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NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSO NEUROPSICOPEDAGOGIA,


EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

KARINE FÊU BRANDÃO DOS SANTOS

A PLURALIDADE EDUCACIONAL NO MUNICÍPIO DE LINHARES/ES

“O TRABALHO NEUROPSICOPEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL


REALIZADO NO MUNICÍPIO DE LINHARES NO ANO DE 2019”

LINHARES-ES

2019
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A PLURALIDADE EDUCACIONAL NO MUNICÍPIO DE LINHARES/ES

“O TRABALHO NEUROPSICOPEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL


REALIZADO NO MUNICÍPIO DE LINHARES NO ANO DE 2019”

Karine Fêu Brandão dos Santos1

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o
mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja
parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e
corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações
empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação
aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

Trabalho ⊡ APROVADO ⊡ REPROVADO como requisito parcial para obtenção de


título de Especialista no Curso de Pós Graduação em Neuropsicopedagogia,
Educação Especial e Inclusiva na Instituição de Ensino FAVENI.

Banca examinadora:

Orientador:___________________________________
Título, nome e Instituição de Origem

Co-Orientador:________________________________
Título, nome e Instituição de Origem

Membro:_____________________________________
Título, nome e Instituição de Origem

__________________________________________________
Local e Data

1
Graduada em Pedagogia UFES
9

Agradecimento

A Deus pоr tеr mе dado saúde е força pаrа superar аs


dificuldades, pоr minha família е amigos. A todos qυе direta оυ
indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеυ muito
obrigado.
10

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA – 1 Relatório de Atividades Mensais

FIGURA – 2 Relatório de Atividades Finais

FIGURA – 3 Tríade Funcional da Aprendizagem Humana

FIGURA – 4 As Funções Executivas e o Cérebro

FIGURA – 5 Visão Geral das Funções Cerebrais

FIGURA 6 e 7: Foto da Formação em Neurociência para professores e pedagogos da rede


Municipal de Ensino de Linhares-ES
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RESUMO

A Neuropsicopedagogia se constitui como novo campo do conhecimento voltado a pensar e a agir


sobre as dificuldades de aprendizagem. Como metodologia de estudo, o explorador deve pesquisar
os conceitos à cerca de brinquedo, brincadeira e jogo; incorporando no dia-a-dia dos profissionais da
educação atividades lúdicas para o crescimento, desenvolvimento e aprendizagem das crianças. A
intencionalidade é a soma de todas as ações realizadas pelo professor. Para que a aprendizagem
aconteça, necessita ter intenções claras do mediador e reciprocidade do mediado. Essa combinação
resulta em uma transformação.
Um olhar Neuropsicopedagógico através da ludicidade tem como objeto de pesquisa a analise da
importância no processo de desenvolvimento da criança, assim como a busca de sua identidade no
ambiente escolar, os momento de atividades recreativas dirigidas desenvolvendo assim metodologias
e estratégias de aprendizagem.
Para isso, a Secretaria Municipal de Educação do Município de Linhares-ES, desenvolveu a partir de
2017 um projeto inovador e ousado, que foi se consolidando com o decorrer dos anos e ganhando a
adesão dos profissionais de educação que perceberam a convergência das Formações: BNCC,
TRILHAS, CURRÍCULO E NEUROCIÊNCIA APLICADA À EDUCAÇÃO.
No ano de 2019 foi criada uma equipe de multiplicadores da Neurociência na Educação Infantil,
selecionados dentre as centenas de professores da rede municipal, caracterizados pela disposição,
coragem e competência com que abraçaram mais esse desafio.
Já está provado que na Primeira Infância podemos concretizar a Riqueza da Aprendizagem que irá
acabar de uma vez com a Pobreza da Aprendizagem que se reproduz no Ensino Fundamental 2 e no
Ensino Médio, quando não se tem conhecimento de que 80% das conexões neurais se formam
naquela idade e que, portanto, os educadores precisam dar a devida importância ao fato de que o
que não é estimulado, o cérebro descarta.

