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Conferência AIS6

Risco Cardiovascular e Dislipidemia


Risco Cardiovascular (RCV) Calculando....
Doenças Cardiovasculares Presença de doença aterosclerótica
significativa (coronariana, cérebro
(DCV) vascular, vascular periférica), com
 São a causa de morte em ou sem eventos clínicos ou
42% das mulheres e 38% obstrução ≥ 50% em qualquer
dos homens > 75 anos. território arterial?
 São a principal causa de Atenção para os sintomas clássicos!!!!
morte prematura no mundo Porque aparecem nos pacientes que tem
 É a principal causa de 70% ou mais de doença aterosclerótica.
mortalidade no mundo e vem
atingindo cada vez mais
Somente o AVC isquêmico
indivíduos mais jovens
aterotrombótico é considerado como
 Custos altos - € 192 milhões
doença aterosclerótica
(custos diretos e indiretos)

Como estratificar o RCV na


Se SIM, paciente já é classificado
APS? como RISCO MUITO ALTO
 Escore de Risco Global
o Recomendado pela Sociedade
Brasileira de Cardiologia,
apesar de não existir nenhum
escore de risco validado para
a população brasileira.
o Risco de IAM, AVE,
Insuficiência vascular
periférica e IC em 10 anos
 Escore de Framingham
o IAM ou morte por DAC em 10
anos
 Escore de Risco de Reynolds
o IAM, AVE, morte e
revascularização em 10 anos
o Inclui PCR e antecedente
familiar de DAC prematura
 Escore de Risco de tempo de
vida
o Avalia a probabilidade de
apresentar evento isquêmico
a partir de 45 anos.
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 Angio-tomo de coronárias com


placa aterosclerótica
 ITB < 0,9 (índice tornozelo
braquial)

A presença de apenas um desses


fatores já o classifica como ALTO
Se NÂO, é necessário saber se o
RISCO
paciente é portado de diabetes
mellitus tipo 1 ou tipo 2.
Caso seja portador de DM1 ou
DM2, é necessário avaliar a
presença dos Estratificadores de
Risco (ER) a seguir:

 Homem > 49 anos de idade (≥ 48


anos)
 Mulher > 56 anos de idade (≥ 54
anos)
 Diabetes há mais de 10 anos
 História Familiar de DAC
prematura de parente de primeiro
grau (<55 anos para homens e
<65 anos para mulheres)
 Tabagismo (1 cigarro nos últimos
30 dias)
 Hipertensão Arterial
 Síndrome metabólica
 TFG < 60 ml/min/1,73m²
 Albuminúria > 30 mg/g
 LDL-c ≥ 190 mg/dL
e/ou a presença de Doença
Aterosclerótica Sub-clínica
(DASC), de acordo com os critérios
abaixo:
 Escore de Cálcio > 10
 Placa na Carótida pela USG Alto risco: Não tem doença
estabelecida clinicamente, OU
SEJA, Está em prevenção primária
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hipercolesterolemia familiar (LDL-


C ≥ 190mg/dl.

Se o paciente, não apresentar nenhum


desse fatores, será classificado como
Se a resposta for SIM, paciente é
RISCO INTERMEDIÁRIO.
classificado como ALTO RISCO. Se
a resposta for NÃO, é classificado
como RISCO INTERMEDIÁRIO.
Lembrando que basta apenas um
dos fatores acima presente.
Retornando....
Mas, se o paciente não apresenta
doença aterosclerótica significativa,
DM1 ou DM2 e nem dislipidemia
familiar, antes de classificar seu
risco, é preciso avaliar se ele tem
doença aterosclerótica subclínica.

Se o paciente pontuar em apenas


um item acima, já é classificado
como ALTO RISCO.
Porém, se o paciente não pontuar, é
preciso avaliar a presença dos
fatores clínico abaixo:
No caso de o paciente não ter DM 1
ou DM2, avalia-se a presença de
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Termo usado para designar as


anomalias quantitativas ou
qualitativas das lipoproteínas no
sangue

Lembrando que o tabagismo é atual e


corresponde a ter fumado, pelo menos,
um cigarro nos últimos 30 dias

A partir daí, ele poderá ser


classificado como RISCO
INTERMEDIÁRIO ou RISCO
BAIXO Grupos Principais de
Lipoproteínas

