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ÍNDICE

1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 3
1.1.Objectivos do trabalho ............................................................................................ 4
1.1.1.Objectivo geral ................................................................................................. 4
1.1.2.Objectivos específicos ...................................................................................... 4
1.2.Metodologias .......................................................................................................... 4
2.Revisão de Literatura ..................................................................................................... 5
2.1.O que Coronavirus (Covid-19) ............................................................................... 6
2.1.1.Transmissão ...................................................................................................... 6
2.2.Tecnologias de Informação e Comunicação ........................................................... 6
2.2.1.Internet e Literacias na Educação..................................................................... 8
2.3.TIC na Educação ..................................................................................................... 9
2.3.1.TIC no currículo escolar ................................................................................. 10
3.Uso das TIC’s nas Escolas Secundarias ...................................................................... 12
4.Plataformas digitais de ensino e aprendizagem nas escolas secundárias .................... 13
4.1.Plataformas digitais educacionais ......................................................................... 13
4.2.As vantagens das plataformas digitais .................................................................. 14
Conclusão ....................................................................................................................... 15
Bibliografias ................................................................................................................... 16

Autor: Sergio Alfredo Macore sergio.macore@gmail.com / 846458829 CD - PEMBA


1.INTRODUÇÃO

O presente trabalho de pesquisa tem como o tema o uso de Plataformas digitais de


ensino e aprendizagem nas escolas secundárias na época de COVID-19 em
Moçambique, envolvendo alunos, professores e encarregados de educação. Tendo em
conta que as tecnologias apoiam a transmissão de conhecimentos, é fundamental que as
novas gerações tenham um discurso informado e racional sobre as questões do uso das
tecnologias em tempos de pandemia. A ideia do crescimento do indivíduo partida em
dois, enquanto vida escolar e profissional, está obsoleta no contexto actual, dado que a
educação e a formação se tornaram uma necessidade constante nessa época de Covid-
19.

A utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação tornaram-se indispensáveis


no quotidiano do século XXI. Nesta Era da Globalização a tecnologia está presente no
nosso dia-a-dia e somos constantemente inundados pela informação. A escola tem um
papel fundamental para a formação de indivíduos capazes de seleccionar a melhor
forma de adquirir competências para lidar com este frenético e constante fluxo de
informação.

A discussão do papel das TIC no processo de ensino /aprendizagem e a problemática da


integração curricular na Educação são questões relevantes da actualidade em tempos de
Pandemia. É igualmente focado o uso da Internet nas escolas, e a apropriação por parte
dos alunos e dos professores de capacidades que lhes permitam trabalhar com as
referidas TIC. Faço, igualmente, referência ao equipamento tecnológico das escolas, à
formação de professores e encarregados de educação na época de Covid-19.

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1.1.Objectivos do trabalho

1.1.1.Objectivo geral

 Analisar o uso de Plataformas digitais de ensino e aprendizagem nas escolas


secundárias na época de COVID-19 em Moçambique

1.1.2.Objectivos específicos

 Estudar o uso das TIC’s nas escolas secundárias;


 Mencionar as plataformas digitais de ensino e aprendizagem nas escolas
secundárias
 Apresentar as estratégias usadas para leccionação dos alunos nas escolas
secundárias.

1.2.Metodologias

Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o
método indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de
algo particular para uma questão mais ampla, mais geral.

Para Lakatos e Marconi (2007), Indução é um processo mental por intermédio do qual,
partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral
ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objectivo dos argumentos
indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das
premissas nas quais nos baseia-mos.

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2.Revisão de Literatura

A mudança de paradigma tecnológico em consequência da revolução protagonizada


pelas tecnologias da informação e da comunicação em articulação com o conhecimento
(Akker, 1999) tem alterado radicalmente o modo de vida nas sociedades em temos de
pandemias: nas empresas e no emprego, na acção política e cidadania, no acesso à
informação e à cultura na vida quotidiana de uma parte significativa da população.

Subsiste, no entanto, uma instituição onde a mudança implicada por transformação


paradigmática não tem ainda efeitos claramente visíveis e demonstráveis: a escola e os
respectivos métodos de ensino e aprendizagem (Álvaro, 2004).

Os governos do mundo ocidental e o governo Moçambicano em particular (cf. a


Resolução do Conselho de Ministros nº 137/2007, que institui o Plano Tecnológico da
Educação na vigência do XVII Governo Constitucional) têm vindo a proceder a um
conjunto de investimentos consideráveis de modo adoptar o parque escolar dos
equipamentos e serviços necessários e os professores do treino julgado adequado para
corresponder às necessidades requeridas por uma maior intensidade de uso destes
instrumentos, Albion (2007).

