto/serviço não conforme etc., e também pelos resultados das auditorias da
qualidade sejam internas ou externas. Existe aqui uma ligação com o Requisito de
Auditoria Interna da Qualidade, 8.2.2, onde a auditoria prevê um mecanismo de
resposta para a direção sobre o desempenho do sistema da qualidade.
O objetivo principal da análise crítica pela direção é assegurar a contínua
pertinência, adequação e eficácia do Sistema de Gestão da Qualidade quanto ao
atendimento às necessidades da organização, com saídas que estejam ligadas à
política e aos objetivos da qualidade para atendimento das metas propostas nos
seus indicadores de desempenho.
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68
Vejamos o que diz o requisito:
Ou seja, a intervalos, que não são definidos pela ISO 9001, mas sim definidos
pela sua organização. Os responsáveis pela implementação e manutenção dos
requisitos da norma ISO 9001 (em especial a alta direção) devem se reunir para
discutir sobre a eficácia do SGQ. Em geral, as organizações realizam uma reunião de
análise crítica por ano e sempre realizam outras pequenas reuniões que parcialmente
discutem as entradas da análise crítica e geram as saídas propostas, porém a grande
análise crítica é a que é registrada, documentada e alimenta o sistema com as ações
corretivas necessárias para melhoria do SGQ de maneira mais ampla.
Como as auditorias (interna ou externa) são anuais, a análise crítica é realizada
logo após a auditoria interna, por vezes uma única reunião será necessária para discutir
os resultados da auditoria interna, pois isso gera muito insumo para as reuniões.
Nessa reunião, oportunidades de melhorias devem ser analisadas ou
mudanças no SGQ não se devem esquecer a política da qualidade e os objetivos,
lembre-se que estes, a intervalos planejados, devem ser reavaliados.
Geralmente o representante da direção (RD) prepara uma ata e a mesma
depois é aprovada e assinada pelos participantes. E esta ata servirá para
acompanhamento das ações de melhorias propostas na análise crítica.
É uma boa prática, embora não obrigatória pela norma, elaborar um
procedimento documentado para orientar a realização da análise crítica, pois este
requisito é muito relevante, é o momento estratégico da ISO 9001 onde a alta
direção fica a par de tudo que está acontecendo na organização em relação à
qualidade de maneira organizada, com metodologia.
Vejamos a seguir, no requisito da norma, de maneira resumida os itens que
devem ser analisados na análise crítica:
AN02FREV001/REV 4.0
69
5.6.2 Entradas para análise crítica
As entradas para análise crítica pela direção devem incluir informação
sobre:
resultados de auditorias;
realimentação de cliente;
desempenho de processo e conformidade de produto;
situação das ações preventivas e corretivas;
ações de acompanhamento sobre as análises críticas anteriores pela
direção;
mudanças que possam afetar o sistema de gestão da qualidade; e
recomendações para melhoria. (ISO 90012008, NORMA).
AN02FREV001/REV 4.0
70
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
ISO 9001 – SISTEMA DE GESTÃO DA
QUALIDADE
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
72
CURSO DE
ISO 9001 – SISTEMA DE GESTÃO DA
QUALIDADE
MÓDULO V
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
AN02FREV001/REV 4.0
73
MÓDULO V
5 PROVISÃO DE RECURSOS
6. GESTÃO DE RECURSOS
6.1 PROVISÃO DE RECURSOS
A organização deve determinar e prover recursos necessários para:
implementar e melhorar o sistema de gestão da qualidade e melhorar
continuamente sua eficácia; e
aumentar a satisfação de clientes mediante o atendimento aos seus
requisitos. (ISO 90012008, NORMA).
AN02FREV001/REV 4.0
74
5.1 PROVISÃO DE RECURSOS HUMANOS
AN02FREV001/REV 4.0
75
PDCA é uma ferramenta que deve ser utilizada. Veja o exemplo a seguir do uso do
PDCA para que possamos implantar o requisito 6.2.1:
action (ação) – prover competência a equipe
plan (planejar) – definir quais são as competências necessárias para
cada atividade, elencando os cargos e suas atividades/funções;
do (fazer) – treinar a equipe;
check (checar) – avaliar os resultados dos treinamentos;
action (agir corretivamente) – revisar os treinamentos, promover novos
treinamentos.
Pelo PDCA apresentado, verificamos uma dica de como a organização pode
saber qual o grau de competência necessário de seus funcionários.
A empresa precisa saber o patamar inicial, em que ponto de atendimento ou
déficit de competência os funcionários estão, em que ponto eles se encontram, e
após esse levantamento, planejar o que é preciso desenvolver por meio dos
treinamentos, cursos, oficinas, etc.
A empresa deve suprir as demandas para o desenvolvimento das
competências, para que a qualidade do produto ou serviço possa ser
adequadamente atendida.
A norma nos demonstra que a competência de uma pessoa é composta por
quatro itens. Vejamos o exemplo de um cargo de gerente financeiro de uma
construtora:
educação – graduação em Administração, Contabilidade ou áreas afins;
treinamento – curso de Gerenciamento de Projetos e Gestão Financeira;
habilidade – negociação e comunicação;
experiência – cinco anos atuando como gerente financeiro.
Você poderá ainda ser mais específico exigindo pós-graduação ou MBAs e
experiência em empresas com mercado comum ao ramo de atuação da empresa.
A norma não diz o que exigir como competência, habilidade, educação,
treinamento ou experiência, cabe à sua organização definir os requisitos para cada
cargo em conjunto com seus empregados, porém, uma vez definidas, a empresa
deve verificar essas competências na contratação ou realizar ações para prover
essas competências após a contratação em um programa definido.
AN02FREV001/REV 4.0
76
Os registros devem demonstrar que as ações da empresa para prover
competências ou para demonstrar que a empresa contratou o novo profissional
baseado no atendimento dos requisitos mínimos de competência.
A seguir, vejamos alguns formulários comuns para registro dos dados
necessários para o atendimento dos requisitos 6.2.1 e 6.2.2.
AN02FREV001/REV 4.0
77
continuamente da sua força de trabalho. O cronograma deve ser construído a partir
de necessidades atuais e futuras de treinamentos devidos a mudanças de
tecnologia, mudanças de requisitos legais, estatutários ou dos clientes. O
cronograma deve ser possível de ser executado e atender as necessidades da
empresa, bem como a sua capacidade em prover os treinamentos internamente ou
por intermédio de agentes externos.
AN02FREV001/REV 4.0
78
Esta ferramenta é prática e verifica a aptidão ou não para o trabalho
específico de cada empregado, inclusive na necessidade de substituição ou
captações internas de profissionais.
Esses registros que provêm do uso de ferramentas já preconizadas para
gestão de pessoas colaboram de maneira prática para o atendimento dos requisitos
6.2.1 e 6.2.2 da norma.
A organização deve sempre que possível estabelecer metas de
desempenho, premiações e bonificações pelo trabalho realizado, essas ações
cooperam para o desejo do empregado em manter as habilidades que colaboram
para a melhoria da satisfação do cliente.
Um exemplo: implantar metas de entregas para uma equipe de cortadores
de carcaças em um frigorífico, que trabalham em condições realmente complexas,
expostos a frio, umidade, muito tempo em pé, etc. Você já deve imaginar que a
satisfação dessas pessoas não é das maiores, pois este ambiente não é próprio se
comparado com a maioria das condições enfrentadas pela maioria dos
trabalhadores e por isso existem muita falta ao trabalho, baixa produtividade e alta
rotatividade, porém, se na implantação do sistema de gestão forem propostas metas
que ao final suscitem ganhos para a equipe, como prêmios de produtividade, décimo
quarto salário, bolsas de estudos, divulgação e destaque de turnos mais produtivos,
isso pode se sobrepor a toda a dificuldade enfrentada pela equipe, gerando um
clima propício para o crescimento, gerando competição que aumenta a produção e
com isso também gera o recurso para que a direção possa propor esses incentivos.
5.2 INFRAESTRUTURA
6.3 INFRAESTRUTURA
A organização deve determinar, prover e manter a infraestrutura necessária
para alcançar a conformidade com os requisitos do produto. A infraestrutura
inclui, quando aplicável:
edifícios, espaço de trabalho e instalações associadas;
AN02FREV001/REV 4.0
79
equipamentos de processo (tanto materiais e equipamentos quanto
programas de computador); e
serviços de apoio (como sistemas de transporte, comunicação ou
informação). (ISO 90012008, NORMA).
AN02FREV001/REV 4.0
80
adequadas condições para que os empregados possam ter todo o suporte para
atender a satisfação do cliente por meio de produtos de qualidade ou ainda
execução de serviços que atendam os requisitos.
A organização deve fornecer todos os recursos materiais e equipamentos
para a realização do produto e em condições adequadas.
