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Bronquiolite

Viral
Internos: Eustácia Pantoja, Filipe Carvalho , Marcos Franklin, , Matheus Vieira,
Thamyres Macedo, Isaí Adegas, Joyciane Gomes, Levi Lopes (Letícia Lopes) ,
Mariani Marques. Sarah Oliveira
Introdução
A bronquiolite viral aguda (BVA) é a infecção do trato respiratório inferior mais
comum em crianças de até 2 anos, com maior incidência em lactentes de até 6
meses de idade.

É a causa mais frequente de internação hospitalar de lactentes.


Características do aparelho respiratório do
lactente:

Superficie de troca gasosa ainda não plenamente desenvolvida.


- Resistência aérea é alta nos primeiros meses de vida.
Frequência respiratório elevada.
Anticorpos adquirido passivamente da mãe na vida intrauterina, caem nos primeiros
meses após nascimento.

A BVA produz uma doença heterogênea, as lesões citopatogenicas do vírus vão alem
do epitélio bronquiolar, a resposta imune e inflamatória do nenem podem
comprometer o desenvolvimento das vias aeríferas a médio/longo prazo.
Sinais iniciais: febre, coriza e tosse

Após 3 ou 4 dias, surgem sintomas do TRI: sibilância, dificuldade respiratoria


retracao torácica e assíncronia toracoabdominal nos casos mais graves.
Como a crianca adquire BVA?

Fonte de infecção:membro da família ou da creche.


O ser humano é a única fonte de infecção.
Transmissão: contato direto ou proximo com secreções
contaminadas (gotículas).
O período de incubação: 2 a 8 dias
Periodo de disseminaçao viral e de 3 a 8 dias.
VSR (70%) não conferem imunidade completa. Reinfecções
durante a vida.
Etiologia

Vírus Sincicial respiratório - VRS - 75%


Rinovŕus
Parainfluenza tipo 3
Influenza
Adenovírus
Coronavírus
Bocavírus humano
Metapneumovírus humano
Etiologia
Vírus Sincicial respiratório - VSR

Familia Paramyxoviridae - RNA vírus


Proteínas G - subgrupo A e B Sazonalidade definiida: outono e inverno
Proteína F Casos graves
Não gera resposta imunológica
duradoura
Quadro clínico
Fases:

Pródromo: 2-4 dias


> Febre baixa, coriza, obstrução nasal, espirros

Comprometimento de via aérea: pico 3-5 dias


> Tosse, sibilância, estertores e desconforto respiratório

Melhora progressiva: após 5 dias


> Resolução total 2-3 semanas
Quadro clínico
MAIOR GRAVIDADE

Desconforto respiratório grave

Taquipnéia > 60 ipm

Apnéia

Hipoxemia ( sat02< 95%)


Diagnóstico

Clínico: rinorreia, tosse e febre baixa, e evolui


para dificuldade respiratória.

Ao exame físico: sibilância, pode haver


batimento de asa do nariz e chegar a
cianose
Diagnóstico
Radiológico
Aumento do volume
torácico

Hipertransparência,
retificação do diafragma

Broncograma aéreo com um


infiltrado de padrão
intersticial
Diagnóstico
Laboratorial

Aspirado de nasofaringe
Swab nasal
Lavado nasal
Vigilância epidemiológica
Diagnóstico
Sinais de alarme

Ciança aparentando-se “muito doente” ou “toxêmica”


Oximetria menor que 95% em repouso;
Idade gestacional menor de 32 semanas;
Frequência respiratória maior que 70 irpm;
Radiografia de tórax com atelectasias;
Idade menor que 3 meses.
Tratamento Domiciliar
Fazer higiene das mãos com água e sabão e/ou álcool a 70%;

Evitar tabagismo passivo;

Manter alimentação normal para a idade da criança;

Fazer higiene da cavidade nasal com solução salina;

Uso de antitérmicos se for necessário;

Reavaliação médica se houver dúvidas ou se sinais de alerta presentes;

Orientar os cuidadores sobre os sinais e sintomas de “alerta”;


CRITÉRIOS PARA INTERNAÇÃO
Episódios de Apneia

Criança com piora do estado geral

Desconforto respiratório

Sinais de desidratação

Recusa alimentar, ingestão reduzida e/ou sem diurese por 12h


CRITÉRIOS PARA INTERNAÇÃO
Presença de comorbidades

Idade: < 3 meses

Prematuridade, especialmente ‹ 32 semanas

Condição social ruim

Dificuldade de acesso ao serviço de saúde se houver piora clínica

Incapacidade, falta de confiança para identificar sinais de "alerta"


Tratamento Hospitalar
Oxigenioterapia (esforço respiratório moderado e/ou SPO2 < 90-92%) -> CNAF

(cânula nasal de alto fluxo)

Sonda gástrica ou HV se necessário

Lavagem nasal e aspiração de VA (se necessário)

Cabeceira elevada 30º e precaução de contato

Fisioterapia respiratória (crianças com cormobidades)

