DIREITO PENAL MILITAR

Causas Extintivas de Punibilidade

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CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE

A aula de hoje é a última aula da parte geral de Direito Penal Militar.

O crime militar é um fato típico, antijurídico e culpável, além de punível. Se o fato é típico,
antijurídico e culpável a tendência é que seja também punível, ou seja, lhe será imposto uma
pena, salvo se houver uma das causas extintivas de punibilidade. Ou seja, extingue a puni-
bilidade (art. 123, CPM).

Por exemplo: existem dois crimes, um relacionado ao outro, como o crime de furto e
depois o de receptação. Para haver receptação tem que ter havido um furto antes. Se houver
a punibilidade do furto, não será extinta a punibilidade da receptação.

Uma das causas agravantes (2ª fase) que estão previstas no CPM é a questão da cone-
xão. Se houver a extinção de punibilidade de um crime não há que se falar em perda da
circunstância agravante, porque o crime de fato aconteceu. O fato é que não haverá punibili-
dade, não haverá o cumprimento da sanção penal. .
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causas extintas

Se não há previsão no CPM, mas há previsão no CPB, nem sempre será utilizada a ana-
logia, terá que ser visto caso a caso. A regra é que não se admite a utilização de analogia
para o preenchimento de lacunas.

Há 06 causas de extinção de punibilidade. Serão vistas uma a uma.

autor do crime militar

O que importa para o estudo não é a pena sob fins religiosos, mas sim sob o Direito Penal
Militar. Se o agente que cometeu o crime morrer, ele não terá como cumprir a pena. Como
se comprova a morte? Somente pela certidão de óbito. Não pode ser guia hospitalar, nem
atestado, mas somente a certidão de óbito.

Antigamente, ocorria o seguinte: determinada pessoa cometeu o crime de homicídio e a

família apresentou falsamente uma certidão de óbito com o objetivo de extinguir a punibili-
dade. Se fosse descoberto que ele não havia morrido e a certidão de óbito era falsa, o crime
de homicídio já teria sua punibilidade extinta e o agente responderia apenas pelo crime de
falso da certidão falsa. O que não fazia sentido. Logo, o STF viu que isso não estava de

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acordo com a política criminal e diante disso definiu que ser for apresentada uma certidão
de óbito falsa, ela será tida como documento inexistente e o agente terá que cumprir tanto a
pena de homicídio como também a pena pelo falso. .
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→ perdão do Estado

CM = FT e A e C/P

Ambos são espécies de perdão do Estado.

Importante: o CPB dispõe que extingue a punibilidade o indulto, a anistia e agraça. Porém,
no CPM a extinção da punibilidade ocorre apenas com a anistia e indulto.

Dica: “No Direito Penal Militar não tem graça”. No CPM não há o instituto da graça. O
indulto é coletivo e a graça é individual. No CPM não há previsão de graça. Já foi ques-
tão de prova.

Diferenças entre anistia e indulto:

Anistia Indulto
Advém de Lei Advém de um Decreto
Votada no CN Votação do Presidente da República
Extingue tudo Extingue apenas a punibilidade
O agente volta a ser primário Não volta a ser primário .
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No Decreto de indulto, o Presidente da República assinala alguns requisitos. Logo, há

alguns requisitos de cumprimento de pena em alguns crimes. Na situação acima, havia a exi-
gência de um cumprimento de pena e esse agente não cumpriu pena, ele ficou apenas em
um período de prova. Dessa forma, não foi válido o período de prova equiparando ao cumpri-
mento de pena para a concessão do indulto.
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Suspensão condicional da pena – no período de prova a pessoa fica fora do cárcere.

Diferentemente do tempo de cumprimento de pena que a pessoa fica cumprindo pena no
cárcere. A suspensão condicional da pena é melhor que o livramento condicional porque no
livramento condicional a pessoa cumpre a pena no cárcere.

O Decreto presidencial que concede o indulto possui algumas especificidades que

precisam ser cumpridas. Para o STF, período de prova não equivale ao tempo de cumpri-
mento de pena.

Abolitio criminis – fato ou conduta que a lei define não ser mais crime.

Por exemplo: sabe-se que no CPM e CPB existem as modalidades dolosa e culposa.
Suponha que X, um exímio jogador de futebol, ao fazer embaixadinhas quebra sem querer
uma janela do quartel. Foi processado e condenado por crime culposo de dano. Após, surge
uma nova lei que dispõe que o crime de dano na modalidade culposa não é mais crime.
Haverá 3 consequências para X: será solto, voltará a ser primário, porém não cessa os
efeitos civis. Assim, ele terá que reparar o dano independente de não ser mais considerado
crime, pois foi gerado um dano ao erário. Se ele não pagar, a União poderá executar o título .
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O que mais cai em provas é “prescrição”.

Prescrição – o Estado foi tão ineficaz que após passar tanto tempo não foi capaz de con-
denar ou se condenou não foi capaz de fazer o agente cumprir a pena. Logo, para a política
criminal, nasce esse instituto para fazer com que o Estado seja eficaz e eficiente para cumprir
e ser rápido nessa satisfação estatal em face do mal que ele causou à sociedade.

Exemplo: Suponha que em um processo militar, X tenha sido condenado. O crime já foi
prescrito, mas o advogado de X não suscitou essa preliminar. Se realmente estiver prescrito,
o juiz não precisa que a parte o motive para aplicar a decisão de prescrição, pois ela deve
ser declarada de ofício.

não houve condenação

antes do trânsito julgado

depois do trânsito julgado

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• Prescrição da pretensão punitiva: antes do trânsito em julgado - não houve sequer

condenação. Por exemplo: determinado crime tem a pena de 1 a 2 anos, o parâmetro
dessa prescrição será 2 anos, pena máxima em abstrato.

• Pretensão executória: após o trânsito em julgado. Por exemplo: X foi condenado por
um crime com pena de 1 ano e 1 mês. O parâmetro será 1 ano e 1 mês.

O quadro abaixo traz uma tabela com os prazos prescricionais. Atenção: o CPM é dife-
rente do CPB:

CPM
≠
CP

PAGs / ??? SAES

Depois de verificado o parâmetro é só incluir na tabela. Exemplo: pena máxima em abs-

trato 4, verifica na tabela: 8 anos. É importante conhecer essa tabela, pois pode ser questio-
nado o prazo prescricional na prova.

O que mais costuma cair é o prazo prescricional da pena de morte: 30 anos. Porém, é
importante memorizar todos os prazos.

ATENÇÃO
As penas acessórias NÃO prescrevem. .
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→ desertor/foragido → trânsfuga

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Existem dois crimes que possuem a prescrição diferente:

• Deserção: ausentar-se o militar por mais de 08 dias do lugar que ele serve. Por exem-
plo: Oficial X tem 40 anos e comete a deserção. O crime só vai prescrever aos 60 anos
de idade. .
30m
• Insubmissão: ausentar-se na convocação para o serviço militar. Por exemplo: X tem 18
anos, a prescrição começa a contar com 30 a nos de idade.

Dica: “Deserção: termina; Insubmissão: começa”.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Leandro Antunes e Silva.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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