A provisão de recursos pela organização fornecerá a estrutura necessária
para garantir a segurança da propriedade do cliente quando esta estiver sob posse
da organização, o que contribui com outro requisito que apresentaremos ao longo do
nosso estudo.
Por isso a empresa deve ter o conhecimento de todos os recursos
necessários para que os produtos sejam feitos conforme as especificações.
A organização deve determinar quais recursos ela necessita e prover esses
recursos.
Uma organização que não possui recursos para competir em determinado
segmento deve redefinir sua estratégia e buscar mercados onde tenha capacidade
de atuar ou ainda buscar estes recursos para que se mantenha naquele segmento
de mercado.
Na implantação da norma, na implementação do Sistema de Gestão da
Qualidade, a análise crítica inicial, o planejamento, a busca pela estratégia de
operações e a provisão de recursos empresariais devem prover toda informação
para que a empresa possa se estruturar e definir as necessidades de provisão de
recursos.
Além dos recursos de infraestrutura, a norma define, no requisito 6.4, a
necessidade de prover ambiente de trabalho adequado à realização do produto. Isto
inclui que todos os fatores ambientais que interfiram na capacidade da organização
fornecer um produto conforme deverão ser atendidos.
Se uma empresa, por exemplo, fabrica um produto que deve ser
acondicionado em determinada faixa de temperatura, essa faixa então deve ser
obedecida e monitorada.
Na maioria das vezes essas questões são fundamentais para que a
organização atenda aos requisitos de seus clientes.
Por isso, na implantação da norma ISO 9001 a organização por vezes
decide pela implementação de um Sistema de Gestão Integrado implementando
AN02FREV001/REV 4.0
81
além dos requisitos de gestão da qualidade, também os requisitos de gestão
ambiental, segurança e saúde ocupacional. Não que isso seja obrigatório, ou que é
uma ação para o atendimento do requisito 6.4 da norma ISO 9001, mas por vezes o
aprofundamento da implantação deste requisito leva a empresa a decidir pela
implantação de um Sistema Integrado.
Erroneamente as organizações julgam necessária a apresentação dos
documentos obrigatórios no Brasil para atender normas regulamentares do
Ministério do Trabalho e Emprego, como exemplo o PPRA e o PCMSO,
estabelecidos respectivamente pelas Normas Regulamentadoras do Ministério do
Trabalho NR-9 e NR-7, porém isto não é requisito da norma ISO 9001. Pois as NRs
tratam dos requisitos relacionados ao ambiente de trabalho e à segurança do
trabalho, o que difere da ISO 9001, que alista requisitos relacionados ao ambiente
de trabalho que possam afetar a qualidade do produto ou serviço. Porém, de
maneira dinâmica, a empresa pode tratar estes dois aspectos em um só documento
como o PPRA ou o PCMSO, porém isso deve ser uma definição da organização,
sem atribuir isso a uma exigência da ISO 9001.
Um exemplo: a necessidade do índice de luminosidade “x” pode ser uma
necessidade para prover ambiente para fabricação de um produto conforme, bem
como para que o empregado possa se sentir bem e não ter danos à sua saúde
devido à falta de luminosidade. E as metas e índices de atendimentos constam no
PPRA da organização, bem como têm seu monitoramento executado por uma
equipe de segurança do trabalho.
AN02FREV001/REV 4.0
82
6 REALIZAÇÃO DO PRODUTO
AN02FREV001/REV 4.0
83
diferença entre eles é de que neste caso relaciona o planejamento aos processos de
realização de produto em si e não à questão mais abrangente de planejamento do
Sistema de Gestão da Qualidade como é o caso do requisito 5.4.2.
O requisito demonstra a necessidade de se planejar e desenvolver
processos para a realização do produto levando em consideração qualquer objetivo
do negócio a ser atendido.
O requisito define que os processos necessitam ser planejados para atingir
os objetivos. Sem planejamento não há atendimento dos objetivos.
Entretanto, planejamento da qualidade deve ser implementado sempre que o
trabalho a ser realizado numa organização é diferente da situação normal. Por
exemplo, quando um projeto específico ou programa de trabalho a ser realizado
requer que a empresa trabalhe de formas diferentes às atualmente descritas pelos
procedimentos, como, por exemplo, em resposta a um contrato específico ou pedido
do cliente. Os Planos da Qualidade são requeridos quando apropriados à natureza
dos negócios da empresa (por exemplo, projeto ou atividades de produção não
repetitivas), mas eles não se ajustam facilmente à estrutura da documentação formal
existente.
Às vezes, os Planos da Qualidade são “Contratos Específicos” e vão além
do Manual da Qualidade: outros Planos da Qualidade são formas detalhadas de
trabalhar, que são realmente um panorama de procedimentos e instruções de
trabalho a serem aplicados em uma área ou departamento. Os planos de um
Contrato Específico são geralmente documentos muito extensos, ou então tendem a
utilizar abundantemente as técnicas de fluxogramas já que com o passar do tempo a
nova atividade desenvolvida por meio de um plano da qualidade se tornará
necessário um procedimento padrão ou uma instrução de trabalho.
Vejamos a seguir o requisito 7.1 apresentado na norma:
7. REALIZAÇÃO DO PRODUTO
7.1 PLANEJAMENTO DA REALIZAÇÃO DO PRODUTO
A organização deve planejar e desenvolver os processos necessários para
a realização do produto. O planejamento da realização do produto deve ser
consistente com os requisitos de outros processos do sistema de gestão da
qualidade (ver 4.1).
Ao planejar a realização do produto, a organização deve determinar,
quando apropriado:
os objetivos da qualidade e requisitos para o produto;
a necessidade de estabelecer processos e documentos e prover
recursos específicos para o produto;
AN02FREV001/REV 4.0
84
a verificação, validação, monitoramento, medição, inspeção e atividades
de ensaio requeridos, específicos para o produto, bem como os critérios
para a aceitação do produto;
os registros necessários para fornecer evidência de que os processos de
realização e o produto resultante atendam aos requisitos (ver 4.2.4).
A saída deste planejamento deve ser em uma forma adequada ao método
de operação da organização.
Nota 1: Um documento especificando os processos do sistema de gestão
da qualidade (incluindo os processos de realização do produto) e os
recursos a serem aplicados a um produto, empreendimento ou contrato
específico, pode ser referenciado como um plano da qualidade.
Nota 2: A organização também pode aplicar os requisitos apresentados em
7.3 no desenvolvimento dos processos de realização do produto. (ISO
90012008, NORMA).
AN02FREV001/REV 4.0
85
Devemos lembrar, ainda, que empresas que não planejam as atividades de
maneira formal correm o risco de se tornarem inviáveis devido às exigências legais,
por exemplo, que só foram conhecidas depois de iniciado o seu funcionamento.
O planejamento também pode ter a abordagem dos custos associada à
abordagem focada na norma.
Essa é a essência do planejamento, saber as necessidades
antecipadamente para se preparar para atendê-las.
Percebemos que a Seção 7.1 é um PDCA, que uma vez girado coopera para
realização do produto.
E se estamos nos propondo a estabelecer processos, devemos
obrigatoriamente definir entradas, operações e saídas. Um conjunto de atividades
que vai agregar valor a um produto ou matéria-prima qualquer.
Estabelecer documentos significa definir o passo a passo de realização de
um produto, é o “como fazer”, o que muitos chamam de instruções de trabalho ou
instruções de serviço.
Em muitas empresas não existe a documentação dos processos, mesmo
porque existe pela norma o dever de ter procedimento definido, porém não que esse
procedimento seja documentado, por isso a empresa que decidi não documentar fica
dependente dos funcionários que conhecem os processos e, quando eles saem da
organização ou não estão presentes, os demais precisam reaprender como tudo é
realizado, o que faz com que os resultados dos produtos não sejam padronizados e
eficiência e eficácia sejam comprometidas, fazendo com que ocorra a perda das
melhorias já implantadas, isso desacelera o processo de melhoria contínua e faz a
empresa ser obrigada a retrabalhar alguns processos para que eles voltem a ser
como eram antes daquele funcionário sair da empresa. Tudo isso gera custos e
perdas para o empresário.
A norma não define que a organização deve documentar os processos em
forma de instruções de trabalho ou procedimentos, porém como mencionado durante
nosso estudo do requisito 4.2.3, é uma boa prática que a empresa documente os
processos principais para a realização do produto, já que é exigência que seja feito o
planejamento para realização do produto. Então, porque não documentar e, por
consequência, padronizar e transformar em instruções e procedimentos? Fica aqui a
dica para a organização que definiu por implementar a norma.
AN02FREV001/REV 4.0
86
Voltando ao exemplo da nossa transportadora, ela poderia, por exemplo,
estabelecer processos de expedição e entrega diferenciados dependendo, por
exemplo, se o material transportado fosse de transporte sob temperatura (como
materiais de frigorífico) ou não.
