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Curso de Avaliação Nutricional

Exame Físico: Parte I

Nutricionista Raquel Stocker Pérsico


Especialista em Paciente Adulto Crítico – Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Endocrinologia –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Tópicos
• Sinais e Sintomas
• Parâmetros que englobam o exame físico
• Cabeça
– Cabelo
– Olhos
Parâmetros da Avaliação Nutricional

Parâmetros Parâmetros
objetivos subjetivos

• Antropometria • Avaliação Subjetiva Global


• Composição corporal • Exame físico
• Parâmetros bioquímicos
• Consumo alimentar
Sinais Sintomas

Aquilo que pode ser O que é observado


observado pelo somente pelo
profissional paciente
Exame Físico...
Inspeção

Percussão
Exame Ausculta
Físico

Palpação
Exame Físico
Vantagens
• Indicador subjetivo do estado nutricional
• Baixo custo
• Simples e rápido
• Manifestações podem estar associadas a alimentação inadequada

Desvantagens
• Necessita de treinamento do olhar clínico
• Experiência do observador
• Manifestações estão presentes em estágios mais avançados
da deficiência nutricional
Exame Físico
• Realizado de maneira SISTÊMICA e PROGRESSIVA
• Achados devem ocorrer BILATERALMENTE

Cabeça

Pés
Cabelo
Cabelos Normais

Brilho, crescimento regular, firme,


sem quedas excessivas, sem
alteração de coloração
Sinais no cabelo
Deficiência
• Perda do brilho Proteico-calórica
• Fino e esparso Zinco, Ferro, Complexo B
• Seco
• Queda
• Alopécia
• Despigmentação
• Sinal de bandeira
Dermatite Seborreica
Deficiência de
Riboflavina
Olhos
Olhos Normais

Brilhantes, mucosas coradas e úmidas,


esclera branca e sem manchas
Deficiência de Vitamina A
Conjuntiva
Cegueira Noturna
Síndrome Xeroftálmica Deficiência de
Vitamina A

Xerose conjuntival e de córnea Mancha de Bitot Ceratomalácia


Conjuntiva Hipocorada Deficiência de Ferro
Icterícia

Aumento das bilirrubinas

Causas
• Lesão hepática
• Obstrução biliar
• Destruição de glóbulos
vermelhos
Xantelasmas Hipercolesterolemia
Arco Corneano Hipercolesterolemia
Terçol
Terçol Edema periorbital
Catarata

Diabetes Mellitus pode


acelerar o processo de
formação da catarata
Catarata Conjuntivite

Diabetes Mellitus pode


acelerar o processo de
formação da catarata
Referências
• COZZOLINO, Silvia Maria Franciscato. Biodisponibilidade de Nutrientes
(2012). 4ª edição, São Paulo:Manole.

• CUPPARI, Lilian. Nutrição Clínica no Adulto (2014). 3ª edição, São


Paulo:Manole.

• DUARTE, Antonio Cláudio Goulart. Avaliação Nutricional - Aspectos Clínicos


e Laboratoriais (2007). São Paulo:Atheneu.

• WAITZBERG, Dan Linetzky. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática


Clínica (2009), 4ª edição, volume I, São Paulo:Atheneu.
Tópicos
• Sinais e Sintomas
• Parâmetros que englobam o exame físico
• Cabeça
– Cabelo
– Olhos
Obrigada
raquelpersico8@gmail.com
Curso de Avaliação Nutricional

Exame Físico: Parte II

Nutricionista Raquel Stocker Pérsico


Especialista em Paciente Adulto Crítico – Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Endocrinologia –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Tópicos
• Boca
– Mucosas
– Lábio
– Língua
• Face
– Fácies agudo x crônico
– Massa muscular e tecido adiposo
• Pescoço
– Acantose nigricans
– Íngua
Boca
Boca Normal

Lábios e mucosas coradas, dentes e


gengivas íntegros, ausência de inflamação
ou alteração de paladar.
Sangramento Gengival

§ Cofator na formação do colágeno


§ Cicatrização

Deficiência de Vitamina C
Dentes
Cáries Ausência de peças dentárias
• Consumo excessivo de • Atentar para mastigação e
carboidratos e açúcares deglutição
• Deficiência de flúor
Deficiência de Riboflavina,
Estomatite Angular Niacina e Piridoxina
Alterações de Paladar
• Cofator na síntese de enzimas relacionadas ao paladar
• Crescimento, desenvolvimento e manutenção das papilas gustativas

Deficiência de
Zinco
Fissura

Deficiência de Niacina
Fissura Língua Magenta

Deficiência de Niacina Deficiência de Riboflavina


Herpes
Aftas
Aftas Candidíase Oral
Amigdalite
Faringite
Face
Fácies Agudo

• Cansado, exausto, não consegue


manter os olhos abertos por muito
tempo.
Fácies Crônico
• Deprimido, triste, não quer
conversar.

