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Biomecânica Ocupacional

Aplicação de Forças

PRO2315 – Ergonomia I
Design 2010
Textos base

IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher, 2005, Cap. 6.

CHAFFIN, D. B., ANDERSSON, G. B. J. & MARTIN. B. J. Biomecânica Ocupacional.


Tradução da 3ª edição Norte Americana. Belo Horizonte: Ergo Editora, 2001.
Os Músculos
- Contração concêntrica: quando a tensão do músculo for suficiente para superar
uma certa resistência e há um encurtamento.
- Contração excêntrica: quando a resistência supera a tensão e, mesmo tenso, pode
haver um alongamento do músculo.
- Contração estática ou isométrica: quando o músculo desenvolve uma tensão sem
provocar movimentos do corpo.

- Os músculos
trabalham
antagonicamente:
quando um se
contrai, o outro se
distende.
Sistema de alavancas
Três tipos de alavancas:
- interfixa: apoio se situa entre a força e a resistência (tríceps); adequado para
transmitir grandes velocidade com pouca força.
- interpotente: força é aplicada entre o apoio e a resistência (bíceps); movimentos
rápidos e amplos, com sacrifício da força.
- inter-resistente: resistência situa-se entre o ponto de apoio e a força; sacrifica a
velocidade para ganhar força.
Características dos Movimentos
- Para um movimento específico, diversas combinações
musculares podem ser usadas, cada uma com sua característica
de velocidade, precisão e movimento.

- Conforme a combinação de músculos que participam de um


movimento, este pode ter características e custos energéticos
diferentes.

- Um operador experiente fatiga-se menos porque aprende a


usar aquela combinação mais eficiente em cada caso,
economizando energias.

- Sempre se deve usar a GRAVIDADE e a QUANTIDADE DE


MOVIMENTO (massa x velocidade) a seu favor.

- A resistência de um mecanismo de trabalho deve estar dentro de uma faixa que um


operador mais fraco consiga movimentá-la (valor máximo) e também ter um certo
atrito ou inércia (valor mínimo), para evitar acionamentos acidentais.
Características dos Movimentos
- Precisão: realizado com as pontas dos dedos; quanto maior movimentação de
outras partes do corpo, menor a precisão.

- Ritmo: movimentos devem ser suaves, curvos e rítmicos; movimentação bruscas


são mais fatigantes, pois envolvem maiores contrações musculares.

- Movimentos retos: mais difíceis e imprecisos, pois exigem uma complexa


integração dos movimentos de diversas articulações (contra a tendência natural do
corpo).

- Terminações: movimentos que exigem precisão são difíceis e devem ser


terminados com um posicionamento mecânico ou controles que tenham
posicionamento discretos.
Empurrar e puxar
- Forças máximas para empurrar e puxar, para homens: 200 a 300N
- Forças máximas para empurrar e puxar, para mulheres: 40 a 60% da dos homens
- Se forem usados o peso e a força dos ombros para empurrar: até 500 N
Alcance Vertical
Alcance Horizontal
- O alcance horizontal, com um peso nas mãos, provoca uma solicitação maior dos
músculos do ombro para contrabalancear o movimento criado pelo peso.
- Tanto o alcance vertical quanto o horizontal indicam que os braços têm pouca
resistência em manter cargas estáticas.

- Os tempos devem ser de, no máximo, 1 a 2 minutos.

- Para forças grandes, devem ser utilizadas a musculatura das pernas.

- A força das pernas varia conforme a posição relativa assento/pedal.

- Quanto maior o desnível assento/pedal (menor o ângulo coxa/perna), menor a


força exercida pelas pernas.
Ajustes
individuais
- exemplos de
ajustes e suportes
que acomodam
diferenças
antropométricas e
aliviam estresse
muscular
Postura em assentos
Levantamento de cargas
- Ao levantar um peso, o esforço é transferido à coluna vertebral, descendo pela
bacia e pernas, até chegar ao piso.
- A coluna suporta grandes forças no sentido axial (vertical) e não no sentido
perpendicular ao seu eixo (cisalhamento).
Capacidade de carga máxima
Varia de pessoa a pessoa, conforme:
- se usem as musculaturas das pernas, braços ou dorso;
- o sexo;
- a localização da carga em relação ao corpo;
- características da carga, como formas, dimensões e facilidade de manuseio.
- Carga isométrica: carga
máxima que uma pessoa
consegue levantar,
flexionando as pernas e
mantendo o dorso reto, na
vertical.

-Em movimentos
repetitivos, a carga
recomendada é de 50% da
carga isométrica máxima.
Equação de NIOSH
para levantamento de cargas

- Calcular o peso limite


recomendável (PLR) em
tarefas repetitivas de
levantamento de cargas.

- Refere-se apenas à tarefa de


apanhar, com as duas mãos,
uma carga e deslocá-la para
posicioná-la em outro nível.
Variáveis:

PLR = peso limite recomendável


H = distância horizontal entre indivíduo e a
carga (posição das mãos) em cm
V = distância vertical na origem da carga
(posição das mãos) em cm
D = deslocamento vertical, entre a origem e o
destino, em cm
A = ângulo de assimetria, medido a partir do
plano sagital, em graus
F = freqüência média de levantamentos/min.
C = qualidade da pega
Outra forma de calcular a equação de NIOSH.
Transporte de Cargas

Carga provoca duas reações


corporais:
- sobrecarga fisiológica nos
músculos da coluna e dos
membros inferiores;
- estresse postural.

Isso pode provocar desconforto,


fadiga, dores, gastos energéticos
desnecessários e problemas
músculo-esqueléticos.
Recomendações para transporte de cargas
1. Manter a coluna reta e, ao levantar a carga, usar a musculatura da perna.
2. Manter a carga próxima ao corpo, na altura da cintura, conservando-se os braços
estendidos (o transporte com os braços flexionados cria momento em relação ao centro
de gravidade do corpo).
3. Adotar um valor adequado para cargas unitárias, conforme a equação de NIOSH (máximo
de 23 kg, carga aceitável para 99% dos homens e 75% das mulheres).
4. É preferível fazer poucas viagens com cargas maiores do que muitas viagens com cargas
menores.
5. Usar cargas simétricas.
6. Ao levantar a carga, ela deve estar a 40 cm acima do piso. Se não estiver, coloque-a sobre
um nível com cerca de 100cm de altura e depois pegue-a em definitivo.
7. Providenciar pegas adequadas.
8. Trabalhar em equipe.
9. Definir o caminho e suprimir os possíveis obstáculos.
10. Superar os desníveis do piso com rampas (máx. 8%), com materiais antiderrapantes e
corrimões.
11. Eliminar desníveis entre postos de trabalho.
12. Usar carrinhos.
13. Usar transportadores mecânicos.

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