Documentos descrevendo como operar em cada processo e formulários
deveriam ser mantidos com as informações das características das cargas, sob
temperatura ou não. Em recursos, os caminhões seriam diferenciados e as
vestimentas de embarque e desembarque também. Além disso, os profissionais
deveriam ter diferentes competências e os processos seriam monitorados para
evidenciar a sua eficiência em atender o que foi planejado em relação aos limites
propostos para as temperaturas de transporte.
Aí está o significado planejamento de realização de produto, pois para cada
requisito a empresa se comporta de uma forma adequada com recursos, máquinas,
documentos, mão de obra e processos.
As medições que forem necessárias nos produtos também devem ser
definidas nesta etapa de planejamento. Aqui você vai definir como, quando, por
quem, onde, por que e o que medir. O nível de medição aplicada vai depender da
característica de cada produto, por isso a norma nunca define como verificar, medir
ou validar, pois esta definição é parte do planejamento requerido no requisito 7.1.
Notem agora que logo à frente temos o requisito 7.5 “Produção e Prestação
de Serviço”, porém este requisito é a própria realização do serviço e não o
planejamento como trata o 7.1.
Quando o produto vai ser entregue, um formulário deve existir para garantir
que o produto foi entregue conforme os requisitos. Você terá um procedimento de
medição e de validação de produto, e com certeza vai precisar de formulários para
registrar que a medição ou validação ocorreram e que foi aceita pela autoridade
pertinente ou pelo cliente. Todos esses processos precisarão de formulários que
evidenciem essa adequação após serem registrados.
Manter registros como vimos em 4.2.4 é obrigatório. Eles são a evidência do
estabelecimento adequado do seu SGQ.
O plano da qualidade, como apresentado na nota do 7.1, poderá conter as
etapas de realização, medições e testes no produto com os responsáveis definidos e
os recursos aplicados (documentos, máquinas, normas etc.).
AN02FREV001/REV 4.0
87
Em geral, as empresas usam esse documento para atender o item 7.1, em
certos casos, usam um conjunto de documentos com a mesma função. Esse
documento, que costumo chamar de “Procedimento da Qualidade” (ou ainda
“Procedimento do Sistema da Qualidade”), contém todas as informações
necessárias sobre o produto e os processos de produção; o que difere dos
documentos requeridos no requisito 7.5, que vai contemplar as etapas da realização,
cada processo, conforme a necessidade da empresa, por vezes intitulados
“instruções de trabalho, instruções de serviço”etc.
Veja a definição da ISO 9000:2005
AN02FREV001/REV 4.0
88
Fica implícito que, se uma organização percebe que não tem a capacidade
necessária para realizar o trabalho, então ela não deverá aceitá-lo ou deverá tomar
as medidas necessárias para corrigir tal deficiência.
Também fica implícito que quaisquer alterações na capacidade da
organização que possam ter um impacto negativo no desempenho do contrato
devem ser comunicadas ao cliente. Por exemplo: alteração no prazo de entrega,
entrega de produto diferente sob concessão formalizada do cliente, etc.
Vejamos o requisito da norma:
AN02FREV001/REV 4.0
89
celular que ele faça ligações, tenha uma capacidade de obter sinal razoável, que
seja simples para ser manuseado, que tenha os serviços básicos de um celular
como enviar e receber mensagens e receber e fazer ligações. Porém, o que não
está implícito é que o cliente não te disse, mas pode ser que ele queira também que
o celular tire fotografias, faça imagens e grave voz. Mesmo que o cliente não tenha
dito ele tem esse desejo. O vendedor pode até fazer com que o cliente deseje ter
estas facilidades, e isso passará a ser um requisito obrigatório do produto para o
cliente, visto que agora é de conhecimento dele que o produto tem essas facilidades.
Muitas vezes, o cliente esquece-se de perguntar detalhes que são
essenciais para fechar o negócio, e que por sua vez podem determinar o
fechamento, portanto, você deve confirmar seus requisitos e o do cliente, confirmar
em formulário próprio, documentado, um exemplo é o acordo para prazo de entrega
e preço de frete, o ainda horários de início e término do serviço.
Além disso, requisitos aplicáveis ao negócio e que forem definidos por lei, ou
normas específicas, também devem ser atendidos, como por exemplo, a
responsabilidade pelo descarte de embalagens de produtos químicos ao final da
prestação de um serviço de controle de pragas, ou ainda, a obtenção da licença
ambiental antes de iniciar a construção de uma ampliação de um prédio. São
requisitos que afetam diretamente a realização do serviço e devem ser acordados
entre o cliente e a empresa antes do aceite do serviço.
O requisito não é apenas para o produto ou serviço, mas também para
entrega e pós-venda, garantias, manutenção, assistência técnica, atendimentos e
prazos de garantia, reciclagem e descarte quando aplicável.
Esse parece ser um requisito simples, mas não é, pois aqui você vai ter que
entender as leis e normas aplicáveis ao produto da organização e atender a todos
esses requisitos, pois a ISO 9001 não pode se sobrepor às leis, ou ainda ser uma
ferramenta utilizada para não se adequar a elas. A pesquisa de levantamento de leis
aplicáveis deve considerar leis municipais, estaduais e federais.
Não existe implantação da ISO 9001 sem atendimento às leis aplicadas ao
produto e serviço. Por isso, muita atenção nesse requisito, pois quanto mais
complexo for o seu produto, maior o trabalho nesta etapa e nas seguintes.
AN02FREV001/REV 4.0
90
7.2.2 Análise crítica dos requisitos relacionados ao produto
A organização deve analisar criticamente os requisitos relacionados ao
produto. Esta análise crítica deve ser realizada antes da organização
assumir o compromisso de fornecer um produto para o cliente (por exemplo,
apresentação de propostas, aceitação de contratos ou pedidos, aceitação
de alterações em contratos ou pedidos) e deve assegurar que:
os requisitos do produto estejam definidos;
os requisitos de contrato ou de pedido que difiram daqueles previamente
manifestados estejam resolvidos; e
a organização tem a capacidade para atender aos requisitos definidos.
Devem ser mantidos registros dos resultados da análise crítica e das ações
resultantes da análise crítica (ver 4.2.4).
Quando o cliente não fornecer uma declaração documentada dos requisitos,
a organização deve confirmar os requisitos do cliente antes da aceitação.
Quando os requisitos de produto forem alterados, a organização deve
assegurar que os documentos pertinentes sejam revisados e que o pessoal
pertinente seja conscientizado sobre os requisitos alterados.
Nota: Em algumas situações, como vendas pela internet, uma análise crítica
formal em cada pedido é impraticável. Nesses casos, a análise crítica pode
compreender as informações pertinentes ao produto, como catálogos ou
material de propaganda. (ISO 90012008, NORMA).
AN02FREV001/REV 4.0
91
do serviço. Neste caso torna-se necessário fazer reuniões com o cliente para
levantar adequadamente quais são as reais necessidades e a capacidade da
organização em atendê-las; o registro formal desta análise crítica são as reuniões
sobre o projeto, os planos de ações traçados, com as metas a serem atendidas.
De forma resumida, no requisito 7.2.2 a norma exige uma análise pela
organização, se ela pode ou não atender ao cliente, inclusive mantendo registros.
Por isso as atas de reuniões entre as etapas de negociação com o cliente,
apresentação de propostas e assinatura de contratos e também realizar uma reunião
entre a equipe do projeto para avaliar criticamente se o que está sendo solicitado
pode ser atendido são documentações essenciais para compor o atendimento do
requisito 7.2.2.
E, claro, se for necessário, um bom momento para elaborar mais um
procedimento, o procedimento de análise crítica antes da aceitação de um projeto e
serviço, que tenha em seu contexto a obrigatoriedade de manter os registros.
No próximo requisito, ainda na cláusula 7.2, trataremos da comunicação com
o cliente durante toda a realização do produto. Façamos a breve leitura do requisito.
AN02FREV001/REV 4.0
92
Empresas que investem em comunicação com o cliente nesta etapa terão
melhores avaliações pelos seus clientes. O investimento deve ser em canais
apropriados. Eu não posso, por exemplo, propor um atendimento via site, de forma
exclusiva, se o perfil dos meus clientes demonstra que ele prefere utilizar o telefone
ou ainda o contato direto com o vendedor em sua própria empresa. Inclusive é uma
boa prática munir a equipe de vendas externas de ferramentas para facilitar a coleta
da manifestação do cliente, de maneira formal, e que chegue à área de gestão da
qualidade para tomar as providências necessárias.
As grandes empresas investem nos serviços de atendimento ao consumidor
(SACs), porém nem toda empresa suporta a implantação de um SAC, ou seja
manter uma estrutura dedicada ao SAC demanda investimentos e custos fixos. Não
há problema que o recebimento da comunicação do cliente seja centralizado por
uma pessoa da área comercial, que tem essa atividade dentro de sua função, o que
pode estar descrito em um procedimento, ou ainda na área de gestão da qualidade,
com o próprio representante da direção (RD). O grau de investimento em
ferramentas de comunicação com o cliente vai depender do porte do cliente e do
perfil do produto e usuários.
