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for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a
referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter
sido a venda ad corpus.
1 Da retrovenda
● Instituto atualmente em desuso
● É uma cláusula especial introduzida no contrato de compra e venda
● Só é permitido para bens imóveis
● Normalmente é celebrado com alguém próximo, alguém que faça parte de
suas relações
● O vendedor reserva-se o direito de reaver o imóvel que está sendo
alienado
● Estabelece-se uma cláusula que, dentro de um lapso temporal de no
máximo 3 anos, garantirá o direito do vendedor de comprar o imóvel de volta
● Também chamado de “direito de retrato”
● Natureza jurídica de pacto acessório, adjeto ao contrato de compra e venda
● Condição resolutiva expressa
Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição
suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e
seja idônea para o fim a que se destina.
3 Da preempção ou preferência
● Cláusula para bens móveis e imóveis
● O comprador de uma coisa se obriga a oferecê-la ao vendedor, na
hipótese de pretender futuramente vendê-la para que o vendedor use do
seu direito de preferência em igualdade de condições
● É o direito atribuído ao vendedor de se substituir ao terceiro nos mesmos
termos e condições em que este iria adquirir a coisa
● Direito de preferência é o direito que uma pessoa tem de adquirir em primeiro
lugar em detrimento de terceiros
● Só será exercido se e quando o comprador vier a revender a coisa comprada,
não podendo ser compelido a tanto
● Direito de preferência legal -> determinados pela própria lei (ex: venda ao
locatário, propriedade em condomínio diviso)
● Direito de preferência contratual
○ cláusula para bens móveis ou imóveis
○ garante que, se o comprador desejar vender o bem dentro do lapso
temporal estabelecido, o vendedor tem o direito de preferência de
comprar de volta
○ se distingue da retrovenda pois, naquela o comprador é obrigado a
vender o bem; neste, o comprador só pode adquirir o objeto se o
vendedor decidir vender
○ o direito de preferência possui o prazo de 180 dias para bens móveis
e 2 anos para bens imóveis
Art. 515. Aquele que exerce a preferência está, sob pena de a perder, obrigado
a pagar, em condições iguais, o preço encontrado, ou o ajustado.
Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem
ter dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe
oferecem. Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de
má-fé.
Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros.
● OBS: o contrato com reserva de domínio objetiva dar maior garantia aos
comerciantes, enquanto o contrato de alienação fiduciária visa a
garantir às instituições financeiras, que atuam como intermediárias
entre o vendedor e o consumidor
● OBS: a venda com reserva de domínio não contempla a ação de
depósito, só existente na alienação fiduciária
2 Elementos característicos
● Sempre para compra e venda a crédito
● Entrega do bem pelo vendedor ao comprador
● O objeto deve ser coisa móvel e passível de individualização (caracterização
específica)
● Pagamento do preço em prestações
● O bem precisa ser transferido na posse direta no momento da realização da
compra e venda
● Obrigação do vendedor de transferir o domínio ao comprador tão logo se
complete o pagamento do preço
● É um contrato formal, precisa ser feito pela forma escrita
Art. 523. Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio a coisa
insuscetível de caracterização perfeita, para estremá-la de outras congêneres.
Na dúvida, decide-se a favor do terceiro adquirente de boa-fé.
● Para ter eficácia entre as partes, o contrato não precisa estar registrado, mas
para ter validade erga omnes, é necessário o registro no ofício de títulos e
documentos
4 Cobrança indevida
● Constituído o comprador em mora, o vendedor pode mover contra ele a ação
de cobrança das prestações vencidas e vincendas
Art. 526. Verificada a mora do comprador, poderá o vendedor mover contra ele
a competente ação de cobrança das prestações vencidas e vincendas e o mais
que lhe for devido; ou poderá recuperar a posse da coisa vendida.
