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Administração| Material de Apoio

Professor Marco Ferrari.

Modelos Teóricos da Administração Pública


Patrimonialista
Burocrática
Gerencial
Patrimonialista
Confusão entre recursos público e privados
“Soberano” como Senhor
Corrupção, Nepotismo e Clientelismo
Arbitrário e Discricionário nas decisões
Cargos hereditários – Sem carreira
Cargos = prebendas ou sinecuras (nobreza real)
Descaso com as demandas sociais

Patrimonialista
Bresser-Pereira (2001) “a incapacidade ou relutância do príncipe de distinguir entre patrimônio público e privado”
“Serviços Públicos”
Segurança (proteção contra invasores)
Justiça (feita DISCRICIONÁRIAMENTE pelo “soberano” ou seu designado.
Respeito a tradições, principalmente, religiosas.
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Contexto Histórico Patrimonialismo

Administração Colonial:
Capitanias Hereditárias
Coroa em Portugal
Centralização, formalismo e morosidade, decorrentes, em grande parte, do vazio de autoridade no imenso território
Administração Pombalina – Déspota Esclarecido - Reforma

1808 Considerado o marco do início da Administração Pública no Brasil:


Chegada da corte portuguesa ao Brasil no Rio de Janeiro

República Velha (Café com leite) – Proclamação República (1889) até Era Vargas (1930)
Poder econômico: concentrado com as elites agrárias
Estado oligárquico – Dominação elite de senhores de terra (burguesia rural)
Poder Político – estamento aristocrático ou burocratas patrimonialistas (juristas, letrados, militares/ status e
prestígio)

Ocupação de cargo público com caráter pessoal


Presença do “coronelismo”
Motivações para um Novo Modelo
Organizações de Grande Porte
Processo de Industrialização
Demandas Sociais Emergentes
Alavancar o Processo de Desenvolvimento
Reforma Burocrática – DASP
Capitalismo moderno no Brasil – Estado liberal
“Revolução de 1930” - passagem do Brasil agrário para o Brasil industrial
Reforma administrativa promovida por Maurício Nabuco e Luís Simões Lopes no ano de 1936 – processo de
racionalização – adoção de concurso público
Criação DASP (1938) (Departamento Administrativo do Serviço Público) – com a função de fornecer elementos para
melhoria da máquina pública, o DASP deveria fornecer assessoria técnica ao Presidente da república e elaborar a
proposta orçamentária – combater as práticas patrimonialistas
“Estado Novo” em 1937 – Golpe de Estado Getúlio Vargas
DASP (Departamento Administrativo do Serviço Público )

Segundo Dec. Lei nº 579, são funções do DASP:


o estado pormenorizado das repartições, departamentos e estabelecimentos públicos, com o fim de determinar, do
ponto de vista da economia e eficiência, as modificações a serem feitas na organização dos serviços públicos, sua
distribuição e agrupamentos, dotações orçamentárias, condições e processos de trabalho, relações de uns com os
outros e com o público;
organizar anualmente, de acordo com as instruções do Presidente da República, a proposta orçamentária a ser
enviada por este à Câmara dos Deputados;
fiscalizar, por delegação do Presidente da República e na conformidade das suas instruções, a execução
orçamentária;
selecionar os candidatos aos cargos públicos federais, excetuados os das Secretarias da Câmara dos Deputados e do
Conselho Federal e os do magistério e da magistratura;
DASP (Departamento Administrativo do Serviço Público )
promover a readaptação e o aperfeiçoamento dos funcionários civis da União;
estudar e fixar os padrões e especificações do material para uso nos serviços públicos;
auxiliar o Presidente da República no exame dos projetos de lei submetidos a sanção;
inspecionar os serviços públicos;
apresentar anualmente ao Presidente da República relatório pormenorizado dos trabalhos realizados e em
andamento.
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Modelo Burocrático
Profissionalismo = Caráter Técnico
Hierarquia Funcional
Impessoalidade
Formalismo
Obediência às regras
Poder Racional Legal
Controles Rígidos dos Processos
Tipos de Dominação

Patriarcalismo

Tradicional

Patrimonialismo

Dominação Carismática

Racional Legal

Dominação = Poder + Legitimidade


Poder = “possibilidade de uma pessoa realizar sua própria vontade em uma ação comum, mesmo contra resistência
de outros” (Weber,2005)
Legitimidade = capacidade de exercer o poder sem recorrer ao uso da força
Tipos de Legitimação

Mais velhos
Tradição/ no poder
costumes
Soberano
Heroísmo e
Legitimação
qualidades

Regras/
legalidade
Modelo Burocrático
Caráter Legal das Normas
Caráter Formal das Comunicações
Caráter Racional e Divisão do Trabalho
Hierarquia da Autoridade
Rotinas e Padrões
Competência Técnica
Previsibilidade de Funcionamento
Desdobramentos
Insulamento Burocrático = Burocracia passa a se isolar (trabalho técnico sem interferências).
Engolfamento Social = A burocracia extrapola e adentra negativamente no mundo político e social.