• Quadro de desnutrição
calórico-proteica mais
prolongado

Atenção: Pode ser confundido


com depressão
Cushing

Face em “forma de lua”


Paralisia Facial

Atentar para sinais


de disfagia
Rosácea
Massa Muscular e Tecido Adiposo

Perda da bola
gordurosa de
Bichart
Atrofia
temporal

Exposição do Depleção da
arco zigomático musculatura
supra e
infraclavicular

Indicativo de restrição proteico-calórica prolongada


Atrofia Temporal

Parou de
mastigar?

Músculo temporal

Músculo masseter
Pescoço
Bócio
• Aumento da Tireoide e/ou Paratireoide Deficiência de Iodo
Acantose Nigricans

Sinal de resistência à
insulina
Turgência Jugular

Sinal de resistência
insuficiência cardíaca
Íngua
Parotidite

Caxumba
Referências
• COZZOLINO, Silvia Maria Franciscato. Biodisponibilidade de Nutrientes
(2012). 4ª edição, São Paulo:Manole.

• CUPPARI, Lilian. Nutrição Clínica no Adulto (2014). 3ª edição, São


Paulo:Manole.

• DUARTE, Antonio Cláudio Goulart. Avaliação Nutricional - Aspectos Clínicos


e Laboratoriais (2007). São Paulo:Atheneu.

• WAITZBERG, Dan Linetzky. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática


Clínica (2009), 4ª edição, volume I, São Paulo:Atheneu.
Tópicos
• Boca
– Mucosas
– Lábio
– Língua
• Face
– Fácies agudo x crônico
– Massa muscular e tecido adiposo
• Pescoço
– Acantose nigricans
– Íngua
Obrigada
raquelpersico8@gmail.com
Curso de Avaliação Nutricional

Exame Físico: Parte III

Nutricionista Raquel Stocker Pérsico


Especialista em Paciente Adulto Crítico – Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Endocrinologia –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Tópicos
• Tronco
– Massa muscular
– Abdômen
– Lesão por pressão
– Fístula enterocutânea
Massa Muscular

Depleção
Depleção Grave
Moderada
Depleção
Leve
Consequências da Perda de Massa Muscular
• Menor autonomia
• Menor independência
• Maior risco de quedas
• Maior número de infecções
• Maior tempo de internação
• Maior mortalidade
Tronco e
Abdômen
Tronco e Abdômen Normal

Pele íntegra, sem manchas,


sem perda de massa
muscular, abdômen
depressível e sem massas
palpáveis
Atrofia da musculatura supra e
infraclavicular
Depleção da
musculatura bicipital

Atrofia da musculatura
intercostal
Depleção da Atrofia da
musculatura musculatura
tricipital paravertebral

Atrofia da
musculatura
paravertebral
Perda Grave...

Musculatura
Musculatura bicipital e
supra e tricipital
infraclavicular

Musculatura
Abdômen intercostal
escavado

Depleção de massa magra e massa gorda!


Abdômen Escavado
Abdômen Distendido
Abdômen Ascítico

Acúmulo de líquido na cavidade abdominal


§ Cirrose
§ Insuficiência hepática

Hipertensão ↑ pressão hidrostática


portal na veia porta

Extravasamento de fluído
para a cavidade peritoneal
Graus de Ascite
Grau Peso hídrico Edema
(kg) periférico (kg)
Leve 2,2 1,0
Moderada 6,0 5,0
Grave 14 10,0
Ascite Moderada

E agora?
Ascite Moderada

Peso atual: 56 kg
Peso corrigido: 50 kg
Acantose Nigricans

Costas

Sinal de resistência
insulínica ou
hiperinsulinemia
Acantose Nigricans

Virilha Axila
Herpes zoster
Cushing
Lesão por Pressão

Pressão
+
Atrito
+
Nutrição inadequada
+
Falta de oxigênio

Lesão
Vermelhidão, calor e
eritema não
branqueável de pele
intacta.

Estágio I
Lesão rasa com
bordas distintas e
perda parcial da
espessura cutânea.

Estágio II
Perda total da
espessura cutânea
e envolve dano ou
necrose do tecido
subcutâneo.

Estágio III
Perda total da
espessura cutânea com
destruição extensiva,
necrose tecidual ou
dano a músculos,
ossos e estruturas de
sustentação.

