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FISIOTERAPIA ESPORTIVA

PROTOCOLOS DE ATENDIMENTOS DOS ATLETAS

ANO PROTOCOLO RECOMENDAÇÃO


GERENCIAMENTO
LESÕES
PRE ICE Exclusivamente uso de gelo, compressão e
1978 elevação
1978 RICE Usar gelo, compressão, elevação e repouso
1998 PRICE Usar gelo, compressão, elevação, repouso e
proteção
2012 POLICE Retirou o repouso, incluiu a carga
2014 RICE RETRACTED Retorno do RICE + encaminhamento ao
profissional de referência
2019 PEACE + LOVE Divide em duas fases: peace para fase aguda da
lesão e love para a fase seguinte. Retira o gelo

PEACE AND LOVE – é o praticado atualmente e considera para a fase aguda: proteção,
elevação, administração de anti inflamatórios, compressão e educação e a fase pós aguda:
retorno gradual às atividades, otimismo, inclusão e escolha de atividades que otimizem a saúde
cardiovascular e exercícios de propriocepção para a recuperação.

INTRODUÇÃO E RECONHECIMENTO DA FISIOTERAPIA ESPORTIVA


Resolução 337 de novembro de 2007 reconhece a fisioterapia esportiva e exclusiva do
fisioterapeuta.
Resolução 395 de agosto de 2011 disciplina a especialidade.
Para ser especialista em fisioterapia esportiva necessário fazer a prova do COFFITO em
convenio com a SONAFE.
A atuação do fisioterapeuta esportivo se caracteriza:

 Atividade física no contexto da saúde, do esporte e do lazer


 Exercício de condicionamento físico no processo da recuperação funciona, para retorno
à prática esportiva
 Relação do esporte e atividade física no contexto da saúde coletiva e prevenção das
lesões
 Prova de título COFFITO E SONAFE.
O que é necessário para o exercício da fisioterapia esportiva?
Dominar:

 Anamnese, aplicar e interpretar escalas, questionários, testes funcionas;


 Determinar o diagnóstico e prognóstico fisioterapêutico;
 Estabelecer o nexo de causa cinesiológica funcional;
 Aplicar técnicas fisioterapêuticas e readaptar para o retorno das atividades esportivas.
 Prescrever, confeccionar e gerenciar órteses, prótese e tecnologia assistiva.
 Recondicionar atleta de alto rendimento;
 Determinar condições de performance esportiva;
 Desenvolver programas preventivos e de promoção à saúde;
 Determinar as condições de alta fisioterapêutica.
 Anatomia, biomecânica no esporte;
 Fisiopatologia das lesões esportivas;
 Noções de regras, equipamentos entre outras diversas modalidades esportivas;
 Atividade física no contexto de saúde e do lazer;
 Exercício físico e condicionamento físico;
 Esporte competitivo adaptado profissional e amador;
 Relação do esporte e da atividade física no contexto da saúde coletiva e da prevenção
das lesões.
Um atleta profissional é difícil atuar 100% nas suas condições integrais.

 Geralmente é colocado para atuar sem ter se recuperado totalmente. O fisioterapeuta


não só reabilita e previne. Ele cuida do atleta para que ele cumpra o seu contrato.
Inclusive o preserva das baladas.
 Fisioterapeuta tem autonomia no seu trabalho, mas é limitado ao trabalho em equipe.
 Quem conduz a equipe de saúde no esporte? De quem é a decisão final se atleta vai
jogar ou não? O treinador.
 Quando um treinador é demitido ou troca de clube, ele leva a equipe de saúde junto.
 Existe uma linha tênue nas intervenções. Se o objetivo for muito preventivo, o atleta
não terá condicionamento.
 Para reabilitar melhor um atleta de determinado esporte, o fisio deve praticar o mesmo
esporte para conseguir fazer o melhor acompanhamento.

