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ESCOLA SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTÃO

LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PUBLICA – PÓS LABORAL

TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO DA CADEIRA DE PROCUREMENT NA


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

TEMA

PLANIFICAÇÃO E CONTRATAÇÃO PÚBLICA

DISCENTES:
Alima Ali Bachir
Guiness Samora Cuhuais
Saifa Chomar
Sírio Zacarias da Cruz
Zita de Baptista Rafael Seis Ncumbadi

O DOCENTE:
Efraim Macunguel

Pemba, Março de 2024

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Índice

Introdução ................................................................................................................................... 3
1. PLANIFICAÇÃO E CONTRATAÇÃO PÚBLICA .............................................................. 4
1.1. Conceito de planificação ..................................................................................................... 4
1.2. Planificação da contratação pública .................................................................................... 5
1.3. Plano de contração pública e seus níveis ............................................................................. 6
1.4. Regimes jurídicos e modalidade de contração pública ........................................................ 7
Conclusão ................................................................................................................................... 9
Bibliografia ............................................................................................................................... 10

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Introdução

Todas circunstâncias da vida são movidas pela definição de objectivos, estes são alcançados
através da definição de estratégias e acções, ou seja, existem actividades que na maioria das
vezes se implementam para a devida execução para posterior alcance dos objectivos definidos.
As organizações ou instituições públicas e privadas são criadas para atender uma certa
demanda, nelas encontramos objectivos definidos com as devidas estratégias,
mecanismos/tácticas e as formas operacionais que correspondem as acções a serem tomadas
durante a execução das actividades, e, por vezes existem objectivos que para o seu sucesso é
necessário a realização de uma contratação pública para os devidos efeitos. Portanto, o tema
central deste trabalho é sobre a Planificação e Contratação Pública, onde o assunto é
fundamento nos seguintes pontos:

 Conceito de planificação;
 Planificação da contratação pública;
 Plano de contração pública e seus níveis;
 Regimes e modalidade de contração pública.

Importa destacar que para a efectividade do trabalho, teve-se como base no método de
pesquisa bibliográfico, que consistiu na busca/procura de fontes/obras em diversos autores
com vista a descrever os pontos precedentes. E quanto a estrutura o trabalho apresenta: capa,
índice, introdução, desenvolvimento, conclusão e bibliografia.

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1. PLANIFICAÇÃO E CONTRATAÇÃO PÚBLICA

1.1. Conceito de planificação

Segundo Fernando (2019),


Em termos genéricos, planificar significa identificar acções futuras, calendarizar a sua
realização e tomar todas as providências necessárias para que estas sejam concretizadas. A
actividade de planificação enquadra-se nos quatro segmentos de gestão (planeamento,
organização, execução e controlo) e tem como grande mérito, proporcionar ao gestor uma
antevisão das actividades que se dispõe a realizar na prossecução de determinados objectivos.

Podemos referenciar que a planificação faz parte dos princípios básicos da administração, por
esta ser considerada como a raiz de todas actividades e gerência.

“Planificação é um importante acto de gestão, que em nenhum momento pode ser ignorado
pelos gestores públicos para o alcance dos objectivos que justificam a sua actividade”
(Fernando, 2019).

Com este suposto, percebe-se que é na planificação onde são definidos todos pontos a serem
implementados e por serem seguidos para garantir o alcance dos propósitos/objectivos, quer
seja numa instituição pública/privada.

Segundo Oliveira (1998),


Na Administração Pública o gestor deve pensar antes – prever acções e repercussões,
atentando-se para os seguintes tópicos: escolha do objecto – o mais indicado para a
necessidade; compatibilização do tempo X objecto; adequação ao certame dentre os
enquadramentos legais; em suma: como operacionalizar a compra; o que fazer primeiro?;
requisitar a quem?; quem deve ser envolvido?; quem e pelo o que será responsável?; quais os
prováveis fornecedores/; quais as cláusulas devem ser inseridas na minuta de contrato?

