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Universidade Católica de Moçambique


Instituto de Educação à Distância
Centro de Recursos de Nampula

Jorge Lázaro Manuel

Código do estudante: 708176577

Trabalho de Ética Social

Liberdade e Responsabilidade

Nampula, Outubro de 2020


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Índice

Considerações iniciais.................................................................................................................3

1. Conceitos Liberdade...............................................................................................................4

1.1. Tipos de liberdade................................................................................................................4

1.2. Implicações da liberdade no agir do homem.......................................................................5

1.3. Principais soluções de Liberdade.........................................................................................5

1.4. Consequências de liberdade.................................................................................................6

2. Conceito de responsabilidade.................................................................................................7

2.1. O sentido da responsabilidade.............................................................................................7

2.2. Os princípios de duplo efeito de responsabilidade..............................................................7

2.3. Constituintes da responsabilidade........................................................................................8

2.4. Análise da responsabilidade social......................................................................................8

Considerações finais...................................................................................................................9

Bibliografia...............................................................................................................................10
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Considerações iniciais

O presente trabalho que se insere na cadeira de Ética Social faz menção sobre Liberdade e
Responsabilidade; ora, a Ética Social define-se como sendo teoria normativa relacionada com
a conduta e os costumes humanos ou conjunto de normas de conduta que deverão ser postas
em prática dentro duma sociedade ou meio social. De uma maneira mais ampla, podemos
considerar como a ciência do agir do homem como individuo na sociedade

Nisto, a liberdade faz parte do elemento fundamental da análise da ética social pois, contribui
no agir humano, no facto ético através da capacidade individual da avaliação dos seus actos
(Bom / Maus) e por ser algo de livre vontade perante esta liberdade no agir. Por outro lado, a
responsabilidade aparece associada a liberdade, a vontade, ao conhecimento e outros
conhecimentos de valores éticos que um grupo social assume no seu seio como elementos de
factos éticos para a conservação e preservação das camadas etárias da sua população.

No que concerne ao objectivo geral, temos o seguinte:

 Analisar a Liberdade e Responsabilidade.

E para que se garantisse o alcance deste objectivo foi necessário traçar-se alguns objectivos
específicos que se resumem nos seguintes:

 Descrever as principais soluções de liberdade;

 Compreender o sentido da responsabilidade;


 Descrever os constituintes da responsabilidade.

O trabalho é pertinente na medida em que traz algumas abordagens gnoseológicas no que tange a
questões da Liberdade e Responsabilidade, para o nosso aprimoramento e enriquecimento
epistemológico.

Quanto a metodologia, recorreu-se a consulta bibliográfica numa abordagem qualitativa e, como


técnica, fez-se uma leitura exaustiva, análise facial das fontes usadas e os dados foram
sintetizados de forma descritiva.

O trabalho está estruturado da seguinte maneira: introdução, desenvolvimento e inclui uma


conclusão ao menos parcial, mediante a sua abordagem, inclui igualmente uma bibliografia final
das fontes usadas. Como técnica, fez-se uma leitura exaustiva, análise facial das fontes consultadas.
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1. Conceitos Liberdade
Os filósofos antigos não reflectiram sobre o conceito da liberdade, porque sempre consideram
que todas as coisas estão sujeitos ao Divino. Para eles, o Homem está isento de sua
responsabilidade, quer dizer, o Homem está livre, ou seja, é um ser que goza de liberdade.

E Escolástica definiu a liberdade como (immunita a coational = ausência de


constrangimento). Estes constrangimentos ordem ser de ordem física, moral, politica, sociais
e psicológicos, que são denominados como tipos de liberdade.

Analistas recentes conceituam a liberdade como sendo o acto do Homem fazer aquilo que
quer e que acha ser conveniente. Ou simplesmente a liberdade é a ausência de coerção.

Para Zapanac apud Salvador (2014), a coerção é uma actividade ou coerção desempenhada
por vários indivíduos, as vezes a coerção leva-nos a agir de outra maneira. Este pensador
admite que cada indivíduo, cada grupo, ou sociedade tem expressão coerciva (p. 24).

O termo “liberdade” designa a capacidade que todo o homem possui de agir de acordo com
sua pr6pria decisão: é a capacidade de autodeterminação.