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MODELO BUROCRÁTICO
“A burocracia é o meio mais racional de exercer dominação sobre os seres humanos, superior a todos os outros em
termos de precisão, estabilidade, disciplina e confiança” (WEBER, 1978).

“A burocracia não foi capaz de lidar com o aumento das funções do Estado no séc. XX, revelando-se inadequada.”
(Bresser Pereira ,1998)

MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

DL. 200/67, PND Plano Nacional de Desburocratização e PDRAE


Momento Histórico – 1945
Quando Vargas foi deposto (1945) – O DASP perde força
A reforma incompleta dá espaço para práticas clientelistas
Por um lado clientelismo e patrimonialismo, do outro a burocracia incompatível com o momento do Brasil
Constituição de 1946 – Limita os Poderes
Momento Histórico – Segundo governo Vargas
Em 1956 nasce o COSB (Comissão de Simplificação Burocrática)
Objetivos
Definir formas de delegação de competência
Fixar responsabilidades
Aprimorar a prestação de contas
Em 1956 também cria-se o CEPA (Comissão de Estudos Administrativos)
Objetivava auxiliar o Congresso Nacional em assuntos ligados à Reforma.
Declínio da Burocracia
Diversos estudos foram iniciados com vistas a otimizar os processos
Governo JK – Comissão de Estudos e Projetos Administrativos
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Comissão de Simplificação Burocrática

Otimizar Simplificar Mais


processos Burocracia Eficiência

Governo JK
Plano de METAS – Energia, Transporte, Indústria Pesada e Alimentação
Centralização da Administração Direta
Criação de estruturas paralelas na Administração Indireta (Flexíveis, técnicas e compatíveis com o Plano)
Governo JK – Dicotomia entre...

Decreto Lei 200/67 – Contexto Histórico


João Goulart – coordenou grupos de estudos que apresentaram propostas “o que havia de melhor em inteligência
nacional” (Amaral Peixoto)
Militares no poder (1964) = centralismo político e ampliou-se a intervenção Estatal
O DL. 200 é produto do COSP, CEPA e da Comissão de Amaral
O DL. 200/67 representas profundas modificações na organização e no funcionamento da máquina pública
Decreto Lei 200/67 – Conceitos
Visava combater duas questões chaves:

Centralização Ausência de
excessiva no Chefe coordenação nas
do Executivo ações de governo

Decreto Lei 200/67 – Princípios

Delegação de
Planejamento Descentralização
Autoridade

Coordenação Controle

Decreto Lei 200/67 – Estrutura da Administração


Expansão das Empresas Públicas, Sociedade de Economia Mista, Fundações e Autarquias (Administração Indireta)
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16 Ministérios
Justiça, Fazenda, Planejamento, Educação e Cultura, Saúde, Interior, Relações Exteriores, Agricultura, Indústria e
Comércio, Minas e Energia, Transporte, Trabalho e Previdência Social, Comunicação, Exército, Marinha e
Aeronáutica
Decreto Lei 200/67 – Administração Interna

Regras para aquisição


direta de bens e
serviços ou mediante
contratação
Decreto Lei 200/67 – Recursos Humanos

Plano de
Sistema de
classificação
Mérito
de cargos

Delegação
Descentralização de
Autoridade

MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Paradigma Pós-burocrático – Realidade


Percebe-se que o Modelo Ideal não existe – O próprio Weber previa que ela poderia se tornar RÍGIDA DEMAIS e
causar INEFICIÊNCIA.
Realidade dos governos: ineficientes, ineficazes e excessivamente custosos. (PRESOS ÀS MALHAS BUROCRÁTICAS)
Não havia espaço para criatividade, agilidade e flexibilidade para escolher os melhores meios.
Administrações burocráticas vistas como disfunção do que pela função. -> “Amontoado de papelórios”.
Paradigma Pós-burocrático – Bresser Pereira
Burocracia “lenta, cara, ineficiente e incapaz de atender às demandas dos cidadão”
Administração Pública Gerencial

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Administração Pública Gerencial – Histórico


Economia mudou: advento da corrida tecnológica – Competitividade como “palavra de ordem”.
Era necessário que a Administração Pública também mudasse.
A reforma significa a introdução da cultura das técnicas gerenciais modernas na Administração Pública
(normalmente da Administração Privada).
Administração Pública Gerencial – PDRAE
PDRAE – Plano Diretor de Reforma e Aparelhamento do Estado.