PALAVRAS-CHAVE: Neuropsicopedagogia. Ludico. Brincadeira.


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INTRODUÇÃO

A Neuropsicopedagogia frente às distintas situações educacionais presentes


no município de Linhares-ES depara-se em sala de aula, com um processo de
aprendizado diferenciado para os alunos, porém encontra dificuldades na adaptação
do profissional da educação com as novas técnicas apresentadas, que podem ser
adaptadas de forma a conduzir o educando a uma maior motivação e melhor
desenvolvimento de suas habilidades. A ação pedagógica em sala de aula pode
desempenhar funções importantes no desenvolvimento das crianças.

No desenvolvimento do projeto apresentado neste artigo, o mediador deve


atribuir valores ao que ensina, pois estes irão fazer ligações às necessidades
presentes no contexto de vida do mediado, aumentando o estímulo, desenvolvendo
a autonomia e a disposição para aprender. No município em questão, a infra-
estrutura voltada para o estudo da Neuropsicopedagogia na Educação é reduzida. O
projeto apresentado foi único nos últimos anos, voltado exclusivamente para os
profissionais da educação da rede municipal que oferta aproximadamente 99% das
vagas para a Educação Infantil I. Seu fortalecimento ocorreu por meio de
profissionais que abraçaram a causa e persistiram no decorrer do ano, recebendo
formação através da Secretaria de Educação Municipal e partilhando conhecimentos
nas variadas escolas do município, fazendo um trabalho de multiplicadores da
Neurociência.

A proposta inicial foi o atendimento das classes de CEIM – Centros de


Educação Infantil do Município de Linhares, que atendem crianças de 2 a 6 anos
matriculadas na Educação Infantil. O projeto poderia ter se expandido de forma a
atingir um número maior de mediadores e mediados, porém a dificuldade de
encontrar profissionais dispostos a contribuir e agregar valor à proposta foi o grande
desafio encontrado pelo órgão que ofertou o treinamento. Mesmo que estes
estivessem sendo remunerados pelas horas extras de trabalho e ainda foram
certificados pela atuação e rendimento no projeto.

Partindo do que foi observado nesses meses de desenvolvimento do projeto


proposto, levando em consideração a utilização de recursos didáticos lúdicos
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produzidos pela equipe de multiplicadores, sendo que estes não foram repetidos
para os educandos em nenhum momento, sempre inovando e aperfeiçoando idéias
e conceitos. Foi considerada a utilização destes materiais confeccionados
especificamente para o desenvolvimento do projeto e voltado para a individualidade
de cada turma trabalhada com o intuito de dinamizar e potencializar os encontros.
Sendo assim, não houve uma padronização visual nem recorrência a objetos antes
apresentados. Os mediadores trabalharam de formas diferenciadas e únicas sem
“cansar” o mediado com o lúdico repetitivo. Sendo assim, tendo a pesquisa
analisado toda a influência didático-pedagógica do uso da ludicidade, a hipótese
levantada é que: o material desenvolvido e trabalhado semanalmente pelos
mediadores, fosse utilizado pelos demais professores das escolas para formalizar e
estabilizar os conceitos apresentados inicialmente, construindo assim, um
desenvolvimento neural mais completo e progressivo, pois o objetivo geral desse
trabalho foi à estimulação e a evolução da neurociência aplicada às atividades
Psicopedagógicas apresentadas justificando ainda a presença dos objetivos
específicos do projeto que são: permitir armazenar, relacionar e pensar informações
em curto prazo; possibilitar controlar e filtrar pensamentos, ter o domínio sobre a
atenção e o comportamento; permitir mudar de perspectiva no momento de pensar e
agir, considerar diferentes ângulos na tomada de decisão.