Como condição do agir humano, a liberdade pressupõe:

Autonomia do sujeito face as suas condicionantes. Embora o Homem esteja sempre


condicionado por factores externos e internos, para que uma acção possa ser
considerada livre, é necessário que ele seja a causa dos seus actos, isto é, que tenha uma
conduta livre. Consciência da acção. A acção humana é a manifestação de urna vontade
livre e, portanto, consciente dos seus actos. Este pressuposto implica que o sujeito não
ignore a intenção os motivos e as circunstancias, assim como as consequências da
própria acção. Pressuposto este que está, todavia, longe de ser sempre satisfeito.
Escolhas fundamentadas em valores. A acção implica sempre a manifestação de certas
preferências, implicando o Homem essa escolha, Nem sempre, contudo, esta dimensão
da liberdade é consciente, embora seja sempre materializada na própria acção
(BORNHEIM, 2002, p.89).

1.1. Tipos de liberdade


De acordo com Salvador (2014).

 Liberdade física: ausência de pressão física ou constrangimentos físicos;


 Liberdade Moral: isenção de ordem moral ou força moral; Exemplo, ameaças.
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 Liberdade social: ausência de determinismos sociais;


 Liberdade política: isenção de determinismo politico;
 Liberdade psicológica: os psicólogos apresentam como sendo a capacidade que o
homem tem de fazer ou não fazer tendo em conta todas as condições necessárias de
agir.

Um outro pensamento inerente a liberdade digno de menção no âmbito do estudo da ética é a


ideia de que o Homem faz parte da natureza e consequentemente deve estar sujeito as leis
gerais que governam a natureza.

Santo Agostinho sustentou sobre a liberdade do homem no seu agir social através de
paisagem bíblica “Deus revela que o Homem tem livre escolha de vontade”. Mas como
o problema central não era teocêntrico, a liberdade passa a ser analisada no contexto das
relações Humanas, revelando assim como um valor ético e um facto ético do homem e
social (SALVADOR, 2014, p. 24).

No período moderno e contemporâneo, o centro da atenção passa a ser o homem e aceita-se


que este é livre e que a liberdade deve ser tratada como um fenómeno social e a sua
consequência como problema social originada pela acção do agir voluntario e livre do
homem.

1.2. Implicações da liberdade no agir do homem


Poder: o poder pode ser entendido como sendo exercido desde às formas subtis, ate aos
níveis mais explícitos e comummente identificáveis ao outrem, pelo facto de ser livre no agir,
geralmente é uma tarefa de simples identificação da acção ética – Bom, do indivíduo forte
sobre os indivíduos fracos para manter ordem social. “Liberdade é poder”.

Mas a pessoa em situação desvantajosa e livre no seu agir pode identificar em que
aspectos têm poder, pode usar de certos hábitos ou costumes bons ou maus para sair da
posição desvantajosa. O poder aceite socialmente passa a ser uma forma de poder, nas
mãos de quem o detêm, poder este que pode ser exercido de forma genuína ou de forma
abusiva, dependendo do caso. Quando se procede de forma abusiva, este exercício pode
ser concebido de forma errónea. A liberdade excessiva sobre os indivíduos fracos passa
a ser denominados por abuso de poder e é caracterizado como actos éticos, ou valor
ético negativo perante a sociedade (Ibidem, p. 25)
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1.3. Principais soluções de Liberdade


a) Determinista: as correntes filosóficas negam que o homem seja livre. Não é livre por
razoes intrínsecas da natureza do homem e extrínsecas do próprio homem;

b). Determinismo extrínseco metodológico: nega que o homem seja livre por razoes de
mitos, costumes, hábitos, fados ou tudo que faz parte de mitos;

c) Determinismo extrínseco Teológico: defende que o Homem não esta livre por razoes
teológicas (Deus) ou devido o problema de omnipotência, omnisciência e Omnipresença;

d) Determinismo intrínseco Fisiológico: Lambros, vê nos movimentos de vontades simples


reacção e, estas reacções estão determinadas por combinações químicas e os tecidos humanos;

e) Determinismo intrínseco sociolojico: Marcuse defende que o agir humano é determinado


pelas pressões que as sociedades humanas exercem sobre o indivíduo e pelas suas estruturas
sobre os indivíduos;

f) Determinismo intrínseco psicológico: Leibnitzi /Freud, defendem que a acção da vontade


do homem é determinada pelo intelecto e pelos seus conhecimentos. Em relação a liberdade
dizem que os instintos é que comandam o homem a liberdade de agir.

g) Determinismo intrínseco Metafísico: Espinosa, Schopenhauer, consideram a vontade


humana um momento e um modo de vontade suprema e da substancia divina.

h) Determinismo intrínseco político: Maquiavel, Hobbies, dizem que a vontade humana


depende da vontade do soberano ou das classes governantes.

