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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O Sistema de Castas na Índia Antiga


(Licenciatura em Ensino de História)

Nome: Isabel Iassine Código: 708224035


Disciplina: História da Sociedade I
Ano de frequência: 1º Ano

Cuamba 2022
Folha de Feedback
Categoria Indicadores Padrões Classificação
s
Pontuação Nota Subtotal
Máxima do
tutor
Aspectos  Capa 0.5
organizaciona
 Índice 0.5
is
 Introdução 0.5
Estrutura
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
Introdução  Contextualização (Indicação 1.0
clara do problema)

 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada ao 2.0


Conteúdo objecto do trabalho

Análise e  Articulação e domínio do 2.0


discussão decurso académico
(expressão escrita cuidada,
coerência / coesão textual)

 Revisão bibliográfica 2.0


nacional e internacionais
relevantes na área de estudo

 Exploração dos dados 2.0

Conclusão  Contributos teóricos práticos 2.0

Aspectos Formatação  Paginação, tipo e tamanho 1.0


gerais de letra, parágrafos,
espaçamento entre linhas
Referênci Normas APA  Rigor e coerência das 4.0
as 6ª edição em citações/referências
Bibliográf citações e bibliográficas
icas bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
Pág.
Conteúdo.
1. Introdução ...................................................................................................................................... 3
1.1. Objectivos .................................................................................................................... 3

1.1.1. Geral ......................................................................................................................... 3

1.2. Específicos ................................................................................................................... 3

2. Metodologia ..................................................................................................................... 3

3. A origem do sistema de castas na índia ..................................................................................... 4


3.1. Situação Geográfica da Índia ....................................................................................... 4

3.1.1. Condições Naturais da Índia .................................................................................... 4

3.2. População e a Conquista Ariana ................................................................................................. 5


3.3. O Sistema de Castas na Índia na Índia Antiga .......................................................................... 5
3.3.1. Características das castas hindus .............................................................................. 6

3.3.2. A sociedade e a estratificação índia contemporânea ................................................ 6

3.3.3.A Sociedade e a Estratificação Social……………………………………………………6


3.4. A Formação de Estados e a Unificação da Índia ...................................................................... 7
3.4.1. O Império Mauria ..................................................................................................... 8

3.4.2. A Dinastia Gupta ...................................................................................................... 9

3.4.2.1. A Religião ............................................................................................................. 9

3.4.2.2. A Religião dos Brâmanes (O Bramanismo ou o Hinduismo) .............................. 9

3.4.3. A Arte e Literatura Índiana .................................................................................... 10

3.4.3.1. A Ciências e a tradição na índia ......................................................................... 11

3.5. O impacto do sistema de castas no crescimento socioeconómico da índia ....................... 11


4. Conclusão .......................................................................................................................... 12
5. Bibliografia........................................................................................................................ 13
1. Introdução

O presente trabalho é referente a cadeira de História das Sociedades I, tem como objectivo
geral de caracterizar a Sistema de Castas na Índia Antiga. Sendo que os objectivos específicos
foram de identificar as principais religiões do sistema casta na índia antiga, descrever o
sistema casta na índia antiga e mencionar o impacto do sistema de castas no crescimento
socioeconómico da índia. Os habitantes mais antigos da Índia são os drávidas; povo de pele
escura, agricultores e criadores de gado. Os drávidas desenvolveram no vale do Indo uma
brilhante civilização, sobressaindo as cidades de Mohenjo-garo e Harappa. Cerca de quatro
mil a.n.e., bandos de Indo-europeus de pele clara principiaram migrações da Ásia central para
o sudeste alcançando o Indostão. Eles chamavam a si próprios de arianos ou nobres.

O sistema de castas na Índia é um modelo de organização da sociedade em divisão de