Em Moçambique, esta iniciativa de desenvolvimento infra-estrutural foi ainda


acompanhada de outras políticas destinadas à massificação do uso de computadores e da
internet por parte da comunidade escolar nesta era de pandemia: os programas e-escola
e e-escolinha distribuíram gratuitamente ou os preços significativamente abaixo do
mercado centenas de milhares de computadores e de ligações à internet a alunos dos
diversos ciclos de ensino, professores e formandos do programa “Novas
Oportunidades”. Tendo, desta forma, sido resolvidos, ou pelo menos severamente
minorados, os problemas de infra-estrutura escolar e de acesso às TIC por parte da
população escolar é então o momento de se proceder ao estudo do modo como estes
instrumentos estão a ser integrados no processo educativo pelos seus atores, de que
modo são usados, com que fins e benefícios, tanto nos processos de ensino e
aprendizagem como na respectiva utilização nas mais diversas dimensões da vida
quotidiana, Amante (2004).

A investigação realizada até ao momento indicia que as TIC ainda são subutilizadas no
ensino (Amante, 2004), apesar de muito razoavelmente disseminadas tanto na

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instituição escolar, como entre os seus principais atores: a taxa de penetração dos
computadores e da internet cifra-se em torno dos 100% tanto entre os mais jovens em
idade escolar como entre a população docente.

2.1.O que Coronavirus (Covid-19)

O corona vírus (CoV) são uma grande família de vírus que causam doenças
respiratórias, que podem ir desde uma simples constipação a situações mais graves
como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS-CoV) e a síndrome respiratória
aguda grave (SARS-CoV). Visto ao microscópio, o corona vírus parecem ter uma coroa
de espinhos à sua volta e daí este nome, Epidemialogic (2020)..

O corona vírus é um novo vírus que não foi identificado anteriormente em humanos. O
primeiro caso do vírus foi identificado em Wuhan, província de Hubei, China. As
Nações Unidas, autoridades de saúde pública e parceiros estão trabalhando duro para
identificar a fonte do vírus, Epidemialogic (2020).

2.1.1.Transmissão

Sabe-se que os corona vírus são transmitidos entre animais e pessoas. No caso da
SARS, a transmissão foi através de gatos da cidade e na MERS através de camelos.
Segundo informação no site da OMS, há vários corona vírus identificados em animais
em que ainda não houve transmissão para pessoas, Epidemialogic (2020).

O vírus é transmitido pelo contacto directo com gotículas respiratórias de uma pessoa
infectada (gerada por tosse e espirros) e toque de superfícies contaminadas. O vírus
Covid-19 pode sobreviver em superfícies por várias horas, mas desinfectantes simples
podem matá-lo, Epidemialogic (2020)..

2.2.Tecnologias de Informação e Comunicação

A palavra TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) constrói-se da seguinte


forma, Albion (2007):

1. Informática
a) Tratamento automático de informação por computadores.
2. Tecnologias de Informação
a) Processo de tratamento central e comunicação da informação através de
hardware e software.

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3. Tecnologias de Informação e Comunicação
b) Transmissão de informação através de redes de computadores e meios de
comunicação.

O termo Tecnologias de Informação e Comunicação tem vindo a ser utilizado para


representar a fusão entre a informática, telecomunicações e diferentes médias
electrónicos. (Amante, 2004).

O objectivo das TIC é promover a cultura e a formação essencial ao desenvolvimento da


sociedade da informação e propor uma visão estratégica. As Tecnologias de Informação
Comunicação, nomeadamente, a Internet têm vindo a ser integradas na actividade
humana, mas este processo não é neutro nem homogéneo, no sentido em que não chega
a todos os lugares nem a todas as pessoas da mesma forma, nem com os mesmos
propósitos. Se a chegada da Era Digital permitiu e impulsionou maior agilidade e
velocidade na comunicação, o campo educacional deve avançar com mecanismos que
permitam que o seu público, alvo tenha capacidades cognitivas para acompanhar esta
realidade, Álvaro (2004).

Vivemos num ambiente mediático onde proliferam os gadgets. Os écrans e pequenos


aparelhos electrónicos estão presentes na generalidade das casas e em quase todos os
compartimentos. Segundo Alvaro (2004) “A forma como os sujeitos se apropriam de
cada novo dispositivo tecnológico, configura novas formas de mediação e
posicionamento relativo do sujeito face à tecnologia”.