Fernando (2019) afirma que:


E no âmbito da contratação pública, enquanto actividade de gestão pública, o planeamento, a
organização, execução e fiscalização encontram perfeito acolhimento, concorrendo para o
êxito dos processos de aquisição. Neste sentido, torna-se impreterível delinear, com base no
orçamento disponível, para cada exercício económico, os meios mais adequados para a
racionalização de todos os recursos no processo de contratação.

Ou seja, durante a planificação é imperioso definir objectivos tendo em conta com o


orçamento disponível para suprir as necessidades para o alcance das metas. Mas por vezes,
pode existir um caso em que o orçamento disponível não consegue cobrir com as metas
definidas as actividades, neste caso, é essencial priorizar alguns objectivos, tendo como base
no custo de oportunidade, onde pode se optar em sacrificar um determinado objectivo para o
alcance de uma outra meta considerada mais prioritária durante o período.

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Portanto, pode se considerar que planear é pensar a priori sobre os objectivos e acções a serem
tomadas para o alcance da eficácia, devendo os actos administrativos serem baseados em
alguma metodologia e não em suposições. As metodologias são os planos que organizam e
definem os melhores procedimentos para o alcance de um certo propósito, devendo tais
planos serem as linhas mestras para:

 As organizações obterem e aplicarem os recursos necessários para o alcance das metas;


 Os membros das organizações realizarem actividades consistentes com objectivos e
procedimentos escolhidos;
 O progresso na direcção dos objectivos, através de monitoria e pautar-se em atitudes
correctivas, quando não satisfatório.

1.2. Planificação da contratação pública

Com os pressupostos referenciados anteriormente, num Estado a planificação pode ser


compreendida como sendo a concretização e objectivação do Orçamento Geral do Estado para
um determinado período económico (geralmente, um ano). A planificação permite saber o que
se vai comprar, quando se vai compra, onde se vai comprar e como se vai comprar.

Assim, através dos fundamentos de Fernando (2019) podemos é aceitável afirmar que a
planificação da contratação pública, possibilita ainda saber, com a devida antecedência, não
apenas os aspectos económicos do processo de aquisição, como os tipos de bens, as
quantidades e/ou lotes, os valores a serem alocados, a disponibilidade do mercado, como
também os aspectos jurídicos, nomeadamente, a competência para autorizar a despesa, o tipo
de procedimento que se deve desencadear e as datas que poderão ser consideradas para cada
fase deste procedimento.

“A planificação da contratação pública é uma actividade que promove a transparência e


concorrência no processo de aquisição. A sua eficácia depende substancialmente da sua
máxima publicidade” (Fernando, 2019).

Ainda segundo o autor, a planificação no âmbito da contratação pública funciona como um


promotor de eficiência e eficácia na gestão dos recursos públicos alocados a cada EPC e como
uma forma de realização do princípio da transparência, que neste sentido, contribui
significativamente para o aumento da concorrência nos mercados, dando maior visibilidade às
oportunidades e permitindo aquisições sustentáveis.

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1.3. Plano de contração pública e seus níveis

Em Moçambique, os plano de contratação pública tem sido definidos anualmente atendendo


as varias necessidade dos sectores públicas. Geralmente, os planos são executados pelo
Centro Nacional de Documentação e Informação de Moçambique, em particular, no
Departamento de Aquisições.

Os planos são definidos em linhas e colunas. Nas colunas encontramos – objecto de contração,
especificações técnicas, preço de referencia (MT), modalidade de contração, período de
instauração de procedimento, período de execução e prazo do contrato; e nas linhas
encontramos o reflexo do que esta definido nas colunas. Por exemplo:

Tabela 1: Forma organizacional do plano de contratação. Fonte: https://www.cedimo.gov.mz/index.php/ugea/plano-de-


contratacao-e-orcamento?task=document.viewdoc&id=168

No processo de aquisição de produtos e contratação de serviços na Administração Pública,


existem três fases, sendo que o planeamento constitui a fase interna, a licitação, a fase externa
e a execução do contrato.

Segundo Oliveira (1998), existem três tipos de planeamento nos grandes níveis hierárquicos:
planeamento estratégico; planeamento táctico; e o planeamento operacional.