classes baseado em preceitos religiosos. Nesse sistema, a estratificação da sociedade ocorre de
acordo com o nascimento do indivíduo em determinada família. Esta crença está embasada no
livro Veda, que seria a escritura sagrada para os hindus. O sistema de castas indiano ou hindu
é caracterizado pela hereditariedade e estratificação. A divisão em castas hereditárias e surgiu
com a religião Hindu, mas foi abolida pelo governo indiano em 1947, quando este conquistou
a independência. Na sociedade, principalmente na zona rural, o sistema de castas permanece
porque os praticantes acreditam que a mudança de castas é desrespeito. Desta maneira, estão
proibidos os casamentos de pessoas de castas diferentes. Até mesmo as amizades e relações
de trabalho são definidos através da casta a qual a pessoa pertence.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Caracterizar a Sistema de Castas na Índia Antiga
1.2. Específicos
 Identificar as principais religiões do sistema casta na índia antiga;
 Descrever o sistema casta na índia antiga;
 Mencionar o impacto do sistema de castas no crescimento socioeconómico da índia.
2. Metodologia
Para Albuquerque (2000), a metodologia corresponde os meios, as estratégias que podem ser
usadas com finalidade de alcançar um determinado objectivo. Para elaboração do presente
trabalho foi necessário o uso das referências bibliográficas recomendadas pelo docente no
guião de estudo com finalidade a alcançar os objectivos pretendidos no trabalho.
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3. A origem do sistema de castas na índia
Não se sabe com certeza a origem exacta do sistema de castas na Índia. Acredita-se que seu
surgimento deu-se no período Védico, entre os anos 1500 a.C. e 600 a.C. quando foram
escritos os textos religiosos Vedas. A codificação deste sistema teria se dado por volta do
século IV d.C., com a criação de um código de conduta denominado Manusriti. Neste código
de conduta, haviam regras e punições, tais como, se um Shudra insultasse um brâmane,
poderia ser condenado à morte. Já se um Brâmane assassinasse um Shudra, teria que pagar a
mesma multa equivalente a ter matado um cachorro ou um gato (COSTA, 2012).
Inicialmente existiam somente quatro castas organizadas em uma ordem hierárquica,
com os Brâmanes (sacerdotes) no topo, imediatamente seguidos dos reis e guerreiros (Xátrias)
e, então, após uma distância, vinham os comerciantes e agricultores (Vaishyas) e, por fim, os
Shudras que ocupavam o degrau mais baixo da “escada de honra”, sendo estes os
camponeses, artesãos e operários (SANA, 1993).

3.1. Situação Geográfica da Índia


O vale do Indo está localizado na Ásia meridional, na região que é hoje a Índia. A norte a
região é dominada pela cordilheira dos Himalaia (cordilheira mais alta do mundo cujo ponto
mais alto é o monte Chilomungma no Evereste). A sudeste e sudoeste é percorrido por uma
costa de cerca de quinhentos e quarenta e sete quilómetros entre o golfo de Bengala e o mar
arábico que se convergem a sul desta grande península.
Estas quatro castas (varnas, que significam cores) teriam surgido a partir de um “ser
originário” (purusha) sacrificado pelos deuses para a criação do universo. Da sua cabeça,
havia surgido os Brâmanes, dos braços os Xátrias, das coxas os Vaishyas e dos pés os Shudras
(HOFBAUER, 2015).

3.1.1. Condições Naturais da Índia


Três grandes regiões se distinguem na península do Indostão:
1ª - A região das planícies Indogangéticas, altamente férteis devido as inundações
regulares dos rios Indo e Ganges;
2ª - A região do planalto do Decão no centro.
3ª - A região sul peninsular.
A planície indogangética sofre modificações periódicas, o que lhe proporciona vegetação
abundante e um solo fértil. Foi nesta região, nas margens dos rios Indo e Ganges, que nasceu
e se desenvolveu a civilização indiana antiga – A civilização do Indo.
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3.2. População e a Conquista Ariana
Os habitantes mais antigos da Índia são os drávidas; povo de pele escura, agricultores e
criadores de gado. Os drávidas desenvolveram no vale do Indo uma brilhante civilização,
sobressaindo as cidades de Mohenjo-garo e Harappa. Cerca de quatro mil a.n.e., bandos de
Indo-europeus de pele clara principiaram migrações da Ásia central para o sudeste alcançando
o Indostão. Eles chamavam a si próprios de arianos ou nobres.

Até mil e duzentos a.n.e., os arianos tinham esmagado a civilização do vale do Indo e
reduzido a escravidão os seus fundadores (os drávidas), devido a sua superioridade militar
(uso de armas de bronze e carros de guerra puxados de cavalos). Os invasores ocuparam tão
rapidamente as férteis planícies do norte e, daí, vieram a fundar a civilização de toda a Índia.

De princípio eram pastores nómadas vivendo em tribos. A sua principal fonte de riqueza era o
gado de que utilizavam como valor de troca. Entretanto, os arianos passaram gradualmente a
assimilar a superior cultura drávida e se tornaram agricultores sedentários. Da população
drávida uma parte foi eliminada, a outra reduzida a escravidão e era tratada com estrema
crueldade. Durante o primeiro milénio, os arianos avançaram até as regiões do sul da Índia e
conquistaram as populações locais. Contudo, vários conflitos se registaram pela posse de
pastagens, minando a unidade entre as tribos. (SINGH, 2012).