É quase impossível pensar o mundo sem as tecnologias de informação e comunicação.


Quem não as dominar minimamente é considerado analfabeto, por isso é importante
educar as crianças para um uso apropriado destes meios. As TIC devem ser utilizadas
dentro e fora da aula para fins de ensino ou lúdicos. No entanto é essencial que impere o
bom senso e por isso encarregados de educação e professores devem ser capazes de
orientar as crianças no seu dia-a-dia, Aufderheide (2010).

Os limites da tecnologia são vários, as organizações curriculares e escolares, não são,


muitas vezes, compatíveis com o potencial da tecnologia, devido às metodologias de
avaliação da mesma ou simplesmente da incompreensão do papel e possibilidades das
TIC’s quando introduzidas em contextos educativos (Aufderheide (2010).

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2.2.1.Internet e Literacias na Educação

Termos como Internet e WWW (World Wide Web) enraizaram-se no vocabulário


quotidiano e na vivência de cada cidadão, como comprova a expressão “a Internet é o
tecido das nossas vidas” (Aufderheide (2010). A internet reflecte-se na reorganização
das nossas vidas, no modo como comunicamos e como aprendemos.

Aufderheide (2010), propôs o conceito de Web 2.0, que consiste na conceptualização de


uma nova geração de aplicações na Web, que é vista como uma plataforma em que tudo
está acessível. A maior parte do software já não necessita estar instalado nos
computadores pessoais pois está disponível online, facilitando a edições e publicações
imediatas, como a Wikipedia, ou o blog.

O acesso à internet nas escolas, o equipamento das salas de informática e a iniciativa


“Escola, Professores e Computadores Portáteis” criaram as condições físicas para que
professores e alunos pudessem usufruir da diversidade de informação online, da
comunicação, da colaboração e partilha de saberes com outros, tal como a facilidade de
publicação online. A integração dos serviços de internet nas práticas lectivas com um
propósito definido de carácter disciplinar e transdisciplinar pode proporcionar um
enriquecimento na abordagem dos objectivos das diversas disciplinas, na interacção
com outras fontes de saberes e na aquisição de capacidades de manipulação do meio
virtual, Aufderheide (2010).

Levy (2001) encara a web como uma dimensão “oceânica e sem forma”, para a qual
todos os que nela publicam contribuem. Todos os autores da Web se encontram,
potencialmente, ao mesmo nível: “uma criança encontra-se aí em pé de igualdade com
uma multinacional”. Não pelo seu reconhecimento/conhecimento, mas porque ambas
podem publicar. É, pois, imperioso preparar as gerações para esta nova forma de estar,
onde todos são consumidores e produtores e onde as capacidades de pesquisar e de
avaliar a qualidade da informação são críticas (Akker (1999).

A conectividade e ligação à rede são dois conceitos actuais e determinantes. Segundo


Amante (2004) “por este motivo (conectividade e ligação à rede), esta nova geração
tende a pensar de forma diferente nas formas de acesso, procura de informação e
comunicação que realizam através das TIC”. O autor refere ainda que “as conexões
entre ideias e áreas dispares podem originar inovação”.

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Segundo Siemens (2005): a aprendizagem e o conhecimento baseiam-se na diversidade
de opiniões; criar e manter conexões é necessário para facilitar uma aprendizagem
contínua; a capacidade para identificar conexões entre áreas, ideias e conceitos é
crucial; a actualização é a intenção de todas as actividades de aprendizagem colectivista.

2.3.TIC na Educação

Segundo Damasio “Os usos das TIC’s em contextos educativos abarcam um vasto
conjunto de áreas, desde o simples uso do computador ou de um vídeo como
suplemento expositivo, até ao uso de tecnologias colaborativas para aumentar os índices
de colaboração e participação de estudantes, temporal ou especialmente separados”.

A escola deve desde o ensino primário preparar os cidadãos de forma a promover


futuros profissionais competitivos e competentes. O aluno deve ter ao seu dispor um
conjunto de ferramentas, as mais actualizadas possíveis, que lhe permitam acompanhar
as exigências socialmente impostas, Akker (1999).

Professores e encarregados de educação têm um papel de destaque na preparação dos


alunos para lidarem com a quantidade de informação que lhes chega. As TIC devem ser
exploradas de forma organizada, retirando o melhor partido das ferramentas que nos
podem fornecer para a preparação do aluno a nível académico e profissional. Porém esta
integração das TIC por si só não garante eficácia pedagógica total, Albion (2007).

