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UNICESUMAR – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ

BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA


SINVAL MATOS DOS SANTOS
R.A.: 22310616-5

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO II – EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA

PIRAPORA/MG
2024
1 INTRODUÇÃO

Este relatório apresenta uma reflexão sobre o estágio realizado durante a disciplina de
Estágio Supervisionado II - Bacharelado. Reconhecido como uma etapa fundamental na formação
profissional, o estágio proporciona a oportunidade de integrar teoria e prática em áreas relevantes
para o mercado de trabalho. Os estagiários adquirem conhecimentos e habilidades que
complementam sua formação, baseados em experiências práticas da profissão
(ALBURQUERQUE, LIRA E RESENDE, 2012).

Durante o estágio, fui incumbido de atividades que visavam orientar-me sobre o


direcionamento profissional mais alinhado às minhas necessidades e capacidades intelectuais. A
sólida base teórica adquirida permitiu-me abordar as questões de forma sensata e responsável,
facilitando a compreensão dos alunos tanto na teoria quanto na prática. Esse processo contribuiu
para que os alunos realizassem suas atividades com maior segurança e confiança,
compreendendo a finalidade de seus esforços.

No contexto específico da atividade física para pessoas com deficiência, os benefícios


fisiológicos do exercício regular assemelham-se aos observados na população em geral,
conforme indicado pelo American College of Sports Medicine. Além disso, as academias de
musculação, como a Cobra Academia (Ademilson Leite Nobre – ME), proporcionam um ambiente
propício para a melhoria do bem-estar geral. Para indivíduos com deficiência física, esses
espaços representam uma oportunidade valiosa de buscar benefícios para suas vidas (DELISA et
al., 2002).

O estágio foi realizado na Cobra Academia, situada na Rua Maestro Caetano Nery
Teixeira, 83, no bairro Nova Pirapora, em Pirapora - MG. Esta academia oferece um amplo
espaço para musculação e aulas de treinos funcionais. Minhas atividades de estágio ocorriam das
19:00 às 23:00, às segundas, quartas e sextas-feiras, sob a supervisão do Professor Ademilson
Leite Nobre, que se mostrou sempre cordial e atencioso.

2 RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO – EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA

2.1 PERCEPÇÕES E REFLEXÕES SOBRE A ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO LOCAL

A Cobra Academia, sob a razão social Ademilson Leite Nobre, foi estabelecida em
21/12/2000 e está listada na Solutudo no segmento de Academias, identificada pelo CNPJ
04.802.386/0001-06. Localizada na Rua Maestro Caetano Neri Teixeira, Nº 83, no bairro Nova
Pirapora em Pirapora - MG, CEP 39270-000, a empresa está registrada na Receita Federal com o
CNAE 9313-1/00, especializada em Atividades de Condicionamento Físico.

Com relação à infraestrutura, a academia dispõe de um amplo espaço distribuído em uma


matriz e uma filial. Na matriz e na filial, encontra-se a recepção equipada com catraca para
entrada dos alunos, além de toda a área destinada aos aparelhos de musculação, espaços para
aulas de treinos funcionais, e banheiros, com destaque para a acessibilidade para pessoas com
deficiência na matriz. Na filial, há espaço para aulas de ballet, ritmos, jump e jazz funk.

A variedade de modalidades oferecidas inclui musculação, lutas, dança e funcional, com


equipamentos novos, bem mantidos e higienizados regularmente. A academia é conhecida por
sua organização, desde a recepção até as áreas de treino, com espaçamento adequado entre os
aparelhos para o conforto dos alunos.

A equipe é composta por professores capacitados, duas recepcionistas, para atender as


unidades da academia, com uma forte cultura de cuidado com a saúde e bem-estar dos
funcionários. Normas rigorosas são aplicadas para garantir a segurança durante os treinos,
incentivando o armazenamento adequado de pesos, anilhas, barras e outros equipamentos após
o uso, mantendo o ambiente sempre organizado.