Sintomático
Antivirais não são recomendados
Fisher & Paykel Healthcare Limited (2018)
Vantagens CNAF
Permite a eliminação do espaço morto da nasofaringe, o que contribui para estabelecer
uma fração melhorada de gases alveolares em relação tanto ao dióxido de carbono
quanto ao oxigênio;
Promove o fornecimento de um fluxo adequado para sustentar a inspiração, de maneira
que reduz o trabalho respiratório e inspiratório;
Fornecimento de gás adequadamente aquecido e umidificado às vias aéreas
condutoras melhora a condutância e a complacência pulmonar em comparação ao gás
seco e frio;
Além disso, reduz o trabalho metabólico associado ao condicionamento de gases;
O alto fluxo por meio da nasofaringe pode ser usado para fornecer pressão de
distensão final;
O fluxo aquecido e umidificado promove maior conforto e elevado fluxo de ar, o qual vai
direto para a nasofaringe e faz com que o espaço morto seja diminuído devido à menor
fração de CO2, melhorando a ventilação alveolar e o trabalho respiratório.
Broncodilatadores

Não deve ser usado de rotina

Pacientes com sinais de desconforto respiratório pode ser feito um teste


terapêutico

Particularmente naqueles com antecedentes pessoais ou familiares de atopia

Manutenção dessas medicações só se justifica se houver melhora clínica


significativa após 30 minutos da administração da 1ª dose.
O que não é recomendado na rotina?
Antimicrobianos

Broncodilatadores inalatórios ou venosos

Adrenalina inalatória ou subcutânea

Montelucaste de sódio

Corticoide sistêmico ou inalatório

Sucção nasal profunda

Manobras de fisioterapia respiratória (crianças previamente hígidas)


Prevenção Palivizumabe
Pacientes elegíveis
Evitar contato Crianças prematuras nascidas com idade gestacional ≤28 semanas (até 28
com pessoas semanas e 6 dias) com idade inferior a 1 ano (até 11 meses e 29 dias).
resfriadas Crianças com idade inferior a 2 anos (até 1 ano, 11 meses e 29 dias) com doença
Evitar pulmonar crônica da prematuridade (displasia broncopulmonar) ou doença
tabagismo cardíaca congênita com repercussão hemodinâmica demonstrada.
Em caso de resfriado, No segundo ano de vida deve ser considerada a indicação de profilaxia durante
passivo orientar a buscar a sazonalidade do VSR nas seguintes condições:
avaliação médica se Crianças com cardiopatia congênita que permanece com rep4ercussão
tosse persistente, hemodinâmica com necessidade de uso de medicamentos específicos.
desconforto Crianças que preenchem critério de doença pulmonar crônica da
respiratório e prematuridade e continuam em uso de oxigênio ou uso de corticoide
sonolência. durante os seis últimos meses.
A dose de palivizumabe indicada para profilaxia de VSR durante a
Higiene das mãos sazonalidade é de 15 mg/kg/dose por via intramuscular (IM), máximo de 5
doses, em intervalos de 30 dias, iniciando um mês antes do período sazonal
do VSR.
Período de sazonalidade do VSR e períodos de aplicação do palivizumabe por Regiões

Promover a
Evitar aglomerações amamentação
Complicações e Prognóstico
Possíveis Complicações:
Pneumonia:
Inflamação das vias aéreas dificulta a respiração
permite infecções secundárias;

Dificuldades Respiratórias Graves:


especialmente em prematuros ou crianças com
comorbidades;

Necessidade de Hospitalização:
Crianças com bronquiolite grave podem precisar de monitoramento contínuo,
oxigenoterapia e tratamento intravenoso de líquidos.
Possíveis Complicações:
Agravamento dos Sintomas:
A bronquiolite pode levar a uma rápida evolução, como aumento da
dificuldade respiratoria , taquicardia e confusão.

Longa Recuperação:
algumas podem experimentar sintomas persistentes, como tosse e
sibilo, que podem durar semanas ou até meses após a infecção inicial.

Importância do Acompanhamento Médico:


Necessidade de monitoramento médico contínuo para crianças que tiveram
complicações devido à bronquiolite, garantindo recuperação completa.
Prognóstico para Crianças com
Bronquiolite
Recuperação Completa para a Maioria:

Sintomas Persistentes em Alguns Casos:


Como tosse e sibilo, que podem durar algumas semanas ou meses.

Importância do Cuidado Contínuo Prevenindo Recorrências:


Cuidados adequados em casa são cruciais para a recuperação contínua.
Prognóstico
Apoio Emocional para Pais e Crianças:

O apoio emocional é essencial para famílias durante o processo de recuperação.


Referências
Marques, Barbara A.; Mezêncio, Chalene G. S. Protocolo Colaborativo Bronquiolite Viral Aguda.
1° ed. Belo Horizonte – MG: Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, 2020.
Piedra, Pedro A.; MD; Satrk, Ann R. Bronquiolite em bebês e crianças: tratamento, resultado e
prevenção. UpToDate, 2023. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/bronchiolitis-
in-infants-and-children-treatment-outcome-and-
preventionsearch=bronquiolitte&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=defa
ult&display_rank=1#. Acesso em: 25/10/2023
O uso do anticorpo monoclonal Palivizumabe durante a sazonalidade do virus sincicial
respiratório - VSR
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/anticorpo_palivizumabe_sazonalidade_virus_vsr.p
df. acesso em 25 de Out. de 2023.
TRATADO DE PEDIATRIA: Sociedade Brasileira de Pediatria,4ª edição, Barueri, SP: Manole,
2017. MARCONDES, E., VAZ F.A., RAMOS, J.L., OKAY, Y. Pediatria Básica.
Obrigado!

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