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Grupos Tutoriais

MÓDULO 1 - S2

CAROLINA CIDRACK - T 30 UNIFOR


Carolina Cidrack – S2 M1 GT

Alimentação saudável
Objetivos de aprendizagem: Nutriente Valor energético Recomendação
Carboidrato 4kcal/g 60%
Objetivo geral: Compreender a importância da alimentação Proteína 4kcal/g 25%
saudável Lipídio 9kcal/g 15%

Objetivos específicos: 1. Carboidratos


1. Compreender o que são e a atuação dos
macronutrientes no organismo • Fornecem a maior parte da energia necessária para a
2. Conhecer os micronutrientes manutenção da atividade corporal
3. Interpretar a pirâmide alimentar
4. Investigar as fontes dos nutrientes • São utilizados pelos músculos para a realização de
5. Entender o IMC e suas faixas movimentos e armazenados no fígado para a
6. Diferenciar os tipos de nutrição (eutrofia, subnutrição, manutenção da glicemia
etc)
7. Relacionar consumo e gasto energético • Sua ingestão evita que as proteínas dos tecidos sejam
usadas para fornecer energia

Introdução:
• Podem ser simples (moléculas menores) ou compostos
(moléculas maiores)
As pesquisas comprovam que a boa alimentação tem um
papel fundamental na prevenção e no tratamento de
doenças. Classificação:

Uma alimentação saudável é aquela que atende todas as a) Monossacarídeos: 3-7 átomos de carbono; hexoses

necessidades do organismo. Uma dieta adequada e (glicose, galactose e frutose); facilmente absorvidos

balanceada que preenche todas as necessidades


nutricionais de um indivíduo para a manutenção, o reparo, Glicose Vegetais, cereais, açúcar

os processos vitais, o crescimento e o desenvolvimento. Galactose Leites e derivados


Frutose Frutas e mel
O que são nutrientes?

Nutrientes são todas as substâncias químicas que fazem parte b) Dissacarídeos: junção de 2 monossacarídeos; síntese por
dos alimentos e que são absorvidas pelo organismo, sendo desidratação (ocorre liberação de H20); precisam ser
indispensáveis para o seu funcionamento. quebrados em monossacarídeos para serem absorvidos

Podem ser: Sacarose Glicose + frutose


a) Essenciais: adquiridos apenas pela alimentação Maltose Glicose + glicose
b) Não essenciais: produzidos pelo próprio organismo Lactose Glicose + galactose

O que são macronutrientes?

c) Oligossacarídeos: 3-10 monossacarídeos


São os nutrientes dos quais o organismo precisa em grandes
quantidades e que são amplamente encontrados nos d) Polissacarídeos: Mais de 10 monossacarídeos;

alimentos. conhecidos como carboidratos complexos

São especificamente os carboidratos, as gorduras e as Amido: principal fonte de carboidrato da dieta e a principal

proteínas, sendo utilizados em quantidades diferentes. reserva energética de vegetais; encontrado em grãos, raízes,
vegetais e legumes.

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Glicogênio: forma de armazenamento de carboidratos em


animais e seres humanos no fígado e no tecido muscular.
Atua como reserva e no controle hormonal da glicemia.

2. Proteínas

• Compõe a estrutura corporal dos seres humanos e dos


animais

• Formadas por aminoácidos, que podem ser essenciais


(obtidos apenas na dieta) ou não essenciais (produzidos
no organismo)

• Agem como proteínas estruturais, enzimas, hormônios,


no transporte (hemoglobina) e na defesa (anticorpos)

3. Lipídios

• Gordura de origem animal ou vegetal

• Atua como isolante térmico e físico; age na regulação


da temperatura corporal; no transporte e na proteção

Tipos:
2. Minerais
a) Simples: triglicerídeos
b) Compostos: fosfolipídios, glicolipídios e lipoproteínas
• Encontrados nos alimentos de origem animal e vegetal.
c) Derivados: glicerol e esteroides (colesterol)
• Indispensáveis para regular as funções do nosso
organismo e compor a estrutura dos nossos ossos.
Origem vegetal Origem animal
Óleo de soja, milho e Manteiga; banha de
girassol; azeite de oliva; porco; toucinho; torresmo;
margarina; castanha de bacon
caju; amendoim

O que são micronutrientes?

Nutrientes necessários em pequenas quantidades. Existem


dois tipos de micronutrientes: as vitaminas e os minerais.

1. Vitaminas

• Encontradas nas frutas, vegetais e em alimentos de


origem animal.

• Importantes na regulação das funções do nosso


organismo, ou seja, são indispensáveis para o seu bom
funcionamento, contribuindo para o fortalecimento do
nosso corpo e evitando doenças.

• Essenciais para ajudar as proteínas a construir e/ou


manter os tecidos e os processos metabólicos.

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O que são fibras alimentares? 4. Grupo das carnes, feijões, ovos e nozes: fontes de
proteína, essencial para o reparo e construção de
As fibras também estão presentes nos alimentos, mas não são tecidos do organismo. 2 a 3 porções diárias.
consideradas nutrientes porque não são absorvidas pelo
5. Grupo dos açúcares e gorduras: alimentos que devem
organismo, isto é, não vão para a corrente sanguínea.
ser consumidos em menor quantidade.

São essenciais para manter o bom funcionamento do


intestino, prevenir o câncer intestinal, auxiliar na sensação de
plenitude gastrointestinal (a sensação de fome passa mais
rápido e a sensação de saciedade dura mais tempo),
diminuir o açúcar do sangue (ajudando no tratamento e
controle da diabetes) e reduzir os níveis do colesterol, entre
outras funções.

Tipos:

Frutas, aveia, Retarda a absorção de


verduras, glicose; reduz o
cevada, esvaziamento gástrico
Solúveis leguminosas (maior saciedade); diminui
(feijão, lentilha, os níveis de colesterol
soja e grão de sanguíneo; protege contra
bico) o câncer de intestino

Verduras, Aumenta o bolo fecal;


farelo de trigo, estimula o bom
Insolúveis cereais funcionamento do
A posição dos alimentos na pirâmide não se dá por
integrais (arroz, intestino; previne a
importância e sim por necessidade e quantidade. Assim, a
pão e torrada) constipação intestinal
pirâmide pode variar um pouco de acordo com sua
referência (crianças, adolescentes, adultos ou idosos).

O que é pirâmide alimentar?


Nova pirâmide alimentar:

A pirâmide é um guia geral que nos permite escolher uma


A Harvard School of Public Health, um dos maiores centros de
dieta saudável e conveniente, que garanta todos os
estudos sobre saúde pública dos Estados Unidos, publicou
nutrientes necessários para a nossa saúde e bem-estar.
uma atualização da pirâmide alimentar.

Na pirâmide, os alimentos estão divididos em seis grupos


A Pirâmide Alimentar de Harvard foi desenvolvida com base
básicos.
em resultados de pesquisas científicas recentes.

1. Grupo dos pães, cereais, massas e vegetais C: são


responsáveis pelo fornecimento da energia para o nosso
organismo e por isso devem ser consumidos em maior
quantidade. 6 a 11 porções por dia.

2. Grupo dos vegetais e grupo das frutas: chamados de


reguladores, fornecem todas as vitaminas e minerais de
que precisamos. Também são ricos em fibras. 3 a 5
porções de vegetais e de 2 a 4 porções de frutas por dia.

3. Grupo do leite e derivados: importantes fontes de cálcio.


2 a 3 porções diárias.

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Diferentes tipos de alimentos:

a) Diet: alimento que teve um nutriente completamente


retirado de sua composição; por exemplo, o açúcar

b) Light: alimentos que apresentam a quantidade de


algum nutriente ou o valor energético reduzido, no
mínimo em 25%

c) In natura: alimentos obtidos diretamente de plantas ou


de animais para o consumo, sem sofrer qualquer
alteração

d) Minimamente processados: alimentos submetidos a


algum processo, mas que não envolvem a agregação
de substâncias ao alimento original a) Eutrofia: alimentação de boa qualidade; estado
nutricional adequado; bom consumo energético e
e) Processados: alimentos fabricados pela indústria com a gasto calórico
adição de sal, açúcar ou outro produto

b) Subnutrição: consumo insuficiente de nutrientes; baixo


f) Ultraprocessados: formulações industriais, com pouco ou consumo energético
nenhum alimento inteiro; sempre contém aditivo

c) Sobrepeso: excesso de gordura corporal; alto consumo


IMC e suas faixas: energético e baixo gasto calórico

O Índice de Massa Corporal (IMC) é a relação entre o peso e d) Obesidade: doença crônica caracterizada por acúmulo
a altura elevada ao quadrado. Com ele, temos o diagnóstico excessivo de gordura corporal; consumo energético
da adequação de peso com as seguintes faixas: extremamente alto e baixíssimo gasto calórico
normalidade, sobrepeso, obesidade e baixo peso.

Consumo e gasto energético:


Existem valores diferentes de IMC para as diversas etapas da
vida, porque ocorrem mudanças como crescimento,
A energia pode ser definida como “a capacidade de realizar
desenvolvimento, manutenção e envelhecimento do
trabalho”. O corpo faz uso da energia dos carboidratos,
organismo. Segue os valores para adultos:
proteínas, lipídeos e álcool da dieta; que é presa em ligações
químicas dentro dos alimentos e é liberada por meio do
metabolismo.

Necessidades energéticas: é a ingestão energética


alimentar necessária para o crescimento e a manutenção de
uma pessoa de uma determinada idade, sexo, massa
corporal, estatura e grau de atividade física.

• A massa corporal é um indicador da adequação ou


inadequação energética, mas não é um indicador do

Estado nutricional: consumo adequado de macro e micronutrientes.

O estado nutricional é definido como o grau com o qual as Componentes dos gastos energéticos: a energia gasta pelo

necessidades fisiológicas por nutrientes são supridas. corpo humano ocorre de três formas que formam o gasto

Havendo desequilíbrio nessa relação, podem ocorrer energético total (GET) diário de uma pessoa.

distúrbios nutricionais, quer por falta, quer por excesso.


1. Taxa de metabolismo basal (TMB): quantidade mínima
de energia gasta que é compatível com a vida, ou seja,

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a quantidade de energia necessária para um indivíduo


durante 24h se ele estiver fisicamente e mentalmente em
repouso, em um ambiente sem alterações térmicas.
Medida em jejum.

2. Taxa metabólica de repouso (TMR): é a energia gasta


em atividades necessárias para manter as atividades
corporais normais e a homeostase, incluindo a energia
exigida pelo sistema nervoso central, para a
manutenção da temperatura corporal e para o
movimento muscular. 10% maior que a TMB.

OBS: TMB é o mesmo que GEB ou Gasto energético basal;


enquanto TMR é o mesmo que GER ou Gasto energético em
repouso.

Medição de gastos energéticos:

Fatores que afetam o GER/TMR: idade, sexo, temperatura, A unidade-padrão para se medir energia é a caloria, que é
composição corporal, hormônios e tamanho do corpo. a quantidade de energia térmica necessária para aumentar
a temperatura de 1mL de água a 15 °C em 1 °C.

Grande parte da redução do MB, com o avanço da idade,


é devido à perda de massa muscular e à sua substituição por Uma vez que a quantidade de energia envolvida no

tecido adiposo, que apresenta uma intensidade metabólica metabolismo dos alimentos é bastante grande, a quilocaloria

mais baixa. (kcal), ou 1.000 calorias, é utilizada para medi-la.

De igual modo, os MBs um pouco mais baixos entre as


mulheres, se comparadas às dos homens, são devidos, em
parte, a seu menor percentual de massa muscular e à maior
porcentagem de tecido adiposo.

Efeito térmico do alimento (ETA): é o aumento no consumo


energético associado ao consumo, digestão e absorção de
alimentos; sendo responsável por 10% do GET

Pode ser dividido em:

a) Termogênese obrigatória: energia necessária para


digerir, absorver e metabolizar os nutrientes

b) Termogênese facultativa: energia em excesso que é


gasta além da termogênese obrigatória, associada à
ineficiência metabólica do sistema

Termogênese por atividade (TA): energia gasta com


atividades físicas, sejam relacionadas com exercícios ou
como parte das tarefas e movimentos diários. Inclui a
termogênese sem atividade física (TSAF), apenas devido a
atividades da vida cotidiana.