Lei 4.728/65
● Brasil sofre um processo de industrialização
● Necessidade de fomentar o consumo
● Criação de uma legislação que impulsionasse o financiamento no país
1 Noções
● Compra na forma de parcelamento -> financiamento
● Bens móveis de uso durável
● É feito o financiamento -> pode ser feito pelo banco ou pela
loja/concessionária (funcionam como instituições financeiras)
● O agente financeiro paga a loja/concessionária à vista
2 Natureza jurídica
● Propriedade resolúvel, pois termina assim que ocorre o pagamento do preço
3 Partes
● Adquirente = quem compra (devedor)
● Vendedor = quem recebe o preço à vista
● Agente financeiro = proprietário fiduciário (credor)
4 Características
● Pode ter por objeto bens novos ou usados
● Contrato solene - deve ser realizado pela forma escrita
● Para que tenha eficácia em relação a terceiros, precisa ser levado a registro -
ofício de títulos e documentos
● O devedor (adquirente do bem) é o possuidor com obrigação de cuidado,
zelo e manutenção
● O credor (agente financeiro) possui o bem com propriedade resolúvel
● Não conseguindo fazer a comunicação via eletrônica, volta para via postal
Lei 9514/97. Art. 22. A alienação fiduciária regulada por esta Lei é o negócio
jurídico pelo qual o fiduciante, com o escopo de garantia de obrigação própria
ou de terceiro, contrata a transferência ao credor, ou fiduciário, da
propriedade resolúvel de coisa imóvel.
2 Objeto
Art. 22. § 1o A alienação fiduciária poderá ser contratada por pessoa física ou
jurídica, não sendo privativa das entidades que operam no SFI, podendo ter
como objeto, além da propriedade plena:
IV - a propriedade superficiária.
3 Operadores
● Pode ser operado tanto por pessoas físicas quanto por pessoas jurídicas
● Não é necessário que seja exercido por instituições financeiras, podendo ser
exercido também por particulares
4 Registro
● Contrato solene - exige a forma escrita
● O contrato precisa ser levado a registro no ofício de imóveis para que se
tenha a sua validade entre as partes
● A rescisão do contrato é feita de forma extrajudicial, pelo ofício de
registro de imóveis
● Movimento de desjudicialização
6 Pagamento da dívida
● No momento da quitação do pagamento, surge para o agente financeiro a
responsabilidade de devolver a propriedade para o adquirente
● Caso o agente financeiro não devolva a propriedade, pagará uma multa de
0,5% ao mês
Art. 25. Com o pagamento da dívida e seus encargos, resolve-se, nos termos
deste artigo, a propriedade fiduciária do imóvel.
7 Inadimplemento
● No caso de atraso de uma das parcelas, continua-se o contrato normalmente
● Caso ocorra o atraso de várias parcelas e cai em uma situação de
inadimplemento, cabe ao agente financeiro romper o contrato
● É necessário constituir o devedor em mora pela comunicação ao oficial
de registro de imóveis sobre o inadimplemento
● O oficial de registro de imóveis vai providenciar uma notificação
extrajudicial para constituir o devedor em mora a pedido do agente
financeiro
● Essa notificação pode ser feita pelo próprio oficial de registro de imóveis ou
pelo oficial de registro de títulos e documentos
1 Legislação
● Decreto-lei 58/1937
○ surge porque o CC/1916 não trazia regramento sobre o pagamento na
forma de parcelamento
○ ainda está em vigência
● CC/2002
○ arts. 1417 e 1418
○ existência da possibilidade de adjudicação do contrato de
compromisso de compra e venda quando o pagamento não for
efetivado
2 Noções
● Contrato para adquirir bens imóveis sob a forma de parcelamento
● Alguém se compromete a aquisição de um bem e outro se compromete a
entregar esse bem a partir do pagamento de um preço
● Estabelecido entre as partes a quantidade de parcelas e o preço do bem,
haverá a celebração do negócio jurídico
● O adquirente já recebe a posse direta do bem e realiza o pagamento das
parcelas
● O vendedor continua com a propriedade do bem até a integralização do
preço e possui a posse indireta
● Quando integralizado o preço do bem, o adquirente receberá a outorga
da escritura pública assinada pelo vendedor