Níveis de atenção à saúde que necessitam do enfoque esportivo:


 Hospitalar;
 Ambulatorial (clínicas, consultórios, centros de saúde);
 Domiciliar e home care;
 Públicos;
 Filantrópicos;
 Militares;
 Privados.
Fisioterapeuta precisa se identificar com números pois eles farão a mensuração dos resultados.
Medir o antes e o depois. Mostrar o que está fazendo através dos números. Para isso, deve
aplicar questionários antes e após intervenção. Saber controlar a evolução. Criar metas. Avaliar
e reavaliar todo processo para garantir os resultados.

O fisioterapeuta esportivo pode exercer as seguintes atribuições:


Coordenação;
Gestão;
Gerenciamento
Direção;
Chefia;
Consultoria;
Auditoria;
 Perícia.
PERÌCIA>
SONAFE Brasil é uma sociedade de caráter científico cultural, responsável pela prova de
títulos de especialista. Para fazer a prova o profissional precisa atuar dois anos na área e não
necessariamente precisa da pós graduação. Nossa turma de 2024 estará apta para a prova de
2027.
Fisioterapeuta precisa ter em seu perfil profissional a dedicação à modalidade e ao seu modo
de acontecer. Necessário conhecer como são os movimentos. Saber trabalhar em equipe.
Locais de atuação do fisioterapeuta esportivo: clubes, academias, escolas e clínicas.
Uma equipe multiprofissional e/ou interprofissional na assistência do atleta envolve as
seguintes especialidades: clínico e ortopedista (médico); fisioterapeuta; profissional de educação
física; fisiologista; nutricionista; psicólogo; assistente social; massagista; treinador.
Recursos terapêuticos: maca, colchonete, triangulo de espuma, cama elástica, bastões, balanço
e tábua proprioceptiva, caneleira, hlater, barra paralela, espaldar, espelho, bolas grandes e
pequenas, câmera hiperbárica, ofurô (hidrocinesioterapia).
Atleta de alto nível é o centro de todas as intervenções, costuma ser curioso e quer entender o
processo de: aprimoramento; tratamento e reabilitação; prevenção de lesões; treinamento e
condicionamento.
 Não há local específico para tratar o atleta esportivo. Trata onde ele estiver.
 Necessário estar inteirado de todas as condições de autocuidado: comeu antes? Se
hidratou?
Tipos de lesões no esporte:
 Típicas: contusões; lesões articulares; lesões musculares.
 Atípicas: lesões neurológicas; lesões cardiorrespiratórias.
Quais os tipos de treino direcionados ao atleta esportivo?
 Condicionamento físico;
 Aeróbico
 Força muscular
 Gesto esportivo: este é o mais importante porque o movimento é fracionado e estudado
para que se enxergue a composição do movimento. Treinar o gesto evita lesões.
Entender o gesto, entender as regras e o esporte ajudam a determinar os mecanismos de
lesão e assim fica mais fácil tratar e prevenir.
O que está incluído no gesto esportivo?
 Posição do corpo no início do movimento;
 Posição do corpo durante o movimento;
 Posição do corpo no final do movimento.
Exemplo: o mecanismo de chute no futebol. Há impulso com a cintura escapular. Quanto maior
a alavanca, maior será a potência do chute. A energia cinética tem início no pé de apoio.
AVALIAÇAO DO ATLETA
Os fundamentos da avaliação consideram:
 Funcionalidade: foco é no paciente e não na doença
 Capacidade e demanda: equilíbrio do fluxo de energia mecânica. Considera a
capacidade do corpo em assumir a carga para não lesionar. Expor o corpo à uma
demanda alta e não considerar a sua capacidade, incorrerá e estresse. Exemplo, excesso
de treino ou de carga lesionam o atleta. Necessário respeitar limitações como idade e
sexo. O sistema deve ser capaz de gerar, dissipar e transferira a energia mecânica.
Importante que todos os segmentos estejam fortalecidos.
A carga cinética será sempre maior no movimento do que parada. Quanto maior a massa
muscular maior a força? Não. Nem sempre quantidade de músculo reflete a energia
cinética, mobilidade e equilíbrio harmônico. Equilíbrio é melhor que excesso de peso.
No salto a dissipação da energia se dá com os joelhos fletidos na aterrisagem e depois
com outro salto.
 Cadeia cinética: link entre os segmentos corporais. Considera a harmonia de todo o
corpo e a relação entre todos os componentes. Por exemplo, não adianta ter pernas
fortes com o core fraco. Seu entendimento permite entender a cascata biomecânica das
lesões, atua na melhora da performance muscular.
Core: tem a função de prevenir o movimento e garantir transferência de energia
mecânica. Sua fraqueza gera vazamento da energia e o movimento não será produzido
corretamente. No arremesso, 50% da energia vem do core.
 Interações relevantes: capacidade x demanda

