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26/02/2024

Integração Clínico e Patológico


Exame clínico
Pedra angular da saúde
Pedra fundamental
Exame clínico ANAMNESE + EXAME FÍSICO

Professora Elisa Carvalho de Siqueira


Mestre em Odontologia com ênfase em Patologia Oral (Faculdade de Odontologia UFMG)

Doutora em Patologia Geral (Faculdade de Medicina UFMG)

elisa.siqueira@prof.una.br

Exame clínico
FUNDAMENTAÇÃO
• A postura, o modo de se vestir, a fisionomia, a atenção e a
paciência diante da consulta e das dificuldades.

• Valorizar as queixas -> escutar!

ANAMNESE

Anamnese Anamnese
Do grego Entrevistar é uma habilidade adquirida!
ANA = trazer de novo ou trazer de volta, resgatar
MNESIS = memória Algumas pessoas conversam mais facilmente do que
outras mas, uma entrevista médica não é só
conversação e sim uma metódica conversação.
É uma entrevista que busca relembrar todos os fatos
que se relacionam com a doença e à pessoa doente. 1- O paciente relata livre e espontaneamente suas queixas
2- Anamnese dirigida

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“A anamnese, o procedimento mais sofisticado da


medicina, é uma técnica de investigação
extraordinária, pois em pouquíssimas outras formas É VERDADE QUE A ANAMNESE É A ETAPA
de pesquisa o objeto de estudo fala”. MAIS IMPORTANTE DO EXAME CLÍNICO?

Alvan Feinstein (1926-2001)

Anamnese Anamnese
60% dos diagnósticos são feitos pela anamnese 60% dos diagnósticos são feitos pela anamnese
30% pelo exame físico 30% pelo exame físico
10% pelos exames complementares 10% pelos exames complementares

Anamnese Anamnese
Para uma entrevista de boa qualidade… 1) Seja observador e saiba que você também está
sendo observado.
Seja interessado no que o paciente tem a dizer • Valiosa
Demonstre compreensão e desejo de ser útil à pessoa • Durante todo atendimento
A pressa é o defeito da técnica mais grosseiro que se pode cometer
O espírito preconcebido é outro erro técnico a ser evitado

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Anamnese Anamnese
2) Faça as perguntas certas. 2) Faça as perguntas certas.
• Perguntas abertas: São as que devem iniciar a conversa. São • Perguntas focadas: O entrevistador define a área a
perguntas com ampla liberdade de resposta. ser questionada, mas deixa considerável liberdade
de resposta.

Qual motivo de sua consulta?” “Descreva a sua dor torácica.”


“Em que posso ajudá-lo?”
“Fale-me sobre sua doença”
“O que o trouxe à consulta?”
“Me conte deste incômodo no braço.”
“Por quê está no hospital?”

Anamnese Anamnese
2) Faça as perguntas certas. 2) Faça as perguntas certas.
• Perguntas fechadas: São aquelas que podem ser • Perguntas dirigidas: Devem ser evitadas por serem
respondidas por um “sim” ou “não”, ou um número,
como idade, número de filhos, vezes ao dia, etc. A indutoras da resposta:
quantidade de informação é pequena, mas pode ser
importante.
“Você está se sentindo melhor, hoje, não está?”
“Você emagreceu, não emagreceu?”
“Até quanto chegou sua pressão arterial?”
“Sempre sentiu dor?”
“Dói o dia todo?”
“Tomou algum remédio?”

Anamnese Anamnese
2) Faça as perguntas certas. 3) Escute com atenção e motive o paciente a contar
• Perguntas compostas: sua história.
constituem erro comum nas
entrevistas médicas. Duas ou
mais perguntas são feitas sem “eu entendo”
dar tempo ao paciente para “tudo certo”
que responda a primeira delas.
“a tá”
“Conte-me sobre sua dor no
“que susto você teve”
peito, se você fuma e se algum “isto deve ter sido
membro de sua família já teve desgastante para você...”
alguma doença significativa”

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Anamnese Anamnese
4) Registre de forma adequada a história clínica. 4) Registre de forma adequada a história clínica.
Obtidas as queixas, estas Obtidas as queixas, estas
devem ser elaboradas devem ser elaboradas
mentalmente pelo médico de mentalmente pelo médico de
modo a se encontrar o modo a se encontrar o
desenrolar lógico dos desenrolar lógico dos
acontecimentos. acontecimentos.

MAS QUAL A SEQUÊNCIA


DOS REGISTROS?

Anamnese Anamnese
SEQUÊNCIA CLÍNICA SEQUÊNCIA CLÍNICA: IDENTIFICAÇÃO
Nome
Idade
Identificação
Sexo
Queixa principal
Cor
História da doença/moléstia atual Estado civil
Antecedentes pessoais e familiares Profissão/ocupação
Hábitos de vida Local de trabalho
Interrogatório sintomatológico Naturalidade
Residência

Exame físico
• Como torná-lo integral?
• Como não vê-lo de forma fragmentada?
• Como torná-lo dinâmico, voltado e adequado à
pessoa?