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Tireoide
Objetivos de aprendizagem: A secreção tireoidiana é controlada principalmente pelo
hormônio estimulante da tireoide (TSH), secretado pela
Objetivo geral: Entender a influência da tireoide no hipófise anterior.
metabolismo

Objetivos específicos:
1. Entender a morfologia da tireoide (anatomia e
histologia)
2. Compreender como ocorre a síntese e a atuação dos
hormônios tireoidianos (relação com o iodo)
3. Revisar a influência do eixo hipotálamo-hipófise na
tireoide
4. Citar os principais distúrbios associados à tireoide
5. Diferenciar o papel dos profissionais de saúde
relacionados à tireoide (nutricionista, endócrino e
nutrólogo)
6. Identificar os tipos de exames para avaliar a tireoide
7. Elucidar a relação entre a dieta e a tireoide
8. Descrever os sintomas vinculados a alterações na
tireoide

Morfologia da tireoide:

Apresenta formato de borboleta e está localizada logo


abaixo da laringe, ocupando as regiões laterais e anterior da
traqueia. É formada por lobos direito e esquerdo, unidos por
um istmo.

Eixo hipotálamo-hipófise e a tireoide:


A tireoide é composta de milhares de folículos, que são
pequenas esferas. A parede dos folículos é um epitélio
O hipotálamo é a principal conexão entre o sistema
simples cujas células são também denominadas tireócitos ou
endócrino e o nervoso, sendo responsável pela produção de
células foliculares. A cavidade dos folículos contém uma
9 hormônios, dos quais 7 são secretados pela glândula
substância gelatinosa chamada coloide.
hipófise.

Essas células produzem dois hormônios:


A hipófise apresenta duas partes: adenohipófise (anterior) e
1. Tiroxina ou tetraiodotironina (T4): 4 átomos de iodo
neurohipófise (posterior).
2. Tri-iodotironina (T3): 3 átomos de iodo

No hipotálamo, o hormônio liberador de tireotrofina (TRH)


Ambos os hormônios aumentam intensamente a atividade
controla a secreção de TSH pela hipófise. Na adenohipófise,
metabólica. Assim, a falta deles pode diminuir o metabolismo
os tireotrofos secretam o hormônio tireoestimulante (TSH),
em 40 a 50% do seu normal, enquanto o excesso pode
também conhecido como tireotrofina.
aumentar em 60 a 100%.

O TSH estimula a síntese e a secreção dos hormônios da


Entre os folículos, podem ser encontradas algumas células
tireoide, T3 e T4.
chamadas de parafoliculares ou células C, que produzem o
hormônio calcitonina (CT), ajudando a controlar a
homeostasia do cálcio.

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Como ocorre o feedback nos hormônios? 2. Síntese de tireoglobulina: ao passo que retêm iodeto, as
células também sintetizam tireoglobulina (TGB), uma
Feedback positivo: O TRH, no hipotálamo, estimula as células glicoproteína armazenada em vesículas secretoras, que
da adenohipófise, aumentando a secreção de TSH. Por sua sofrem exocitose e liberam a TGB para o lúmen do
vez, o TSH estimula a secreção dos hormônios tireoidianos (T3 folículo.
e T4) pela tireoide
3. Oxigenação de iodeto: parte dos aminoácidos da TGB
são tirosinas que se tornarão iodadas. Todavia, os íons
Feedback negativo: A elevação dos hormônios tireoidianos
iodeto (I-) não conseguem se ligar à tirosina até que
nos líquidos corporais reduz a secreção de TSH pela
sofram oxidação (perda de elétrons: 2I- > I2). Quando
adenohipófise e reduz a secreção de TRH pelo hipotálamo.
oxidados, os íons seguem para o lúmen do folículo.
− Aumento T3 e T4: diminuo TSH e TRH
− Diminuo T3 e T4: aumento TSH e TRH
4. Iodação da tirosina: conforme as moléculas de iodo se
formam (I2), elas reagem com as tirosinas. A reação
entre a tirosina e um átomo de iodo gera
monoiodotirosina (T1 ou MIT) e a de dois átomos forma
diiodotirosina (T2 ou DIT). A TGB com átomos de iodo é
armazenada nos folículos com o nome de coloide.

5. Acoplamento de T1 e T2: duas moléculas de T2 se juntam


para formar T4 ou uma molécula de T1 com uma de T2
se juntam para formar T3.

6. Pinocitose: quando a tireoide é estimulada, a TGB


iodada entra por pinocitose nas células foliculares

7. Hidrólise ou digestão do coloide: quando entra nas


células, a TGB iodada é englobada por lisossomos, onde
enzimas digestivas degradam a TGB, separando as
moléculas de T3 e T4.

8. Secreção dos hormônios: como são lipossolúveis, se


difundem através da membrana plasmática para o

Síntese dos hormônios da tireoide: liquido intersticial e, sem seguida, para o sangue.

9. Transporte no sangue: mais de 99% de T3 e T4 se


Cerca de 93% dos hormônios tireoidianos metabolicamente
combinam a proteínas transportadoras no sangue,
ativos consistem em tiroxina (T4) e 7% consistem em tri-
principalmente à globulina transportadora de tiroxina
iodotironina (T3), porem, quase todo T4 é convertido em T3
(TBG)
nos tecidos.

A função desses hormônios é semelhante, mas o T3 é quatro Deiodinação: as sobras de T1 e T2 são deionizadas pela
enzima deiodinase tireóidea, gerando iodeto (I-) que será
vezes mais potente que o T4, entretanto está presente em
reciclado no reservatório intracelular para começar um novo
menor quantidade no sangue e por menos tempo.
processo.

Necessidade do iodo: para formar T4 é necessária a ingestão


de cerca de 50mg de iodo na forma de iodeto.

Etapas para a síntese:

1. Retenção de iodeto: O iodeto ingerido por via oral é


absorvido pelo trato gastrointestinal para o sangue.
Assim, as células foliculares retêm íons de iodeto,
transportando-os ativamente do sangue para o citosol.

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Como as células retêm o iodeto?

A membrana basal das células tireoidianas tem a


capacidade específica de bombear, ativamente, iodeto
para o interior da célula.

Isso é realizado pela ação de simporte de sódio-iodeto (NIS),


que cotransporta um íon iodeto junto com dois íons sódio,
através da membrana basolateral (plasma) para a célula.

A energia para transportar iodeto contra o gradiente de


concentração vem da bomba de sódio-potássio-ATPase,
que bombeia Na+ para fora da célula e K+ para dentro.

A captação de iodeto pela tireoide é influenciada por


diversos fatores, dos quais o mais importante é o TSH;
hormônio que estimula a atividade da bomba de iodeto nas
células tireoidianas.

O iodeto é transportado para fora das células da tireoide


pela membrana apical para o folículo, por meio de molécula
contratransportadora de íons cloreto-iodeto chamada de
pendrina.

Na glândula normal, a concentração de iodeto gerada pela


bomba é cerca de 30 vezes maior que a do sangue. Quando
a atividade da tireoide atinge seu máximo, essa
concentração pode se elevar para até 250 vezes.

Como as células produzem tireoglobulina (TGB)?

As células da tireoide são típicas células glandulares


secretoras de proteínas.

Assim, uma grande glicoproteína é produzida no retículo


endoplasmático, modificada no complexo de Golgi e
armazenada em vesículas secretoras, que sofrem exocitose.
Cada molécula de tireoglobulina contém cerca de 70
aminoácidos tirosina, que são os principais substratos que se
combinam com o iodo para formar os hormônios tireoidianos.

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Como ocorre a oxidação do iodeto? Etapas para atuação do T3 e T4:

É essencial a conversão dos íons iodeto para a forma oxidada 1. Conversão de T4 em T3: ocorre pela ação da enzima
de iodo, que é capaz de se combinar com o aminoácido 5`iodinase.
tirosina.
2. Ligação ao receptor: depois de produzida, a T3 entra no
Essa oxidação é promovida pela enzima peroxidase, núcleo das células-alvo e se liga ao receptor nuclear.
acompanhada de peróxido de hidrogênio, que constituem
potente sistema capaz de oxidar iodo. 3. Ligação ao regulador: o complexo T3-receptor se liga a
A peroxidase se localiza na membrana apical da célula ou elemento regulador da tireoide, no DNA, onde estimula
ligada a ela, produzindo assim o iodo oxidado, exatamente a transcrição do DNA.
no ponto da célula em que a molécula de TGB é liberada, no
lúmen do folículo. 4. Transcrição e tradução: os RNAm transcritos são
traduzidos em proteínas novas, que serão responsáveis
Quando o sistema da peroxidase é bloqueado ou quando pelas ações dos hormônios da tireoide.
está hereditariamente ausente das células, a formação de
hormônios tireoidianos cai a zero. Grande variedade de novas proteínas é sintetizada, incluindo
a Na+K+ATPase, proteínas de transporte, receptores β-
Armazenamento da tireoglobulina (TGB): adrenérgicos, enzimas lisossômicas, proteínas proteolíticas e
proteínas estruturais.
A tireoide tem a capacidade incomum entre as glândulas
endócrinas de armazenar grande quantidade de hormônios.

Após o final da síntese dos hormônios tireoidianos, cada


molécula de tireoglobulina contém cerca de 30 moléculas
de tiroxina e algumas de tri-iodotironina.

Nessa forma, os hormônios tireoidianos são armazenados nos


folículos em quantidade suficiente para suprir as
necessidades normais do organismo por 2 a 3 meses.

Portanto, quando a síntese de hormônios tireoidianos é


interrompida, os efeitos fisiológicos de sua deficiência só são
observados vários meses depois.

Mecanismo de ação fisiológica:

O efeito geral desses hormônios consiste em ativar a Efeitos fisiológicos dos hormônios:
transcrição nuclear de grande número de genes. Portanto,
em praticamente todas as células do organismo é sintetizado 1. Aumento da taxa metabólica basal: os hormônios da
grande número de enzimas, proteínas estruturais, transporte tireoide aumentam o consumo de O2 em quase todos os
de proteínas e outras substâncias. tecidos, por meio do aumento da Na+k+ATPase. Assim, a
produção de calor também aumenta, juntamente com
O resultado final é o aumento generalizado da atividade a TMB.
funcional de todo o organismo.

2. Metabolismo: o aumento do consumo de oxigênio


Os hormônios tireoidianos atuam promovendo a formação depende do aumento da disponibilidade de substratos
óssea; aumentam a taxa do metabolismo basal (TMB), para o metabolismo oxidativo. Então, os hormônios
produção de calor e consumo de oxigênio e alteram os aumentam o metabolismo de carboidratos, lipídios e
sistemas cardiovascular e respiratório, aumentando o fluxo proteínas.
sanguíneo e o fornecimento de oxigênio aos tecidos.

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3. Cardiovasculares e respiratórios: Como os hormônios • Formação de bócio; exoftalmia (olhos saltados causado
tireoidianos aumentam o consumo de O2, eles criam pelo aumento dos músculos e tecidos por reação imune)
uma maior demanda de O2 nos tecidos. Assim, ocorre
aumento do débito cardíaco e da ventilação. O A causa mais comum é doença de Graves: corpo produz
aumento do débito cardíaco é resultado da anticorpos (imunoglobulinas estimuladoras de tireoide – TSI),
combinação do aumento da frequência cardíaca e do que simulam a ação do TSH por se ligaram aos seus
aumento do débito sistólico. receptores, estimulando a tireoide.

• Isso ocorre porque os hormônios tireoidianos induzem a


Hipotireoidismo: quando a tireoide secreta hormônios de
síntese de receptores β1 -adrenérgicos cardíacos, que
forma insuficiente
medeiam os efeitos do sistema nervoso simpático,
aumentando a frequência cardíaca e a contratilidade.
• Diminuição da taxa metabólica e do consumo de O2 –
intolerância ao frio
4. Crescimento: os hormônios tireoidianos agem, com o
hormônio de crescimento e das somatomedinas,
• Diminuição da síntese proteica – unhas quebradiças,
promovendo a formação óssea, promovem a
queda de cabelos, pele fina e seca em adultos;
ossificação, fusão de placas ósseas e maturação óssea.
crescimento atrasado dos ossos e dos tecidos em

5. Sistema nervoso central (SNC): no período perinatal, o crianças.

hormônio da tireoide é essencial para a maturação


normal do SNC, a sua falta pode causar retardo • Alterações do SN – reflexos lentos, lentidão da fala,

irreversível nesse período. Quando adulto, gera fadiga, sonolência em adultos; cretinismo (capacidade

hipotireoidismo ou hipertireoidismo. mental reduzida) em crianças

• Bradicardia

Principal causa é deficiência de iodo na dieta. Sem iodo, a


tireoide não é capaz de formar os hormônios T3 e T4, que não
conseguem agir com feedback negativo no hipotálamo e na
hipófise. Assim, a secreção de TSH aumenta muito e o
estímulo do TSH aumenta o tamanho da tireoide (bócio).