● Em caso do vendedor se negar a outorgar a escritura pública, é possível
ingressar com ação e pedir a adjudicação do bem (pedir judicialmente a
outorga da escritura pública - prova-se que o adquirente pagou integralmente
pelo bem e o vendedor se recusou a outorgar a escritura pública)
● O juiz pode suprir a manifestação de vontade do adquirente e determinar
judicialmente que seja outorgada a escritura pública
3 Evolução legislativa
● Decreto-lei 58/1937
○ O CC/1916 permitia ao vendedor de bens imóveis o direito de
arrependimento desde que não ocorresse a integralização do preço
○ Enquanto a pessoa comprava sob a forma de parcelamento, poderia o
vendedor se arrepender da venda - resolvia-se a obrigação
○ Criou-se um problema social - poucas pessoas conseguiam adquirir
moradia sob a forma à vista
○ Início do processo de industrialização no Brasil - falta de moradia -
crise habitacional
○ Necessidade de política governamental para corrigir essa situação
○ O decreto vetou o direito de arrependimento por parte do
vendedor
4 Natureza jurídica
● Duas naturezas jurídicas:
○ natureza pré-contratual - considera-se que o compromisso de
compra e venda não é instrumento hábil para a formalização da
compra e venda pois é necessário a outorga da escritura pública e a
entrega da propriedade do bem ao final do pagamento
○ OU natureza de contrato típico - considera-se como contrato típico
pois está tipificado em legislação e possui todos os requisitos
contratuais; com a integralização do preço, o proprietário precisa
repetir o seu consentimento no momento de outorgar a escritura
pública
5 Terminologia
● Compromissário / promissário = comprador
● Compromitente / promitente = vendedor
6 Espécies
● O compromisso para contrato de compromisso de compra e venda vale
tanto para imóveis loteados e imóveis não loteados
7 Requisitos
● Trata-se de compra e venda cujo parcelamento será sempre feito sob a forma
de parcelamento - pagamento do preço em prestações periódicas
● Pode ser feito tanto para imóveis loteados quanto para imóveis não loteados
● Irretratabilidade do contrato (não possibilidade do direito de arrependimento)
8 Constituição em mora
● É necessário constituir o devedor em mora para que ele tenha a possibilidade
de purgar a mora
● Só é possível o rompimento do contrato depois de, no mínimo, três
parcelas em atraso (apenas para esse tipo de contrato)
● Possibilidade de purgar a mora e continuar no contrato
Lei 6766/79. Art. 32. Vencida e não paga a prestação, o contrato será
considerado rescindido 30 (trinta) dias depois de constituído em mora o
devedor.
9 Outorga do cônjuge
● Exige-se a assinatura do cônjuge para celebrar o contrato do compromisso
de compra e venda
10 Cláusula de arrependimento
● É a possibilidade de se arrepender do negócio jurídico que foi celebrado
● Se o preço foi integralizado, não haverá a possibilidade se arrepender
● É possível colocar arras no contrato, mas apenas por um período de tempo
estabelecido
11 Cláusula penal
12 Adjudicação
● A outorga da escritura pública só será realizada após a integralização do
preço
● Ocorrendo o pagamento, dá direito ao adquirente que receba a escritura
pública
● Segurança jurídica - diante da recusa da outorga pelo vendedor, há a
possibilidade de suprir essa manifestação de vontade de forma judicial
● Haverá a possibilidade de pedir judicialmente que o juiz exija a outorga da
escritura pública
CC. Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou
arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada
no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito
real à aquisição do imóvel.
CC. Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do
promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos,
a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no
instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do
imóvel.
13 Cessão do contrato
● Possibilidade de transferir o bem que está sendo financiado à outra
pessoa
● É necessário que o vendedor tenha conhecimento de que o adquirente
deseja vender o bem que está pagando