As soluções deterministas sobre a liberdade do agir humano dão ênfase as forças que
se encontram fora dele. Sendo assim, estas forças não dão liberdade do homem.
Quando admite-se o determinismo teológico incentiva-se a predeterminação que é a
capacidade de Deus saber tudo sobre as decisões livres do homem sem impedir a sua
liberdade (RODRIGUES, 2009, p. 79).

1.4. Consequências de liberdade


A liberdade humana faz com que o acto ético seja pessoal, único e não pode outra pessoa
(vontade de conhecimento).
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As emoções podem facilitar ou limitar a liberdade de deliberação quando estas forem


demasiadas. Essas deliberações não são elementos decisivos do acto humano, mais sim
elementos adicionais.

Para Salvador (2014), o homem age livremente, pois ele tem capacidade de controlar todos
actos humanos e participa dos actos exteriores e interiores. Quer dizer, no acto existem
deliberações do indivíduo para em seguida decidir o seu acto ético voluntariamente e
livremente (p. 28).

2. Conceito de responsabilidade
Conforme a constituição da palavra Responsabilidade significa responder algo (Respons +
Habilidades = responder + algo).

De acordo com Salvador (2014), Responsabilidade é a propriedade recíproca no sujeito moral


através da qual se deve sentir a causa do autor do acto moral. Deve se sentir ainda as
consequências e o indivíduo deve responder diante da sua consciência e dos demais
indivíduos (p. 33).

No acto responsável o indivíduo deve responder a causa e as consequências e, a resposta deve


estar sobre a sua consciência.

2.1. O sentido da responsabilidade


Segundo Hortelano apud Salvador (2014, p. 34), o sentido da responsabilidade é uma atitude
do homem total que o impede a colocar-se em situação de radical disponibilidade quanto aos
imperativos morais. É característica do homem adulto e consciente. É como toda atitude
verdadeiramente existencial, é um fenómeno complexo. Inclui os seguintes aspectos:

 Zelo pela verdade: o homem responsável não se deixa levar de preconceitos ou


verbais. Procura descobrir as autênticas exigências morais sejam quais forem, mesmo
que não esteja de acordo com os nossos gostos ou desejos. Cumpre-nos ser
radicalmente sinceros para aceitar os verdadeiros valores que encontramos no nosso
caminho.
 Atenção positiva aos sinais do tempo: o homem responsável deve ser
extraordinariamente sensível a determinadas situações em que vive, já que por meio
das circunstâncias se manifesta de modo concreto os planos de vida;
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 Consciência dos próprios limites: a autêntica responsabilidade não deve ser


orgulhosa. Há-de ter consciência de próprios limites e aceitar com humildade a
responsabilidade em grupo, dentro da qual se há-de sentir verdadeiramente activa;
 Superação da anquilose moral: o homem responsável deve evitar a todo o custo a
anquilose da circunstância, como faculdade estável, devido ao desprezo habitual das
suas exigências morais. Esta anquilose pode produzir negligencias, precipitações ou
má fé.

2.2. Os princípios de duplo efeito de responsabilidade


Na responsabilidade moral assim como social evidencia-se geralmente o acto do agir ético e
respectivas consequências a advir dos seguintes princípios:

 O acto Bom, deve ser Bom ou pelomenos indiferente;


 O bom entendimento não deve ser adquirido por meio dum efeito mau;
 O efeito mau nunca deve ser entendido por si só;
 Uma razão grave proporcionada deve existir no efeito Mau e o mal deve ser menor.

2.3. Constituintes da responsabilidade


1). A responsabilidade como auto-responsabilidade: o sujeito deve ser percebido como a
causa, a origem da acção moral e social, e este deve ser considerado consciente e livre nas
suas acções, até que se prove o contrario.

2). Responsabilidade como Dialogicidade: esta Dialogicidade pode ser vertical ou


horizontal.