O estudo em questão apresentou-se inicialmente de forma relevante para as


práticas acadêmicas tanto quanto para a formação de profissionais capazes de
produzir trabalhos fundamentados em pesquisas científicas, para conduzir o aluno a
desenvolver o conhecimento de forma inteligível, demonstrando um pensamento
estruturado à medida que caminhasse no projeto, através de regras que
estimulavam sua participação conjunta.

A metodologia utilizada foi exploratória, descritiva e explicativa de forma a


construir um relato de experiência com abordagem qualitativa, utilizando-se da
análise documental do projeto, da pesquisa e da revisão bibliográfica, através de
fontes de pesquisa primária.

PESQUISA DOCUMENTAL
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A Neuropsicopedagogia tem a capacidade de lançar um olhar na Educação


tendo como base pesquisas de Neurocientistas renomados que tem demonstrado
uma relação entre a aprendizagem e o cérebro.

Segundo o Código de Ética Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia,


capítulo III, do exercício das atividades, das responsabilidades e promoção
profissional, resolução SBNPp n° 03/2014:

1°. Entende-se que sua atuação na área de Institucional,


ou de educação especial, de educação inclusiva escolar
deve contemplar: a) Observação, identificação e análise
do ambiente escolar nas questões relacionadas ao
desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras,
cognitivas e comportamentais; b) Criação de estratégias
que viabilizem o desenvolvimento do processo ensino-
aprendizagem do aluno; c) Encaminhamento do aluno a
outros profissionais quando o caso for de outra área de
atuação/especialização.

Segundo Migliori (2013), a ciência vem demonstrando que a aprendizagem é


a chave do progresso e do desenvolvimento humano. Para obter os dados
necessários para este estudo foram feitas pesquisas bibliográficas ao longo do
desenvolvimento do projeto, em obras já citadas e ainda em estudos bem
atualizados analisados por Marta Pires Relvas, em seu livro Neurociência e
Transtornos de Aprendizagem - jan 2011. Sendo assim, os dados obtidos são
respaldados nas ideias de vários autores, enfatizando as contribuições e as
limitações na práxis Neuropsicopedagógica.

O Neuropsicopedagogo é um profissional que detém o conhecimento


necessário para contribuir na metodologia transformadora do mediado, possui
ciência que ensinar um "alguém" é um fato de vital importância. Por esse motivo,
precisa ajustar o processo para um melhor aprendizado, sempre analisando cada
sujeito como único em suas características.

Atualmente, com as prerrogativas de um Neuropsicopedagogo notamos um


aumento significativo de indivíduos que possuem algum tipo de transtorno ou
dificuldade de aprendizagem. Quanto mais cedo detectados, os agentes envolvidos
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poderão agir acerca das dificuldades e como estes podem trabalhar dentro do
contexto pedagógico escolar e familiar. O profissional deverá estar capacitado para
lançar mão de ferramentas, atividades, testes projetivos e avaliações que o ajudarão
ao diagnóstico e a intervenção necessária para o atendimento terapêutico eficaz e
significativo na evolução do indivíduo avaliado.

Atualmente, o Neuropsicopedagogo é considerado como


um dos profissionais mais respeitados por ter como
embasamento teórico-prático, tendo como foco de
estudo as Neurociências como bagagem instrumental,
uma ciência que tem evoluído bastante em pleno século
XXI, constituindo-se como a ciência de um futuro
promissor, pois a mesma amplia o entendimento como
seres humanos e desvenda mistérios de como nós
somos como nos desenvolvemos e como aprendemos.
(SANTOS, 2015, p.05)