O hipotireoidismo é tratado com hormônios da tireoide orais.


O hipertireoidismo pode ser tratado por remoção cirúrgica
de toda ou parte da glândula tireoide, por destruição das
células da tireoide com iodo radioativo ou por fármacos que
Principais distúrbios relacionados à tireoide: bloqueiam a síntese hormonal ou a conversão periférica de
T4 em T3.
Hipertireoidismo: quando a tireoide secreta hormônios em
excesso

• Aumento do consumo de O2 e da produção metabólica


de calor – intolerância ao calor

• Aumento do catabolismo de proteínas, podendo causar


fraqueza muscular – perda de peso

• Reflexos hiperexcitáveis e transtornos psicológicos –


irritabilidade, insônia, psicose

• Batimento cardíaco acelerado e aumento da força de


contração, devido á regulação para cima de
receptores beta1 no miocárdio

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2. Endocrinologista: diagnostica e trata as doenças


relacionadas às alterações no metabolismo e aos
distúrbios hormonais. Pode solicitar exames e prescrever
medicamentos, assim com o nutrólogo. Quando
necessário, o trabalho desse profissional pode ser
complementado pelo trabalho do nutricionista. Dessa
maneira, estaria ligado ao diagnóstico e tratamento de
hipertireoidismo, por exemplo.

Iodo e a dieta:
3. Nutrólogo: avalia os benefícios e malefícios causados
pela ingestão dos nutrientes, de modo a auxiliar na
Tendo em vista que o iodo é essencial para a produção de
manutenção da saúde e na redução de riscos de
hormônios tireoidianos que, por sua vez, são fundamentais
doenças. Ele também faz diagnóstico, prevenção e
para o bom funcionamento do metabolismo, é importante
tratamento de doenças relacionadas à falta ou excesso
que ocorra uma ingestão frequente de iodo na dieta, já que
desses nutrientes. Podendo diagnosticar e tratar, por
nosso corpo não produz.
exemplo, hipotireoidismo por falta de iodo.

Desse modo, a Anvisa decretou a obrigação de que todo sal


Com isso, o endocrinologista corrige, a curto prazo, os
de cozinha deve conter uma quantidade mínima de iodo na
sintomas e evolução da doença, enquanto o nutrólogo
sua composição, que pode variar entre 15 e 45mg de iodo
acompanha uma mudança de hábitos alimentares e de vida
por kg de sal.
do paciente, buscando uma solução permanente.

Exames para avaliar a tireoide:

Exame físico: deve fazer parte da avaliação de um paciente,


pois, muitas vezes, só através dele é possível fazer
diagnósticos de distúrbios tireoidianos.

• Palpação: é necessário a correta localização da


glândula, pois geralmente ela não é visível. O tamanho
dos lobos, assim como sua consistência e mobilidade, a
presença de dor ou alterações de sua superfície devem
ser assinalados.
• Ausculta: é importante porque pacientes com distúrbios
na tireoide geralmente apresentam alterações nos
batimentos cardíacos

Exames laboratoriais: a dosagem do hormônio estimulador


da tireoide (TSH) deve ser solicitada, assim como as
concentrações de T3 e T4 livres e da calcitonina.

Exames de imagem: cintilografia tireoidiana, ultrassonografia


cervical e ultrassonografia com doppler

Qual o papel dos profissionais x tireoide:

1. Nutricionista: prescreve dietas e ajuda no equilíbrio entre


nutrientes para promover uma alimentação adequada
de acordo com as necessidades de cada indivíduo.
Nesse sentido, atuaria de modo mais preventivo,
evitando doenças relacionadas à má nutrição.

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Trato digestório superior


Introdução: A abertura entre o estômago e o intestino delgado, ou piloro
(porteiro), é protegida pela válvula pilórica, que permite
Objetivo Geral: Entender o funcionamento da parte superior apenas pequenas quantidades de quimo entrarem no
do sistema digestório (boca → esôfago) intestino delgado simultaneamente.

Objetivos específicos: Os produtos da digestão são absorvidos através do epitélio


1. Compreender a anatomia do sistema digestório superior intestinal e passam para o líquido intersticial. De lá, eles vão
2. Entender o funcionamento da mastigação para o sangue ou para a linfa e são distribuídos para todo o
3. Analisar o processo da salivação (produção, corpo.
constituição, função, secreção)
4. Conhecer o processo de deglutição A maior parte da digestão ocorre no intestino delgado, com
5. Elucidar o movimento peristáltico do esôfago auxílio de enzimas intestinais e secreções do pâncreas e do
6. Esclarecer como ocorre a regulação da parte superior fígado, onde também se encerra.
do sistema digestório pelo sistema nervoso autônomo
7. Identificar os principais problemas relacionados ao Depois da absorção dos nutrientes e fluidos, cerca de 1,5L de
sistema digestório superior quimo passam para o intestino grosso, onde se transformam
8. Apontar os exames complementares que avaliam o em fezes.
sistema digestório superior
Assim, as fezes deixam o corpo através de uma abertura,
Anatomia e percurso do alimento: chamada de ânus.

Inicia-se com a cavidade oral (boca e faringe), que recebem


a comida. O alimento ingerido entra no trato gastrointestinal,
que consiste em esôfago, estômago, intestino delgado e
intestino grosso.

A digestão ocorre principalmente no lúmen do intestino


(porção que vai do estômago ao ânus).

Ao longo do caminho, secreções são adicionadas ao


alimento por células secretoras epiteliais e por órgãos
glandulares acessórios, que incluem as glândulas salivares, o
fígado, a vesícula biliar e o pâncreas. A mistura pastosa de
alimento e secreções é conhecida como quimo.

Em intervalos ao longo do trato, anéis musculares funcionam


como esfíncteres para separar o tubo em segmentos com
funções distintas. O alimento move-se pelo trato, sendo
propelido por ondas de contrações musculares.

O alimento deglutido passa pelo esôfago, um tubo estreito


que atravessa o tórax até o abdome. Funções e processos digestórios:

Logo abaixo do diafragma, o esôfago termina no estômago, A função primaria desse sistema é levar os nutrientes, a água

que continua a digestão iniciada na boca, misturando o e os eletrólitos do ambiente externo para o ambiente interno

alimento com ácido e enzimas para criar o quimo. corporal.

O sistema realiza alguns processos básicos: digestão,


absorção, secreção e motilidade.

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Carolina Cidrack – S2 M1 GT

1. Digestão: quebra ou degradação química e mecânica A estimulação de áreas no hipotálamo, na amigdala e no


dos alimentos em unidades menores capazes de serem córtex cerebral pode, muitas vezes, causar mastigação.
absorvidas.
Grande parte da mastigação é causada pelo reflexo de
2. Absorção: movimento de substâncias do lúmen do trato mastigação.
GI para o líquido extracelular.
1. A presença de bolo alimentar na boca promove a
3. Secreção: movimento de água e íons do LEC para o inibição reflexa dos músculos da mastigação, permitindo
lúmen do trato GI e a liberação de substâncias que a mandíbula inferior se abaixe
sintetizadas pelas células epiteliais do GI
2. Isso inicia o reflexo de estiramento dos músculos
4. Motilidade: movimento de material no trato GI como mandibulares que leva à contração reflexa, que eleva a
resultado da contração muscular mandíbula, causando o cerramento dos dentes e
comprimindo o bolo alimentar

3. Essa compressão do bolo alimentar inibe mais uma vez


os músculos e permite que a mandíbula abaixe mais
uma vez, processo que se repete continuamente

A mastigação é importante porque:

a) Rompe as membranas de celulose presente nas frutas e


vegetais crus, que não são digeridas e precisam ser
rompidas para que ocorra a digestão

b) Auxiliam a ação de enzimas digestivas, que só agem na


superfície das partículas dos alimentos, visto que quanto
maior a área de superfície, ou seja, quanto mais triturado
(mastigado), melhor a ação de enzimas

c) Uma boa trituração previne escoriação do trato


gastrointestinal e facilita o transporte do alimento

Glândulas salivares e saliva:

A secreção diária de saliva é de 800 a 1500mL, com valor


médio de 1000mL e seu PH varia entre 6,0 e 7,0.

A saliva contém 2 tipos principais de secreção de proteína:

1. Serosa: contém ptialina (a-amilase), que é uma enzima


para a digestão de amido
Como ocorre a mastigação?

2. Mucosa: contém mucina, para lubrificar e proteger as


Os dentes são adaptados para a mastigação da seguinte
superfícies
forma:
− Anteriores ou incisivos: ação de cortar
− Posteriores ou molares: ação de triturar Onde é produzida?
− Caninos: ação de rasgar As glândulas parótidas produzem quase toda a secreção
serosa, enquanto as glândulas submandibulares e sublinguais
A maioria dos músculos da mastigação é inervada pelo ramo produzem secreção serosa e mucosa. As glândulas bucais só
motor do 5° nervo craniano, e o processo de mastigação é produzem muco.
controlado por núcleos no tronco encefálico.

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Carolina Cidrack – S2 M1 GT

Cada glândula salivar tem a aparência de um “cacho de 1. As células acinares secretam a saliva inicial, que é
uvas”, onde uma só “uva” corresponde a um ácino. isotônica e têm, aproximadamente, a mesma
composição eletrolítica do plasma.
O ácino é o fundo cego dos ductos ramificados e é revestido
por células acinares, que produzem uma saliva inicial, 2. As células ductais modificam a saliva inicial, que se torna
composta por água, íons, enzima e muco. hipotônica.

Essa saliva inicial passa por um curto segmento, chamado Os mecanismos de transporte envolvidos contêm três
ducto intercalado e, então, pelo ducto estriado, que é
transportadores: o trocador Na+/H+ , o trocador Cl-/HCO3 −
revestido por células ductais, que modificam a saliva inicial e o trocador H+/K+ .
para produzir a saliva final pela alteração das concentrações
de vários eletrólitos. ▪ A membrana basolateral contém a Na +/K+ ATPase
e canais de Cl-
As células mioepiteliais estão presentes nos ácinos e nos
ductos intercalados. Quando ativados por estímulos neurais, ▪ A ação combinada desses transportadores,
as células mioepiteliais se contraem para ejetar a saliva da operando juntos, é a absorção de Na+ e Cl− e
boca. secreção de K+ e HCO3 –

Formação da saliva: ▪ A absorção resultante do Na + e Cl − faz com que as


concentrações desses íons na saliva fiquem mais
A saliva é composta por água, eletrólitos, α-amilase, lipase baixas que suas concentrações no plasma, e a
lingual, calicreína e muco. secreção resultante de K+ e HCO3 − faz com que as
concentrações desses íons, na saliva, se tornem
Quando comparado ao plasma, a saliva é hipotônica, tem maiores do que as do plasma.
maiores concentrações de K+ e bicarbonato (HCO3-), e
menores concentrações de Na + e cloreto (Cl-). ▪ Como mais NaCl é absorvido do que KHCO3 é
secretado, ocorre efetivamente absorção de soluto.
Primeira etapa: formação de solução isotônica semelhante
ao plasma, pelas células acinares.
Como pode a saliva, que era inicialmente isotônica, se tornar
Segunda etapa: modificação dessa solução semelhante ao hipotônica, enquanto flui através dos ductos?
plasma pelas células ductais.
A resposta está na relativa impermeabilidade à água das
células ductais. Como descrito, existe absorção efetiva do
soluto, porque mais NaCl é absorvido do que KHCO3 é
secretado. Devido a essa impermeabilidade das células
ductais à água, ela não é absorvida juntamente com o
soluto, tornando a saliva hipotônica.

As células acinares também secretam constituintes orgânicos


como α-amilase, lipase lingual, glicoproteínas mucinas, IgA
(imunoglobulina A) e calicreína.

− A α-amilase inicia a digestão dos carboidratos, e a lipase


lingual a dos lipídios.

− O componente mucoso serve como lubrificante.

