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Contratacao Colectiva - As Dimensões Colectivas Do Direito Do Trabalho
Contratacao Colectiva - As Dimensões Colectivas Do Direito Do Trabalho
AS ASSOCIAÇÕES SINDICAIS
AS ASSOCIAÇÕES PATRONAIS
AS COMISSÕES DE TRABALHADORES
O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
Os fenómenos colectivos laborais não são encarados pelo Direito somente como
origem de normas. O ordenamento jurídico não se limita, perante tais fenómenos a
receber ou incorporar os padrões normativos produzidos pela conformação de grupos
sociais animados de pretensões opostas. Primeiro, porque o direito se não pode
desinteressar da validade ou genuidade social dos processos por que tais normas são
geradas. Segundo, porque a preservação da integridade do ordenamento jurídico
global implica que sejam enquadrados em formas institucionais os processos sociais
baseados na força relativa dos grupos. Terceiro, porque os conflitos de interesses
colectivos envolvem, ou podem envolver, situações mais ou menos graves de prejuízo
para a satisfação de necessidades colectivas, quando não prenunciam crises
generalizadas. O Direito do Trabalho incorpora hoje, na generalidade dos sistemas, um
corpo de normas reguladoras das formas de organização de interesses colectivos e
dos processos e instrumentos da acção colectiva. A esse corpo de normas se aplica
doutrinalmente o rótulo de Direito Colectivo do Trabalho.
Ele exprime, desde logo, uma intervenção reguladora do Estado sobre o modo que
se desenvolvem as relações e actividades desses grupos.
A noção de relação colectiva, embora por certo enquadrável num conceito amplo
de relação jurídica, não assenta numa criação do Direito mas sim basicamente, numa
realidade sociológica que o Direito recebe qua tale. O facto que gera não é,
normalmente, um acordo mas um acto colectivo unilateral ao qual pode suceder-se,
não o consenso, mas a oposição e o conflito. A verificação de tais actos unilaterais
gera desde logo deveres de conduta, como, resulta do art. 22º/1 DL 519-C1/79. E o
acordo que venha a atingir-se não origina, primariamente, obrigações para os sujeitos
colectivos mas sim, normas endereçadas aos trabalhadores e aos empregadores
pertencentes às categorias abrangidas.
No tocante aos aspectos individuais da liberdade sindical o art. 55º CRP, refere:
A liberdade sindical positivo por seu turno não pode considerar-se irrestrita. Ela
admite, duas importantes limitações:
· A proibição da dupla inscrição, que resulta do art. 16º/2 DL 215-B/75, e, muito
embora não conste da Constituição, não carece que conflitue com esta, desde
que respeite certos limites;
Mas a liberdade positiva de inscrição pode funcionar ainda, de certo modo, contra o
próprio sindicato. Nesta acepção, ele significa que o trabalhador não pode ver recusada
a sua inscrição por razões que não decorram da lei ou dos estatutos da associação
sindical por ele escolhida.
Este direito é, também, uma liberdade em que se torna possível distinguir duas
faces: a liberdade de iniciativa negocial, que se exerce mediante decisões referentes à
oportunidade ou necessidade das pretensões a prosseguir por via contratual; e a
liberdade de estipulação, no que respeita à definição dos conteúdos acordados.
b) Indemnização pelo dobro, havendo despedimento nulo e optando pela não
reintegração (arts. 35º/2 e 24º/2 DL 215-B/75);
AS ASSOCIAÇÕES PATRONAIS
A negociação colectiva pode ter por objecto ou alteração dos vencimentos e outras
prestações remuneratórias, das pensões e das regalias de acção social e de acção
social complementar.
O que se designa por “dever de negociar” não é mais, do que uma das expressões
várias que, no contexto da negociação colectiva, assume o princípio da boa fé, tal
como resulta do teor do art. 22º DL 519-C1/79.
116. Os sujeitos
a) Ou cada um dos sujeitos colectivos entabula uma relação negocial privativa
com a outra parte – e estar-se-á perante a negociação separada no âmbito de um
mesmo feixe de interesses colectivos, definido pelo nível em que essa
negociação se processa;
· Preceitos que fixam limitações à amplitude da negociação sobre matérias não
subtraídas ao objecto possível da convenção nem susceptíveis de liminar
afastamento por ilegalidade (art. 6º/1-f – art. 13º DL 519-C1/79).