É importante ressaltar que a saúde mental infantil é um tema dito transversal


a diferentes especialidades da área da saúde, ciências sociais e educacionais e
congrega disciplinas em seus diferentes enfoques (VINOCUR, PEREIRA, 2011).
Desta forma, como foi apresentado novidades para todas as crianças, o mediador
detectava possíveis Transtornos no Comportamento. Com base nessa teoria, a
proposta inicial do projeto foi mantida no decorrer do ano como fator predominante
para identificar casos específicos dentre os sujeitos participantes.
À medida que o professor mediador lançava um novo desafio a primeira
reação da turma era de curiosidade, quando essa curiosidade desaparece junto com
ela vai o interesse e a atenção da criança. Baseado nesse comportamento o
mediador estudava e relatava os comportamentos diferenciados para a Pedagoga
da escola e para a supervisora do projeto através de fichas conceituais individuais
ou mensais.
Segue modelo
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FIGURA – 1 Relatório de Atividades Mensais

FIGURA 1: Print Screan do Relatório Mensal de Atividades da mediadora Karine Fêu Brandão dos
Santos cedido pela Secretaria Municipal de Educação de Linhares-ES.

FIGURA – 2 Relatório de Atividades Finais

FIGURA 2: Print Screan do Relatório Final de Atividades da mediadora Karine Fêu Brandão dos
Santos cedido pela Secretaria Municipal de Educação de Linhares-ES.
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METODOLOGIA, RESULTADOS E ANÁLISE DE DADOS

A Psicopedagogia surgiu na Europa na década de 40, inicialmente o


atendimento consistia em readaptar crianças cujo comportamento não era aceito na
escola e no lar, como também, crianças com dificuldades de aprendizagem. Na
América do sul surgiu primeiramente na Argentina. Em meados de 1970, a
Psicopedagogia surgiu no Brasil mesmo com dificuldades para desenvolver o
trabalho de apoio para os indivíduos que apresentavam algum tipo de distúrbio que
necessitava de um acompanhamento das funções do ensino/aprendizado voltado
para sua disfunção neurológica. A partir de então se abriu espaço para o surgimento
da Neuropsicopedagogia – área da neurociência voltada para o contexto
educacional. Este profissional lança mão de ferramentas, atividades, testes,
avaliações que o auxiliam no diagnóstico e na intervenção necessária para o
atendimento terapêutico eficaz

Nesse contexto, a Neuropsicopedagogia procura estimular e trabalhar o


desenvolvimento da criança e do adolescente, a fim de que sua aprendizagem seja
mais significativa, permitindo que se estenda a vida adulta proporcionando uma
maior qualidade no seu desenvolvimento. E é através dos estudos
Neuropsicopedagógicos que podemos compreender e trazer para o indivíduo com
transtorno um grande benefício na qualidade de seu desenvolvimento cognitivo no
contexto educacional e social, pois como supracitado anteriormente não é apenas a
criança que está envolvida nesse processo, mas toda sua estrutura familiar. Dessa
maneira, entendemos melhor suas limitações e a melhor forma de como elas podem
ser trabalhadas, superadas e desenvolvidas.

Este foi um fator primordial no desenvolvimento do projeto estudado. O


estudo baseado nos saberes da Neurociência levou para os espaços de ensino a
discussão sobre o conhecimento, permitindo assim que a criança tenha seu
progresso acompanhado da melhor maneira. A assistência ofertada pela Secretaria
Municipal de Educação de Linhares, por meio deste projeto foi pedagogicamente
satisfatória em muitos casos. Quando se é apresentado algo novo para a criança, é
importante avaliar o interesse e o desenvolvimento que foi inicialmente sugerido.
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Não deixando de analisar que as habilidades associadas às funções executivas são


extremamente importantes para o desenvolvimento. Estas podem ser divididas em
três grandes categorias de competências: autocontrole, memória de trabalho e
flexibilidade cognitiva.

FIGURA – 3 Tríade Funcional da Aprendizagem Humana

Figura 3 - Tríade funcional da aprendizagem humana. A interatividade e a inseparabilidade dinâmica


da cognição, da conação e da execução permitem a emergência e a sustentação do processo da
aprendizagem humana.