As tecnologias não substituem as actuais pedagogias educativas, mas transformam o


actual quotidiano do ensino. Os professores são novamente a chave para que esta
adaptação seja um sucesso. Em Portugal foram lançados conjuntos de projectos e
medidas legislativas que propiciaram a integração das TIC no ensino, com o intuito de
incentivar as escolas ao uso das mesmas.

É nesta linha de preocupações que os Ministérios da Ciência e Tecnologia e da


Educação têm promovido iniciativas várias que procuram fomentar a integração da
Internet nas escolas. Em 2002, o Ministério da Ciência e Tecnologia promoveu, em
parceria com a Fundação para a Computação Cientifica Nacional (FCCN), as Escolas
Superiores de Educação e algumas Universidades, o Programa Acompanhamento da
Utilização Educativa da Internet nas Escolas Publicas do 1º Ciclo do Ensino Básico,
designado abreviadamente por Internet, Álvaro (2004).

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As novas tecnologias influenciam o comportamento dos alunos, diariamente: desde o
aparecimento da internet nas escolas e implementação do Plano Tecnológico para a
Educação com a introdução do Magalhães no 1º Ciclo, que se propunha a incentivar o
uso do computador como uma ferramenta de apoio ao estudo e na realização de
trabalhos escolares. A tecnologia subjacente aos recursos didácticos consolida e
enriquece a própria experiência do aluno.

Devido ao facto de a comunicação lúdica ser a maior motivação, que leva os jovens para
usufruírem das possibilidades facultadas pela internet e pelas diversas tecnologias de
informação e comunicação, por vezes podemos afirmar que muitos alunos não
dissociam o mundo real do virtual. As TIC promovem segundo MC Clintock apud
Akker (1999) “a crescente busca por criação/inovação, direcciona a prática educacional,
diferenciada no sentido que necessita de uma infra-estrutura adequada; uma gestão
construtivista; investimento na capacidade do aluno adquirir a sua própria educação
pautada em qualidade e não em previsão quantitativa; criação de um ambiente de ensino
interactivo ampliando a integração do docente; e ainda, questione as convicções
pedagógicas no que diz respeito à visão estereotipada sobre os alunos e o processo de
aprendizagem” Álvaro (2004)

2.3.1.TIC no currículo escolar

Existem diferentes abordagens sobre a utilização das TIC nas diferentes áreas
curriculares. Deverão as TIC ser uma disciplina por si só, ou, uma disciplina de carácter
transversal? As TIC não devem ser consideradas como uma disciplina à parte
leccionada a partir do 3º ciclo, têm que estar integradas no currículo escolar. Desde
2007, com a aprovação do Plano Tecnológico para a Educação, deu-se início à sua
instalação maciça no ensino: primário, básico e secundário. Como foi várias vezes
referido, o computador Magalhães e outras ferramentas tais como os quadros
interactivos, começaram a estar presentes nas salas de aula, Akker (1999).

Existem vários obstáculos à integração das TIC. Do ponto de vista pedagógico, segundo
Bourguignom (1994) a utilização das TIC deve integrar de forma coerente os conteúdos.
Do ponto de vista da instituição deve ser envolvida num variado leque, deve ser
colocada de forma a garantir o sucesso à integração das TIC. Ou seja as TIC devem ser
integradas no ensino para que não sejam um elemento estranho à comunidade escolar,
mas sim um suporte e reforço positivo ao ensino, Albion (2007).

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No 1º ciclo, por exemplo, para além de programas que trabalham competências
específicas, constata-se a importância de os alunos utilizarem as TIC para
desenvolverem a sua aprendizagem na área da leitura e da escrita de uma forma mais
global e funcionalmente significativa, integrada no conjunto de outras actividades e
servindo reais necessidades, como escrever uma receita, um nota ou uma lista de
compras. É importante realçar também possibilidades de aquisição de competências
evidenciadas pelo uso do correio electrónico (Amante 2004).

Porém no ensino primário ainda se aprende a escrever tradicionalmente com uma


caneta, lápis e caderno de linhas, “ao nível das competências verbais, o computador não
inibe o desenvolvimento da linguagem.” (Amante, 2004), mas este nível de ensino não
contém na sua organização curricular o uso do computador.