Manifestações Clínicas

Dislipidemia (DLP)
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 Manifestações clínicas de
dislipidemias genéticas
(xantomas, xantelasmas)
 História familiar de DCV
prematura Arco corneano
Xantomas tendinosos
Que frações solicitar?
 Colesterol total (CT)
 HDL –C
 Triglicerídeos (TG)
Como calcular o LDL? Xantelasma
Fórmula de Friedwald
Consequências
CT= HDL + VLDL +LDL
 AVE
 IAM Sendo que: VLDL = TG/5
Não usar a fórmula se TG ≥
Recomendações para o rastreio
400mg/dl. Neste caso, deve-se
da DLP avaliar o colesterol não-HDL pela
 Homens > 40anos e fórmula não-HDL= CT - HDL
Mulheres > 50 anos ou pós-
Porque abordar a dislipidemia?
menopausa
 Indivíduos com RCV alto  Porque o colesterol elevado é o
documentado pelo Escore de principal fator de risco
Risco Global modificável na DAC
 Condições crônicas que  Prevenção funciona – mais de
denotam maior RCV: DM, 50% na redução da mortalidade
hipercolesterolemia familiar, por DAC é por mudança em
DRC, obesidade ou fatores de risco e 40% é por
sobrepeso tratamento adequado.
 DASC
 Pacientes com Doença Colesterol LDL (meta primária)
Arterial Obstrutiva Periférica  Valores de LDL entre 25 e
(placas carotídeas ou 60mg/dl são suficientes para as
femorais, CAC > 100 ou funções fisiológicas.
outras alterações em  LDL > 100mg/dl é aterogênico
exames)  Valor de referência laboratorial
 Doenças autoimunes (AR, <160mg/dl
LES, psoríase);
 Uso de TARV Colesterol não-HDL (meta
 Doenças da tireoide (hipo ou secundária)
hipertireoidismo)
 Segunda fração aterogênica
mais importante
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 Melhor estimativa de risco nos Manejos diferentes de acordo com o


casos de hipertrigliceridemia RCV – METAS TERAPÊUTICAS
associada ao DM DIFERENTES COM O RCV.
 Inclui todas as lipoproteínas que
contém a ApoB, principalmente
Que frações lipídicas devemos
a lipoproteína aterogênica utilizar como metas?
 É um marcador de ApoB na  META PRIMÁRIA: LDL-c
prática clínica  META SECUNDÁRIA: NÃO-
 Valor de referência laboratorial HDL-c
<190mg/dl  Não são propostas metas para
Colesterol HDL HDL
o Sugestões:
 Evidências fortes ligam HDL  Mulher ≥ 50
baixo a morbimortalidade por  Homem ≥ 40
DAC aumentada  Triglicerídeos
 O alto RCV quando existe o ≥ 500mg/dl – tratar
baixos níveis de HDL o 150-499mg/dl –
geralmente é multicausal individualizar tratamento
 HDL tem ação antioxidante e  ApoB, ApoA, Lp(A) – não há
anti-inflamatória metas; podem trazer
 Baixos níveis de HDL podem se informações prognósticas
associar a outros fatores de
risco, como TG elevado. Valores lipídicos normais

Triglicerídeos
 Hipertrigliceridemia está
associada a RCV aumentado
 Relacionado a outros fatores de
risco: obesidade, HAS, DM,
tabagismo.
 Não há evidência robusta atual
de que reduzir TG leva a
redução do risco
 Está associado ao risco de
pancreatite

Como analisar as funções


lipídicas?
PRIMEIRO PASSO: Estratificar o
RCV – pois os valores dos lipídeos
podem ter diferentes significados de
acordo com o subgrupo de risco do Classificação etiológica
paciente. Dislipidemias Primárias
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HDL ≥ 190 temos Hiperlipidemia


Mista (desde que o HDL esteja
normal)

Tratamento da Dislipidemia
 Inclui terapia não farmacológica
e farmacológica
 Terapia farmacológica
o Varia com o padrão
laboratorial
Dislipidemias Secundárias o Visa reduzir o RCV com
controle das lipoproteínas.
o Varia com o RCV
 Deve ser iniciada ao
paciente com
baixo/moderado risco se
metas não forem
atingidas com MEV
 Deve ser iniciada em
alto/muito alto risco
devem ser tratados com
fármacos em associação
à terapia não
medicamentosa, desde o
início.