FIGURA – 4 As Funções Executivas e o Cérebro

Figura 4 - Imagem Observando o cérebro em função de aprendizagem. Fonte:


http://www.nadiabossa.com.br/pdf/palestras/Palestra%20Gramado%2018-07-2016-_jul-18-17hs.pdf
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FIGURA – 5 Visão Geral das Funções Cerebrais

FIGURA 5 – IMAGEM DO LOBO CEREBRAL. Fonte: Pagina do Facebook da Life Center Sinop
(@lifecentersinopmt) - https://www.facebook.com/lifecentersinopmt/?__xts__
%5B0%5D=68.ARC1SqaMUwLCgC_XP6zRr4iNcOp6Oxj-
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De acordo com nossas premências de cognição, ocorre constantemente um


avanço neural que transcorre da necessidade de adaptação, modificação,
organização e aprendizado.

Segundo a Psicopedagoga Maria Irene Maluf (2005) em entrevista a


Direcional Educador: "O estudo das neurociências deveria ser aplicado nos cursos
de especialização de professores". Defende que "não existe aprendizagem que não
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passe pelo cérebro, a ciência a neurociência e a neuroaprendizagem, através de


neuroimagens, são elementos importantes para evitar o fracasso escolar". Afirma
que conhecer o funcionamento do cérebro e do Sistema Nervoso é fundamental
para entender o processo da aprendizagem. Ou seja, para entender o que está
acontecendo com o aluno, as suas dificuldades, é necessário entender o processo
de aprendizagem no cérebro, como ele acontece.

Neste caso, o profissional da Neurociência já compreende que um novo


conteúdo, somente será “consolidado” em nosso cérebro na medida em que o
usarmos habitualmente, criando assim vias neurais que serão os caminhos bastante
utilizados. A partir dessa teoria que os mediadores desenvolveram juntamente com
o profissional da Neuropsicopedagogia, preparado para ministrar esse treinamento e
caminhar com o projeto no município supracitado, uma estruturação pedagógica e
materiais metodológicos, respeitando as etapas e as diferenças cognitivas dos
alunos.

Referente à formação estudada, a Secretária Municipal de Educação do Município


de Linhares-ES / Maria Olímpia Dalvi Rampinelli declarou: “A qualificação é uma
importante e moderna ferramenta para o desenvolvimento das atividades
educacionais. "Nos últimos vinte anos, a neurociência é fator determinante na
ampliação de perspectivas de conhecimento e compreensão em diversos segmentos
e para educação, o entendimento sobre esse processo do funcionamento cerebral é
um método, que quando conhecido e aplicado, promove descobertas e contribui
efetivamente no processo de ensino-aprendizagem", [...] a qualificação do
profissional de educação é um passo fundamental para se alcançar as melhorias
necessárias no segmento e ampliar o leque de ferramentas metodológicas para as
práticas pedagógicas, a neurociência é fator determinante neste processo. "A
neurociência é fator determinante na ampliação de perspectivas de conhecimento e
compreensão em diversos segmentos. “Na educação, o entendimento sobre esse
processo do funcionamento cerebral é um método, que quando conhecido e
aplicado, promove descobertas e contribui efetivamente no processo de ensino-
aprendizagem”, afirmou. (Site Oficial da PML)

A partir de então, a estrutura pedagógica escolar vem sendo desenvolvida


para dar suporte e apoio no seu processo de dinâmica de grupo ou individualmente
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com alunos que foram identificados com alguma dificuldade no aprendizado ou


ainda apresentaram diversidade cognitiva. A didática deve ser direcionada e
seletiva procurando compreender se a dificuldade de aprendizagem tem alguma
ligação com o ambiente sócio-familiar ou trata-se de um fator de distúrbio
neurológico.

A formação continuada de gestores escolares, pedagogos e professores é um


processo permanente na Secretaria de Educação da Prefeitura de Linhares que
busca aperfeiçoar cada vez mais a prática docente para promover aprendizagens
significativas. Só no primeiro semestre deste ano de 2019 foram disponibilizadas
3.705 vagas para servidores da rede e outras 1.524 vagas já estão em andamento
com cursos sendo ministrados pelo Centro de Formação Continuada.