3.3. O Sistema de Castas na Índia na Índia Antiga


O sistema de castas na Índia é um modelo de organização da sociedade em divisão de classes
baseado em preceitos religiosos. Nesse sistema, a estratificação da sociedade ocorre de acordo
com o nascimento do indivíduo em determinada família. Esta crença está embasada no livro
Veda, que seria a escritura sagrada para os hindus. Por isso, quem nasce em uma casta inferior
está pagando pelos pecados da vida passada e deve aceitar seu karma.
O sistema de castas indiano ou hindu é caracterizado pela hereditariedade e
estratificação. A divisão em castas hereditárias e surgiu com a religião Hindu, mas foi abolida
pelo governo indiano em 1947, quando este conquistou a independência. Na sociedade,
principalmente na zona rural, o sistema de castas permanece porque os praticantes acreditam
que a mudança de castas é desrespeito. Desta maneira, estão proibidos os casamentos de
pessoas de castas diferentes. Até mesmo as amizades e relações de trabalho são definidos
através da casta a qual a pessoa pertence. (SINGH, 2012).
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3.3.1. Características das castas hindus

Inicialmente, existiam quatro castas bem definidas, mas actualmente, calcula-se que estas
podem chegar até 4 mil. As castas são passadas de pai para filho e cada uma tem seus deuses,
seu território e seu território.

3.3.2. A sociedade e a estratificação índia contemporânea

Cientistas sociais que trabalham na Índia Contemporânea reportam em sua totalidade que as
castas continuam vivas, existindo grandes quantidades de evidências que comprovam que as
castas não somente sobreviveram como constituem-se na força que permanece vigendo o
sistema. Validam esta informação, ao afirmar que ainda que as pessoas cada vez menos
associem as castas obrigatoriamente com suas respectivas posições hierárquicas, as castas
continuam desempenhando um importante papel na Índia e continuam causando grandes
tensões na população. (SANA, 1993).

O preconceito arraizado no sistema de castas tem um efeito dominó. Assim como as castas
superiores desprezam as castas baixas, dentre as castas baixas, seus pertencentes sempre
encontram outras castas mais inferiores para agir com menosprezo. As pessoas com o ofício
de cremar corpos na beira dos rios são ostilizadas pelos catadores de lixo e pelos limpadores
de latrina. Já aqueles que realizam estas mesmas atividades em casas de família, acham-se
superiores àqueles que limpam as latrinas públicas. A violência contra os chamados Dalits (os
intocáveis) acontece, em sua maioria, pelas castas intermediárias, geralmente donos de
pequenos lotes de terra (COSTA, 2012).

3.3.3. A Sociedade e a Estratificação Social


A base da sociedade indiana era o sistema de castas. Segundo os (vedas), havia quatro
categorias sociais ligadas a divisão social do trabalho, designadas por varnas. A base da
sociedade indiana era o sistema de castas. Segundo os (vedas), havia quatro categorias sociais
ligadas a divisão social do trabalho, designadas por varnas;
1. A primeira varna era composta por sacerdotes e veio a formar a casta dos brâmanes;
2. A segunda varna era constituída por guerreiros, chefes (rajás) e reis. Veio a formar a
casta dos xatrias;

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3. A terceira varna era composta por comerciantes, artesãos e camponeses. Veio a formar
a casta dos vaixiás;

4. A quarta varna era composta por servidores e pela maioria da população local
submetida e formava a casta de sudras. Fora deste sistema social, e por não
pertencerem a nenhum dos grupos mencionados, encontravam-se (os párias ou os
intocáveis) – grupo formado por criminosos, escravos e marginais.

Progressivamente as varnas foram-se transformando em castas. Isto é, em grupos fechados


sem possibilidade de casamentos entre si, regidos por leis de conduta muito rígidas. A casta
passou a ser hereditária: O filho de um brâmane é um brâmane e dum xatria, vaixia, sudra
necessariamente um sudra. Cada casta a sua própria administração e exercia uma profissão
bem determinada. Os seus membros obrigavam-se a uma solidariedade; executavam em
comum o culto religioso, observavam as normas estabelecidas pela lei. (SINGH, 2012).

