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Código: 71220810
No presente século, especialmente nos dias atuais, filmes, documentários, vídeos passaram a
fazer parte do dia-a-dia de muita gente, principalmente das crianças e adolescentes, sendo assim
trazer tais recursos para sala de aula é interessante, já que é algo que os alunos estão
familiarizados e podem ter fácil acesso, tornando assim, um recurso totalmente viável, para o
ensino de História.
Assim, dentre tantas ferramentas didáticas, os recursos audiovisuais estão presentes no ensino
não só da disciplina de história, mas pode ser usado como ferramenta nas demais disciplinas, e a
inclusão digital proporcionou que várias camadas sociais possam ter acesso a meios de
comunicação em massa, apesar das condições não serem as mesmas.
Para o caso particular de Mocambique, existem dificuldades na infra-estrutura das escolas, pois
poucas, se não nenhuma escola possui TV e DVD ou Datashow, dai que tais ferramentas não têm
seu devido uso, o que coloca a aprendizagem de várias disciplinas incluindo a História em maus
lençóis.
Abordagens didácticas muito recentes mostram que, o cinema seria um bom recurso, pois atrairia
a atenção dos jovens mais que as aulas e exposições orais realizadas pelo professor em sua sala
de aula. Não se trata ainda de encarar a linguagem imagética como um recurso com
características próprias, nem de propor métodos de trabalho pedagógico com a exploração das
imagens, mas sim de utilizar a imagem para explicar de forma mais simples e clara os factos
históricos.
Dai que se assume que, o recurso audiovisual, portanto, expõe características, aspectos culturais,
vestimentas, entre outros pontos que não conseguiriam ser melhor expostos por meio escrito, e
assim também possibilitando que por meio da exposição de imagens que aluno perceba as
características físicas do período retratado.
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1.1. Objectivos do Trabalho
1.2. Metodologia
A metodologia a ser utilizada para esse trabalho vai basear-se em revisão documental e revisão
bibliográfica, método este que segundo Minayo (2010, p.271), oferecerá um rol de bases que
sustentam as possíveis soluções dum problema, portanto com este, o estudante procurou bases
teóricas que falam e sustentam de alguma maneira sobre as matérias em estudo. Portanto o
trabalho vai comportar a seguinte estrutura: Introdução, analise e discussão de dados/informação,
conclusão e referências bibliográficas.
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2. Análise e discussão (Desenvolvimento)
Tudo parece indicar que, a utilização simultânea de áudio e de vídeo no contexto da sala de aulas
é um fenómeno recente. Com os avanços tecnológicos outros elementos foram adicionados ao
recurso visual: as cores, o áudio, as formas de captação e armazenamento, etc., possibilitando o
uso do audiovisual como uma ferramenta para o ensino.
Feitosa (2011) acrescenta que, isso concerne à capacidade do filme em contribuir com o ensino-
aprendizagem, e instigar o processo educativo crítico dos alunos, como aponta Albano (2003)
“não se trata de delimitar a criatividade dos alunos-espectadores ou desestimular as várias leituras
válidas de uma obra cinematográfica, mas estabelecer alguns parâmetros de análise com base nos
objetivos da atividade.” (p.41).
No que diz respeito ao ensino de História, Machado (2015, p. 16) sublinha que a incorporação do
cinema pela história vai ocorrer, finalmente, após a segunda Guerra Mundial, quando os
historiadores vinculados à chamada Nova História (Nouvelle Historie) vão enfatizar a
necessidade de integrar “novos problemas, novas abordagens, novos objetos” ao estudo da
disciplina.
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Segundo Napolitano (2013) a História é uma das disciplinas mais afeitas de atividades com o
cinema. O chamado “filme histórico” é um dos gêneros mais consagrados na história do cinema
mundial. Geralmente, o filme histórico revela muito mais sobre sociedade contemporânea que
produziu do que sobre o passado nele encenado e representado.
Portanto, o ensino de história nas escolas, na maioria das vezes, não trabalha a realidade do
estudante, como se observa nos livros didáticos que, em sua maneira de escrever, colocam um
lado em detrimento do outro, camuflando a verdadeira história em seus conflitos e contradições.