A coordenadora municipal do Centro de Formação, Andréia de Carli


Giacomin, disse que os cursos vêm para alavancar e dar subsídios para que os
educadores trabalhem em sala de aula novas dinâmicas educacionais. "Para que a
formação continuada atinja seu objetivo, precisa ser significativa para o professor.
Alguns autores apontam que o segredo do sucesso de um bom programa de
formação continuada resume-se a três fatores: partir das necessidades reais do
cotidiano escolar do professor; valorizar o seu saber e a sua experiência; e integrar
de forma eficaz, teoria e prática. Os processos de formação continuada podem ser
valiosíssimos, se conseguirem aproximar os pressupostos teóricos e a prática
pedagógica", frisou.
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FIGURA 6 e 7: Foto da Formação em Neurociência para professores e pedagogos da rede


Municipal de Ensino de Linhares-ES

Fonte: https://linhares.es.gov.br/2018/03/19/Educacao-realiza-nova-etapa-de-capacitacao-em-
neurociencia-para-professores-e-pedagogos/
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando o desenvolvimento do projeto no ano de 2019, a teoria e a


dinâmica pedagógica apresentada pelas obras literárias dos autores consultados,
é relevante à necessidade de reconhecer as Neurociências em benefício da
educação.

O olhar do profissional da educação que participa desses cursos,


treinamentos ou projetos Neuropsicopedagógicos torna-se mais refinado na
identificação das habilidades e competências que podem desenvolver o
comportamento da criança e suas relações com o meio. Essa observação vai muito
além do ato de ensinar e aprender, além da responsabilidade social podendo
transformar vidas direta e indiretamente. O pedagogo passa a ter um olhar inclusivo
considerando o quanto é necessário trabalhar apenas as questões conceituais, mas
também as habilidades, as competências, as atitudes e principalmente esse “não
aprender”.

"Como um único passo não vai fazer um caminho sobre a Terra, um


único pensamento não vai fazer um caminho na mente. Para fazer um
caminho físico profundo, caminhamos novamente e novamente. Para fazer
um vínculo mental profundo, devemos pensar mais e mais o tipo de
pensamentos que desejamos dominar nas nossas vidas.” Thoreau
24

REFERÊNCIAS

Código de Ética Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia, capítulo III

MALUF, Maria Irene. A dificuldade de aprendizagem vista pela psicopedagogia


clínica. In: Sociedade Brasileira de Neuropsicologia. (Org.) Neuropsicologia e
Aprendizagem. 1° ed. São Paulo: TECMEDD, 2005, v. 1, p. 77-88.

MIGLIORI, Regina. Neurociência e Educação. 1° ed. São Paulo: Brasil


Sustentável, 2013, p. 38- 45.

Disponível em: https://linhares.es.gov.br/ Acesso em 29 de fevereiro de 2020.

Disponível em: https://linhares.es.gov.br/2018/01/26/Educacao-promove-curso-de-


neurociencia-para-pedagogos-da-rede-municipal-de-Linhares/ Acesso em 29 de
fevereiro de 2020.

REIVAS, Marta Pires. Neurociência e Transtornos de Aprendizagem. 1ª edição.


São Paulo: WAK, 2011.

SANTOS, Lucilia da Silva. A atuação do neuropsicopedagogo frente ao


combate do insucesso escolar. Disponível: em:
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/a-atuacao-do-
neuropsicopedagogo-frente-ao-combate-do-insucesso-escolar/67602 >. Acesso em
29 de fevereiro de 2020.

VINOCUR Evelyn. PEREIRA Heloisa Viscaíno F.S. Avaliação dos transtornos de


comportamento na infância. Rio de Janeiro. Agosto de 2011.

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