Você está na página 1de 3

CONHEÇA AS FASES DO DESENVOLVIMENTO DA PEGA DO LÁPIS

O período da infância é marcado


por um processo de
desenvolvimento acelerado e
muitas descobertas, não é
mesmo? Provavelmente, em
nenhuma outra fase da vida um
ser humano aprende tanta coisa
e de forma tão intensa como nos
primeiros 7 anos. Entre os
muitos desafios está a pega do
lápis.

Muito antes da alfabetização,


começa um delicado processo
de desenvolvimento motor e cognitivo que permite que a magia da escrita
se concretize com o tempo. Quer saber quais são as fases desse processo,
como reconhecer as dificuldades e propor soluções? Vem com a gente nessa
jornada!

O QUE É A PEGA DO LÁPIS?

É como a criança segura esse objeto quando começa a ter contato com ele,
seja para desenhar ou rascunhar as primeiras letras. Outra forma de nomenclatura
para esse processo é preensão do lápis.

A habilidade de manusear de forma correta um giz de colorir ou


uma canetinha começa a se desenvolver ainda nos primeiros meses de vida e
vai até a idade de 7 anos, quando a preensão trípode amadurece. Essa é
considerada a maneira mais adequada de pega do lápis, em que o
pequeno utiliza apenas o dedo polegar, o indicador e o dedo médio para
escrever.

POR QUE É IMPORTANTE PARA AS CRIANÇAS?

Segurar o lápis da forma correta para escrever à mão pode parecer simples a
quem já desenvolveu a coordenação motora fina e grossa, mas não é assim
para uma criança que está começando o processo. A pega do lápis é essencial
para o bom desenvolvimento motor e terá reflexos nos processos de escrita ao
longo da alfabetização.

QUAIS SÃO AS FASES DE DESENVOLVIMENTO?

Quando o bebê está com a idade de 4 meses, ele já segura alguns objetos de
modo consciente. Para isso, utiliza os últimos três dedos da mão. Por volta dos 5
a 6 meses, ele desenvolve o movimento de arrastar os dedos da mão para pegar
os objetos, aumentando a coordenação do movimento.
Entre 7 e 8 meses, o bebê tem mais controle e percepção, por isso, consegue
segurar um objeto em cada mão e tenta movê-los de maneira consciente. Já a
partir dos 9 meses, o amadurecimento neurológico permite movimentos precisos
e distintos.

Lembrando que cada criança tem seu tempo e as fases de desenvolvimento


podem variar de uma para outra, sem prejuízo nenhum para seu crescimento.

QUAIS SÃO OS TIPOS DE PREENSÃO DO LÁPIS?

Entre o oitavo e o nono mês, o bebê desenvolve o movimento de pinça, que


permite que ele pegue objetos utilizando o polegar e o indicador. Quando falamos
assim, parece ser uma coisa tão simples, não é? Mas o desenvolvimento dessa
habilidade é um avanço no desenvolvimento humano.

Já as preensões que permitirão que a criança segure um lápis começam em torno


dos 12 meses e têm características distintas conforme se desenvolvem.

Preensão palmar

Essa pega é considerada a mais “primitiva” e surge entre 12 e 18 meses. A


criança usa toda a mão para segurar o lápis e, para movê-lo, ela acaba
movimentado também o ombro e o braço. Por isso, é considerada uma preensão
estática.

Preensão pronada

Depois da fase de preensão palmar, por volta de 2 a 3 anos, surge a preensão


pronada. A criança passa a usar mais os dedos para segurar o lápis e o
movimento já não depende tanto do ombro. Antebraço e cotovelo são
responsáveis por proporcionar o movimento.

Preensão com quatro dedos

Entre os 3 e 4 anos, a criança começa a usar os quatro dedos para segurar o lápis
e o movimento se origina no punho e nos dedos. Com o desenvolvimento
correto da preensão começa a se tornar dinâmica.

Preensão trípode

Essa pega do lápis surge por volta dos 4 anos e meio e segue até os 7 anos de
idade, momento em que o movimento se mostra mais aperfeiçoado. Nessa fase, a
criança usa os dedos médio, polegar e indicador para segurar o objeto de
escrita.

COMO SABER SE A PEGA DO LÁPIS ESTÁ ADEQUADA?

A preensão trípode é considerada a mais adequada, pois é a que exige menos


esforço para o movimento e ajuda no desenvolvimento da caligrafia. Mas isso
não significa que seja a única forma correta de escrever.
O problema é quando a criança começa a fazer malabarismos para segurar
o lápis ou imprime tanta força que até fica com calos nos dedinhos. Com essa
dificuldade para escrever, a letra acaba ficando ilegível e a mão começa a doer.

Os efeitos negativos vão muito além da caligrafia e podem até desanimar a criança
durante a alfabetização, devido ao esforço excessivo. Pegas de lápis
“estranhas” são fáceis de mudar nos primeiros anos escolares, mas podem
ser irreversíveis no futuro.

Portanto, observe se o lápis fica em uma posição estável entre o polegar, indicador
e o dedo médio. Os outros dois dedos, anelar e o mínimo, ficam dobrados
confortavelmente e apoiados na mesa. O pulso tende a ficar um pouco dobrado
para trás, enquanto o antebraço permanece relaxado em cima da escrivaninha.

QUAIS ATIVIDADES AJUDAM A CORRIGIR A PEGA DO LÁPIS?

O treino da pega do lápis começa muito antes desse objeto fazer parte da rotina
da criança. Mas existem algumas atividades de coordenação motora que
podem ajudar na fase em que ela começa, efetivamente, a usar o objeto de escrita:

• estimular a criança a colocar pequenos brinquedos dentro de um pote com o


auxílio de uma pinça;
• usar os dedos para modelar massinha ou argila;
• realizar atividades em que seja preciso rasgar papel;
• brincar com blocos de montar que se encaixam ou montar casinha;
• brincar de tiro ao alvo com pistolas de água;
• fazer teatro com fantoche de dedos;
• desenhar carinhas em cada um dos dedos da preensão trípode e pedir à criança
para deixar os “coleguinhas” juntos;
• fazer atividades ou jogos usando pinos de tamanhos variados, para que ela
movimente as peças com o indicador e polegar.

Cada uma das fases da pega do lápis é importante, e a criança precisa passar
por todas para que o desenvolvimento aconteça de maneira natural. Apesar
de os pequenos entrarem cada vez mais cedo na escola, isso não significa que
elas já tenham maturidade neurológica para pular etapas. Respeitar o tempo de
cada um é sinal de carinho e cuidado.

As informações contidas neste material se fundamentam em estudos psicológicos


da criança e servem de base para ajudar com o seu desenvolvimento e educação.
Os resultados de tais métodos podem variar de acordo com cada criança, pois
dependerão de aspectos individuais e sociais.

Você também pode gostar