Lembre-se que a comunicação do cliente pode incluir reclamações, e de
acordo com o requisito 8.2.2 (que trataremos no próximo módulo), todas as
reclamações do cliente devem ser tratadas na organização, em muitos casos como
uma não conformidade, e uma resposta deve ser dada ao cliente, de preferência
com ações corretivas de acordo com o requisito 8.5.2.
Lembre-se que é preciso relatar à área de qualidade todas as reclamações
provenientes de clientes. Além disso, as reclamações são uma das entradas para
análise crítica, em 5.6.2, e são as realimentações de clientes. É importante ter um
mecanismo eficiente de registro dessas informações e de ações corretivas e
preventivas. Pois não é aceitável mencionar que não existem reclamações, pois
inevitavelmente se não existem, é porque eu não tenho mantido canais eficientes de
coleta e registro de reclamações, mesmo que improcedentes, elas existem em toda
organização.
Com este requisito, encerramos o estudo da cláusula 7.2 para iniciarmos o
estudo do requisito 7.3, muitas vezes um item de exclusão da norma, conforme já
apresentamos anteriormente.
AN02FREV001/REV 4.0
93
Vamos à leitura do requisito.
AN02FREV001/REV 4.0
94
são aplicáveis ao requisito 7.3 “Projeto e Desenvolvimento”, como por exemplo,
Controle de Documentos, Registros e Treinamento.
É necessário planejar os estágios do processo de projeto e desenvolvimento
e suas respectivas atividades de análise crítica, verificação e validação, bem como
garantir que todos os membros da equipe de projetos conheçam e compreendam o
papel que exercem na equipe. É uma boa prática ter formulários para elaboração de
projetos que já definam as etapas a serem seguidas, permitindo que a equipe,
mesmo que treinada, não se esqueça das etapas preconizadas pela norma.
É de fundamental importância a necessidade de assegurar que as interfaces
técnicas e organizacionais sejam devidamente identificadas e que a comunicação a
elas relacionada seja controlada, isto é, a equipe deve considerar no projeto os
requisitos legais, estatutários, que incluem os técnicos, e também os requisitos dos
clientes.
Em que situação a empresa deve utilizar o requisito? Dependendo da
organização, o desenvolvimento de projetos é uma rotina, em outras, poucas vezes
vai ser utilizado. Portanto, deve ser utilizado quando desenvolver um novo produto,
quando for contratado para realizar algum projeto de engenharia ou também
desenvolver um novo processo na sua organização.
As franquias de cursos, por exemplo, não vão precisar, durante a sua
certificação, implementar esse requisito, pois todos os padrões de produtos e
processos virão da matriz, ou seja, elas não desenvolvem os cursos que serão
comercializados, por isso o requisito pode ser uma exclusão para o seu escopo.
O requisito 7.3 existe quando a organização precisa desenvolver algo novo,
seja um produto que será comercializado em massa, seja um projeto ou serviço
único para um cliente como uma residência única.
Inclusive alguns softwares e ferramentas de gerenciamento de projetos
contemplam boa parte destes requisitos, e podem ser utilizados para demonstrar
que a organização atende e documenta a elaboração de projetos. Empresas que
utilizam essas ferramentas terão uma facilidade maior em atender este requisito.
Se você tem uma equipe que é expert em projeto e gerenciamento de
projetos, aproveite a experiência da equipe e o que já está implantado, para que a
implantação seja eficiente e alinhada com as ações das equipes já iniciadas, às vezes
a única diferença é o vocabulário utilizado, mas as etapas cumpridas são as mesmas.
AN02FREV001/REV 4.0
95
Nesse requisito a norma solicita que a cada projeto e desenvolvimento de sua
organização sejam definidos os estágios, como por exemplo, a parte de engenharia,
de design, de marketing, etc. Os responsáveis e as autoridades para realização de
cada etapa devem ser definidos, como por exemplo, quem deve ser o responsável
pelas as análises críticas, pelas verificações e validações necessárias em cada etapa,
além de definir que a cada saída do projeto as atualizações sejam feitas.
Vejamos o que requisito diz sobre as entradas de projeto.
Este item é basicamente muito semelhante aos requisitos dos itens 7.2.1 e
7.2.2 relacionados à identificação formal e análise crítica dos requisitos do produto e
do cliente e está intimamente ligado a tais requisitos.
O principal requisito diz respeito a quaisquer requisitos regulamentares e
legais relevantes, que devem ser identificados no estágio de entrada do projeto.
Deve haver registro sobre os requisitos do projeto. Se você está
desenvolvendo um novo medicamento, por exemplo, deverá possuir os requisitos de
mecanismos de ação, efeitos colaterais esperados, doses inicialmente
recomendadas, ou seja, deve haver um levantamento obrigatório dos principais
requisitos de ação e desempenho do medicamento. Por exemplo, quantidade e o
tipo de efluentes emitidos por essa fábrica de medicamento pode ser um requisito
ambiental exigido por lei, como também a emissão de gases também deve ser
atendidos. Não que o requisito legal vá ser auditado, mas será auditado se no
planejamento para o novo produto os requisitos legais foram considerados.
Outros requisitos importantes são aqueles solicitados pelo cliente, e que
demandou a criação do novo produto, este é um exemplo clássico de entrada para
um projeto de um novo produto, e por vezes é esquecido e não considerado em sua
totalidade.
AN02FREV001/REV 4.0
96
Um requisito de entrada não pode confrontar outro, deve ser claro, objetivo e
fornecer dados para a elaboração do projeto.
É impossível projetar um veículo que seja ao mesmo tempo ágil e veloz e
também capaz de transportar muitos volumes de carga e ainda assim ser confortável
para quem o dirige. É necessário fazer uma análise das entradas de projeto e
desenvolvimento para saber se a organização tem os recursos e as competências
necessários para desenvolver aquele projeto.
As entradas, depois de trabalhadas, vão gerar as saídas – e a norma define
a necessidade das saídas conforme o item a seguir:
AN02FREV001/REV 4.0
97
Veja que as informações para produção e prestação do serviço não estão
definidas, sugere-se usar o bom senso. É preciso apresentar os requisitos de
segurança, uso adequado, preservação e conservação, produção e entrega.
A saída representa como o produto ficaria se atendêssemos todas as
entradas, é o esboço do produto de acordo com os princípios definidos para a
necessidade de sua criação.
No próximo requisito, é apresentada a etapa de análise crítica do projeto.
Vejamos a seguir:
AN02FREV001/REV 4.0
98
É de grande valia explorar as experiências anteriores ou especialidades de
outras pessoas da organização, artigos e estudos, além do que, um dos benefícios
significativos da análise crítica de processo é permitir a outros projetistas dar uma
contribuição positiva sem que eles percam seu tempo ou serviços, durante períodos
inaceitáveis.
As análises críticas de projeto devem ser consideradas como medidas
preventivas, ao contrário de uma ação posterior aos investimentos na fabricação do
produto ou uma função puramente de controle. Ela deve ser parte decisiva para
fabricação ou viabilidade do projeto.
A análise crítica deve ser utilizada para estabelecer a aprovação do projeto
conforme ele se encaminha para a finalização, analisando as realizações em
comparação com os requisitos e avaliando-as como uma base para prosseguir para
o próximo estágio do processo de projeto.
Análise crítica de projeto é parte das ações planejadas para atender aos
requisitos do cliente.
AN02FREV001/REV 4.0
99
comprometer o resultado do projeto, a gestão do seu conhecimento e o sucesso de
projetos futuros.
Se geramos as saídas dos projetos e analisamos criticamente, chegou a
hora de verificar se realmente o produto ou projeto ao ser realizado, atende
realmente aos requisitos. Este item é o 7.3.5 que veremos a seguir.
AN02FREV001/REV 4.0
100
Frequentemente a validação só pode ser realizada pelo cliente (ou em
cooperação com o cliente). O projeto necessita ser avaliado sob as condições de
operação do usuário para que realmente seja uma validação. Então, para um
veículo, o projeto seria validado construindo um veículo representativo e dirigindo-o
em estradas típicas e da forma com que os proprietários finais fariam, ou ainda,
convidando um possível cliente a fazer o teste e preencher um registro onde ele
avalia o veículo; as notas dadas pelo cliente serão confrontadas com as saídas de
projeto esperadas para o produto.
Verificação, validação e alterações em projeto e desenvolvimento devem
possuir registros. Aqui você precisa entender que verificar é o mesmo que controlar
os resultados que são produzidos ao longo do projeto. Por exemplo, ao desenvolver
um carro, o motor já está pronto? Atende aos requisitos do projeto? Isso é verificar.