Progressivamente as castas transformaram-se por sua vez em classes sociais, a partir do


momento em que as castas superiores da sociedade hindu (brâmanes e xatrias),passaram a
viver na base do trabalho produtivo das massas(vaixias e sudras). Os sudras estavam
subdivididos em vários grupos. O sub-grupo mais desfavorecido de todos eram os chamados
párias descendentes dos drávidas, a quem os membros das outras castas nem podiam tocar. A
escravatura indiana era doméstica. Os arianos escravos por dívidas, cumpriam a escravatura
temporária e podiam se casar com mulheres livres da sua casta.

3.4. A Formação de Estados e a Unificação da Índia


No decorrer do primeiro milénio a.n.e, os chefes das aldeias foram adquirindo mais poderes
passando viver dos tributos pagos pelos camponeses e dos despojos de guerras. Certos chefes
mais poderosos transformaram-se em príncipes ou rajás que organizavam destacamentos
armados para conquistar novas regiões. Assim se formaram vários estados que lutavam uns
com os outros para conquistar a hegemonia. (SINGH, 2012).

No século VI a.n.e. a Índia era constituída por vários estados os maiores dos quais
eram Magadha e Koçala, situados nos troços centrais do Gange e a noroeste respectivamente.
A luta entre estes dois estados terminou no século V a.n.e com a vitória de Magadha. Nos

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meados do séc. IV, o poder dos reis de Magadha estendia-se por todo o vale do Gange e por
uma parte da Índia central. Magadha tornou-se assim o estado principal da Índia.

3.4.1. O Império Mauria


No século IV a.n.e, a parte noroeste da Índia foi conquistada por Alexandre Magno (o grande)
da Macedónia. Depois da retirada deste da Índia, surgiu um movimento de libertação sob a
chefia de Chandragupta Máuria (321-297 a.n.e). Chandragupta fundou um poderoso estado
que teve o seu nome depois duma vitoriosa campanha militar contra um dos comandantes de
Alexandre Magno (Seleuco Nicator) que foi obrigado a entregar-lhe uma grande parte do seu
território. Mais tarde, Chandragupta conquista o reino de Kalinga, conseguindo assim unir
quase toda a Índia. (GODINHO et al, 2011)

Na Índia unificada num estado centralizado. O rei passou controlar quase todas as actividades
económicas: comércio, estabelecimento de preços dos produtos, fabrico de tecidos, extracção
mineira, bosques e pastos.

Todas as infra-estruturas para actividades económicas tornaram-se propriedade


do estado. A construção de obras hidráulicas e abertura de caminhos era de
direito exclusivo do estado. Para garantir a nova fonte de rendimentos, o rei
cria funcionários locais: peritos em geometria que mediam terras para a
agricultura (agrimensores); cobradores de impostos que iam desde moedas
pedras preciosas, arroz, cabras etc. e escribas que escreviam e faziam cálculos
e registavam os pagamentos de impostos com símbolos semelhantes aos nossos
números árabes. (BARATA & SOARES, 2002; p.19).

O império Máuria atingiu o seu apogeu no reinado de Açoka seu neto. Açoka destacou-se
pelo seu governo tolerante. Assustado pelo derramamento de sangue provocado por uma
guerra vitoriosa no princípio do seu reinado, Açoka não fez quaisquer novos esforço para
alargar o seu império pelas armas. Açoka nunca forçou os seus súbditos brâmanes a seguirem
a sua fé budista. Esforçou-se por consolidar a unidade territorial pregando um código moral
chamado Dharma (lei de piedade), exaltando a verdade, tolerância de todas as crenças
religiosas, o respeito pelos pais e por todas as coisas vivas. (GODINHO et al, 2011)

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3.4.2. A Dinastia Gupta

Das muitas pequenas nações nascidas das ruínas do império mauriano, destacou-se uma
grande família dirigente. Conhecida por dinastia Guta, forjou o segundo império indiano,
tendo sido nele que a cultura hindu atingiu o apogeu. A dinastia guta começa em 330 com
Chandragupta I.

No espaço de um século, os seus sucessores tinham conquistado uma extensa faixa de terras
que se estendiam na direcção este-oeste através do Indo e parte do Decão. Os guptas para
administrarem o território que era extenso, eram auxiliados por oficiais imperiais formados
por príncipes feudais chamados Samantas, cujos territórios oscilavam em extensão.