118. Forma. Depósito e publicação
A lei exige que a convenção colectiva assuma forma escrita (art. 4º/1 DL 519-
C1/79), o que estreitamente se relaciona com o seu carácter de fonte de Direito. Por
essa mesma razão, afigura-se inadequada a sanção de “nulidade” que o mesmo
preceito comina para o caso de inobservância da forma prescrita: tratar-se-á, sim, de
pura e simples inexistência da convenção.
b) A falta dos título de representação dos mandatários das partes (art. 4º/2 DL
519-C1/79), títulos esses que assumem na prática negocial corrente a
designação de “credenciais” e que devem ser exibidos logo no início das
negociações (art. 19º/4 DL 519-C1/79), acompanhado no final do texto acordado
para efeitos de depósito;
Trata-se de matéria deixada na disponibilidade das partes, e que pode, ela mesma,
ser objecto de negociação prévia.
A EFICÁCIA DA CONVENÇÃO COLECTIVA
As “cláusulas de garantia sindical” têm-se por inaceitáveis. Com efeito, o art. 37º
DL 215-B/75, proíbe que, por acordo, seja subordinado o empregador à filiação
sindical, quer no aspecto positivo quer no aspecto negativo. Esta proibição (nulidade)
visa, de resto, não só as convenções colectivas mas os próprios contratos individuais
em que se pretenda introduzir tal condicionamento.
O art. 1º/3 lei 65/77, dispõe que o direito de greve é irrenunciável – e, com base
nesse preceito, tem-se entendido inviável a consagração convencional do dever de paz
social, com qualquer amplitude (art. 57º/2 CRP).
A lei (art. 14º/2 LCT) refere-se, justamente, à situação típica da oposição entre
contrato e normas convencionais ou legais: a de o contrato conter condições menos
favoráveis para o trabalhador.
A extensão, é regulada pelo art. 29º DL 519-C1/79. Opera-se por portaria conjunta
dos Ministros do Trabalho e da tutela, podendo ampliar o âmbito originário nas
seguintes direcções:
A adesão, consiste num acordo superveniente entre uma das partes da convenção
e um sindicato, uma associação patronal ou um empregador isolado que nela não
outorgou e deseja ser por ela abrangido (art. 28º DL 519-C1/79). A adesão implica a
aceitação integral do conteúdo da convenção e não pressupõe, verdadeiras
negociações.
A lei admite, que as partes definam, elas próprias, o regime de conciliação (art.
30º/2 DL 519-C1/79), da mediação (art. 33º/1 DL 519-C1/79) e da arbitragem (art. 34º/1
DL 519-C1/79).
· Conciliação:
Assenta no acordo das partes, mas a lei admite que o impulso pertença a uma
delas em certos casos e condições (art. 31º/1 DL 519-C1/79). O impulso unilateral
constituirá, num pedido ou requerimento dirigido ao Ministério do Emprego (art. 32º DL
519-C1/79).
O produto da conciliação, quando tenha êxito, consiste num texto que integrará a
convenção colectiva em cujo processo de formação o conflito surgiu.
· Mediação:
· Arbitragem:
É um processo decisório: uma entidade estranha ao conflito é chamada a
estabelecer em termos definitivos a regulamentação das matérias controvertidas (arts.
34º e 35º DL 519-C1/79).
Significa isto, fundamentalmente, que do ponto de vista legal, não existe qualquer
articulação necessária entre o recurso à greve e a utilização dos processos de
resolução de conflitos (conciliação, mediação e arbitragem): estes podem ser
rejeitados, ou deixados para uma fase posterior ao exercício da pressão directa.
A decisão de greve não basta para que produzam os feitos do exercício do direito;
é necessário que essa decisão seja exteriorizada com certa antecedência
relativamente ao momento da sua concretização. O art. 5º/1 lei 65/77, impõe, um aviso,
o pré-aviso “dirigido à entidade empregadora ou à associação patronal e ao Ministério
do Emprego e da Segurança Social”.
A lei exige que o pré-aviso seja feito “por meios idóneos, nomeadamente por
escrito ou através dos meios de comunicação social” (art. 5º lei 65/77).
O art. 4º lei 65/77, admite a constituição dos chamados piquetes de greve, grupos
organizados de trabalhadores cuja função consiste em, no decurso da paralisação,
“desenvolver actividades tendentes a persuadir os trabalhadores a aderirem à greve,
por meios pacíficos, sem prejuízo do reconhecimento da liberdade de trabalhar dos não
aderentes.”
Dispõe o art. 7º/1 lei 65/77, que “a greve suspende, no que respeita aos
trabalhadores que a lei aderirem, as relações emergentes do contrato de trabalho,
nomeadamente o direito à retribuição e, em consequência desvincula-os dos deveres
de subordinação e assiduidade”.
ij) Impreteribilidade ou inadiabilidade.
A greve termina como diz a lei, “por acordo entre as partes ou por deliberação das
entidades que a tiveram declarado” (art. 9º lei 65/77).
O “lock-out”