Expansão das
funções Eficiência Cultura gerencial
econômicas

Desenvolvimento Aumentar
tecnológico qualidade

Globalização Reduzir custos

Qual
idad
e
EFICIÊNCIA

Custos

Administração Pública Gerencial – Conceitos


Definição clara de objetivos.
Maior autonomia dada aos gerentes a fim de alcançar esses resultados.
Deslocamento do controle para avaliar os resultados finais das ações. (Diferente dos meios quando da Burocracia).
Descentralização – Redução dos níveis hierárquicos “downsizing”.
Cidadão – Usuário.
Administração Pública “bebe da fonte” da administração privada.

MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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New Public Managment (Novo Gerencialismo)


Ou Nova Gestão Pública
“Um conjunto de doutrinas administrativas”
Administração Privada ---> Administração Pública
Dois grandes fatores: DEMOCRACIA e GLOBALIZAÇÃO
Democracia: participação nas decisões
Globalização: competitividade e tecnologias de novos mercados
Reformas acontecem. Porém, o Estado continua como principal instrumento.
New Public Managment – NPM

Gerencialismo
Consumerism
Puro

Public Service
Orientation
(PSO)

Gerencialismo Puro ou Managerialism


Primeiro estágio gerencial – Reconstruir o Estado Pós Burocrático
Ideias Neoliberais – Técnicas de gerencialismo combinadas com reestruturação e ajuste da estrutura Estatal.
Redução de custos
Enxugamento de pessoal
Aumento da eficiência
Intenção de tornar a máquina pública mais ágil
Definição clara de responsabilidades
Objetivos organizacionais
Consciência no uso do recurso público
Contenção da dívida pública – Déficit Público era ENORME
Produtividade – MAIS com menos
Usuário = Financiador do sistema
Thatcher (1979) e Regan (1981)
Consumerism
Perspectiva de qualidade no setor público
Cidadão CLIENTE – Cliente Usuário
Poder público mais ágil, leve e competitivo
Descentralização administrativa
Criação de opções de atendimento
Incentivo a competição entre organizações públicas
Modelo contratual (contrato de gestão) -> Melhor uso da verba pública
Redução dos custos a qualquer preço é incompatível com a Gestão Pública e com os valores democráticos.
Melhorar a prestação de serviço -> Noção de qualidade no serviço público
Public Service Orientation – PSO
Princípios de cidadania: accountability e equidade.
Participação cidadã nas escolhas -> Orçamento Participativo
Transparência, participação politica e justiça social
TERMO CIDADÃO ganha forma e força própria CLIENTE , USUÁRIO
Cidadão = isonomia e bem comum
Cidadão NÃO é uma via de mão única = Direitos e Obrigações (Receber os serviços públicos porém, fiscaliza-los)
Ele é o titular da COISA PÚBLICA
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Evolução do Conceito de Cidadão

Cidadão
Cliente

Usuário

Comparativo entre os Modelos

Principais Resultados – NPM


Economia
Redução dos Governos
Melhoria dos Processos
Melhoria na eficiência e eficácia
Sistemas mais flexíveis
Descentralização
Contratualização dos serviços
Conceitos

Governança
Pública

Governabilidade

Governança Pública – Conceito


Banco Mundial - "a maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos econômicos e sociais do
país, com vistas ao desenvolvimento (WORLD BANK, 1992, p. 1).”.
Objetivo: Promover a "boa governança" e fortalecer a sociedade civil.
Governabilidade
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Governabilidade: “condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exercício do poder, tais como, as
características do sistema político, a forma de governo, as relações entre os poderes, o sistema de intermediação
de interesses.
Governance
Governance, refere-se ao modus operandi (meios/processos) das políticas governamentais — quando se preocupa,
dentre outras, com questões ligadas ao formato político-institucional dos processos decisórios, à definição do mix
apropriado do público/privado nas políticas, à questão da participação e descentralização, aos mecanismos de
financiamento das políticas e ao escopo global dos programas.
Governança x Governabilidade

Governança refere-se à
Governabilidade se refere às
capacidade governativa em
condições sistêmicas mais
sentido mais amplo,
gerais, as relações entre os
envolvendo a capacidade da
poderes, os sistemas
ação estatal na implantação
partidários
das políticas

Accountability
O termo accountability pode ser definido como o conjunto de mecanismos e de procedimentos que induzem os
dirigentes governamentais a prestar contas dos resultados de suas ações à sociedade, garantindo-se, dessa forma,
maior nível de transparência e a exposição pública das políticas públicas.

Accountability – Vertical e Horizontal

Nesse sentido, a accountability vertical representa uma relação entre desiguais, ou seja, é a relação entre algum
ator "superior" e um ator "inferior" ou vice-versa.
Accountability horizontal representa uma relação entre iguais, ou seja, se refere à transparência, justificação e
possibilidade de sanção entre agentes ou organizações públicas com competências e responsabilidades de mesmo
nível (O’DONNELL, 1998a).

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