Estágio IV
Fístula Enterocutânea
Fístula Enterocutânea

q Alto Débito
§ >500 ml/dia Conteúdo drenado pela fístula é
rico em proteínas!
q Baixo Débito
§ <500 ml/dia

N (g/dia) = 2 g de nitrogênio / litro de fluído

Polk TM, Schwab CW, 2011.


Referências
• COZZOLINO, Silvia Maria Franciscato. Biodisponibilidade de Nutrientes
(2012). 4ª edição, São Paulo:Manole.

• CUPPARI, Lilian. Nutrição Clínica no Adulto (2014). 3ª edição, São


Paulo:Manole.

• DUARTE, Antonio Cláudio Goulart. Avaliação Nutricional - Aspectos Clínicos


e Laboratoriais (2007). São Paulo:Atheneu.

• WAITZBERG, Dan Linetzky. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática


Clínica (2009), 4ª edição, volume I, São Paulo:Atheneu.
Tópicos
• Tronco
– Massa muscular
– Abdômen
– Lesão por pressão
– Fístula enterocutânea
Obrigada
raquelpersico8@gmail.com
Curso de Avaliação Nutricional

Exame Físico: Parte IV

Nutricionista Raquel Stocker Pérsico


Especialista em Paciente Adulto Crítico – Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Endocrinologia –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Tópicos
• Membros Superiores
– Mãos
– Braços
• Membros Inferiores
– Edema
• Pele
• Massa muscular
Mãos
Mãos Normais

Pele íntegra, macia,


hidratada, unhas
íntegras e sem
manchas ou
deformações
Leuconíquia
Trauma, alterações hormonais, medicamentos
Coiloníquia
Deficiência de Ferro
Linha de Muehrcke

Indicativo de desnutrição
Linhas de Beau

Indicativo de trauma
Paroníquia
Tempo de Enchimento Capilar (TEC)

Microcirculação

>3 segundos

TEC lentificado
Turgor Cutâneo Reduzido

Sinal de
desidratação
Pele Ressecada

Sinal de desidratação
Icterícia
Musculatura Interóssea

Redução da atividade
laboral
Músculo Adutor do Polegar

Método de avaliação do
estado nutricional

Boa correlação com


parâmetros antropométricos
como IMC, CP, ANSG e área
muscular do braço e
mortalidade.

Bragagnolo R et al, 2009; Valente KP et al, 2016.


Braços
Braços Normais

Pele íntegra, sem manchas,


hidratada, sem perda de
massa muscular ou tecido
adiposo
Depleção de massa
muscular bicipital e
tricipital
Supra e
Paravertebral
Depleção grave... infraclavicular

Bicipital
Musculatura
intercostal

Tricipital
Abdômen
escavado
Pernas
Pernas Normais

Pele íntegra, sem


manchas, hidratada,
sem perda de massa
muscular, tecido
adiposo e sem acúmulo
de líquidos
Equimose (Hematoma)

Trauma, púrpura trombocitopênica,


deficiência de Vitamina K
Petéquias

Deficiência da Vitamina K
Pelagra

Deficiência da Niacina
Moteamento

Microcirculação
• Considerado preditor de sobrevida
em pacientes sépticos
Edema de Membros Inferiores
Edema bilateral Sinal de cacifo
Anasarca = Edema generalizado

Membros inferiores Tronco Membros superiores


Massa Muscular

Depleção de
quadríceps

Depleção de
gastrocnêmio
Descreva o exame físico referente à perda de massa
muscular...

Depleção grave de
musculatura:
- Supra e
infraclavicular
- Intercostal
- Paravertebral
- Bicipital
- Tricipital
- Quadríceps
- Gastrocnêmio
Massa Muscular

Cabeça Pescoço Mãos Braços Tronco Pernas

Bitemporal Supraclavicular Interósseos Bíceps Paravertebral Quadríceps

Infraclavicular MAP Tríceps Intercostais Gastrocnêmio


Referências
• COZZOLINO, Silvia Maria Franciscato. Biodisponibilidade de Nutrientes
(2012). 4ª edição, São Paulo:Manole.

• CUPPARI, Lilian. Nutrição Clínica no Adulto (2014). 3ª edição, São


Paulo:Manole.

• DUARTE, Antonio Cláudio Goulart. Avaliação Nutricional - Aspectos Clínicos


e Laboratoriais (2007). São Paulo:Atheneu.

• WAITZBERG, Dan Linetzky. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática


Clínica (2009), 4ª edição, volume I, São Paulo:Atheneu.
Tópicos
• Membros Superiores
– Mãos
– Braços
• Membros Inferiores
– Edema
• Pele
• Massa muscular
Obrigada
raquelpersico8@gmail.com

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