As etapas acinar e ductal, na produção de saliva, são


− A calicreína é enzima que cliva o cininogênio de alto
mostradas na figura. Os números circulados na figura
peso molecular em bradicinina, potente vasodilatador.
correspondem às seguintes etapas:

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Carolina Cidrack – S2 M1 GT

− Durante períodos de elevada atividade da glândula 1. Neurônios pós-ganglionares parassimpáticos liberam


salivar, a calicreína é secretada e produz bradicinina., acetilcolina (Ach), que interage com receptores
que causa vasodilatação local, que explica o elevado muscarínicos nas células acinares e ductais
fluxo sanguíneo salivar nos períodos mais ativos 2. A ativação dos receptores leva à produção do inositol
1,4,5-trifosfato (IP3) e ao aumento do cálcio intracelular

Regulação da secreção salivar:


3. O que produz o aumento da secreção salivar,

Existem duas características pouco comuns na regulação da aumentando o volume de saliva e o componente
enzimático
secreção salivar.

(1) A secreção salivar está, exclusivamente, sob controle − A atividade parassimpática nas glândulas salivares é

neural pelo sistema nervoso autônomo, enquanto as outras aumentada pelo alimento, cheiro e náusea; e é

secreções gastrointestinais estão tanto sob controle neural reduzida pelo medo, pelo sono e pela desidratação

quanto hormonal.
Inervação simpática:

(2) A secreção salivar é aumentada pela estimulação de


ambos, parassimpático e simpático, embora a estimulação 1. A inervação simpática se origina dos segmentos

pelo parassimpático seja dominante (geralmente, o sistema torácicos T1 a T3, com os nervos pré-ganglionares
fazendo sinapse no gânglio cervical superior.
nervoso parassimpático e o simpático exercem ações
antagônicas).
2. Os neurônios simpáticos pós-ganglionares liberam
norepinefrina, que interage com receptores β-
Mesmo que os dois estimulem, a secreção estimulada pelo
simpático é pouca e concentrada, enquanto do adrenérgicos nas células acinares e ductais.

parassimpático é muita e diluída.


3. A ativação desses receptores leva à estimulação da

Durante o estresse, a estimulação simpática domina, adenilato-ciclase e produção de monofosfato cíclico de

resultando em um ressecamento da boca. adenosina (AMPc).

4. A ação fisiológica do AMPc, bem como a do


mecanismo parassimpático de IP3/Ca2+, é a de
aumentar a secreção salivar.

5. A estimulação simpática também ativa os receptores α-


adrenérgicos nas células acinares, embora a ativação
dos receptores β-adrenérgicos seja considerada mais
importante.

Como ocorre a deglutição?

O ato de engolir, ou deglutição, é uma ação reflexa que


empurra o bolo de alimento ou de líquido para o esôfago.

O estímulo para a deglutição é a pressão criada quando a


língua empurra o bolo contra o palato mole e a parte
posterior da boca, que ativa neurônios sensoriais que levam
informações pelo nervo glossofaríngeo para o bulbo.

Inervação parassimpática: Fase oral:


(1) Língua força o bolo alimentar para trás, em direção à

− Mediada pelos nervos facial (III) e glossofaríngeo (IX) faringe, que contém muitos receptores
somatossensoriais;

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Carolina Cidrack – S2 M1 GT

(2) Os receptores são ativados, estimulando o reflexo


involuntário de deglutição no bulbo

Fase faríngea:
(1) O palato mole é elevado, criando uma estreita
passagem para o alimento se deslocar para a faringe,
sem atingir a nasofaringe;

(2) A epiglote move-se para cima para cobrir a laringe, e a


laringe se move contra a epiglote, evitando que o
alimento penetre na traqueia;

(3) O esfíncter esofágico superior relaxa, permitindo que o


alimento passe na faringe para o esôfago;

(4) Uma onda de contração peristáltica é iniciada na


faringe e propele a comida pelo esfíncter aberto

Fase esofágica:
(1) É controlada, em parte, pelo reflexo de deglutição e, em
parte, pelo sistema nervoso entérico.

(2) Uma vez que o bolo alimentar passa pelo esfíncter


esofágico superior, na fase laríngea, o reflexo da
deglutição fecha esse esfíncter, de modo que o
alimento não possa voltar

(3) Onda peristáltica primária: cursa para a parte inferior do


esôfago, propelindo o alimento

(4) Se a onda primária não tirar todo o alimento do esôfago,


a onda peristáltica secundaria é iniciada pela distensão
continuada do esôfago, mediada pelo sistema nervoso
entérico

Movimento peristáltico do esôfago:

A passagem do bolo alimentar pelo esôfago ocorre da


seguinte forma:

1. O esfíncter esofágico superior se abre, mediado pelo


reflexo de deglutição, permitindo que o bolo alimentar
se mova da faringe para o esôfago, fechando-se para
evitar o refluxo para a faringe.

2. A contração peristáltica primária, também mediada


pelo reflexo de deglutição, envolve uma série de
contrações sequenciais.

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3. Enquanto cada segmento do esôfago se contrai, ele causar o refluxo gastroesofágico, em que o conteúdo
cria área de alta pressão logo atrás do bolo, gástrico pode refluir para o interior do esôfago.
empurrando-o para baixo no esôfago, o que pode ser
acelerado pela gravidade.

4. Quando a onda peristáltica e o bolo alimentar se


aproximam do esfíncter esofágico inferior, este se abre,
mediada por fibras peptidérgicas do nervo vago que
liberam o VIP (peptídeo vasoativo intestinal) como
neurotransmissor.

5. O VIP relaxa a musculatura lisa do esfíncter esofágico


Regulação pelo Sistema Nervoso:
inferior e, ao mesmo tempo, a região oral do estômago
também se relaxa, o chamado de relaxamento
O trato gastrointestinal é regulado, em parte, pelo sistema
receptivo.
nervoso autônomo, que tem o componente extrínseco e o
componente intrínseco.
6. Este relaxamento reduz a pressão na região oral do
estômago e facilita o movimento do bolo para o seu
a) Componente extrínseco: é a inervação simpática e
interior.
parassimpática do trato gastrointestinal.

7. Logo que o bolo penetra no estômago oral, o esfíncter


b) Componente intrínseco: é o sistema nervoso entérico.
esofágico inferior se contrai, o que torna a pressão do
esfíncter maior que a pressão no esôfago ou no
O sistema nervoso entérico está inteiramente contido nos
estômago oral.
plexos submucoso e mioentérico na parede do trato
8. Se a contração peristáltica primária não remover gastrointestinal; ele se comunica, extensivamente, com os
completamente a comida do interior do esôfago, a sistemas nervosos simpático e parassimpático.
contração peristáltica secundária remove.
Inervação parassimpática:
▪ Suprida pelo nervo vago e pelo nervo pélvico
E a localização do esôfago no meio disso?

− O esôfago inferior localiza-se na região abdominal, ▪ Nervo vago inerva o trato gastrointestinal superior,
incluindo o musculo estriado do terço superior do
enquanto o esôfago superior localiza-se na região
torácica esôfago, a parede do estomago, o intestino delgado e
o colo ascendente

− Isso significa que a pressão da parte superior (50mmHg)


é diferente da pressão da parte inferior (20mmHg) ▪ Nervo pélvico inerva o trato gastrointestinal inferior,
incluindo o musculo estriado do canal anal externo e as
paredes dos colos transverso, descendente e sigmoide
Essa pressão cria dois problemas:
1. Manter o ar fora do esôfago da parte inferior, ou seja,
▪ Suas fibras pré-ganglionares são longas e a informação
na parte superior (ar flui para onde tem menos pressão)
transmitida pelo SN parassimpático é coordenada nos
plexos mioentérico e submucoso e retransmitida para as
2. Manter os conteúdos gástricos fora da parte superior,
células musculares lisas, endócrinas e secretórias
ou seja, na parte inferior

▪ Os seus neurônios pós-ganglionares são classificados

Ambos os esfíncteres esofágicos ficam fechados, exceto como colinérgicos ou peptidérgicos. Os colinérgicos

quando o alimento está passando da faringe para o esôfago liberam acetilcolina (ACh) como neurotransmissor. Os
ou do esôfago para o estômago. peptidérgicos liberam um de vários peptídeos, incluindo
a substância P e o peptídeo inibitório vasoativo (VIP)
As situações em que a pressão intra-abdominal está
aumentada (p. ex., gravidez ou obesidade mórbida) podem

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Inervação simpática: ▪ Grande número de compostos neuroquímicos, ou

▪ As fibras pré-ganglionares do sistema nervoso simpático neurócrinos, tem sido identificado nos neurônios do

são relativamente curtas e fazem sinapse nos gânglios sistema nervoso entérico

externos ao trato gastrointestinal


▪ Algumas substâncias listadas são classificadas como
neurotransmissores e algumas como neuromoduladores
▪ Quatro gânglios simpáticos inervam o trato
(elas modulam a atividade dos neurotransmissores).
gastrointestinal: celíaco, mesentérico superior,
mesentérico inferior e hipogástrico

▪ As fibras nervosas pós-ganglionares, que são


adrenérgicas (liberam norepinefrina), deixam esses
gânglios simpáticos e fazem sinapse nos gânglios dos
plexos mioentérico e submucoso, ou inervam,
diretamente, as células do músculo liso, endócrinas ou
secretórias

▪ A informação sensorial e motora é retransmitida indo e


voltando entre o trato gastrointestinal e o SNC,
coordenada pelos plexos submucoso e mioentérico

Inervação Intrínseca:
▪ O sistema nervoso intrínseco, ou sistema nervoso Distúrbios do trato gastrointestinal superior:
entérico, pode coordenar todas as funções do trato
gastrointestinal, mesmo na ausência de inervação I. Paralisia do Mecanismo de Deglutição: lesão do 5°,9° ou
extrínseca. 10° nervo craniano pode causar paralisia de partes
significativas do mecanismo de deglutição, assim como
▪ Fica localizado nos gânglios e nos plexos mioentérico e as doenças poliomielite, encefalite, distrofia muscular e
submucoso e controla as funções contrácteis, botulismo podem impedir a deglutição normal.
secretórias e endócrinas do trato gastrointestinal.
II. Acalasia: quando o esfíncter esofágico inferior não
▪ Esses gânglios recebem informação aferente pelos relaxa durante a deglutição, assim, o alimento não sai
sistemas nervosos parassimpático e simpático, que do esôfago para o estômago. Estudos têm mostrado
modulam sua atividade. uma lesão neural do plexo mioentérico que perde a
capacidade de transmitir o sinal para o esfíncter relaxar.
▪ Também recebem informação sensorial, diretamente
III. Megaesôfago: quando a acalasia se torna grave, o
dos mecanorreceptores e quimiorreceptores da mucosa
esôfago não consegue esvaziar o alimento no estômago
e mandam informação, também direta, para as células
por muitas horas, assim, durante meses, o esôfago se
musculares, secretórias e endócrinas.
dilata muito, retendo 1 litro de alimento.

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IV. Gastrite: inflamação da mucosa gástrica; muito comum;


pode ser superficial ou profunda; pesquisas sugerem que
é causada por infecção bacteriana crônica da mucosa.
Além disso, certas substâncias irritativas podem ser afetar
a mucosa, como álcool e aspirina.

V. Úlcera Péptica: é uma área escoriada na mucosa


gástrica ou intestinal, causada principalmente pela
ação digestiva do suco gástrico ou das secreções no
intestino delgado superior.