EXAME FÍSICO

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Exame físico Exame físico


• Como torná-lo integral? • Exame físico geral/global
• Ectoscopia e somatoscopia
• Como não vê-lo de forma fragmentada? • Ecto = externo
• Somatos = corpo
• Como torná-lo dinâmico, voltado e adequado à • Copia = avaliar
pessoa?
• Exame físico dos sistemas orgânicos
• cardiovascular, respiratório, endócrino, urinário, genital,
hemolinfopoiético, osteomuscular

• Estar atento para:


• Local adequado
• Iluminação correta
• Posição do paciente

Exame físico Exame físico


Integralidade no exame físico

Inspeção (visão, olfato) Palpação (tato) NÍVEL DE CONSCIÊNCIA


Ausculta (audição) Percussão (tato e audição) Lúcido – comatoso

FALA OU LINGUAGEM
Normal - alterada

Exame físico Exame físico


FÁCEIS FÁCEIS: BASEDOWIANA
Exoftalmia Olhos brilhantes Sudorese Pacientes magros
Sugestivo de hipertireoidismo

( ) TÍPICA ( ) ATÍPICA

Diferentes Normal

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Exame físico Exame físico


FÁCEIS: MIXEDEMATOSA FÁCEIS: ACROMEGÁLICA
Expressão desanimada cabelo seco e sem brilho perda pelos Proeminência de ossos frontais malares
Sugestivo de hipotireoidismo Orelha, língua, nariz e mandíbula bem desenvolvidos
Sugestivo de acromegalia

Exame físico Exame físico


FÁCEIS: CUSHINGOIDE FÁCEIS: ADENOIDIANA
Face arredondada = “lua cheia” Hipertrofia das adenoides
Acne, rubor facial, aumento de pelo no rosto e seios (mulher)
Sugestivo de Síndrome de Cushing

Exame físico Conduta


FÁCEIS: PARKINSONIANA

Cabeça para frente, olhar fixo, mímica facial diminuída


Exame Conduta
Sugestivo de Doença de Parkinson Anamnese físico adequada

Exame
complementar

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Exames complementares Exames complementares


É um teste solicitado pelo profissional da saúde após uma IMAGEM LABORATORIAIS
anamnese e exame físico:
• pacientes sintomáticos (exames diagnósticos)
• identificar doenças ocultas em pacientes assintomáticos ou Radiografia Exames de sangue
evolução da doença (rastreamento)
• acompanhamento da evolução de doenças
Ultrassonografia Exames de urina

Ressonância
Laboratoriais Imagem magnética Microscopias

Tomografia
computadorizada

Hipóteses diagnósticas ou Hipóteses diagnósticas ou


diagnóstico diferencial diagnóstico diferencial
É a relação de doenças ou alterações que mostram sintomatologia e É a relação de doenças ou alterações que mostram sintomatologia e
sinais semelhantes e são compatíveis com uma determinada lesão. sinais semelhantes e são compatíveis com uma determinada lesão.
LEVA LEVA
AO AO

DIAGNÓSTICO CLÍNICO DIAGNÓSTICO CLÍNICO


Identifica uma doença pela anamnese e exame físico (exame Identifica uma doença pela anamnese e exame físico (exame
clínico), dentre aqueles relacionados no diagnóstico diferencial que clínico), dentre aqueles relacionados no diagnóstico diferencial que
apresenta maior coincidência de detalhes com a doença. apresenta maior coincidência de detalhes com a doença.

DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO DEFINITIVO OU DIAGNÓSTICO
CLÍNICO DEFINITIVO OU
CLÍNICO
FINAL FINAL

EXAMES COMPLEMENTARES EXAMES COMPLEMENTARES

Hipóteses diagnósticas ou
diagnóstico diferencial
É a relação de doenças ou alterações que mostram sintomatologia e
sinais semelhantes e são compatíveis com uma determinada lesão.
LEVA
AO

DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Identifica uma doença pela anamnese e exame físico (exame Prognóstico
clínico), dentre aqueles relacionados no diagnóstico diferencial que Evolução
apresenta maior coincidência de detalhes com a doença.
Tratamento

DIAGNÓSTICO Diagnóstico
DIAGNÓSTICO DEFINITIVO OU Manifestações
CLÍNICO clínicas
FINAL

EXAMES COMPLEMENTARES

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Referências bibliográficas
ROCHA, A. et al. Patologia / Arnaldo Rocha. 2ª ed. São Paulo: Ridieel, 2011. 314 p.
(https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/182388/pdf/0)

BRASILEIRO FILHO, G. et al. Bogliolo, Patologia /Geraldo Brasileiro Filho. 9. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 2038 p. il.
Exame clínico
BRASILEIRO FILHO, G. et al. Bogliolo, Patologia Geral. 6ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2018.

KUMAR, V. et al. Robbins, Patologia Básica / Vinay Kumar... [et al] ; [tradução de Professora Elisa Carvalho de Siqueira
Claudia Coana... et al.]. 9ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 928 p. : il. Mestre em Odontologia com ênfase em Patologia Oral (Faculdade de Odontologia UFMG)

Doutora em Patologia Geral (Faculdade de Medicina UFMG)


KUMAR, V et al. Robbins & Cotran – Robbins – Patologia – Bases Patológicas das
Doenças. 9ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. 2696 p. : il.
elisa.siqueira@prof.una.br

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