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Lemann, Telles e Sicupira: Quem são os


investidores de referência que podem
‘salvar’ a Americanas

Empresa divulgou ter encontrado “inconsistências financeiras” de R$ 20 bilhões em seu balanço

Por Lucas Agrela


13/01/2023 | 12h38
Atualização: 16/01/2023 | 09h31

A Americanas passa pela fase mais difícil da sua história após


encontrar “inconsistências financeiras” de R$ 20 bilhões. Sergio Rial
(ex-Santander), que assumira como CEO da companhia havia apenas
dez dias, deixou o cargo. Com isso, as ações da empresa caíram tanto
na bolsa de valores que precisaram ser colocadas em leilão para ter
uma queda controlada. Em nota, a Americanas informou que atuará

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junto a Rial e aos acionistas de referência para investigar o caso.

Os investidores de referência das Americanas são Jorge Paulo


Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que lideram o fundo
de investimentos 3G Capital. O fundo não tem investimento na
Americanas. Os três são os empresários por trás do sucesso da
Anheuser-Busch InBev, criada em 2004, com a fusão da belga
Interbrew e da brasileira Ambev. O investimento na Americanas foi o
primeiro não financeiro do trio, que ficou na empresa por décadas, até
sair do controle em 2021.

Em conferência realizada nesta quinta-feira, 12, Rial afirmou que o


caso pode ter ocorrido ao longo dos últimos anos, ou seja, quando os
investidores de referência ainda davam as cartas na empresa. Com a
inconsistência financeira de cifra bilionária, a companhia precisa agora
se capitalizar, e o investimento dos acionistas de referência é uma das
possibilidades para tirar a empresa desse entrave.

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capitalizar

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na Americanas? Entenda

Concorrentes da Americanas correm para explicar que


problema não é do setor

Mesmo com o trio de investidores que podem financiar a recuperação


da Americanas, a recuperação do negócio pode não dar certo, ou levar
muito tempo para acontecer. “Eles não salvarão a empresa se não for
viável. São pessoas que não gostam de perder dinheiro. Elas teriam
interesse em recuperar a rentabilidade. Mas isso prova que não
existem pessoas infalíveis. O que aconteceu é fruto de vários erros em
sequência. Quantas pessoas deixaram passar o momento de corrigir
os problemas? Essa é a questão. Mesmo com o trio de referência, o

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tempo de recuperação pode ser grande”, diz Felipe Cima, operador de


renda variável da Manchester Investimentos.

Rial destacou o compromisso dos acionistas de referência com o


negócio durante a conferência após sua renúncia como CEO da
Americanas. No entanto, destacou que não deve ser a situação
resolvida com uma simples injeção de capital. “Não pode ser a solução
por si só. ‘Me dá um cheque e tá resolvido’, não é assim”, afirmou.

Em 2021, as Lojas Americanas fundiram suas operações com a B2W,


que reúne as marcas Americanas.com, Submarino, Shoptime e Sou
Barato. Com isso, Lemann, Telles e Sicupira se tornaram os acionistas
de referência, e não detêm mais do que 50% do capital votante do
negócio.

OPINIÃO

Celso Ming: O rombo e os auditores

Segundo analistas, a Americanas pode fazer uma operação de follow-


on (emissão de novas ações na bolsa) para conseguir o aumento de
capital necessário. Porém, a hipótese de uma recuperação judicial não
é descartada pelos especialistas consultados pelo Estadão, uma vez
que o apetite do investidor brasileiro por ações de varejistas já estava
prejudicado devido ao cenário de redução do poder de compra e alta
na taxa de juros e agora leva mais um baque. Analistas também
afirmam que outros negócios do 3G Capital podem ser afetados pela
crise de confiança desencadeada pelo caso de Americanas.

Em apenas um dia, a ação da varejista caiu 77%, uma queda de R$ 8


bilhões no seu valor de mercado. Segundo a TradeMap, é a terceira
maior queda de ações em um único dia desde 2008.

Para Marcello Marin, diretor financeiro da empresa de contabilidade e


gestão Spot Finanças, o rombo nas contas de Americanas pode ter um
impacto negativo na reputação das varejistas. “Esse é um caso que
estará nos livros de história. A governança é um ponto de atenção no
mercado. Agora, as pessoas desconfiam que existam os mesmos
problemas em empresas de varejo. Será preciso demonstrar que esses
problemas não existem, o que é difícil”, afirma.

Joelson Sampaio, professor de economia da FGV, afirma que o caso é


sério e tem impacto direto nos negócios. “Não temos precedentes no

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Brasil com essa magnitude de inconsistência financeira e isso causa a


queda de preços na bolsa de valores. O que precisa ser apurado é a
raiz do problema. É preciso saber se foi ética ou técnica, postura ou
atitude”, diz.

Procurado, o 3G Capital não respondeu ao contato da reportagem.

Jorge Paulo Lemann


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Jorge Paulo Lemann é apontado pela revista Forbes como um dos


homens mais ricos do Brasil. No ano passado, ele liderava esse ranking
ao desbancar Eduardo Saverin (um dos fundadores do Facebook). A
fortuna de Lemann é estimada em R$ 72 bilhões.

Jorge Paulo Lemann é o homem mais rico do Brasil, de acordo com a revista Forbes 

Lemann é acionista controlador da gigante cervejeira AB Inbev e


detém participações em conglomerados como Kraft Heinz e
Restaurant Brands International (responsável por negócios como
Burger King e Tim Hortons). No Brasil, Lemann tem em seu portfólio
Lojas Americanas e São Carlos Empreendimentos.

Marcel Telles
Sócio de Lemann no fundo de investimentos 3G Capital, Marcel Telles

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possui uma fortuna estimada em R$ 48 bilhões, o que o coloca no


ranking da Forbes como o terceiro homem mais rico do Brasil.

Marcel Telles é sócio do 3G Capital junto a Lemann e Sicupira Foto: undefined /


DIVULGACAO

Mais afastado do dia a dia das empresas, Telles possui também


participação de 9% na ClearSale, de análise e prevenção de fraudes.

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Beto Sicupira

Beto Sicupira completa o trio de investidores do 3G Capital Foto: AE / Janete Longo

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Também sócio da 3G Capital, Beto Sicupira integra o conselho de


administração das Lojas Americanas, mesa que compartilha com Paulo
Alberto Lemann, filho do sócio. Junto com sua família, Sicupira tem
fortuna estimada em R$ 39,85 bilhões.

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