Principais exames para avaliar o trato GI:

▪ PHmetria esofagiana
▪ Manometria esofágica
▪ Tomografia computadorizada
▪ Esofagograma
▪ Endoscopia Digestiva Alta

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estômago
Objetivos de aprendizagem: Quando o estomago está vazio, a túnica mucosa forma
grandes rugas, as pregas gástricas.
Objetivo geral: Compreender o funcionamento do estômago
O piloro se comunica com o duodeno do intestino delgado
1. Entender a morfologia do estômago por meio de um esfíncter de músculo liso, o músculo esfíncter
2. Analisar a composição, produção, função e secreção do piloro.
do suco gástrico (enzimas digestivas, HCl, hormônios…)
3. Investigar como é regulado o esvaziamento gástrico A margem medial côncava do estômago é chamada de
4. Compreender o funcionamento do peristaltismo no curvatura menor, e a margem lateral convexa é chamada
estômago (fases da digestão e tipos de contração) de curvatura maior.
5. Esclarecer a regulação do funcionamento do estômago
pelo Sistema Nervoso
6. Estudar os distúrbios relacionados (úlcera péptica, azia e
refluxo gastroesofágico)
7. Descrever os exames complementares relacionados
com o estômago

Objetivo secundário: Elucidar os mecanismos de fome e


saciedade

Morfologia do estômago:

É uma dilatação do canal alimentar inferior ao diafragma no


abdome, que segue o esôfago e se continua no intestino.
A parede do estômago é composta pelas mesmas camadas
básicas que o restante do canal alimentar, com certas
No estomago, a digestão de amido e triglicerídeos continua,
modificações.
a digestão de proteínas começa, o bolo alimentar
semissólido é convertido em líquido e algumas substâncias
A superfície da túnica mucosa é uma camada de células
são absorvidas.
epiteliais colunares simples, chamada células mucosas da
superfície.
Orifícios:
1. Óstio cárdico: comunica-se com o esôfago, onde está a
A túnica mucosa contém a lâmina própria (tecido conjuntivo
cárdia
areolar) e a lâmina muscular da mucosa (músculo liso).
2. Óstio pilórico: comunica-se com o duodeno, onde está
o piloro
As células epiteliais se estendem até a lâmina própria, onde
formam colunas de células secretoras chamadas glândulas
Partes:
gástricas.
a) Parte cárdica
b) Fundo: superior
Várias glândulas gástricas se abrem na base de canais
c) Corpo ou corpo gástrico: central
estreitos chamadas criptas gástricas. Secreções de várias
d) Parte pilórica
glândulas gástricas fluem para cada cripta gástrica e, em
seguida, para dentro do lúmen do estômago.
Parte pilórica:
1. Antro pilórico: liga o corpo ao estômago
2. Canal pilórico: leva ao piloro
3. Piloro: conecta-se ao duodeno

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OBS:
▪ HCl: mata bactérias e desnatura proteínas
▪ Pepsina: começa a digestão de proteínas
▪ Fator intrínseco: auxilia na absorção de vitamina B12
▪ Lipase gástrica: auxilia na digestão de triglicerídeos

Peristaltismo:

Enquanto o alimento estiver no estômago, ondas constritivas


peristálticas fracas, ondas de mistura, se iniciam e se
deslocam na direção do antro, a cada 15 a 20 segundos.

Essas ondas são desencadeadas pelo ritmo elétrico básico


da parede, consistindo em “ondas elétricas lentas” que
ocorrem, espontaneamente, na parede gástrica.

À medida que as ondas progridem, ganham intensidade,


gerando potente potencial de ação peristáltica, formando
anéis constritivos que forçam o conteúdo, sob pressão cada
vez maior, na direção do piloro.

Acontece que a abertura do piloro é pequena e apenas


uma parte do conteúdo é ejetada para o duodeno. Assim,
grande parte do conteúdo pressionado pelo anel peristáltico
é lançada de volta, na direção do corpo do estômago.

Desse modo, o movimento do anel constritivo peristáltico,


combinado com essa ação de ejeção retrógrada,
denominada retropulsão, é mecanismo de mistura,
extremamente importante, no estômago.

Isso permite que o alimento se misture com o suco gástrico,


indo em direção ao piloro e depois retornando ao fundo
novamente.

Esvaziamento gástrico:

É promovido por intensas contrações peristálticas no antro


gástrico. Ao mesmo tempo, o esvaziamento é reduzido por
graus variados de resistência à passagem do quimo pelo
piloro.

Funções do estômago: Contrações peristálticas:

1. Mistura a saliva, os alimentos e o suco gástrico para Na maior parte do tempo, as contrações rítmicas do

formar o quimo estômago são fracas e servem para misturar o alimento com

2. Serve como reservatório para o alimento antes da as secreções gástricas.

liberação para o intestino delgado


3. Secreta suco gástrico, que contém HCl, pepsina, fator Entretanto, por cerca de 20% do tempo em que o alimento

intrínseco e lipase gástrica está no estômago, as contrações ficam mais intensas,

4. Secreta gastrina no sangue promovendo o esvaziamento do estômago.

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Quando o tônus pilórico é normal, cada intensa onda volume do quimo seja excessivo, esses reflexos retardam
peristáltica força vários mililitros de quimo para o duodeno. ou interrompem o esvaziamento gástrico

Assim, as ondas peristálticas, além de causarem a mistura no b) Presença de irritações da mucosa intestinal
estômago, também promovem a ação de bombeamento,
denominada “bomba pilórica”. c) Grau de acidez do quimo duodenal: quanto mais ácido
o quimo estiver, mais tempo o esvaziamento fica inibido
Papel do Piloro:
d) Grau de osmolaridade do quimo: quando o quimo tem
No piloro, a espessura da musculatura circular da parede é muito soluto (muito concentrado), o estômago esvazia
50% a 100% maior do que nas porções anteriores do antro mais lentamente, para dar tempo de o duodeno
gástrico, e permanece em leve contração tônica quase o absorver boa parte dessas substâncias
tempo todo. Por isso, o músculo circular pilórico é
denominado esfíncter pilórico. e) Presença de produtos de degradação de proteínas e
gorduras: quando tem muita concentração de lipídio e
O esfíncter pilórico se abre o suficiente para a passagem de proteína no tubo, é preciso de mais tempo para as
água e de outros líquidos do estômago para o duodeno, enzimas pancreáticas e a bile trabalharem em cima
evitando a passagem de partículas de alimentos até terem dessas substâncias
sido misturadas no quimo para consistência quase líquida.

Hormônio que influenciam:


O grau de constrição do piloro aumenta ou diminui, sob a
influência de sinais de reflexos nervosos e humorais, tanto do
• Colecistocinina (CCK): liberado quando o pH está ácido
estômago como do duodeno. ou quando há proteínas e gorduras no intestino delgado,
inibindo o esvaziamento
Regulação do esvaziamento gástrico:

Suco gástrico:
A velocidade/intensidade com que o estômago se esvazia é
regulada por sinais tanto do estômago como do duodeno, A mucosa gástrica tem dois tipos importantes de glândulas,
mas os sinais do duodeno são bem mais potentes. além das células secretoras de muco:

Isso deve ser regulado porque o estômago não deve se 1. Gástricas ou oxínticas: secretam ácido clorídrico,
esvaziar mais rápido do que o quimo é digerido e absorvido
pepsinogênio, fator intrínseco e muco (80%)
no intestino delgado.

2. Pilóricas: secretam muco para proteger a mucosa


Fatores gástricos que promovem o esvaziamento: pilórica do ácido gástrico e secretam gastrina na
corrente sanguínea (pela célula G) (20%)
a) Efeito do volume alimentar gástrico: quanto maior o
volume de alimentos, maior o esvaziamento gástrico. A
Glândula gástrica: apresenta três tipos de células secretoras
dilatação da parede gástrica desencadeia reflexos
mioentéricos locais que acentuam a atividade da
a. Células mucosas do cólon: muco
bomba pilórica e, ao mesmo tempo, relaxam o piloro.

b. Células pépticas ou principais: pepsinogênio


b) Efeito do hormônio gastrina: a gastrina intensifica a
▪ No lúmen do estômago, é clivado em pepsina
atividade da bomba pilórica, promovendo o
▪ Lipase gástrica é secretada junto com a pepsina
esvaziamento.

c. Células parietais ou oxínticas: ácido gástrico (HCl) e o


Fatores duodenais que inibem o esvaziamento: fator intrínseco
▪ Causa liberação e ativação da pepsina
a) Efeito inibitório dos reflexos nervosos: quando o quimo ▪ Causa liberação de somatostatina pelas células D
entra no duodeno, são desencadeados vários reflexos ▪ Desnatura proteínas e combate bactérias
nervosos com origem na parede duodenal. Caso o ▪ Inativa a amilase salivar

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Glândula pilórica: papel crucial no controle da secreção que entram na célula e são secretados por canais de
gástrica cloreto para os canalículos.

6) Isso resulta em uma solução concentrada de ácido


hidroclorídrico nos canalículos. Esse ácido, então, é
secretado para fora pela extremidade aberta do
canalículo na luz da glândula

7) No final, a água passa por osmose aos canalículos,


compondo a secreção final que contém H2O, HCl,
cloreto de potássio (KCl) e cloreto de sódio (NaCl).

Fatores que estimulam a secreção gástrica:

a) Acetilcolina: liberada pela estimulação parassimpática,


excita a secreção de pepsinogênio, HCl e muco
Secreção de Ácido clorídrico (HCl):

b) Gastrina e histamina: estimulam a secreção de ácido


Ocorre por meio das células parietais para: pelas células parietais
• Acidificar o conteúdo gástrico
• Converter o pepsinogênio inativo em ativo (pepsina) c) Sinais endócrinos e nervosos: controlam a secreção

Como ocorre? d) ECL - Células semelhantes às enterocromafins:


controlam as células parietais, por meio da liberação de
1) Dentro das células parietais, a água se dissocia em H+ e histamina
OH- no citoplasma, a partir da bomba de hidrogênio e
potássio
Células G secretam gastrina, que estimula as células ECL a
secretarem histamina, que aumenta a secreção de HCl
2) O K+, que entraram na célula pela bomba de sódio e
potássio tendem a vazar para o lúmen, mas são
captados de volta à célula pela bomba de H+K+

3) Já o Na+ é reabsorvido para os canalículos porque a


bomba de Na+K+ basolateral produz uma baixa no
sódio intracelular, enquanto os íons H+ tomam seu lugar

4) O bombeamento de H+ para fora da célula através da


H+K -ATPase permite que o OH- se acumule e forme
HCO3-, a partir do CO2

5) O HCO3- é transportado através da membrana


basolateral para fora da célula, em troca de íons cloreto

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Secreção de pepsinogênio:

Células principais secretam pepsinogênio que, quando entra


em contato com o HCl, é clivado para formar a pepsina ativa
(enzima capaz de quebrar proteínas)

Regulação da secreção:

• Acetilcolina: liberada pelo plexo mioentérico, estimula


as células pépticas a secretarem pepsinogênio

• Ácido no estômago: estimula a secreção das células


pépticas

Secreção do Fator intrínseco:

O fator intrínseco, essencial para absorção de vitamina Bl2 no


íleo, é secretada pelas células parietais, juntamente com a
secreção de ácido clorídrico.

Fases da secreção/digestão gástrica:

1. Fase cefálica: antes do alimento entrar no estômago;


estímulos visuais, paladares ou lembrança do alimento;
originam-se no córtex cerebral e nos centros do apetite
(amigdala e hipotálamo); transmitidos pelo nervo vago;
30% da secreção

2. Fase gástrica: o alimento entra no estômago; excita


reflexos longos vasovagais (estomago-cérebro-
estomago), os reflexos entéricos locais e o mecanismo
da gastrina; leva à secreção de suco gástrico por horas;
60% da secreção

3. Fase intestinal: presença do alimento no duodeno;


secreção de 10% de suco gástrico, por causa da gastrina
liberada pela mucosa duodenal

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Carolina Cidrack – S2 M1 GT

Regulação pelo Sistema Nervoso: Distúrbios relacionados:

Reflexos curtos integrados no sistema nervoso entérico: Úlcera péptica:


• Lesão ulcerativa na mucosa gástrica ou intestinal
• Os plexos nervosos entéricos na parede intestinal agem
como um “pequeno cérebro”, permitindo que reflexos • Causada por uma falha no balanço entre os fatores que
locais sejam iniciados, integrados e finalizados protegem a mucosa gastroduodenal e os fatores que a
danificam
• Os reflexos que se originam dentro do sistema nervoso
entérico (SNE) e são integrados por ele sem sinais • Os fatores lesivos, além do H+ e da pepsina, são a
externos são denominados reflexos curtos infecção com o Helicobacter pylori (H. pylori), fármacos
anti-inflamatórios não esteroide (AINEs), estresse, fumo e
• O plexo submucoso controla a secreção pelas células consumo de álcool.
epiteliais GI. Os neurônios do plexo mioentérico na
camada muscular externa influenciam a motilidade Gastrite:
• Inflamação da mucosa gástrica, superficial ou profunda
Reflexos longos são integrados no SNC:
• Causada por infecção bacteriana crônica da mucosa
• Embora o SNE possa funcionar isoladamente, ele gástrica
também envia informações sensoriais para o SNC e
recebe aferências dele através dos neurônios • Certas substâncias irritativas ingeridas podem ser, de
autonômicos modo especial, prejudiciais como o álcool e a aspirina.