O responsável pela academia promove um ambiente familiar tanto para os alunos quanto
para os funcionários, cultivando relações próximas e de apoio mútuo.

2.2 OBSERVAÇÃO/PARTICIPAÇÃO – EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA

No primeiro dia de estágio, minha entrada no ambiente familiar da academia trouxe uma
sensação de tranquilidade, pois já conhecia os professores e as normas estabelecidas, tendo sido
anteriormente um aluno frequente. Ao me deparar com o primeiro aluno, meu foco inicial foi
compreender sua faixa etária, identificar possíveis deficiências e avaliar seu ritmo de treino.

As sessões de treino se desenrolaram principalmente nos aparelhos de musculação, com


uma abordagem que dividia os exercícios entre membros inferiores e superiores. Além disso,
fizemos uso de recursos como esteira ergométrica, bola suíça, caneleiras e corda. Fiquei
satisfeito ao ver que o aluno conseguiu executar a maioria dos exercícios propostos sem a
necessidade de supervisão constante.

Durante o estágio, apoiei o professor em diversas tarefas, desde receber os alunos até
auxiliar no atendimento e na orientação durante os exercícios. Isso incluiu corrigir posturas,
instruir sobre os exercícios a serem realizados, além de auxiliar nos alongamentos pré e pós-
treino e manter a ordem nas salas de atividades.

A supervisão do professor foi marcada por sua cordialidade e respeito, sempre disposto a
explicar os detalhes de cada exercício ou treino, juntamente com seus objetivos específicos. Essa
abordagem contribuiu significativamente para o entendimento dos alunos e para o alcance efetivo
de seus objetivos de condicionamento físico.

2.3 APLICAÇÃO DE ATIVIDADES - EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA

O estágio representou uma valiosa jornada de crescimento, tanto profissional quanto


pessoal. Na teoria, lidar com pessoas que possuem necessidades especiais pode parecer menos
desafiador, porém, durante a prática, descobrimos que vai muito além disso. Cada aluno possui
sua própria individualidade, não apenas em termos físicos, mas também psicológicos.

A prática da musculação adaptada desempenha um papel crucial na reabilitação de


indivíduos com deficiência, proporcionando benefícios não apenas motores, psicológicos e
sociais, mas também estéticos. Um dos maiores desafios enfrentados foi adaptar os exercícios
para membros inferiores nos aparelhos de musculação, que foram projetados pensando em
pessoas sem deficiências.

Alunos que praticam musculação enfrentam desafios únicos devido às suas deficiências
físicas, os quais exigem adaptações especiais nos exercícios. Essas dificuldades podem variar
amplamente dependendo do tipo e do grau da deficiência, mas muitas vezes envolvem limitações
de mobilidade, equilíbrio, força muscular e coordenação motora.

Um dos obstáculos mais comuns é a dificuldade de executar exercícios que envolvem


membros ou partes do corpo afetadas pela deficiência. Por exemplo, alunos com paralisia
cerebral podem enfrentar desafios ao realizar exercícios que exigem movimentos finos ou
precisos, enquanto aqueles com amputações podem ter dificuldade em equilibrar a carga entre
membros protéticos e membros naturais.

Além disso, muitos equipamentos de musculação são projetados com base na anatomia e
capacidades físicas de pessoas sem deficiências, o que pode tornar difícil para alunos com
deficiência encontrar opções adequadas. Por exemplo, máquinas que exigem estabilidade ou
apoio nos membros inferiores podem não ser viáveis para alunos com deficiências nessa área.

A falta de acessibilidade também pode ser um problema significativo. Se as instalações da


academia não forem projetadas com acessibilidade em mente, os alunos com deficiência podem
ter dificuldade em acessar certas áreas ou equipamentos, limitando sua capacidade de participar
plenamente das atividades de musculação.