Confrontar os resultados das saídas contra o que foi planejado.
Já validar significa conferir se o resultado final do projeto atende a
solicitação inicial do cliente. A validação, se possível, deveria acontecer antes de
entregar ao cliente, conforme a solicitação da norma. O carro funciona? Emite gases
poluentes conforme exigências legais? Atende aos requisitos de segurança? A
validação em geral é feita por softwares ou protótipos.
Validar deve ser uma etapa anterior à produção seriada de qualquer produto.
Resumindo: verificar acontece ao longo das etapas planejadas do projeto.
Validar é testar se o resultado final sai conforme o especificado.
Nas etapas de análise crítica, verificação e validação podem ser geradas
ações corretivas que fornecerão tanto dados de entradas como de saídas; neste
caso, a empresa deve evidenciar as diversas revisões de projetos necessárias para
que estas ações corretivas sejam inseridas no projeto. É recomendado que a
empresa não aguarde somente o momento da validação para inserir as ações
corretivas, e sim ao longo das etapas em que elas surgem, seja na análise crítica, na
verificação e na validação. Um adequado controle de registros e de documentos
conforme requisitos 4.2.3 e 4.2.4 deve ser aplicado na realização do projeto e
desenvolvimento de produtos.
Vejamos o que a norma determina em relação ao controle das alterações
dos projetos:
AN02FREV001/REV 4.0
101
7.3.7 Controle das alterações de projeto e desenvolvimento
As alterações de projeto e desenvolvimento devem ser identificadas e
registros devem ser mantidos. As alterações devem ser analisadas
criticamente, verificadas e validadas, como apropriado, e aprovadas antes
da sua implementação. A análise crítica das alterações de projeto e
desenvolvimento deve incluir a avaliação do efeito das alterações em partes
componentes e no produto já entregue.
Devem ser mantidos registros dos resultados da análise crítica de
alterações e de quaisquer ações necessárias (ver 4.2.4). (ISO 90012008,
NORMA).
FIM DO MÓDULO V
AN02FREV001/REV 4.0
102
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
ISO 9001 – SISTEMA DE GESTÃO DA
QUALIDADE
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
103
CURSO DE
ISO 9001 – SISTEMA DE GESTÃO DA
QUALIDADE
MÓDULO VI
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
AN02FREV001/REV 4.0
104
MÓDULO VI
7 PROCESSO DE AQUISIÇÃO
AN02FREV001/REV 4.0
105
que fabrica uniformes: o critério de avaliação para os fornecedores de tecidos deve
ser mais exigente do que o critério de avaliação para compra de produtos de
limpeza, porque o impacto do tecido no produto final é maior do que o do produto de
limpeza. Talvez a empresa até decida não avaliar o fornecedor de produto de
limpeza, mas não poderia deixar de avaliar e monitorar o fornecedor de tecido, pois
o mesmo é parte fundamental do produto e por isso influencia diretamente na
qualidade do produto e consequentemente na satisfação do cliente.
As cláusulas 7.4.1 e 7.4.2 são relacionadas às informações que precisam
ser enviadas ao fornecedor, como por exemplo, em uma ordem de compra, um
pedido. A organização que deve decidir a forma de determinar e transmitir ao
fornecedor as informações dos itens para verificação. A seguir, vamos elencar quais
são os itens essenciais.
Uma organização deve informar claramente ao fornecedor exatamente o que
está solicitando (a maneira de informar pode ser por meio de desenhos e
especificações apropriados) e também garantir que qualquer requisito referente à
aprovação do produto esteja definido. Os outros requisitos podem ser a exigência de
procedimentos, processos, infraestrutura, equipamentos, qualificação de pessoal e
requisitos do Sistema de Gestão da Qualidade, requisitos de segurança do produto,
de níveis de garantia, requisitos de pós-venda, prazos de pagamento e transporte,
entre outros que possam ser identificados pela empresa que vai adquirir o produto.
A cláusula ainda define que requer que a organização defina os “requisitos
especificados” antes de enviá-los ao fornecedor, ou seja, os requisitos devem ser
definidos internamente, baseados nas necessidades da empresa, para
posteriormente verificar se o fornecedor tem a capacidade de atendê-los.
Desta forma, percebemos que requisito é difícil de atender considerando-se
que não desejamos estabelecer mecanismos de verificação desnecessários.
Porém, como dica, o comprador pode determinar o uso de uma lista de
verificação para analisar criticamente todos os itens, antes de liberar o pedido de
compra e registrar que essa verificação foi realizada.
O termo “Requisitos Especificados” significa “conforme especificado pelo
cliente final”, pela organização, fornecendo ao cliente ou por outra especificação ou
norma com a qual o produto adquirido deva estar conformidade.
AN02FREV001/REV 4.0
106
Finalmente, a empresa deve determinar quais atividades deverão ser
realizadas para “verificar” se o que foi recebido de um fornecedor é o que foi
solicitado, ou seja, quais atividades após a compra, durante o recebimento do
produto, serão realizadas para verificar se a compra é totalmente satisfatória.
Em seguida, tais atividades de verificação devem ser implementadas.
A última parte deste requisito possibilita que o cliente faça algum tipo de
inspeção ou ensaio nas suas instalações ou nas instalações do fornecedor. A
avaliação nas instalações do fornecedor pode ser feita pelo comprador e pelo
próprio fornecedor, que deve emitir um documento e enviá-lo junto com o produto.
Em qualquer um dos casos os detalhes da verificação a ser feita devem ser
definidos e comunicados previamente ao fornecedor para que ele esteja preparado
para receber a verificação ou realizá-la.
E como implantar este requisito na prática? O primeiro é fazer um
levantamento de todos os produtos adquiridos pela organização, depois, por meio de
uma análise crítica, identificar aqueles que têm alto impacto na qualidade do produto
final. É comum que as empresas nomeiem esses produtos como “críticos”.
Este levantamento deve gerar uma lista dos produtos críticos, esta lista deve
representar o quanto eles impactam no seu produto.
É interessante, mesmo que não obrigatório pela norma, que seja elaborado
um procedimento de aquisição, e que a lista de produtos que impactam a qualidade
do produto (os chamados produtos “críticos”) esteja associada ao procedimento,
assim você poderá definir formas de controle ou regras específicas para grupos de
produtos com grau de importância diferenciado.
E se o fornecedor na verdade é uma revenda, a organização deve exigir que
ele compre adequadamente e forneça conforme a organização exige. Isso quer dizer
que o seu fornecedor deverá ter também certo nível de comprometimento com a
qualidade. Da mesma forma que os clientes têm exigências e requisitos perante a
sua organização, do outro lado o fornecedor da organização deve atender aos
requisitos exigidos por ela.
É interessante que a organização crie planilhas específicas para este
requisito, ou ainda utilize ferramentas disponibilizadas pelos softwares, que
permitem, por exemplo, a homologação do fornecedor que atende aos requisitos
AN02FREV001/REV 4.0
107
definidos pela empresa. É uma boa prática que a organização tenha as seguintes
planilhas ou itens definidos nos softwares de gestão da empresa:
pedido de compra, ordem de compra ou requisição de compra que
contenha espaço para descrição dos itens acordados antes da compra;
lista de fornecedores da organização, com classificação de críticos e não
críticos e quais estão homologados, aprovados, qualificados ou não, pode
ser um cadastro de fornecedores, porém algo que forneça as informações
necessárias;
formulário de avaliação e reavaliação de fornecedores;
formulário de avaliação e aceitação de produto entregue, que pode ser
formulário de inspeção e aceitação que evidencie se a avaliação está
conforme ou não conforme, e a data e a pessoa que realizou a inspeção.
Todas essas planilhas ou próprio software de gestão, depois de utilizados,
se tornam registros, e esses registros devem ser mantidos e devem evidenciar se
todas as compras estão conforme as especificações.
Nada adiantaria especificar os requisitos de aquisição e não avaliar as
compras se elas atendem aos requisitos. A medição deve ser a evidência objetiva de
que a organização não atende a este requisito.
A seguir, o requisito de aquisição conforme apresentado na norma.
7.4 AQUISIÇÃO
7.4.1 Processo de aquisição
A organização deve assegurar que o produto adquirido está conforme com
os requisitos especificados de aquisição. O tipo e a extensão do controle
aplicados ao fornecedor e ao produto adquirido devem depender do efeito
do produto adquirido na realização subsequente do produto ou no produto
final.
A organização deve avaliar e selecionar os fornecedores com base na sua
capacidade em fornecer produtos de acordo com os requisitos da
organização. Critérios para seleção, avaliação e reavaliação devem ser
estabelecidos. Devem ser mantidos registros dos resultados das avaliações
e de quaisquer ações necessárias, oriundas da avaliação (ver 4.2.4).