• Não importa onde eles se originam, os reflexos digestórios Doença do Refluxo gastroesofágico:
integrados no SNC são chamados de reflexos longos • Retorno do conteúdo do estomago para o esôfago e
em direção à boca
• Os reflexos longos que se originam completamente fora
do sistema digestório incluem reflexos antecipatórios e • Causa dor e inflamação constante da parede do
reflexos emocionais esôfago, gerando a azia

• Reflexos antecipatórios estão relacionados aos estímulos • Ocorre quando o músculo e o esfíncter que deveriam
da fase cefálica da secreção, já os reflexos emocionais impedir que o ácido do estômago saia do seu interior
referem-se a “borboletas no estômago” e a diarreias e não funcionam de forma adequada
vômitos induzidos psicologicamente

Exames complementares:

1. Endoscopia Digestiva Alta: avalia a situação da mucosa


dos vários órgãos do aparelho digestivo

2. Ecoendoscopia: imagens semelhantes àquelas de um


ultrassom, somadas à visão de uma endoscopia

Fome e saciedade:

Fome, apetite e saciedade são controlados por fatores


externos e pelo hipotálamo, sendo a fome especificamente
pelos núcleos laterais.

Contração de fome: ocorre quando o estomago fica vazio


por várias horas, são contrações peristálticas rítmicas do
corpo do estomago

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O hipotálamo contem:
• Centros de Fome
• Centros de Saciedade

A saciedade é causada por:


• Distensão da parede gástrica, causada pelo
armazenamento do alimento ingerido.

• Liberação de colecistocinina (CCK) no intestino.

• Liberação, pelo tecido adiposo, de leptina, que vai pela


circulação sanguínea até o cérebro, inibindo a fome.
Indica, também, a quantidade de gordura corporal.

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Intestino delgado e glândulas anexas


Objetivos de aprendizagem: Histologia:

Objetivo geral: Avaliar os aspectos morfofuncionais do − Composto por pequenos aglomerados de células

intestino delgado e das glândulas associadas epiteliais glandulares

− Aproximadamente 99% dos aglomerados (ácinos)


Objetivos específicos:
constituem a porção exócrina do órgão
1. Conhecer a morfologia das glândulas anexas (com foco
na vesícula biliar)
− As células no interior dos ácinos (células acinares)
2. Estudar a fisiologia da vesícula biliar, relacionando ao
secretam a porção enzimática do suco pancreático
fígado
3. Compreender a composição, função, secreção e − As células ductais e centroacinares secretam o
produção da bile componente de HCO3- da secreção pancreática
4. Identificar a fisiologia exócrina do pâncreas
5. Analisar as funções das secreções pancreáticas e sua − 1% restante dos aglomerados: ilhotas de langerhans

regulação formam a porção endócrina

6. Citar os principais distúrbios relacionados (pedra na


vesícula…)
7. Entender a morfologia do intestino delgado
8. Discutir a digestão e absorção dos nutrientes pelo
intestino delgado
9. Investigar a regulação da motilidade intestinal e das
secreções que se dirigem para o intestino delgado

Objetivo secundário:
1. Averiguar a icterícia e a sua relação com a bilirrubina

Pâncreas:

Anatomia: Inervação pancreática:

− Glândula retroperitoneal que mede de 12 a 15cm de


comprimento e 2,5cm de espessura O pâncreas exócrino é inervado pelo sistema nervoso
parassimpático e pelo simpático.
− Posteriormente à curvatura maior do estômago

1) Simpático: pelos nervos pós-ganglionares dos plexos


− Consiste em: cabeça, corpo e cauda
celíaco e mesentérico superior.

− Ligado ao duodeno por dois ductos


2) Parassimpático: pelo nervo vago; as fibras

− Suco pancreático: secretados por células exócrinas em parassimpáticas pré-ganglionares fazem sinapse com o

pequenos ductos que se unem para formar dois maiores sistema nervoso entérico, e as fibras pós-ganglionares
fazem sinapse no pâncreas exócrino.

− Ducto pancreático: maior; normalmente se une ao


ducto colédoco que vem do fígado e vesícula biliar e A atividade parassimpática estimula a secreção

entra no duodeno como um ducto comum dilatado pancreática, e a atividade simpática inibe a secreção

chamado de ampola hepatopancreática pancreática.

− A passagem do suco pancreático e biliar por meio da Enzimas da secreção pancreática:


ampola hepatopancreática para o duodeno do é
regulada por músculo liso que circunda a ampola: o É um líquido incolor que consiste em água, alguns sais,

músculo esfíncter da ampola hepatopancreática. bicarbonato de sódio e várias enzimas

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Dentre as enzimas, temos: HCO3- na secreção pancreática:


▪ Amilase pancreática: para digerir amido
O HCO3- gera um pH um pouco alcalino (7,1-8,2) que
▪ Tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase e elastase: tampona o suco gástrico ácido no quimo, interrompe a ação
para digerir proteína da pepsina do estômago e cria pH apropriado para a ação
de enzimas digestórias.
▪ Ribonuclease e desoxirribonuclease: para digerir ácidos
nucleicos
As células centroacinares e as ductais produzem a secreção
aquosa inicial, que é isotônica e contém Na+, K+, Cl- e HCO3-
A amilase e lipases pancreáticas são secretadas como
enzimas ativas. As proteases pancreáticas são secretadas
Essa secreção inicial é modificada por processos de
como formas inativas e convertidas às suas formas ativas no
transporte, nas células epiteliais ductais, o que resulta na
lúmen do duodeno.
secreção de HCO3 − no suco pancreático.

As enzimas pancreáticas são sintetizadas no retículo


endoplasmático rugoso das células acinares; são transferidas
para o complexo de Golgi e, então, condensadas em
vacúolos, onde são concentradas em grânulos de zimogênio,
até que ocorra estimulação.

Conversão de enzima inativa em ativa:

Tripsina: secretada como tripsinogênio

1. Quando o tripsinogênio alcança o lúmen do intestino


delgado, encontra a enzima de ativação da borda em
escova chamada enteroquinase

2. Essa enzima divide o tripsinogênio para formar a tripsina

3. Por sua vez, a tripsina atua sobre os precursores inativos


(quimotripsinogênio, procarboxipeptidase e proelastase)

Regulação da secreção pancreática:

Três estimulantes básicos:


1. Acetilcolina e Colecistocinina: estimulam as células
acinares do pâncreas a produzirem grandes
quantidades de enzimas digestivas

2. Secretina: estimula a secreção da solução de


bicarbonato pelas células ductais

Três fases:
a) Fase cefálica e gástrica: nessas fases os estímulos vagais
são os mesmos da secreção do estômago e provocam
a liberação de acetilcolina. Por esse motivo, as
secreções possuem pequeno volume e altas
concentrações de enzimas digestivas

b) Fase intestinal: nessa fase a secreção dos ductos é


fortemente estimulada em resposta ao hormônio

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secretina. Outros estímulos celulares também estão Histologia do fígado:


presentes nessa fase tais como: colecistocinina e o
peptídeo de liberação da gastrina. − Hepatócitos: principais células funcionais; funções
metabólicas, secretoras e endócrinas; secretam a bile

− Canalículos de bile: pequenos ductos entre os


hepatócitos que coletam a bile produzida
− Dos canalículos, a bile segue para dúctulos biliares e
depois para ductos biliares

− Ducto hepático comum: junção de ductos biliares forma


os dutos hepáticos esquerdo e direito, que se juntam
para formar o hepático comum; une-se com o ducto
cístico da vesícula para formar o ducto colédoco, por
onde a bile entra no duodeno

− Sinusoides hepáticos: capilares sanguíneos altamente


permeáveis entre os hepatócitos que recebem sangue
oxigenado de ramos da artéria hepática e sangue
venoso rico em nutrientes de ramos da veia porta do
fígado

− Tríade portal: ducto biliar + ramo da artéria hepática +


Fígado e vesícula biliar:
ramo da veia hepática

Anatomia do fígado:
Os hepatócitos, o sistema de ductos biliares e os sinusoides
− Glândula mais pesada do corpo (1,4kg no adulto) hepáticos podem ser organizados em unidades anatômicas
− Segundo maior órgão, perdendo só pra pele e funcionais de três maneiras diferentes:
− Inferior ao diafragma
− Quase totalmente recoberto por peritônio visceral 1. Lóbulo hepático: forma hexagonal
− Completamente coberto por tecido conjuntivo denso
irregular 2. Lóbulo portal: enfatiza a secreção biliar; o ducto biliar de
− Dividido em dois lobos principais pelo ligamento uma tríade portal é considerado o centro do lóbulo
falciforme portal; triangular
− Lobo hepático direito: maior
− Lobo hepático esquerdo: menor 3. Ácino hepático: unidade estrutural e funcional; enfatiza
a função endócrina do fígado
Anatomia da vesícula:

− Fundo da vesícula: se projeta inferiormente além da


margem inferior do fígado
− Corpo da vesícula: parte central
− Colo da vesícula: parte afunilada

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Histologia da vesícula: 4. Quando a absorção dos lipídios é completada, os sais


biliares são recirculados para o fígado pela circulação
− A túnica mucosa é composta por epitélio colunar simples êntero-hepática
disposto em pregas semelhantes às do estômago.
Composição da bile:
− Não tem tela submucosa e a túnica muscular da parede
é constituída por fibras de músculo liso. A bile, necessária para a digestão e absorção de lipídios, é
composta por:
− A contração das fibras musculares lisas ejeta o conteúdo − Sais biliares: 50% da bile
da vesícula biliar para dentro do ducto cístico. − Pigmentos biliares, como a bilirrubina
− Colesterol e fosfolipídios
− O revestimento exterior da vesícula é o peritônio visceral.
− Íons e água

− Funções: armazenar e concentrar a bile produzida pelo


A bile é produzida e secretada pelo fígado, armazenada na
fígado (até dez vezes) até que ela seja necessária no
vesícula biliar e ejetada para o lúmen do intestino delgado
intestino delgado.
quando a vesícula biliar é estimulada a se contrair.

Embora os hepatócitos liberem bile continuamente,


aumentam a sua produção e secreção quando o sangue do
sistema porta contém mais ácidos biliares; assim, conforme a
digestão e absorção prosseguem no intestino delgado, a
liberação da bile aumenta.

O volume máximo da vesícula na verdade é de 30 a 60


mililitros, mas em certas condições armazena até 450 mililitros
porque a mucosa reabsorve substâncias como água e sais.

Secreção e circulação dos sais biliares:

Bilirrubina:

A bilirrubina é um metabolito do heme, um composto do ferro


presente em várias proteínas, possui função oxidante mas
também serve como meio para excretar o heme
desnecessário.
1. Hepatócitos sintetizam e secretam os componentes da
bile
Esse composto e seus metabólitos proporcionam a cor da bile
2. A bile flui para fora do fígado, pelos dutos e preenche a e das fezes, bem como, em menor grau, da urina.
vesícula, onde é armazenada
A bilirrubina tem um potencial tóxico e não deve permanecer
3. Quando o quimo alcança o duodeno, a CCK é
no corpo.
secretada, estimulando a contração da vesícula e o
relaxamento do esfíncter de oddi, fazendo a bile fluir
para o duodeno

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Síntese de bilirrubina: excretada na bílis e, portanto, é absorvida para a


a) A fagocitose dos eritrócitos envelhecidos libera ferro, circulação.
globina e bilirrubina (derivada do heme)
Na icterícia obstrutiva, a urina é escura devido à alta
b) O ferro e a globina são reciclados concentração urinária de bilirrubina conjugada, e as fezes
são claras (“cor de barro”), devido à diminuição da
c) A bilirrubina é secretada na bile e, por fim, é
decomposta no intestino quantidade de estercobilina fecal.

d) Libera estercobilina omo produto de degradação nas


fezes

Morfologia do intestino delgado:

Dividido em três regiões:


1. Duodeno: primeiros 25cm; mais curta; inicia-se no
músculo esfíncter do piloro e tem a forma de um tubo
em C

2. Jejuno: depois do duodeno; aproximadamente 1m e se


estende até o íleo; esvazia-se no momento da morte

3. Íleo: última e mais longa região; aproximadamente 2m;


junta-se ao intestino grosso em um esfíncter de musculo
liso chamado óstio ileal

Além de secretar a bile, o fígado desempenha inúmeras


outras funções, como:
▪ Metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas
▪ Processamento de fármacos e hormônios
▪ Excreção de bilirrubina
▪ Síntese de sais biliares
▪ Armazenamento
▪ Fagocitose
▪ Ativação da vitamina D

