Você está na página 1de 7

REFLEXOS PRIMITIVOS

Os reflexos primitivos são respostas automáticas e


estereotipadas a um determinado estímulo externo. Estão
presentes ao nascimento, mas devem ser inibidos ao longo dos
primeiros meses, quando surgem os reflexos posturais. Sua
presença mostra integridade do sistema nervoso central;
entretanto, sua persistência mostra disfunção neurológica.

De modo geral, a sucção reflexa e a marcha reflexa desaparecem por volta dos dois meses de vida. Os
outros reflexos arcaicos devem desaparecer até no máximo 6 meses de idade, exceto os dois reflexos dos
pés.

A preensão plantar desaparece aos 9 meses. Já o reflexo cutâneo-plantar é em extensão no primeiro


semestre de vida. No segundo semestre pode ser em flexão, indiferente ou em extensão.  

1) REFLEXO DE MORO: É desencadeado por queda súbita


da cabeça, amparada pela mão do examinador. Observa-se
extensão e abdução dos membros superiores seguida por
choro.

2) SUCÇÃO REFLEXA: É desencadeado pela estimulação dos


lábios. Observa-se sucção vigorosa. Sua ausência é sinal de
disfunção neurológica grave.

3) REFLEXO DE BUSCA / Piper: É desencadeado por


estimulação da face ao redor da boca. Observa-se rotação da
cabeça na tentativa de “buscar” o objeto, seguido de sucção
reflexa do mesmo.
 

4) REFLEXO TÔNICO-CERVICAL ASSIMÉTRICO: (Reflexo


tônico-cervical de Magnus e De Kleijn, ou reflexo do esgrimista).
É desencadeado por rotação da cabeça enquanto a outra mão do examinador estabiliza o
tronco do RN. Observa-se extensão do membro
superior ipsilateral à rotação e flexão do
membro superior contralateral. A resposta dos
membros inferiores obedece ao mesmo padrão,
mas é mais sutil.

5) PREENSÃO PALMAR: É desencadeado pela pressão


da palma da mão. Observa-se flexão dos dedos. 
6) PREENSÃO PLANTAR: É desencadeado pela pressão da base dos artelhos. Observa-se flexão dos
dedos. 
 

7) APOIO PLANTAR: É desencadeado pelo apoio do pé do RN sobre superfície dura, estando este seguro
pelas axilas. Observa-se extensão das pernas.
 

8) MARCHA REFLEXA: É desencadeado por inclinação do


tronco do RN após obtenção do apoio plantar. Observa-se
cruzamento das pernas, uma à frente da outra .

REFLEXO DE GALANT (reflexo de encurvamento


do tronco):
É desencadeado por estímulo tátil na região dorso lateral. Observa-se
encurvamento do tronco ipsilateral ao estímulo. 

REFLEXO DE COLOCAÇÃO (PLACING)


É desencadeado por estimulo tátil do dorso do pé estando o bebê
seguro pelas axilas. Observa-se elevação do pé como se estivesse
subindo um degrau de escada. É o único reflexo primitivo com
integração cortical. 

 
HIPOGLICEMIA NEONATAL
Distúrbios do metabolismo da glicose: Durante a Assim, com a súbita interrupção da oferta, o RN entra em
gestação, o feto mantém sua homeostase a partir do um estado de jejum relativo e começa a ocorrer
aporte de glicose da mãe, portanto, a produção de glicose processos metabólicos e endócrinos peculiares ao RN
pelo feto não é necessária. A passagem transplacentária que permitem sua adaptação às demandas elevadas de
da glicose é feita por difusão facilitada. A placenta é glicose no período neonatal, ou seja, a mobilização do
impermeável aos hormônios que controlam a glicemia, glicogênio acumulado, via glicogenólise e a utilização de
ou seja, insulina, glucagon, adrenalina e hormônio de substratos para produzir glicose ( gliconeogênese).
crescimento. Sendo assim, o feto produz sua insulina. A glicose é a fonte de energia preferencial do neurônio,
Hipoglicemia: ocorre devido a diminuição ou alteração na produção de glicose -gliconeogênese e/ou
cetogênese, produção excessiva de insulina, substrato baixo pela alimentação inadequada, produção de
hormônios contrarreguladores alterada e distúrbios de oxidação de ácidos graxos. Assim, são fatores de risco
para hipoglicemia:

Ao nascer, os níveis de glicemia do RN caem rapidamente:


● Cerca de 30 mg/dL durante as primeiras 2 a 3 horas;
● 40 a 45 mg/dL nas primeiras 4 a 6 horas;
● Manutenção nas primeiras 12 horas de vida.