7.4.2 Informações de aquisição
As informações de aquisição devem descrever o produto a ser adquirido e
incluir, onde apropriado:
requisitos para a aprovação de produto, procedimentos, processos e
equipamentos;
requisitos para a qualificação de pessoal; e
requisitos do sistema de gestão da qualidade.
A organização deve assegurar a adequação dos requisitos de aquisição
especificados antes da sua comunicação ao fornecedor.
AN02FREV001/REV 4.0
108
A organização deve estabelecer e implementar a inspeção ou outras
atividades necessárias para assegurar que o produto adquirido atende aos
requisitos de aquisição especificados.
Quando a organização ou seu cliente pretender executar a verificação nas
instalações do fornecedor, a organização deve declarar, que as informações
de aquisição, as providências de verificação pretendidas e o método de
liberação do produto. (ISO 90012008, NORMA).
AN02FREV001/REV 4.0
109
Além disso, a organização deve definir a informação ao pessoal envolvido,
o fornecimento dos equipamentos adequados e de dispositivos para medir e
monitorar o produto ou o processo e a implementação de processos definidos para
a liberação do produto ou do fornecimento de serviço e deve definir a entrega ou
atividades pós-entrega.
AN02FREV001/REV 4.0
110
E se voltarmos ao caso do fósforo? O fósforo que foi riscado não será
entregue ao cliente, então o teste que eu faço é para validar que o restante dos
fósforos não testados atende as especificações dos clientes.
No caso da prestação de serviço, este requisito passa a ser mais importante,
porque, por exemplo: como testar um atendimento médico antes que o serviço seja
utilizado? Não temos como fazê-lo, porém a qualificação do médico, em
universidade reconhecida, os anos de residência e toda a sua experiência curricular,
além de sua carteira profissional e o registro no Conselho Federal de Medicina
validam o serviço para que tenhamos garantia que o serviço oferecido atenderá os
requisitos antes que o cliente “paciente” utilize o serviço.
Outra sugestão é indicar a confiabilidade do processo de realização do
produto por meio da implantação de melhorias e o seu monitoramente.
Quando não se pode inspecionar o produto, aquele que vai ser entregue ao
cliente (veja a diferença da validação no item 7.3 quando estou validando uma
partida piloto, antes da decisão da sua fabricação e não o produto que vai ser
entregue ao cliente), existe uma grande possibilidade para a inspeção de o processo
ser indicada como uma forma de validação.
Nesse caso pode ser inspecionado o equipamento e garantir sempre sua
correta manutenção, podem ser realizados treinamentos e qualificação da mão de
obra. Em certos casos a amostragem com ensaios destrutivos pode fornecer uma
confiabilidade alta para o processo, garantindo assim maior satisfação do cliente.
Um exemplo de ensaio destrutivo são os testes de resistência aplicados a uma
amostra de um lote de blocos cerâmicos (tijolos), onde após destruirmos algumas
peças dentro do ensaio de resistência, podemos validar que as demais peças
possuem a resistência requerida, já que foram fabricadas nas mesmas condições
das peças destruídas no ensaio. O mesmo acontece em testes com panelas de
pressão, blocos de concreto, telhas, etc.
Um salão de beleza só vai conseguir dizer que o produto “corte de cabelo”
está ou não conforme após o cliente ter se submetido ao serviço e relatar se gostou
ou não. Mas, para liberar o serviço, o salão já tomou todas as medidas para garantir
que o profissional que executará o serviço está qualificado – mais uma vez este é
um exemplo de validação.
AN02FREV001/REV 4.0
111
Nesses casos, o salão pode validar seu processo, verificar se todos os
equipamentos estão disponíveis, treinar os funcionários e selecioná-los de forma
adequada, realizar simulados de atendimento e registrá-los, verificar se as
condições estão adequadas, isso com certeza vai impactar na confiabilidade do
serviço e assim pode ser definido como ações que validam a realização do produto
ou serviço.
E se os testes do seu produto puderem ser feitos antes da utilização pelo
cliente? Quando dizemos testes, estamos dizendo em 100% das peças. Então esse
requisito pode ser excluído para aquele determinado produto e as verificações
intermediárias substituirão esse requisito.
As organizações, por vezes, acham soluções únicas para este requisito,
porém devemos lembrar que se dentro do escopo temos diversos produtos, pode ser
que para um este requisito pode ser exclusão, mas para outro não, então a análise
crítica para realização do serviço passa a ser mais uma vez essencial na
implantação da norma.
Façamos a leitura deste requisito para fecharmos o conceito:
AN02FREV001/REV 4.0
112
A norma deixa claro que a rastreabilidade deve ser completa tanto para
frente, visando determinar quais produtos incorporam certos materiais, como para
trás, visando identificar o material que foi utilizado para prover o produto.
A norma não define o nível de rastreabilidade, porém cabe à organização
identificar junto a outros requisitos, como os do cliente ou requisitos legais, qual o
nível exigido da rastreabilidade. O nível de detalhamento da rastreabilidade vai
depender, portando, do tipo de indústria, da legislação, da natureza do produto, da
política da companhia e até da necessidade do cliente.
Softwares e ferramentas como código de barras são meios que podem ser
utilizados pela empresa para o atendimento do requisito. A empresa pode realizar
simulados de rastreabilidade, exercícios e testes das ferramentas de rastreabilidade,
simulando a situação em que poderia ser necessário levantar todos os dados da
produção daquele referido lote e ainda para quais clientes ele foi comercializado,
ajudam a empresa a identificar falhas ou promover melhorias na ferramenta e
principalmente se os meios providos pela empresa para o levantamento dos dados
são confiáveis e permitem uma rápida realização do levantamento. Lembrando que
é decisão da empresa o nível de detalhamento e o nível de facilidade para que os
dados de rastreabilidade sejam conhecidos.
A ferramenta deve ser coerente com as necessidades da empresa.
Lembrando que quando falamos em rastreabilidade do produto, isso implica também
rastreabilidade dos processos realizados, pois isso que vai cooperar com a
identificação das falhas para tomada de ações corretivas para promoção da melhoria
contínua.
Vejamos o requisito na norma.
AN02FREV001/REV 4.0
113
Atender os requisitos de rastreabilidade do produto permite que a empresa,
por exemplo, consiga realizar o recall, isto é, o recolhimento do produto, seja em
seus clientes, seja nos clientes dos seus clientes.
Um mecanismo de rastreabilidade implantado em uma empresa pode permitir
que ela consiga identificar os clientes que receberam tais produtos, e ainda, dentro da
organização, em qual etapa do processo se encontra uma ordem de produção, qual
foi o fornecedor, quem processou, quais verificações e testes foram feitos.
Dependendo do nível de implantação do requisito, a empresa será capaz de
identificar um produto desde a matéria-prima até a entrega ao cliente final. Nesse
caso, códigos, formulários e metodologias de identificação podem ser desenvolvidos
por cada organização para facilitar o processo, ou ainda o uso de softwares de
gestão que possibilite essa atividade, conforme já mencionado.
Vejamos o exemplo do envio de um produto pelo correio. Após enviar, você
receberá um código único, e por meio desse código você pode rastrear o seu
produto desde a postagem até a chegada ao destinatário, isso em qualquer
momento que decidir realizar este acompanhamento de sua entrega. Esse seria um
exemplo do seu cotidiano que exemplifica a rastreabilidade. Se imaginarmos isso
dentro de uma linha de produção de uma fábrica de peças automotivas, o código
único seria o número de lote daquela peça produzida.
Segundo a ISO 9000:2005, a rastreabilidade significa: “Capacidade de
recuperar o histórico, a aplicação ou a localização daquilo que está sendo
considerado.” O que nos demonstra que tanto o histórico de quem recebeu o
produto e com quais processos e materiais este produto foi produzido como também
a localização do produto, onde na minha empresa ele se encontra e para quais eles
clientes ele foi destinado, é importante quando dizemos que o requisito 7.5.3 está
implantado na empresa.
Nas organizações em que a segurança do produto é importante esse
requisito torna-se ainda mais necessário. Se você produz livros, por exemplo, não
existe um risco muito grande de danos ao cliente, por isso a identificação e a
rastreabilidade não são tão importantes, porém vão facilitar as análises de não
conformidades e a recuperação de informações para gerenciamento e melhoria. Mas
na indústria de extintores, alimentos e na de pneus esse requisito torna-se mais
importante, porque os produtos possuem requisitos fortes de segurança.
AN02FREV001/REV 4.0
114
O recall é o ato de recolher os produtos, para isso, a rastreabilidade é
essencial, pois lançar na TV ou no jornal uma nota sobre o recolhimento dos
produtos não é suficiente, eu devo ter meios adicionais para chegar ao cliente, e isso
só é obtido se eu tiver rastreabilidade dos meus produtos.