O principal dever dos Samantas para com o seu imperador era o pagamento parcial dos
impostos que eram pagos pelos camponeses, de acordo com a sua qualidade agrícola e
produção. A terra representava uma maior fonte de rendimento. As áreas férteis
multiplicaram-se com o auxílio de machados de ferro cada vez mais vulgar, e uso de arado
com a ponta de ferro. Assim, a agricultura florescente estimulou o crescimento do comércio e
as cidades. Entretanto, a dinastia guta desaparecia por volta do ano 500 em consequência dos
vigorosos ataques das tribos normandas vindas de noroeste. (GODINHO et al, 2011)

3.4.2.1. A Religião

Como outros povos no mesmo grau de desenvolvimento, os habitantes mais antigos da Índia
acreditavam em deuses ligados aos fenómenos naturais que eles não conseguiam explicar.
Entre outros deuses, destacavam-se os deuses como varuna (deus do mar); suria (deus do sol)
Indra (deus da chuva) e Agni (deus do fogo).

Estas crenças dos arianos foram mais tarde fixadas em textos sagrados vedas que significa
saber. O desenvolvimento destas crenças acompanhou a consolidação do poder da casta dos
sacerdotes brâmanes, os únicos que tinham direitos de interpretar livros sagrados vedas.

3.4.2.2. A Religião dos Brâmanes (O Bramanismo ou o Hinduismo)


Desempenhou um papel muito importante na vida do povo. Os deuses eram considerados os
protectores do rei e da nobreza. Assim, os brâmanes servindo-se da religião deixavam de
trabalhar no campo, fazendo crer ao povo que a religião não lhes permitia manejar ardo ou

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abrir um poço. Todo o conjunto das ideias religiosas brâmanes justificava a divisão da
sociedade em castas, como algo estabelecido pelos deuses. (BARATA & SOARES, 2002;
p.19).
Para os brâmanes o homem morria e a sua alma a outro corpo humano ou animal. Para
atingir o paraíso, junto do brama, era necessário viver várias vidas virtuosas. A este processo
de purificação através de reincarnação chamava-se metempsicose. Embora a maioria dos
arianos aceitasse o bramanismo, alguns sentiam que o seu dogma deixava sem resposta
grandes questões morais e filosóficas. É o caso de Siadharta Gautama filho do rei do norte.

Gautama atraiu muitos que se puseram ao seu lado pela


simplicidade da sua doutrina que não obrigava a qualquer crença
em deuses invisíveis, a quaisquer complexos rituais ou a
qualquer rígido sistema de casta. Os seus discípulos chamaram-
lhe de Buda ou iluminado. Foi assim que nasceu na Índia outra
tendência religiosa que se opunha ao bramanismo ou ao
hinduismo o Budismo. (SINGH, 2012).

Os brâmanes odiavam e temiam o budismo porque lhes parecia ameaçar o seu poder e as
crenças tradicionais. Oficializado no reinado de Açoka no século III a .n. e ., o budismo veio
a ser aproveitado pelas classes dominantes pois, as ideias e princípios, levavam os homens a
conformarem-se com a sua sorte e não lutarem contra as classes dominantes. (GODINHO et
al, 2011).

3.4.3. A Arte e Literatura Índiana

Tal como na mesopotâmia, na Índia a arquitectura produziu belos templos e estátuas


ricamente esculpidas. Trabalhavam grandes templos na rocha sólida e cobriam as suas
superfícies com belas e inspiradas cenas das vidas tradicionais de Buda e dos deuses hindus, e
desenvolveram as artes plásticas, sobretudo a escultura e pintura a fresco. Inventaram o
alfabeto com 50 letras e, cada uma representando um som diferente.

Quanto a literatura, no século I da nossa da nossa era, foram redigidos em sãnscrito


(língua literária da Índia antiga) o Mahabarata e o Ramayana poemas épicos, que relatam
feitos heróicos e contem lendas que inspirara. Poetas e artistas de gerações posteriores. Das
obras literárias destaca-se a obra do dramaturgo Kalidasa que escreveu no século V a formosa
Sakuntala uma Peça romântica que ainda figura em primeiro lugar entre todas as obras teatrais
indianas. (BARATA & SOARES, 2002; p.19).

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3.4.3.1. A Ciências e a tradição na índia

Os antigos indianos também tinham conhecimentos básicos. Neste campo inventaram a forma
de contar mediante dez algarismos. Sabiam extrair a raiz quadrada e cúbica e tinham
conhecimentos de geometria. No campo da medicina alcançaram um grande avanço no que
diz respeito às técnicas utilizadas na cirurgia, na anatomia humana e fabrico de produtos
farmacêuticos. (BARATA & SOARES, 2002; p.19).