Oliveira (1998) afirma que aplicando esse ensinamento no âmbito das contratações públicas,
podem-se definir três níveis de planeamento: nível estratégico, este centra-se no
estabelecimento dos objectivos institucionais. Este pode ser considerado como sendo o mais
ápice dos níveis organizacionais, a má decisão neste nível poderá impactar negativamente no
futuro; nível táctico, visa estabelecer o que deverá ser feito e quais os objectivos e metas a
serem alcançados, consoante o planeamento estratégico, ou seja, este nível encontra-se abaixo
do nível estratégico e procura traduzir as estratégias definidas; nível operacional, este é o
nível mais baixo de todos e preocupa-se em como deverão ser realizadas as acções em nível
operacional para o alcance dos objectivos definidos nos níveis precedentes.

Relativamente a estes pressupostos, Nobrega (2005) afirmar que:


Planear as diversas etapas de que se compõe o procedimento licitatório é medida que
legalmente se impõem ao administrador público. Porém, mais do que assegurar a legalidade, é
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deste planeamento que deriva o cumprimento dos outros princípios como economicidade,
razoabilidade, moralidade, igualdade, impessoalidade, publicidade, julgamento objectivo,
vinculação ao instrumento convocatório, bem como se evita contratações indevidas mediante
dispensa de licitação sob alegação de emergência e/ou urgência, tão combatidas pelos
Tribunais de Contas. Daí advém à relevância do planeamento.

Com a falta de planificação na contração pública podem emergir problemas ligadas com a
efetividades dos bens ou serviços que forem adquiridos.

Sobre os problemas com a falta de planificação na contratação pública, Fernando (2019)


afirma que
A grande consequência da falta de planificação, em sede da contratação pública é a
multiplicação das “aquisições urgentes” e das “aquisições do fim de exercício”. Estas
aquisições, padecem de vários efeitos tóxicos para o funcionamento deste mercado público,
nomeadamente, não se adquire com base na concorrência, não se cumpre da melhor maneira o
princípio da transparência, não se pondera a análise custo-benefício e, consequentemente,
facilita aquisições bastantes onerosas sem a devida contrapartida em termos de qualidade e/ou
quantidade.

Segundo Figueiredo (2001), “na falta de um planeamento económico e financeiro bem


estruturado, o gestor público não conseguirá cumprir os objectivos da lei”.

1.4. Regimes jurídicos e modalidade de contração pública

No que diz respeito as modalidades contratuais, para o decreto Decreto n.º 79/2022 de 30 de
Dezembro, confere alguns tipos de regimes jurídicos aplicados na contração publica, como é o
caso: geral; especial; e excepcional.

Regime geral – Concurso público, este regime é aplicado para contratação de empreitada de
obras públicas, fornecimento de bens, prestação de serviços ao Estado.

Regime especial, este regime é aplicado em momentos onde não é aplicado o Regulamento
de Contratações Públicas, este que é considerado obrigatório para todas as instituições estatais
e municipais e empresas estatais.

Regime excepcional, este regime é seguido sempre que o Regime Geral não for o método
mais apropriado para fazer as aquisições. Todos os requisitos gerais para concursos públicos
ao abrigo do Regime Geral aplicam-se aos concursos ao abrigo do Regime Excepcional, a não
ser que uma disposição específica em contrário consta do Regulamento de Contratações
Públicas.

As modalidades As modalidades de contratação em Regime Excepcional são as seguintes:


Concurso com Prévia Qualificação; Concurso em Duas Etapas; Concurso Limitado; Concurso
por Lances; Concurso de Pequena Dimensão; Concurso por Cotações; e Ajuste Directo.
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Concurso com Prévia Qualificação, é usado quando a natureza das aquisições é
suficientemente complexa do ponto de vista técnico para justificar o uso de uma lista de
potenciais concorrentes pré-qualificados.

Concurso Limitado, este restringe-se às aquisições de indivíduos, medias, pequenas e micro


empresas registados no Cadastro Único na data em que as propostas e documentos de
qualificação devem ser submetidos, sendo consideradas: empresas médias são aquelas com
50-100 trabalhadores; empresas pequenas são aquelas com 5-49 trabalhadores; e empresas
micros são aquelas com menos de 4 trabalhadores.