Icterícia x Bilirrubina: A parede do intestino é composta pelas mesmas 4 camadas


que formam a maior parte do canal alimentar:
Icterícia é a coloração amarela da pele e esclerótica dos
olhos devido à acumulação de bilirrubina livre ou conjugada. 1) Túnica mucosa: camada epitelial, lâmina própria e
lâmina muscular da mucosa
Pode ocorrer quando: 2) Túnica submucosa
a) Há aumento da destruição de células vermelhas do 3) Túnica muscular
sangue, que resulta num aumento da produção de 4) Túnica serosa
bilirrubina não conjugada.
Camada epitelial: epitélio colunar simples com muitos tipos
b) Há obstrução das vias biliares ou doença do fígado, mas, de células
nesses casos, a bilirrubina conjugada não pode ser
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− Células absortivas: liberam enzimas que digerem o − Microvilosidades: projeções da membrana apical das
alimento e contém microvilosidades que absorvem os células absortivas; formam uma borda em escova
nutrientes no quimo do intestino delgado

− Células caliciformes: secretam muco

− Glândulas intestinais: formadas por células que revestem


fendas profundas da túnica mucosa; secretam suco
intestinal

− Células de Paneth: secretam lisozima e são capazes de


realizar fagocitose; podem atuar na regulação da
população microbiana do intestino delgado

− Células enteroendócrinas: três tipos distintos Papel do suco intestinal e das enzimas da borda em escova:
1. Células S: secretam secretina
2. Células CCK: secretam colecistocinina Suco intestinal: cerca de 1 a 2 litros são secretados
3. Células K: secretam polipeptídio inibidor gástrico diariamente; contém água e muco e é ligeiramente alcalino
(PIG) (pH 7,6), devido à alta concentração de HCO3-; junto com o
suco pancreático, auxilia a absorção de nutrientes

Enzimas da borda: 4 enzimas que digerem carboidratos, a-


dextrinase, maltase, sacarase e lactase; enzimas que
digerem proteínas, peptidases (aminopeptidase e
dipeptidase) e 2 enzimas que digerem nucleotídeos, as
nucleosidases e as fosfatases

Digestão no intestino delgado:

Na boca, inicia-se a digestão de carboidratos; no estômago


inicia-se a digestão de proteínas e de lipídios

Assim, quando o quimo chega no intestino ele contém


A lâmina própria da túnica mucosa do intestino delgado
carboidratos, lipídios e proteínas parcialmente digeridos, os
contém tecido conjuntivo areolar e tecido linfoide associado
quais terão a digestão concluída com o esforço coletivo so
à mucosa (MALT) abundante.
suco pancreático, bile e do suco intestinal.

Submucosa: contém glândulas duodenais que secretam


Digestão dos carboidratos:
muco alcalino que ajuda a neutralizar o ácido gástrico no
quimo
O pH ácido do estômago destrói a amilase salivar e encerra
a sua atividade, então, apenas alguns amidos são
Além disso, as características estruturais especiais do intestino
fragmentados quando o quimo deixa o estômago.
delgado facilitam o processo de digestão e absorção.

Esses amidos que ainda não foram clivados em maltose,


− Pregas circulares: começam no duodeno e terminam na
maltotriose e a-dextrina são clivados pela amilase
porção média do íleo; aumentam a absorção pelo
pancreática, uma enzima do suco pancreático.
aumento da área de superfície

Depois que a amilase (salivar ou pancreática) clivou o amido


− Vilosidades: projeções digitiformes da túnica mucosa
em fragmentos menores, uma enzima da borda em escova
que aumentam muito a área de superfície disponível
chamada α-dextrinase age nas αdextrinas resultantes,
para absorção e digestão
desencaixando uma unidade de glicose de cada vez.

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As moléculas de sacarose, lactose e maltose ingeridas Os nucleotídeos resultantes dessas nucleases terminam de
permanecem intactas até chegaram ao intestino delgado, serem digeridos por nucleosidases e pela fosfatase.
sendo digeridas pelas enzimas sacarase, lactase e maltase,
respectivamente. Absorção no intestino delgado:

Finalmente, quando todas as moléculas de carboidratos Depois da digestão, os alimentos encontram-se em formas
foram clivadas em monossacarídeos, o sistema digestório é mais simples, capazes de serem absorvidas pelas células
capaz de absorvê-las. epiteliais absortivas:

Digestão das proteínas: − Monossacarídios


− Aminoácidos individuais, dipeptideos e tripeptideos

No estômago, a enzima pepsina começa a digestão de − Ácidos graxos, glicerol e monoglicerídios

proteínas. No intestino, as enzimas do suo pancreático


(tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase e elastase) Essa absorção ocorre por meio de difusão, difusão facilitada,

continuam clivando as proteínas em peptídeos. osmose e transporte ativo; sendo caracterizada pela
passagem de nutrientes digeridos do canal alimentar para o

Embora todas as enzimas clivam as proteínas em peptídeos, sangue ou linfa.

suas ações são diferentes porque cada uma cliva ligações


pépticas distintas. Absorção de monossacarídios:

A digestão de proteínas é completada por duas peptidases Intestino absorve 120g de monossacarídios por hora.

da borda da escova: aminopeptidase e dipeptidase.


Quase todos os carboidratos digeridos são absorvidos, com
exceção da celulose.
Digestão de lipídios:

Eles passam do lúmen através da membrana apical por


Os principais lipídios na dieta são os triglicerídeos (1 molécula
difusão facilitada ou transporte ativo.
de glicerol + 3 moléculas de ácidos graxos).

No final, passam das células epiteliais das vilosidades para o


As enzimas capazes de quebrar as moléculas de triglicerídeos
capilar sanguíneo, que segue para a veia porta do fígado,
e fosfolipídios são as lipases, que se dividem em três:
chegando no fígado
− Lipase lingual, gástrica e pancreática

→ Frutose: difusão facilitada


No caso, a lipase pancreática é a maior responsável pela → Glicose e galactose: transporte ativo secundário
digestão de lipídios. (acoplado ao transporte ativo de Na+)

No entanto, antes que um lipídio possa ser digerido, ele deve


passar por uma emulsificação (processo que o lipídio é
dividido em várias gotículas de gordura).

Nesse sentido, os sais biliares contidos na bile são anfipáticos,


e essa propriedade possibilita emulsificar uma grande
partícula de lipídio.

Depois de emulsificadas, as gotículas de gordura apresentam


uma maior área de superfície, que possibilita uma ação mais
eficaz da lipase pancreática.

Digestão dos ácidos nucleicos:

O suco pancreático contém duas nucleases: a ribonuclease


(digere RNA) e a desoxirribonuclease (digere DNA).

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Absorção de aminoácidos, dipeptideos e tripeptideos: Sais biliares:


− Circundam essas moléculas hidrofóbicas no quimo,
A maior parte das proteínas é absorvida como aminoácidos formando esferas: micelas. Quando formadas, elas se
por meio de transporte ativo, principalmente no duodeno e movem do lúmen do intestino delgado para a borda
no jejuno. em escova das células absortivas, nesse momento os
ácidos graxos conseguem se difundir.
Alguns aminoácidos são transportados por transporte ativo
secundário dependentes de Na+, semelhante à glicose. Uma vez nas células absortivas, essas moléculas formam um
agregado chamado quilomícron, composto por triglicerídios,
Normalmente, 95 a 98% das proteínas no intestino delgado fosfolipídios e colesterol, revestido com proteínas.
são digeridos e absorvidos.
Os quilomícrons deixam as células absortivas via exocitose,
Os aminoácidos saem das células por difusão e entram nos mas como são grandes não conseguem penetrar nos
capilares das vilosidades, seguindo para o fígado através do capilares, em vez disso, entram nos vasos lactíferos (com
sistema porta hepático. poros maiores).

Desses vasos, eles são transportados pelos vasos linfáticos


para o ducto torácico e entram no sangue pela junção entre
as veias jugular interna esquerda e subclávia esquerda.

Dentro de 10 minutos após a absorção, metade dos


quilomícrons já foram removidos do sangue, à medida que
passam pelos capilares do fígado e do tecido adiposo.

Absorção de lipídios e sais biliares:

Todos os lipídios da dieta são absorvidos por difusão simples.

Os adultos absorvem cerca de 95% dos lipídios presentes no


intestino delgado; já os recém-nascidos absorvem 85%,
devido a menor produção de bile.

Resumo:
Os triglicerídios são fragmentados em monoglicerídios e
ácidos graxos, que podem ser tanto ácidos graxos de cadeia
curta quanto ácidos graxos de cadeia longa.

Ácidos graxos de cadeia curta:


− São hidrofóbicos, mas são mais hidrossolúveis que os de
cadeia longa; por isso, podem se dissolver no quimo
intestinal, passam através das células absortivas por
difusão simples, e seguem o mesmo trajeto dos demais
nutrientes.

Ácidos graxos de cadeia longa, de cadeia curta grande e os


monoglicerídios:
− São muito hidrofóbicos; por isso, tem dificuldade em se
dissolver no quimo intestinal; assim, os sais biliares
ajudam a torna-los mais solúveis

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Absorção de eletrólitos: Motilidade intestinal:

São compostos que se separam em íons na água e Motilidade é termo geral que se refere à contração e
conduzem eletricidade. relaxamento das paredes e dos esfíncteres do trato
gastrointestinal.
Íons Na+: chegam nas células absortivas por difusão e
transporte ativo secundário e saem por bomba de Na+ e K+ No intestino delgado, serve para misturar o quimo com as
enzimas digestivas e com as secreções pancreáticas, expor
Íons negativos (Cl-; HCO3-; I-; NO3-): podem seguir o Na+ os nutrientes à mucosa intestinal para sua absorção, e
passivamente ou serem transportados de forma ativa. propelir o quimo não absorvido em direção ao intestino
grosso.
Íons Ca2+ são absorvidos ativamente, assim como íons ferro,
magnésio e fosfato Nesse local, a frequência das ondas lentas determina a
frequência com que os potenciais de ação e as contrações
Absorção de vitaminas: ocorrem.

Lipossolúveis (K; E; D; A): são incluídas nas micelas com os Ondas lentas são mais frequentes no duodeno (12 ondas por
lipídios ingeridos e são absorvidas por difusão simples. minuto) do que no estômago. No íleo, a frequência das
ondas lentas diminui ligeiramente para nove ondas por
Hidrossolúveis: quase todas são absorvidas por difusão minuto.
simples, com exceção da B12, que se combina ao fator
intrínseco no estômago e é absorvida no íleo por transporte As contrações (chamadas complexos mioelétricos
ativo. migratórios) ocorrem a cada 90 minutos, para limpar o
intestino delgado de quimo residual.
Absorção de água:
Inervações:
Existe inervação tanto parassimpática quanto simpática no
intestino delgado.

− Parassimpática: é pelo nervo vago; aumenta a


contração da musculatura lisa intestinal

− Simpática: por fibras que se originam nos gânglios


celíaco e mesentérico superior; reduz a contração.

Padrões de contração no intestino delgado:


Existem dois:

− Contrações de segmentação: servem para misturar o


quimo e expô-lo às enzimas e secreções pancreáticas

− Contrações peristálticas: servem para propelir o quimo,


ao longo do intestino delgado, para o intestino grosso

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Reflexos intestinais: Distúrbios que acometem as glândulas anexas:


A estimulação parassimpática aumenta a contração do
músculo liso do intestino e a simpática a diminui. O reflexo do Pancreatite: As pancreatites são classificadas como agudas
peristaltismo é coordenado pelo sistema nervoso entérico. ou crônicas.
− Aguda: inflamação que se resolve tanto clínica como
Existe também: histologicamente.
a) Reflexo gastroileal: mediado pelo SNA, que leva o − Crônica: alterações histológicas irreversíveis e
conteúdo intestinal até o intestino grosso progressivas e resultam em provável perda das funções
pancreáticas exócrina e endócrina.
b) Reflexo gastrocólico: sinais do estômago para a
evacuação do cólon Colelitíase: presença de um ou mais cálculos (pedras) dentro
da vesícula biliar; tende a ser assintomática.
c) Reflexo gastroileal: força a passagem do quimo pela − O sintoma mais comum é a cólica biliar, mas os cálculos
válvula ileocecal não causam dispepsia ou intolerância a alimentos
gordurosos.
Controle hormonal: − Complicações mais sérias incluem obstrução do trato
biliar, algumas vezes acompanhada de infecção e
Os hormônios gastrointestinais são liberados na circulação pancreatite biliar.
porta e exercem as ações fisiológicas em células-alvo, com
receptores específicos para o hormônio. Distúrbios que acometem o intestino delgado:

Alguns hormônios agem na motilidade intestinal: Gastroenterite: inflamação do revestimento do estômago e


dos intestinos grosso e delgado. Muitos casos são infecciosos,
embora a gastroenterite possa ser secundária à ingestão de
fármacos e toxinas químicas.