Como avaliar?
 O melhor jeito de avaliar o atleta é usar ele mesmo. Faz a primeira avaliação, estabelece
os objetivos e conhece os déficits. Na segunda avaliação, é possível conhecer a
evolução.
 Buscar sempre testes padronizados
 Seguir padrão na medida pré e pós: ele com ele mesmo. No pré até pode ser a média de
outro paciente, mas a partir da segunda avaliação é a do paciente com ele mesmo.
 Treinamento / Confiabilidade
 Desenvolver formas de quantificar: fazer protocolo e avaliar os mesmos segmentos na
mesma ordem. Sempre. Teste de campo sempre vai variar. Teste de laboratório traz mais
confiabilidade, mas não traz a função do campo.
Por onde começar a avaliar?
Não existe padrão para avaliar. Vai depender da modalidade esportiva. Exemplo: futebol começa
pelo membro inferior enquanto a canoagem pelo membro superior.
Observar:
 Pronação excessiva;
 Valgismo dinâmico do joelho;
 Assimetrias;
 Amplitude do movimento;
 Queda pélvica;
 Instabilidade do core.
Excesso de amplitude de movimento resulta em diminuição na força.
 Quando preciso de movimento? Quando preciso de força? Vai depender da modalidade
 Step down test
É um teste de agachamento unipodal que testa bilateralmente e verifica a assimetria.
Na sua execução, ficar sempre atento à queda pélvica. Porem, responder à pergunta: vai afetar a
sua funcionalidade?
 Teste de Lunge
Coloca-se o paciente em frente a parede e mantem o tornozelo fixo no chão. Desejável maior
que 45 graus

 Rigidez dos RE de quadril


Desejável de 30 a 40 graus sendo que: <30º e >40º há risco de lesão.
Verificar sempre a assimetria.
Quanto maior o ângulo, menor a rigidez.
Quanto menor o ângulo, maior a rigidez.
Para pernas diferentes com características diferentes, o treino tem que ser diferente. Assim, os
tratamentos são opostos porque o comportamento de cada membro é oposto ao outro.

Exemplo:
Um paciente com RE de quadril onde a sua perna esquerda tem 50º e a direita tem 25º, como
proceder?
A meta é chegar a 35º então tenho que fortalecer a perna esquerda (50) e mobilizar a direita (25)
para equilibrar.

 Glúteos médios e máximo


Valores de referência até 15 repetições.
Médio com pac deitado de lado, perna perpendicular, a debaixo fletida e a de cima esticada, pac
tem que fazer 25 reps de cada lado.
Máximo, pac fica em DV, uma das pernas fora da maca, mãos na altura da lombar e vai abrir e
fechar a perna.
 Single hop Test
Mede a estabilidade dinâmica do joelho em um salto. Observa-se dos dois lados e compara a
distância entre as pernas e a distancia em relação ao tamanho das pernas.
 Y balance test
Detectar instabilidades e déficits proprioceptivos e de equilíbrio, identificando atletas com
maior risco de lesão em membros inferiores (MMII). Verifica o equilíbrio em anterior, póstero
medial e póstero lateral. Tem um protocolo a seguir e as referências.
 Teste de ponte de quadril e prancha
Necessário manter o movimento de ponte por 60 segundos. Observar o desalinhamento pélvico
e a assimetria.
 Rotação de tronco com alcance lateral
 Rotação de tronco com alcance cruzado
Todos os testes necessário registrar parar ter o pré e o pós intervenção.