A escola deverá assegurar aos alunos um currículo que potencie a sua aprendizagem
através da utilização do computador e da Internet, garantindo essa metodologia em
todas as áreas curriculares. Apesar do investimento material de TIC nas escolas e do
reconhecimento das suas potencialidades, estas não estão de facto a ser exploradas na
sua totalidade. O nosso ensino primário está desactualizado, cingindo-se ao uso básico
da caneta, do lápis, do manual e assim se continua a aprender a ler e a escrever.

Já poucos trabalhos escolares são manuscritos. Quando os alunos iniciam o ensino


básico, 2º e 3º ciclos de escolaridade, já lhes é exigido que saibam executar tarefas no
editor de texto, já devem saber diferenciar títulos, corpo do trabalho, formatar os textos
com: negrito, itálico, espaçamento entre linhas, tamanho e tipo de letra, entre outras
tarefas. A disciplina de TIC só é integrada na organização curricular no 3º ciclo do
ensino básico, o que significa que apetrechámos as escolas de tecnologias mas não
damos competências aos nossos alunos para trabalhar com elas.

A selecção dos programas educativos e organização curricular deve inserir o TIC desde
o início da escolaridade. Alguns autores têm posto em evidência que a qualidade do
software é determinante no desenvolvimento de experiencias de aprendizagem. Por
outro lado, a tarefa de selecção que assume particular dificuldade dado o mercado estar
inundado de programas que se clamam de educativos, em geral graficamente muito
atractivos, mas que, quando explorados se revelam decepcionantes. (Álvaro, 2004).

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3.Uso das TIC’s nas Escolas Secundarias

O objectivo de conhecer o modo como as TIC estão a ser utilizadas no ensino


secundário conduziu à inscrição de uma bateria de questões sobre este tema no inquérito
por questionário dirigido aos professores e alunos. A uns e a outros foi perguntado se
utilizavam o computador e a internet na sala de aulas, com que frequência o faziam e
para que fins eram utilizados estes instrumentos pelos diferentes atores da comunidade.

O Quadro 1 evidencia uma diferença substantiva nas respostas dadas por professores e
alunos: 90 % dos docentes declara utilizar a internet na sala de aulas enquanto apenas
metade dos alunos manifesta fazê-lo. A diferença entre estes números é explicada
quando verificamos o papel do computador e da internet na sala de aula. Este está
habitualmente localizado na secretária do professor e é fundamentalmente utilizado por
este para a projecção de slides de PowerPoint ou para o visionamento de conteúdos
didácticos a partir de sítios da internet durante as sessões lectivas. Assim sendo, os
computadores disponíveis na maior parte das salas de aulas não se destinam ao trabalho
prático dos alunos, mas sim como auxílio à exposição por parte do docente, sucedendo à
utilização de transparências ou à escrita no quadro enquanto modalidades analógicas de
transmissão de conteúdos educativos. Assiste-se, assim, à renovação tecnológica dos
equipamentos (o computador e o projector digital a substituir o projector analógico de
transparências que tinha anteriormente substituído a escrita a giz na lousa da matéria a
ensinar), bem como à eventual manutenção dos conteúdos, Akker (1999).

O lugar do computador e da internet na sala de aulas apenas como instrumento de


transmissão de conteúdos por parte do docente é reforçado pelas respostas às perguntas
efectuadas acerca do equipamento constante nas salas: 50% dos professores referiram
como equipamento um único computador ligado a um projector no lugar do professor,
sendo as outras condições disponíveis a inexistência de qualquer equipamento
informático (19%) ou a possibilidade de os alunos trazerem com eles os portáteis
disponíveis na escola (21%).

No inquérito efectuado aos alunos é ainda referida a possibilidade de agendamento de


um laboratório de informática aquando da necessidade de utilização deste tipo de
equipamento para uma aula em particular. A integração das TIC no ensino parece,
então, seguir a concepção curricular disciplinar (Álvaro, 2004), no qual as TIC
constituem mais uma disciplina do currículo ou um mero apêndice a utilizar num

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momento em que o professor o julgue apropriado. Destes números é também possível
depreender que a modalidade com que foi efectuado o equipamento informático das
escolas, parte delas já com as obras de requalificação terminadas, não é de molde a
privilegiar a concepção integradora das TIC no ensino, Albion (2007).

Neste âmbito, o inquérito conduzido junto dos directores das escolas revela-nos
algumas disposições variáveis dos mesmos relativamente à apropriação das TIC.
Embora a maioria revele abertura para aprofundar a utilização das TIC nos respectivos
estabelecimentos, existe uma escola em que o director parece ser claramente resistente a
essa inovação, enquanto em três outras os directores revelam-se ambivalentes ou, pelo
menos, apresentam reservas quanto aos benefícios desse processo.