Doenças inflamatórias intestinais:


− Doença de Chron e colite ulcerativa
− Quadro recidivante caracterizado pela inflamação
crônica em vários locais do trato gastrintestinal, que
resulta em diarreia e dor abdominal.

Vômito:

A Informação aferente vai para o centro do vômito, no


bulbo, promovendo o reflexo do vômito.
O reflexo do vômito inclui: peristaltismo reverso que se inicia
no intestino delgado; relaxamento do estômago e piloro;
inspiração forçada para aumentar a pressão abdominal;
movimento da laringe para cima e para a frente,
relaxamento do esfíncter esofágico inferior; fechamento da
glote e expulsão forçada do conteúdo gástrico e, algumas
vezes, duodenal.

Quando se tenta vomitar (mas, sem conseguir) o esfíncter


esofágico superior permanece fechado, e, como o esfíncter
esofágico inferior permanece aberto, o conteúdo gástrico
retorna ao estômago quando essa tentativa termina.

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Intestino grosso
Objetivos de aprendizagem: passam, desde o cólon e o reto, para a medula espinhal
e, então, retornam, produzindo as contrações
Objetivo geral: Compreender a fisiologia do intestino grosso necessárias à defecação (os reflexos da defecação).

Objetivos específicos: Morfologia do intestino grosso:


1. Descrever os reflexos do TGI
2. Analisar a morfologia do intestino grosso É a parte terminal do canal alimentar e possui as seguintes
3. Compreender a digestão e a absorção no intestino atuações:
grosso
4. Elucidar a motilidade intestinal 1. A agitação das saculações do colo, o peristaltismo e o
5. Estudar a passagem do quilo pelo intestino grosso peristaltismo da massa movem o conteúdo do colo para
(observando o controle e os reflexos) o reto.
6. Entender o processo de defecação (mencionando reto
2. As bactérias do intestino grosso convertem as proteínas
e ânus)
em aminoácidos, clivam os aminoácidos e produzem
7. Conhecer a microbiota intestinal
algumas vitaminas B e vitamina K.
8. Citar quais os principais distúrbios (focando na prisão de
ventre)
3. Absorção de um pouco de água, íons e vitaminas.
9. Identificar os principais exames dessa região do TGI
4. Formação das fezes.
Reflexos do TGI:
5. Defecação (esvaziamento do reto).

A conexão do sistema nervoso entérico com o simpático e o


Anatomia:
parassimpático suportam três tipos de reflexos que são
essenciais para o controle gastrointestinal:
• Possui cerca de 1,5m de comprimento, estendendo-se
do fim do íleo até o ânus
1. Reflexos completamente integrados na parede intestinal
do sistema nervoso entérico. Controlam grande parte da • Ligado à parede posterior do abdome por seu mesocolo
secreção gastrointestinal, peristaltismo, contrações de (camada dupla de peritônio)
mistura, efeitos inibidores locais etc.
• 4 regiões principais: ceco, colo, reto e canal anal

2. Reflexos do intestino para os gânglios simpáticos pré-


• A abertura do íleo para o grosso apresenta o óstio ileal
vertebrais e que voltam para o trato gastrointestinal.
ou esfíncter ileocecal
Transmitem sinais por longas distâncias, para outras áreas
do TGI, tais como sinais do estômago que causam a • Ao lado do óstio, está o ceco
evacuação do cólon (reflexo gastrocólico), sinais do
• Anexado ao ceco, há o apêndice vermiforme
cólon e do intestino delgado para inibir a motilidade e a
secreção do estômago (reflexos enterogástricos), e
• A extremidade aberta do ceco se funde a um tubo,
reflexos do cólon para inibir o esvaziamento de
chamado de colo
conteúdos do íleo para o cólon (reflexo colonoileal).
• Colo é dividido em: ascendente, transverso,
3. Reflexos do intestino para a medula ou para o tronco descendente e sigmoide
cerebral e que voltam para o trato gastrointestinal.
• O reto começa no fim do colo sigmoide
Incluem, especialmente, (1) reflexos do estômago e do
duodeno para o tronco cerebral, que retornam ao
• Os 2 a 3cm terminais do intestino grosso são chamados
estômago — por meio dos nervos vagos — para
de canal anal
controlar a atividade motora e secretória gástrica; (2)
reflexos de dor que causam inibição geral de todo o • A abertura do canal anal para o exterior é conhecida
trato gastrointestinal; e (3) reflexos de defecação que como ânus, que possui dois esfíncteres

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Carolina Cidrack – S2 M1 GT

− Esfíncter interno: involuntário; m. liso Digestão mecânica no intestino grosso:


− Esfíncter externo: voluntário; m. esquelético
A passagem do quimo – do íleo ao ceco – é controlada pela
ação do óstio ileal, que normalmente permanece
parcialmente fechado, ou seja, a passagem ocorre de forma
lenta.

Ok, mas como ocorre?

Após uma refeição, o reflexo gastroileal intensifica o


peristaltismo no íleo, forçando o quimo em direção ao ceco,
ajudado pelo hormônio gastrina, que relaxa o óstio ileal.

Histologia: À medida que o ceco se distende, o grau de contração do


óstio ileal se intensifica. Conforme o quimo passa pelo óstio,
• Parede do intestino tem 4 camadas típicas: mucosa, ele enche o ceco e acumula-se no colo ascendente.
submucosa, muscular e serosa

Como o quimo se move pelo intestino delgado em uma


• Mucosa: epitélio colunar simples, lâmina própria e lâmina velocidade constante, o tempo necessário para uma
muscular (m. liso); contém células absortivas e refeição passar para o colo é determinado pelo
caliciformes; contém nódulos linfáticos esvaziamento gástrico.
− Absortivas: absorção de água
− Caliciformes: muco para lubrificação Como o quimo percorre o intestino até chegar no reto?

• Submucosa: tecido conjuntivo areolar Com a ajuda de três movimentos:


1. Agitação das saculações do colo: as saculações
• Muscular: músculo liso longitudinal e circular; formam 3 permanecem relaxadas e são distendidas quando se
bandas definidas chamadas tênias do colo, as enchem, assim, quando determinado ponto se distende,
contrações dessas bandas unem o colo em várias bolsas as paredes se contraem e espremem o conteúdo para
chamadas saculações do colo ou haustrações a próxima saculação

• Serosa: parte do peritônio visceral 2. Peristaltismo: ocorre, porém em ritmo lento (3 a 12


contrações por minuto)

3. Peristaltismo em massa: forte onda peristáltica começa


aprox. na metade do colo transverso e leva
rapidamente o conteúdo para o reto; é estimulado pelo
reflexo gastrocólico

E a válvula ileocecal?

É uma válvula localizada na região do óstio ileal com a


função de evitar o refluxo do conteúdo fecal do ceco para
o íleo.

Ela se projeta para o lúmen do ceco e é fechada quando o


aumento de pressão no ceco empurra o conteúdo contra a
abertura da válvula.

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decomposição bacteriana, materiais digeridos e não


absorvidos e partes não digeríveis de alimentos

E a água?

Cerca de 0,5 a 1L de água chega ao intestino grosso, dos


quais quase tudo é absorvido por osmose.

Digestão química no intestino grosso:

É a fase final da digestão e ocorre – no colo – por meio da


ação de bactérias que habitam o lúmen.

Apesar as glândulas do intestino grosso liberarem muco, elas


não liberam enzimas. Então, as bactérias exercem essa
função de facilitar a digestão
Reflexo de defecação:
Como elas fazem isso?
Os movimentos do peristálticos em massa empurram o
As bactérias preparam o quimo à medida que fermentam material fecal do colo sigmoide para o reto, assim, a parede
quaisquer carboidratos restantes, liberam hidrogênio, dióxido retal se distende, o que estimula os receptores de
de carbono e gases metano. estiramento, iniciando um reflexo de defecação.

Além disso, também convertem quaisquer proteínas restantes Como ocorre esse reflexo?
em aminoácidos e fragmentam estes em substâncias mais
simples e fáceis de serem absorvidas 1. O reto se distende
Um pouco dessas substâncias – no caso o indol e o escatol –
2. Receptores de estiramento enviam impulsos nervosos
são eliminados com as fezes, contribuindo para o seu odor; o
sensitivos para a medula espinal sacral
resto é absorvido, transportado para o fígado, convertidos
3. Impulsos motores da medula chegam aos nervos
em compostos menos tóxicos e eliminados na urina.
parassimpáticos de volta para o colo asc. desc.
Sigmoide, reto e anus
As bactérias também tem como produto várias vitaminas
necessárias para o metabolismo normal, como algumas
4. Os músculos longitudinais retais se contraem e encurtam
vitaminas B e a vitamina K.
o reto

Absorção e formação das fezes: 5. A pressão no interior do reto aumenta

6. Junto com essa pressão, as contrações voluntárias do


O quimo, que até agora permaneceu no intestino grosso de
diafragma e dos mm. Abdominais, além do estímulo
3 a 10h, virou sólido (ou semissólido, por causa da absorção
parassimpático, abrem o esfíncter interno do ânus
de água) e é chamado de fezes.

7. Voluntariamente, o esfíncter externo do ânus é relaxado


Em que consistem as fezes:
8. Defecação ocorre: fezes são expelidas pelo ânus
Consiste em água, sais inorgânicos, células epiteliais da
túnica mucosa do canal alimentar, bactérias, produtos da

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Carolina Cidrack – S2 M1 GT

Se for voluntariamente contraído, a defecação pode ser Constipação intestinal:


adiada.
É a defecação infrequente ou difícil, causada pela
Se a defecação não ocorrer, as fezes voltam para o colo diminuição da motilidade do intestino.
sigmoide até que a próxima onda de peristaltismo em massa
estimule os receptores de estiramento, novamente Como as fezes permanecem no colo por períodos
produzindo a vontade de defecar. prolongados, ocorre uma absorção excessiva de água, e as
fezes tornam-se ressecadas e duras.
Em crianças, o reflexo de defecação provoca esvaziamento
automático do reto, porque o controle voluntário do músculo A constipação intestinal pode ser causada por maus hábitos
esfíncter externo do ânus ainda não se desenvolveu. (adiar a defecação), espasmos do colo, teor insuficiente de
fibras na dieta, ingestão inadequada de líquidos, falta de
A variação normal de atividade intestinal vai de 2 ou 3 exercício, estresse emocional e certos medicamentos.
defecações por dia a 3 ou 4 defecações por semana;
podendo variar com vários fatores. Um tratamento comum é um laxante suave, como o leite de
magnésia, que induz à defecação. No entanto, muitos
médicos afirmam que os laxantes viciam, e que adicionar
fibras à dieta, aumentar a prática de exercícios físicos e
aumentar a ingestão de líquido são maneiras mais seguras de
controlar este problema comum.

Principais exames dessa região:

1. Enema opaco:
− Contraste baritado (via endorretal)
− Estudo anatômico do canal retal ao ceco

Indicações:
− Duplo contraste: neoplasia, doença diverticular
− Sem duplo contraste: Crianças, colostomizados,
megacólon chagásico

Distúrbios principais da defecação: Contra-indicações: suspeita de ruptura de alça

Diarreia: 2. Ultrassom endorretal


3. Colonoscopia
É um aumento da frequência, do volume e do teor de líquido
das fezes, causado por aumento na motilidade e diminuição
na absorção pelos intestinos.

Quando o quimo passa muito rápido pelo intestino delgado


e as fezes passam muito rápido pelo intestino grosso, não há
tempo suficiente para a absorção e ocorre a diarreia.

A diarreia frequente pode resultar em desidratação e


desequilíbrio eletrolítico. A motilidade excessiva pode ser
causada pela intolerância à lactose, estresse e
microrganismos que irritam a túnica mucosa gastrintestinal.

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