Concurso em Duas Etapas, é usado quando a natureza das obras, bens ou serviços serem
adquiridos não está suficientemente clara para permitir à entidade contratante definir com
exactidão a natureza do documento de concurso. Neste caso convidam-se os concorrentes a
submeter uma proposta técnica provisória na primeira fase.

Concursos por Lances, esta modalidade de concurso restringe-se a bens e serviços de


disponibilidade imediata. Os concorrentes participam numa espécie de hasta pública aberta,
na qual os concorrentes apresentam as melhores propostas técnicas ao preço mais baixo. O
uso deste método ainda não foi especificamente regulamentado.

Ajuste Directo, este pode ser usado quando outros procedimentos são considerados
inconvenientes ou inviáveis.

Concurso de pequena dimensão, é uma forma simplificada dum processo de aquisições e é


concebido para ser usado quando os valores envolvidos são baixos e o objecto a ser
contratado seja de pequena complexidade técnica. Estes permitem, entre outros, a
possibilidade de: dispensar de alguns dos ou todos os documentos de qualificação;
substituição da certidão de quitação pelo pagamento de impostos através da retenção na fonte;
anunciar o concurso através da rádio; avaliação exclusivamente com base no critério de menor
preço; o uso de contratos simplificados e documentos de concurso simplificados; dispensar da
necessidade duma garantia definitiva para um percentagem do valor; fiscalização directa da
obra.

Contratação de serviços de consultoria, este deve seguir um processo de pré-qualificação


como aquele descrito acima para Concursos com Prévia Qualificação. Tanto pessoas
singulares como organizações podem fornecer serviços de consultoria

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Conclusão

Com o culminar do trabalho que tinha por objectivo principal descrever a planificação e
contração pública, onde foi possível aprender que planificar é melhor que executar algo sem
propósitos definidos juntos com os mecanismo para dinamizarem as actividades. A
planificação consiste em definir objectivos e meios possíveis para a eficácia, e com a falta de
um planeamento bem estruturado pode perigar no alcance das metas. A planificação no
âmbito da contratação pública funciona como um promotor de eficiência e eficácia na gestão
dos recursos públicos, por esta actividade permitir o delineamento geral do que se pretende,
como conseguir e até quando pretende-se conseguir um determinado bem ou serviço. Na
contração pública, encontramos os regimes jurídicos aplicados em contratação pública onde a
sua aplicação depende dos objectivos definidos, neste caso podemos encontrar: Regime geral
– Concurso público; Regime especial; Regime excepcional, onde encontramos as seguintes
modalidades: concurso com prévia qualificação; concurso limitado; concurso em duas etapas;
concursos por lances; ajuste directo; concurso de pequena dimensão; e a contratação de
serviços de consultoria.

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Bibliografia

Decreto n.º 79/2022 de 30 de Dezembro. Regulamento de Contratação de Empreitada de


Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado. Disponível
em: <https://www.innoq.gov.mz/por/INNOQ-IP/Legislacao/Decreto-79-2022-de-30-de-
Dezembro-que-aprova-o-regulamento-de-empreitada-de-obras-publicas-fornecimento-de-
bens-e-prestacao-de-servicos-ao-Estado>. Acesso no dia 15 de Março de 2024.

Fernando, S. (2019). Planificação da Contratação Pública. Disponível em:


<https://compraspublicas.minfin.gov.ao/ComprasPublicas/#!/sala-de-
imprensa/artigos/2782/planificacao-da-contratacao-publica>. Acesso no dia 15 de Março
de 2024.

Figueiredo, B. (2001). Perturbações psicopatológicas do puerpério. Coimbra, Portugal:


Quarteto Editora.

Nóbrega, T. P. (2005). Corporeidade e Educação Física: do corpo-objeto ao corpo-sujeito (2ª


ed.). Natal: EDUFRN.

Oliveira, M. T. de. (1996). Administração Pública para Concursos. Brasília, Brasil: Linha
Gráfica Editorial.

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