Definição de hipoglicemia neonatal


Não existe consenso na literatura sobre um número certo para definir a hipoglicemia e, sim, um limiar operacional.

RN a termo saudáveis RN com sinais ou Em qualquer RN RN assintomáticos


< 24 horas de vida: 30- sintomas Se glicemia < 25 mg/dL com FR
35 mg/dL que se elevam 45 mg/dL administrar glicose via Glicemia = 36 mg/dL,
para 45 mg/dL após IV em bolus para elevar com acompanhamento a
alimentação e não voltam > 45 mg/Dl cada hora da glicemia e
a cair;
da aceitação alimentar
> 24 horas de vida: 45-50
mg/dL

OBS: glicemia inferior a 40 mg/ dL em qualquer RN nas primeiras 24h de vida e < 45 mg/dL após 24h exige
realização de medidas seriadas de glicemia antes das mamadas e monitorização aceitação da alimentação.

ETIOLOGIA

Pouca produção –
Aumento do consumo –
baixa reserva de Causas mistas
hiperinsulinismo
glicogênio

HIPER INSULINISMO BAIXA RESERVA DE MISTO


RN GIG GLICOGÊNIO Situações de estresse
Mãe DMG RN pré termo EXT (sangue com heparina)
Eritoblastose fetal RN PIG Policitemia
Síndromes genéticas Baixo peso ao nascer EIM
CIUR

RASTREIO
Os RN com risco devem ser identificados a partir das causas citadas ou então aqueles que apresentem
sintomatologia sugestiva de hipoglicemia, devem ser monitorizados de rotina

RN com hiperinsulinismo
Com 1, 3, 6, 12, 24 horas até a estabilização da glicemia (> 50 mg/dL) e depois de 8/8 horas até 72 horas de vida

RN com baixa reserva de glicogênio e causas mistas


Com 3, 6, 12, 24 horas até a estabilização da glicemia (> 50 mg/dL) e depois de 8/8 horas até 72 horas de vida
RN com sinais e
sintomas
Realizar triagem no
momento que
o RN apresentar os
sintomas

OBS: o rastreio é
feito por meio do
dextro ou HGT,
porém a confirmação
só é feita por
meio de exame
laboratorial
da dosagem de
glicemia plasmática.
Sempre que tiver

sintomatologia suspeita, deve-se pesquisar por hipoglicemia!


TRATAMENTO
● Adicionar 4 mL/kg/dia de gluconato de cálcio às soluções de glicose nas infusões prolongadas, mas
nunca no bolus.
● Após a estabilização da glicemia em níveis adequados, reduzir lentamente as taxas de in fusão da glicose. Na
prática, reduzir 1 mg/kg/min a cada vez (em intervalos nunca inferiores a uma hora)
● Quando não se consegue a manutenção da glicemia plasmática acima de 45 mg/dL (ou sanguínea acima
de 40 mg/dL) com taxa de infusão de glicose acima de 12 mg/kg/min, considerar a administração de corticoide
(hidrocortisona) por via IV na dose de 5 mg/kg/dose, a cada 12 horas, concomitantemente à oferta de
glicose. Prednisona a 2 mg/kg/dia por via oral ou EV também pode ser utilizada.
● Nos casos de hiperinsulinemia persistente (nesidioblastose), está indicado o diazóxido, que atua
diretamente nas células beta pancreáticas, diminuindo a liberação de in sulina. Por ser um hipotensor,
monitorar a pressão arterial.

Você também pode gostar