É Dialogicidade vertical, quando se sublinha um contrato com o transcendental, e o


homem tem essa capacidade. Os teólogos afirmaram que o ser Divino é quem inicia o
Dialogo e o homem deve dar resposta, comprometendo-se e agindo sob
responsabilidade das orientações divinas para a sociedade. É Dialogicidade horizontal,
quando o homem abre-se com o outro homem na procura de realização e assumindo a
responsabilidade dos seus actos em relação ao outro dentro do grupo, da comunidade e
da sociedade (SALVADOR, 2014, p. 34).

3). Responsabilidade como dever: trata-se da função de assumir missão a realizar, é uma
função que temos que responder quer seja na realização do seu Eu quer seja em relação do seu
da preservação dos meios onde se encontram inseridos. (família, comunidade, sociedade, etc.)
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2.4. Análise da responsabilidade social


Podemos dizer que o homem é o sujeito da responsabilidade social, pois é ele que detêm a
liberdade, vontade, efectuada a escolha da vontade, avaliando aquilo que se efectua dentro da
sociedade em relação ao bem e ao mal, através do seu conhecimento. Neste caso, a pessoa
humana é que tem a capacidade de distinção e responsabilidade de responder pelas coisas e
formas de agir da sociedade.

O homem alem das suas funções racionais, é um ser completo devido as suas
composições e capacidades de análise em prol da sociedade. Desenvolve as suas
capacidades, orienta-se para moldar a sua personalidade aos valores éticos e morais, de
modos que a vida deste esteja orientada o bem traduzido para a realização própria assim
como para a satisfação dos demais da comunidade que pertence (sociedade) (Ibidem, p.
34).

Em todas as dimensões, a responsabilidade social é vista como uma nova estratégia para
aumentar e potencializar o processo e desenvolvimento. Nas organizações, nos grupos sociais
a responsabilidade social é um movimento que passou a fazer parte de uma cobrança da
sociedade e de parto do mercado global que diferencia e valoriza os costumes e hábitos em
virtude do seu comportamento social.

Quer dizer, o comportamento ético e a transparência integra o conceito de responsabilidade


social. Certas pesquisas realizadas em quase muitos países do mundo, incluiriam que o
processo de desenvolvimento das sociedades actuais é influenciado pela responsabilidade
social e transparência, e que entre estes dois elementos deve existir uma relação sinergética.

Portanto, a responsabilidade social em ética é algo que procura incutir os costumes, hábitos
duma sociedade a partir de assimilação de vários valores das coisas de modos que cada
elemento da sociedade tenha a capacidade de acreditar livremente e voluntariamente. Cabe
dizer que é algo aceite por todos, assumida pela sociedade e está em consonância com todas
as dimensões sociais.
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Considerações finais
O termo “liberdade” designa a capacidade que todo o homem possui de agir de acordo com
sua pr6pria decisão: é a capacidade de autodeterminação.

Como condição do agir humano, a liberdade pressupõe Autonomia do sujeito face as suas
condicionantes, Consciência da acção, Escolhas fundamentadas em valores. Santo Agostinho
sustentou sobre a liberdade do homem no seu agir social através de paisagem bíblica “Deus
revela que o Homem tem livre escolha de vontade”. Mas como o problema central não era
teocêntrico, a liberdade passa a ser analisada no contexto das relações Humanas, revelando
assim como um valor ético e um facto ético do homem e social.

No período moderno e contemporâneo, o centro da atenção passa a ser o homem e aceita-se


que este é livre e que a liberdade deve ser tratada como um fenómeno social e a sua
consequência como problema social originada pela acção do agir voluntario e livre do
homem. A liberdade humana faz com que o acto ético seja pessoal, único e não pode outra
pessoa (vontade de conhecimento).

O homem age livremente, pois ele tem capacidade de controlar todos actos humanos e
participa dos actos exteriores e interiores. Quer dizer, no acto existem deliberações do
indivíduo para em seguida decidir o seu acto ético voluntariamente e livremente.
Responsabilidade é a propriedade recíproca no sujeito moral através da qual se deve sentir a
causa do autor do acto moral. Deve se sentir ainda as consequências e o indivíduo deve
responder diante da sua consciência e dos demais indivíduos.
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Bibliografia
Bornheim, G. (2002). Ética, ciência e técnica: liberdade e libertinagem. Editora SENAC. São
Paulo.

Rodrigues, L. (2009). Síntese da Moral Kantiana Com Base na Explicação do Conceito de


Boa Vontade. V. 1º; Plátano Editora.

Salvador. M. A. (2014). ética Social. Beira. Moçambique.

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