No entanto, apesar dessas dificuldades, muitos alunos com deficiência física encontram
maneiras de superar os obstáculos e desfrutar dos benefícios da musculação. Isso pode envolver
trabalhar com instrutores qualificados, como a academia em questão, para que possam fornecer
orientação especializada e adaptar os exercícios para atender às necessidades individuais de
cada aluno. Além disso, a tecnologia de assistência, como dispositivos de suporte ou próteses,
pode ser útil para melhorar a capacidade de participar de atividades de musculação.

Em última análise, a chave para superar as dificuldades enfrentadas por alunos com
deficiência na musculação reside na adaptação, na colaboração entre alunos e instrutores e no
compromisso com um programa de exercícios individualizado e acessível. Sendo que, pude
vivenciar a qualidade e prestatividade do atendimento a todos os alunos na Academia em que
realizei este estágio.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao término deste processo, fica evidente a importância não apenas da prática regular da
musculação, mas de atividades físicas em geral, na vida das pessoas com deficiência. Essas
atividades representam uma maneira eficaz de melhorar não só a qualidade de vida, mas também
o bem-estar físico, mental e social, contribuindo significativamente para elevar a autoestima
desses indivíduos.

A oportunidade de trabalhar com esse público proporcionou não apenas uma experiência
enriquecedora, mas também uma oportunidade contínua de observar as evoluções e melhorias
que o exercício físico pode promover na saúde e na qualidade de vida do praticante. Essa
vivência estimula um constante desejo de aprendizado, incentivando a busca por informações e
conhecimentos técnicos-científicos para aprimoramento profissional.

É fundamental que nós, estudantes de Educação Física, estejamos sempre empenhados


em ampliar nossos conhecimentos sobre atividade física acessível a pessoas com deficiência.
Afinal, em qualquer momento de nossa carreira, podemos nos deparar com alunos que possuam
alguma deficiência, e é nossa responsabilidade estar habilitados e preparados para oferecer um
atendimento eficaz a essa parcela da população, que cresce cada dia mais. Esse compromisso
com a inclusão e a acessibilidade é essencial para promover uma sociedade mais justa e
igualitária.

4 REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, Alberto.; LIRA, João.; RESENDE, Rui. Representações dos professores de


Educação Física sobre o seu ano de prática de ensino supervisionada. In: NASCIMENTO, Juarez
Vieira do; FARIAS, Gelcemar Oliveira (Orgs.). Construção da identidade profissional em
educação física: da formação a intervenção. Florianópolis, SC: EdUDESC,2012.

ANDRADE FILHO, N. F. Formação profissional em Educação Física: uma súmula da discussão


dos anos de 1996 a 2000. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, SP, v. 22, n.
3, p. 23-37, 2001.
ANTUNES, A. C. Mercado de trabalho e educação física: aspectos da preparação
profissional. Revista de Educação da Anhanguera Educacional, Valinhos, v. 10, n. 10, p. 141-
149, 2007.

AZEVEDO, A. C. B.; MALINA, A. Memória do currículo de formação profissional em Educação


Física no Brasil. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, SP, v. 25, n. 2, p. 129-
142, 2004.

BORELLA, D. R. Atividade Física Adaptada no contexto das matrizes curriculares dos


cursos de Educação Física 2010. 164p. Tese (Doutorado em Educação Especial)-Centro de
Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Paulo, 2010.

DELISA, J. A. et al. Tratado de medicina de reabilitação – princípios e prática. 3º ed. Barueri:


Manole, 2002.

PEDRINELLI, V. J.; VERENGUER, R. C. G. Educação física adaptada: introdução ao


universo das possibilidades. In: GORGATTI, M. G.; COSTA, R. F. (Org.). Atividade física
adaptada: qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. 2. ed. Barueri:
Manole, 2008. p. 1-27.

SABA; F. Aderência: a prática do exercício físico em academias. 4ª ed. São Paulo: Manole,
2001.

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