Convém que a empresa tenha um procedimento de recall, de preferência
documentado, para que em caso de recolhimento a organização tenha um método
ágil para recolher os produtos, principalmente se o produto a ser recolhido pode ter
chance de causar dano ao cliente. Muitas legislações específicas, como as
legislações da indústria de alimentos, exigem que este procedimento seja
documentado e testado a intervalos planejados.
O requisito 7.54 trata da necessidade de realizar controle da propriedade do
cliente. Este requisito está relacionado com a capacidade da organização para
guardar e cuidar dos produtos ou materiais dos clientes. Requer que sejam
estabelecidos e mantidos procedimentos e que o cliente seja informado de qualquer
perda ou dano dos mesmos. Um exemplo clássico de propriedade do cliente que a
própria norma cita são os dados do cliente. Dados como CPF, RG e demais
informações fornecidas à organização devem ser mantidos em sigilo, pois são
propriedade do cliente, e só devem ser utilizados para os fins que foram acordados
entre o cliente e a organização, por exemplo, a empresa deve ter políticas de
senhas, para que apenas empregados autorizados possam acessar estes dados e
utilizá-los para os fins determinados. E no caso de vendas a distância, com cartão
de crédito, por exemplo? Ou vendas pela internet? Qual o cuidado que a
organização tem com esses dados em salvaguardá-los?
Outro exemplo de propriedade de cliente são organizações que realizam
manutenções de equipamentos e veículos e, para isso, retiram o equipamento ou
veículo da empresa ou residência do cliente e levam para a organização para serem
reparados.
Aquele veículo ou equipamento é a propriedade do cliente, e não deve sofrer
danos. Uma boa prática a ser implantada, é o uso de formulários e listas de
verificações para avaliar este equipamento ou veículo, no momento de sua retirada
no cliente. O uso da lista de verificação permitirá que a organização, junto com o
cliente, tenha conhecimento formal das condições em que o veículo ou equipamento
AN02FREV001/REV 4.0
115
está sendo entregue à organização que vai repará-lo e consequentemente assegure
que as mesmas serão mantidas.
Pode ocorrer que em uma organização não seja rotina ter produtos,
equipamentos, matérias-primas, que sejam propriedade do cliente, nesses casos
esporádicos, é uma boa prática a identificação desses itens como propriedade do
cliente, evitando o uso ou dano não intencional. Um exemplo é uma empresa que
fabrica rações para animais e o seu cliente solicita que uma matéria-prima especial
seja colocada nos produtos que ele vai adquirir, como este produto não é utilizado
como rotina na indústria, o cliente concorda em adquirir a matéria-prima e enviá-la à
indústria, portanto, isso passa a ser uma matéria-prima de propriedade do cliente
que está na indústria, e até o seu uso final, a indústria deve manter e cuidar desta
propriedade do cliente nas condições exigidas por ele.
No caso de uma construtora, que termina a etapa de colocação de
revestimento cerâmico (piso) em uma casa que está sendo construída e já está
comercializada, os empregados devem tomar todo cuidado para não riscar ou
danificar este revestimento no momento que for construir outros itens da obra, como
por exemplo, colocar portas e janelas, pois uma vez realizado e incorporado no
imóvel, isso passa a ser propriedade do cliente.
A norma ainda definiu que registros devem ser realizados quando a
propriedade for perdida, danificada ou considerada inadequada para uso, o cliente
deve ser avisado imediatamente do fato.
Propriedade do cliente ainda pode ser desde um e-mail com informações
confidenciais da organização, projetos, receitas, desenhos, subcomponentes para
serem incorporados no produto final. Qual seria o cuidado, por exemplo, de uma
empresa que possui a fórmula de um produto de um cliente que tem a sua matriz
fora do Brasil, mas terceiriza a sua produção aqui no Brasil? O sigilo e cuidado
devem ser definidos inclusive dentro da organização, deve-se definir quem dos
empregados poderia ter acesso a este tipo de informação e de que modo seria
guardada essa informação.
Em uma empresa que presta serviços de manutenção de computadores,
dentro da empresa do cliente ou fora dela, qual o cuidado que esta empresa tem
com os dados que acessa? Qual o cuidado que a empresa tem para que os dados
não sejam perdidos durante a manutenção?
AN02FREV001/REV 4.0
116
Nota-se aqui uma relação direta entre o requisito de aquisição 7.4 e o 7.5.4,
pois estes requisitos, para cuidar da propriedade do cliente, podem estar definidos
durante o processo de aquisição, antes que o fornecedor seja aprovado.
Em alguns ramos de negócio este requisito é muito forte, em outros não
temos que ter muito cuidado, mas é um requisito que não pode ser excluído, pois
como diz a nota do próprio requisito na norma, dados dos clientes são considerados
propriedade do cliente, e não há como uma empresa não ter em algum momento
esses dados armazenados na empresa.
A seguir, vamos fazer a leitura do requisito:
AN02FREV001/REV 4.0
117
armazenamento; mas a organização identifica que a transportadora terceirizada não
possui um transporte com a temperatura ideal para sua preservação, ou seja,
preservação das características requeridas para o produto, então é claro que o
cliente vai receber o produto estragado, fora das especificações. Isso ocorrerá
sempre que a empresa não verificar as condições de preservação do produto
durante todo o processo, até a entrega para o cliente.
Outro exemplo é de um laboratório de calibração de equipamentos, que
após realizar o serviço de calibração não tem os devidos cuidados em armazenar o
equipamento, fazendo com ele perca a calibração devido a danos durante o
transporte.
Convém que a empresa defina se é necessário implantar controles em
relação à preservação do produto, isso baseado no quão crítico isto é para o
produto, porém os procedimentos devem estar definidos e cumpridos. Documentar
estes procedimentos também é uma decisão da empresa.
AN02FREV001/REV 4.0
118
requisito adicional para o controle que se deve ter sobre os softwares. Softwares que
fazem a medição dos produtos devem ser calibrados, seja internamente, com
ferramentas do próprio software, com uso de padrões ou ainda com testes externos. A
medição é parte fundamental para garantir a conformidade do produto, assim torna-se
necessário controlar os equipamentos usados na medição e monitoramento.
A precisão da medição deve ser definida e controlada a intervalos
planejados, dependendo do grau de utilização desses equipamentos e das
condições de uso dos mesmos.
É preciso manter registros da calibração, e essas calibrações quando
externas devem ser feitas em empresas – prestadores de serviços de calibração
credenciados na Rede Brasileira de Calibração (RBC) ou que utilizem padrões
oriundos de empresas credenciadas na RBC. Para saber quais empresas são
credenciadas acesse o link <http://www.inmetro.gov.br/infotec/redecalibracao.asp>.
Essa calibração deve acontecer a intervalos planejados, sendo importante a
organização definir o período ideal entre essas medições, ou de acordo com as
próprias exigências do equipamento. Esses intervalos serão impactados
principalmente pela frequência no uso do equipamento; quanto maior o uso, menor
tende a ser o intervalo de calibração.
Calibrações não planejadas deverão ocorrer quando for necessário, quando,
por exemplo, o equipamento for danificado, ajustado e vai voltar à empresa para ser
utilizado, antes disso o equipamento deve ser calibrado.
E medidas devem ser tomadas pela organização caso os resultados
anteriores foram medidos com equipamento de medição sem a precisão necessária,
que necessitavam de ajustes, a organização deverá tomar as devidas providências,
o grau de complexidade e importância da ação vai depender do dano ou grau de
impacto gerado pelo erro.
Neste fato, o requisito 7.5.3, de rastreabilidade, torna-se essencial, pois vai
permitir identificar quais produtos/serviços foram medidos com equipamento
impreciso.
Em uma indústria, por exemplo, este requisito pode ser mais importante do
que para uma empresa de consultoria, podendo até ser excluído.
AN02FREV001/REV 4.0
119
O INMETRO é o órgão central nesse requisito e a RBC fornece a lista com
os laboratórios. De acordo com as características do seu produto, esse requisito vai
ser muito importante e um procedimento específico poderá ser criado.
Existem empresas especializadas em calibração que podem inclusive
auxiliar a organização a estabelecer um programa de calibrações, que inclui a
montagem do cronograma, a realização de verificações, o uso de padrões, etc.
FIM DO MÓDULO VI
AN02FREV001/REV 4.0
120
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
ISO 9001 – SISTEMA DE GESTÃO DA
QUALIDADE
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
121
CURSO DE
ISO 9001 – SISTEMA DE GESTÃO DA
QUALIDADE
MÓDULO VII
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mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
AN02FREV001/REV 4.0
122
MÓDULO VII
AN02FREV001/REV 4.0
123
ser identificadas e analisadas, a fim de que em prazos determinados a organização
possa corrigir as não conformidades.
Um exemplo de não atendimento do requisito seria a não realização da
análise crítica de acordo com os intervalos planejados, se isso ocorre deve ser
elaborada uma não conformidade.