Por seu turno, nasceu na Índia uma filosofia materialista que combatia a teologia e o
idealismo. Os seus partidários afirmavam a realidade do mundo e negavam a imortalidade da
alma (a metempsicose e a vida extraterrestre), pondo em questão os ritos e os sacrifícios
sagrados.

3.5. O impacto do sistema de castas no crescimento socioeconómico da índia

Normas sociais são as leis informais da sociedade. A sociedade atua como uma instituição, a
qual cria e executa estas leis e pune aqueles que as infringem. As normas sociais sempre
possuem algum tipo de punição em caso de não cumprimento, o que pode ser em forma de
castigo físico, estigma social, sentimento de não cooperação e culpa. Na Índia, muitas normas
sociais importantes que possuem um imenso impacto directa ou indirectamente na sociedade,
estão relacionadas ao sistema de castas (SINGH, 2012).

O governo indiano possuía a meta de chegar aos dois dígitos de crescimento para combater
seriamente a pobreza, porém o sonho de alcançar o crescimento chinês fora arquivado. Com
17% da população mundial e apenas 2,8% do PIB global, a Índia possui um terço dos
miseráveis do planeta – 455 milhões de pessoas. A subnutrição endêmica no país é visível e a
pobreza e a riqueza são diferenciadas pelos pobres sendo magros e os ricos sendo gordos, pois
a gordura sempre foi glorificada como sinal de poder. Atualmente, os ricos buscam emagrecer
para seguir os padrões ocidentais de beleza, todavia as favelas indianas continuam abrigando
pessoas ossudas, mais baixas e mais magras do que a média dos que comem bem. Pobre
gordo na Índia é raridade. As crianças que possuem 1 ano de idade e já caminham sozinhas
parecem recém-nascidas a andar precocemente. Existe, assim, duas Índias: a dos magros e a
dos gordos (COSTA, 2012).

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4. Conclusão
Desta feita conclui-se que foi possível alcançar o objectivo geral do presente trabalho que foi
de caracterizar a Sistema de Castas na Índia Antiga. Sendo que os objectivos específicos
foram de identificar as principais religiões do sistema casta na índia antiga, descrever o
sistema casta na índia antiga e mencionar o impacto do sistema de castas no crescimento
socioeconómico da índia. A metodologia usada para elaborar o presente trabalho foi do ti;
revisão bibliográficas, que baseou-se na revisão dos artigos disponibilizados polo tutor e
também teve auxílio do uso da internet. Resultados da pesquisa: A base da sociedade indiana
era o sistema de castas. Segundo os vedas, havia quatro categorias sociais ligadas a divisão
social do trabalho, designadas por varnas. E fora deste sistema social, e por não pertencerem a
nenhum dos grupos mencionados, encontravam-se (os párias ou os intocáveis) – grupo
formado por criminosos, escravos e marginais.

Progressivamente as varnas foram-se transformando em castas. Isto é, em grupos fechados


sem possibilidade de casamentos entre si, regidos por leis de conduta muito rígidas. A casta
passou a ser hereditária.

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5. Bibliografia
1. BARATA, Óscar Soares (2002), Introdução às Ciências Sociais, Vol 1 e 2 Viseu,
Bertrand Editora, 10ª edição.
2. BERNARDI, Bernardo (1978), Introdução aos estudos etnoantropológicos, Lisboa,
edições 70.
3. CRUZ, M. Braga da (2001), Teorias Sociológicas. Os fundadores e os clássicos
(Antologia de textos) I Vol, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 3ª edição.
4. GODINHO, Vitorino Magalhães, (2011), A História Social: Problemas, fontes e
métodos, Lisboa, edições Cosmos.
5. NUNES, A. Seda (1994), Questões preliminares sobre as ciências Sociais, Lisboa,
Editorial Presença, 11ª edição;
6. OLIVEIRA, Maria da Luz e outros (1989), Sociologia, texto Editora São Paulo.
7. SILVA, Augusto Santos e PINTO, José Madureira (1986), Metodologia das Ciências
Sociais, Porto, Biblioteca das Ciências do Homem/Edições Afrontamento.
8. TITIEV, Misha (2002), Introdução à Antropologia Cultural, Lisboa, Fundação
Calouste Gulbenkian, 9ª edição.

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