Terapia não farmacológica –


MEV

Classificação laboratorial

TG ≥ 400 desconsidera a formula do


LDL e avalia o não-HDL Se não-
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Efeitos Colaterais
 Miopatia
o Mais comum (0,1% a 0,2%)
o Sem relação com a dose ou
tempo de tratamento
o Mialgia com ou sem elevação
da creatinoquinase (CK)
o Elevação da CK isolada em
Tratamento farmacológico – cerca de 3%
Estatinas  Toxicidade Hepática
o Muito rara (1% tem aumentos
 Droga de primeira escolha
das transaminases > 3X o
para reduzir LDL
limite superior)
 Indicação na prevenção
o Suspensão temporária – se
primária e secundária como
elevações > 3xLSN
primeira opção (recomendação
o Suspensão definitiva –
I, evidência A)
infecção hepática ativa ou
disfunção hepática grave.

Tratamento Farmacológico –
Fibratos
 Melhor droga para reduzir
triglicerídeos
 Benefício duvidoso do fibrato
isolado na redução dos eventos
cardiovasculares

Efeitos colaterais
 Raros
Intensidade do tratamento
 Fibratos + estatinas – risco
aumentado para miopatia, mas
sem contraindicação ao uso.
 Evitar: sinvastatina + fibrato
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 Não usar: genfibrozila + Resumindo...


estatinas: acentuado risco de
rabdomiólise Monitorização dos efeitos colaterais:
 Atentar para o desenvolvimento
Tratamento Farmacológico – de lesões hepáticas e
Ezetimiba, Resinas de troca e musculares,
 Monitorizar os níveis de CPK e
ácido nicotínico TGO/TGP e avaliar sintomas.
Ezetimiba – atua na borda em  Solicitar TGO,TGP e CPK antes do
início da droga e de 6 a 12 sem
escova intestinal, inibindo o
após o seu início e /ou a cada
transporte de colesterol e
mudança de dose da droga e/ou
promovendo maior captação se sintomas de possíveis efeitos
hepática de LDL-C; isolada é opção colaterais.
em pacientes com intolerância à  Se níveis estáveis de TGO,TGP e
estatina; em associação com CPK , solicitar exames 1 vez ao
estatina, potencializa seu efeito, ano.
promovendo maior redução do LDL. Monitorização lipídica:
 Solicitar novo perfil lipídico a
Resinas de troca: diminuem a cada 1-3 meses, se paciente ainda
absorção enteral de sais biliares. em ajuste de medicações;
Ex: Colestiramina  Caso paciente esteja com metas
alcançadas, pode-se reavaliar em
Ácido nicotínico: reduz ação da
6 meses;
lipase tecidual em adipócitos,
 Reavaliar metas (primária ou
diminuindo liberação de ácidos secundária, caso a primária não
graxos livres e produção de TG pelo possa ser acompanhada – se TG
fígado. Ex: Niacina. ≥ 400 mg/dl) a cada retorno;
• Manter medicação por tempo
Monitoramento do tratamento indeterminado.
 Reavaliar metas (primária ou
secundária) a cada retorno Acompanhamento do paciente
 Em geral, manter medicação
de alto ou muito alto risco
por tempo indeterminado
 Se uso de estatinas, solicitar  Solicitar novo perfil lipídico a
níveis basais de CPK, TGO e cada 1-3 meses, se paciente
TGP ainda em ajuste de medicações
 Repetir CPK, TGO e TGP na  Caso o paciente esteja com
primeira avaliação (em geral em metas alcançadas, pode-se
3 meses) ou se sinais ou reavaliar em 6 meses
sintomas relativos a  Manter medicação por tempo
comprometimento muscular ou indeterminado.
hepático
 Dosar CPK sempre que
incremento de dose, mudança
de estatina ou introdução de
fármacos que possam interagir
com estatinas.  Se LDL < 50mg/dl
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 Se LDL > 70mg/dl

 Se LDL > 50mg/dl

Acompanhamento do paciente
de risco intermediário
 Solicitar novo perfil lipídico a
cada 3-6 meses
 Manter medicação por tempo
indeterminado, quando a meta
alcançada no paciente com
risco intermediário

 Se LDL < 100mg/dl

 Se LDL < 70mg/dl


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 Se LDL > 100mg/dl

 Se LDL > 130mg/dl

Acompanhamento do paciente
de rico baixo
 Solicitar novo perfil lipídico a
cada 3-6 meses
 Pode-se considerar suspender
estatina, caso paciente tenha
atingido a meta e tenha
implementado adequadamente
MEV.

 Se LDL < 130mg/dl

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