Com a implantação da ação corretiva – ou seja, o giro completo do PDCA –,
a organização demonstra capacidade para melhorar continuamente a eficácia do
SGQ; significa a cada momento ter indicadores com melhores resultados e, portanto,
metas mais agressivas, processos mais confiáveis e capazes, e consequentemente
clientes mais satisfeitos.
A norma não indica quais métodos, ferramentas e estatísticas utilizar para o
monitoramente do processo ou do produto, porém a organização deve ser capaz de
identificar as ferramentas de controle. Comumente a organização utiliza as
ferramentas da qualidade como: listas de verificação, diagrama de Pareto, entre
outras.
Vamos ver o que o requisito 8.1 nos mostra:
AN02FREV001/REV 4.0
124
deve ser mantido, assim como os questionamentos, para que se tenha uma base
comparativa. Tendências na insatisfação e satisfação do cliente devem ser
documentadas e comparadas com dados relevantes de mercado.
A organização deve estabelecer e documentar as metas de satisfação do
cliente para atender às suas expectativas, e uma vez atendidas devem ser revistas.
Quando a meta não for atendida, ações corretivas devem ser tomadas para o
aumento da satisfação do cliente e atendimento das metas.
Como comentado no início do nosso estudo, as expectativas e percepções
do cliente são influenciadas por diversos fatores. Alguns não podem ser controlados
pela empresa, enquanto outros podem ser gerenciados.
A qualidade pode ser vista como o resultado da comparação das
expectativas do cliente sobre o produto/serviço com sua percepção de desempenho
e isso deve ser traduzido em um índice para que possamos ter a medida requerida
no requisito 8.2.1.
É comum a empresa elaborar questionários e, por meio de entrevistas, obter
do cliente a sua avaliação em relação aos produtos e serviços da empresa e assim
criar o indicador.
Lembrando que essa medida não deve ser a única que demonstre o
desempenho dos produtos e processos, por isso a norma determinou a
necessidade, nos requisitos 8.2.3 e 8.2.4, que outras medidas sejam estabelecidas.
Porém, conforme a norma, a medida de satisfação não deve ser apenas
baseada na pesquisa. Medidas de reclamações dos clientes também devem ser
consideradas quando for realizada a medida de satisfação do cliente. Portanto,
indicadores de reclamações dos clientes devem ser determinados, e metas devem
ser atendidas.
É estranho termos metas para reclamação, porém também não podemos
considerar possível que o número de reclamações possa ser zero, portanto uma
medida coerente e possível deve ser determinada para o índice de satisfação do
cliente medido a partir do número de reclamações dos clientes.
Vejamos o que diz o requisito na norma:
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do cliente sobre se a organização atendeu aos requisitos do cliente. Os
métodos para obtenção e uso dessas informações devem ser determinados.
Nota: monitoramento da percepção do cliente pode incluir a obtenção de
dados de entrada de fontes, tais como pesquisas de satisfação do cliente,
dados do cliente sobre a qualidade dos produtos entregues, pesquisa de
opinião dos usuários, análise de perda de negócios, elogios, reivindicações
de garantia e relatórios de revendedor. (ISO 90012008, NORMA).
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original. Um procedimento documentado deve ser determinado para o processo de
auditoria e para as responsabilidades a ela associadas.
A norma ISO 19011:2012 contém os requisitos a serem seguidos na
realização das auditorias de sistemas da qualidade e deve ser base para escolha
dos auditores e para aplicação do método de auditoria interna.
Vamos ver o que a norma nos diz em relação a este requisito:
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recursos materiais – matérias-primas, componentes pré-fabricados, etc.;
recursos humanos – funcionários, serviços de terceiros, etc.;
recursos de capital – máquinas, instalações, etc.;
recursos de informações – bancos de dados, relatórios, etc.
Portanto, as empresas implementam uma cadeia de processos internos para
que o produto final seja realizado. Os produtos que fluem entre os vários processos
podem ser: matérias-primas, serviços, informações e materiais processados.
Cada processo deve contribuir no alcance dos objetivos, ou seja, do
atendimento dos requisitos. Portanto, cada processo deve ser medido em relação
aos seus objetivos, que refletem a sua contribuição para o atendimento dos
requisitos.
Os objetivos dos processos têm origem nos objetivos da empresa, requisitos
dos clientes e requisitos legais. Portanto, cada medida de processo contribui para
que a organização compreenda em que estágio do atendimento dos requisitos a
empresa se encontra e assim tomar as medidas para que ao final de todos os
processos seja gerado um produto em conformidade com os requisitos.
O monitoramento de processos torna-se assim essencial para a
organização, e revela no dia a dia da empresa o seu desempenho.
Por vezes os indicadores de processo se confundem com os indicadores de
gestão (da qualidade) e do produto durante a implantação; uma dica para a empresa
é que o indicador do processo traz medidas isoladas e necessita de outros
indicadores para que juntos traduzam o desempenho de maneira global da empresa.
A maior dificuldade da implantação deste requisito é a implantação do
método de coleta, que inclui criação de formulários, determinação de medidas,
frequências, fórmulas e índices. O método deve ser adequado ao porte da empresa
e o impacto que a medida trará à melhoria do processo, para que a empresa não
corra o risco de traçar medidas que não serão úteis para a melhoria do desempenho
da empresa.
Façamos a leitura do requisito:
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não forem alcançados, correções e ações corretivas devem ser executadas,
como apropriado.
Nota: Ao determinar métodos adequados, é recomendável que a
organização considere o tipo e a extensão de monitoramento ou medição
apropriados para cada um dos seus processos em relação aos seus
impactos sobre a conformidade com os requisitos do produto e sobre a
eficácia do sistema de gestão da qualidade. (ISO 90012008, NORMA).
AN02FREV001/REV 4.0
129
acordo com as providências planejadas (ver 7.1). Evidência de
conformidade com os critérios de aceitação deve ser mantida.
Registros devem indicar a(s) autorizada(s) a liberar o produto para entrega
ao cliente (ver 4.2.4).
A liberação do produto e a entrega do serviço ao cliente não devem
prosseguir até que todas as providências planejadas (ver 7.1) tenham sido
satisfatoriamente concluídas, a menos que aprovado de outra maneira por
uma autoridade pertinente e, quando aplicável, pelo cliente. (ISO 90012008,
NORMA).
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130
É recomendado que as áreas de produção ou de armazenamento de
produtos tenham áreas pré-determinadas identificadas como áreas de produtos não
conforme para que a segregação seja imediata, assim que o produto não conforme
seja identificado.
A detecção de um produto não conforme deve gerar ações corretivas para
que tal fato não volte a ocorrer. E se a detecção ocorrer após a entrega ao cliente, a
empresa deve determinar quais as ações necessárias a serem tomadas para
diminuir os riscos, principalmente se o seu uso já foi iniciado.
A seguir, apresentamos o último requisito deste módulo:
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
ISO 9001 – SISTEMA DE GESTÃO DA
QUALIDADE
Aluno:
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CURSO DE
ISO 9001 – SISTEMA DE GESTÃO DA
QUALIDADE
MÓDULO VIII
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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MÓDULO VIII
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134
fornecedores (ver 7.4). (ISO 90012008, NORMA).
8.5 MELHORIA
8.5.1 Melhoria contínua
A organização deve continuamente melhorar a eficácia do sistema de
gestão da qualidade por meio do uso da política da qualidade, objetivos da
qualidade, resultados de auditorias, análise de dados, ações corretivas e
preventivas e análise crítica pela direção.
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135
avaliação da necessidade de ações para assegurar que as não
conformidades não ocorreram novamente;
determinação e implementação de ações necessárias;
registro dos resultados de ações executadas (ver 4.2.4); e
análise crítica da eficácia da ação corretiva executada. (ISO 90012008,
NORMA).
O requisito final é o que trata da ação preventiva, ação essa que a empresa
deve tomar para prevenir a ocorrência das não conformidades.
A ação preventiva requer que seja assegurado que os processos estão
adequadamente planejados e que as medidas necessárias de controle estão prontas
para salvaguardar contra coisas que podem ficar erradas. Isto irá requerer que uma
organização analise continuamente onde existe a possibilidade de algo sair errado e
quantificar o risco e as consequências associadas.
Altos riscos associados a sérias consequências irão claramente necessitar
de serem tratados para que ações preventivas sejam implantadas.
Da mesma forma que o requisito 8.5.2, deve existir um procedimento
documentado que contemple as causas da potencial não conformidade, a necessidade
de estabelecer registros, a necessidade de estabelecer ações para implantação das
ações preventivas, além da necessidade de análise da eficácia das ações.
Tanto quanto no requisito 8.5.2 quanto no requisito 8.5.3 a eficácia das
ações deve ser baseada em fatos que demonstrem que a não conformidade não
voltou a ocorrer ou que a não conformidade potencial não ocorreu.
Façamos a leitura do último requisito da norma:
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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