CROSSFIT
É a marca de uma modalidade que foi criada nos EUA e consiste numa modalidade de atividade
que abrange força e condicionamento físico por meio da junção de exercícios aeróbicos, que
usam o próprio peso do corpo e o levantamento olímpico.
Crossfit é para todos mas não é para qualquer um. Quem faz o crossfit é mais condicionado.
Os movimentos são funcionais e preparam a pessoa para a vida.
Ameniza a redução da capacidade.
Melhora a performance.
Treina 10 capacidades físicas: cardiorrespiratória, resistência muscular, força, flexibilidade/
mobilidade, coordenação, acurácia, agilidade, equilíbrio, potência e velocidade.
O treino com duração de uma hora é dividido em: mobilidade, aquecimento, treino de força,
tarefa do dia.
Exercícios que compõem o crossfit: ginásticos com o peso do próprio corpo, levantamento de
peso olímpico e cardiorrespiratórios.
Lesões mais comuns no crossfit: ombros, lombar, joelhos, quadril.
Como prevenir as lesões? Com mobilidade, técnica, disciplina, alimentação, descanso,
exercícios orientados, periodização.
Entender os mecanismos de lesão: erros ou vícios, déficit de força, déficit de mobilidade,
acidentes.
Necessário entender o esporte e o gesto esportivo. O fisioterapeuta atua nesta: na avaliação,
recovery, reabilitação, prevenção.
Avaliação do crossfit: dados pessoais, anamnese, história pregressa (lesões, cirurgias), história
familiar, queixa principal, testes especiais: força, amplitude de movimento, mobilidade,
possíveis encurtamentos, movimentos específicos como overheadsquat.
Recovery acelera o processo de recuperação do organismo e conta com: mobilização
miofascial, massagem esportiva e seus benefícios são:
 Aumento da circulação
 Melhora da vascularização
 Eliminação de toxinas
 Diminuição do processo inflamatório
 Liberação de endorfina
Reabilitação faz uso de técnicas combinadas para a recuperação e disfunção ou lesão como por
exemplo:
 Quadros álgicos
 Hipomobilidade
 Trofismo diferente entre os MMII
 Diminuição de força de algum músculo específico
 Diminuição do equilíbrio e da propriocepção
 Diminuição da ADM.
Técnicas que podem ser utilizadas na reabilitação:
 Terapia manual
 Mobilização miofascial
 Mulligan
 Maitland
 Quiropraxia
 Exercicios de fortalecimento, estabilização e mobilidade
Exercícios de mobilidade na prevenção
Todos possuem experiência de postura. Cicatriz de movimentos e adaptações posturais.
Necessário ter exercícios que a articulação consiga realizar sem restrições. A prioridade é
manter a função e desenvolver função para melhor performance.
Para aumentar a performance: treinar bem e com frequência.
Para isso é necessário atentar para a artrocinemática para depois atuar na osteocinemática.
Respeitar a forma de como o corpo funciona. Iniciar do mais simples para o mais complexo.
Liberar. Mobiliar. Ativar.
Exercícios de prevenção contemplam:
 Equilíbrio e propriocepção
 Coordenação motora
 Potência
 Força
 Cardio
 Simulação dos exercícios que fazer para o gesto esportivo e trabalhar o conceito: fazer o
mais difícil para na hora ficar mais fácil.

A prevenção das lesões requer:


Mobilidade. Quanto mais mobilidade, melhor execução dos movimentos sem restrição, melhor
padrão de movimento, mais força que impacta em ganho e melhora de performance.

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