Assim Machado sublinha que “o ensino de história pode ser por vezes, restrito a um cansativo
memorizador de datas e nomes, fazendo com que boa parcela dos alunos não se sinta motivada a
aprender” (p.18).
Assim, o uso do recurso audiovisual pode ser uma metodologia de aprendizagem significativa de
um professor holístico, desde que seja trabalhada a construção de significados para o aluno, que
instigue a sua criticidade, autonomia, sua sensibilidade, que perceba sua arte contida no filme,
possibilitando a transformação do indivíduo e da sua maneira de enxergar o mundo.
Para isso, é necessária uma preparação do professor para orientar e instigar o aluno a ter uma
visão questionadora sobre cada material audiovisual, o que estimulará os jovens à curiosidade
com aproveitamento expressivo do processo educativo. Como educadores, devemos utilizar os
filmes para gerar questionamentos e não respostas pré-fabricadas nos estudantes.
Infelizmente ainda existe o mito que o recurso audiovisual muitas vezes é usado por professores
apenas para passar o tempo de aula, enquanto dá a ele a oportunidade de descansar, ou em outras
vezes o filme é passado sem nenhuma contextualização com o conteúdo ali presente.
Porém, usar do audiovisual para trabalhar algum conteúdo em sala de aula não é tão simples,
deve-se lembrar que as produções de cinema estão voltadas para o mercado e um público de
consumidores, assim não precisam necessariamente serem fiéis à história, nesse ponto a
intervenção do professor se torna importante, já que é ele quem mediará o conteúdo,
problematizando e dialogando com outras fontes, orientando os alunos para que eles entendam o
que é fictício e o que é o real conteúdo a ser entendido.
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Para que isso aconteça e tendo o entendimento que um filme, é um documento, é necessário fazer
uma análise histórica deste documento, fazendo os devidos comentários e não esquecendo de
problematizar o conteúdo que o filme trás, até por que muitas vezes os alunos podem se entreter
com o filme e esquecer de fazer uma análise histórica, e assim, caso o professor não atente para
isso, o filme não terá o propósito que se busca. Também, como todo material didáctico, é
interessante dialogar com este com outras fontes.
Fica evidente que, os professores de história no nosso contexto, não estão fazendo o uso do
audiovisual como recurso didático, e que para fazer o uso destes não basta apenas a exibição, mas
a literatura mostra que o uso desse material é indispensável para que esse recurso seja bem
empregado, reconhecendo também que para empregar tais recursos em sala de aula é necessário o
auxílio de outros documentos, já que o professor deve prezar pela verdade histórica.
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3. Conclusão
Portanto, o ensino de história nas escolas, na maioria das vezes, não trabalha a realidade do
estudante, como se observa nos livros didáticos que, em sua maneira de escrever, colocam um
lado em detrimento do outro, camuflando a verdadeira história em seus conflitos e contradições.
Foi ainda possível perceber através de revisão de literaturas que, usar do audiovisual para
trabalhar algum conteúdo em sala de aula não é tão simples, deve-se lembrar que as produções de
cinema estão voltadas para o mercado e um público de consumidores, assim não precisam
necessariamente serem fiéis à história, nesse ponto a intervenção do professor se torna
importante, já que é ele quem mediará o conteúdo, problematizando e dialogando com outras
fontes, orientando os alunos para que eles entendam o que é fictício e o que é o real conteúdo a
ser entendido.
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Referências bibliográficas
ALBANO, Katia Maria. (2003) A Construção de uma Didática da História: Algumas ideias
sobre a utilização de filmes no ensino. História, São Paulo: UNESP, n° 22.
FEITOSA, Sara Alves. (2011) Modos de fazer crer no audiovisual de reconstituição histórica.
Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 98-110, janeiro/abril 2011. Recuperado em:
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/view/8800/6164
MACHADO, Arthur V, (2015) Filmes Históricos no Ensino de História. Jundiaí: Paco Editorial
NAPOLITANO, M. (2013) Como usar o cinema na sala de aula. 5. ed., reimpressão. São Paulo:
Contexto.
SANTOS, Maria Lúcia Lopes. (2009) O uso de filmes no ensino de história. Arquivo Eletrônico.
Programa de Desenvolvimento Educacional, Secretaria de Estado da Educação do Paraná, [sine
data]. Recuperado em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1994-8.pdf