O reforço na noção da eventual subutilização dos computadores e da internet no ensino


secundário em Portugal processa-se através do sublinhar desta reduzida frequência de
utilização por parte dos alunos, embora o mesmo não aconteça por parte dos docentes:
40% destes afirmam utilizar as TIC em mais de 50 % das suas aulas; em contrapartida,
apenas 32 % dos alunos afirma usar estes instrumentos pelo menos algumas vezes por
semana, enquanto 16% afirma nunca o fazer. É no entanto de salientar que aqui se
verificam dois planos diferenciais de utilização, podendo verificar-se uma frequente
utilização por parte do docente a par de uma baixa ou nula utilização por parte dos
alunos.

4.Plataformas digitais de ensino e aprendizagem nas escolas secundárias

4.1.Plataformas digitais educacionais

Conforme mencionamos, as plataformas digitais educacionais nada mais são do que


plataforma de ensino a distância com recursos audiovisuais. Sendo assim, para criar sua
plataforma de cursos online, por exemplo, você irá utilizar uma plataforma VOD (Vídeo
sob Demanda) ou um Learning Management System (LMS), Álvaro (2004).

Se você deseja criar receita recorrente com conteúdo ou criar sua universidade
corporativa, precisará de uma plataforma digital educacional. Nela, fará o upload do seu
conteúdo directamente por ela e poderá explorar diversos formatos de cursos online
como vídeos, podcasts, e-books, fóruns e até mesmo transmissões ao vivo.

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Dentre alguns exemplos mais famosos podemos citar as plataformas a Udemy e
Hotmart, focadas em produtores de conteúdo. Ou seja, não são boas alternativas para
um o universo corporativo, Álvaro (2004).

Ademais, o produtor que optar por utilizar uma dessas plataformas terá que pagar uma
percentagem considerável de seus ganhos. Assim, pode ser muito mais vantajoso criar a
sua própria plataforma, Álvaro (2004).

4.2.As vantagens das plataformas digitais

Primeiramente, precisamos destacar a flexibilidade e comodidade que uma plataforma


EAD proporciona. Assim, o aluno pode estudar onde e quando quiser. Ademais, os
recursos tecnológicos disponíveis fornecem mais opções para o conteúdo online. Então,
proporcionando maior engajamento. Ademais, uma plataforma digital educacional
também simplifica os processos. Dessa forma, os aspectos técnicos de hospedagem,
encoding, distribuição dos vídeos são resolvidos mais facilmente e você pode focar no
conteúdo, que é o mais importante, Akker (1999).

Aliás, no caso de uma universidade corporativa, essa personalização auxilia o controlo


por parte dos gestores. Afinal, um estudante pode precisar de conteúdos diferenciados
em relação ao outro, por exemplo. Então, é possível criar diferentes jornadas de
aprendizagem Akker (1999).

Dito isso, podemos destacar algumas outras vantagens que se destacam. São elas:

 Optimização de recursos;
 Redução de custos com tecnologia e ferramentas;
 Plataforma altamente personalizável;
 Estrutura de vídeos completa;
 Sincronia de recursos de conteúdo com vídeo, como slides;
 Relatórios gerados de forma personalizada;
 Possibilidade de agendar aulas e realizar transmissões ao vivo;
 Armazenamento ilimitado de arquivos;
 Formatos de conteúdos estruturados.

Mas, de que forma você pode utilizar as plataformas digitais educacionais e ter acesso a
todos os benefícios? Exemplificaremos na sequência.

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Conclusão

Chegando o fim deste trabalho, conclui-se que, se os computadores e a internet se


tornaram uma ferramenta do dia-a-dia para uma parte significativa da população
Moçambicana no prosseguimento de diversas actividades: profissionais, educativas,
informativas, lúdicas e se o mesmo se verifica para o uso individual quotidiano de
professores e alunos do ensino secundário na época de Covid-19, a que se deve, então, a
sua subutilização em sala de aula, nos processos de ensino e aprendizagem?

A pertinência da questão cresce após o investimento realizado no âmbito do Plano


Tecnológico da Educação no apetrechamento das escolas com equipamento moderno e
adequado a uma maior intensidade da sua utilização no ensino, embora a eventual
carência de salas equipadas para utilização simultânea de professores e alunos seja um
factor a ter em consideração.

Tendo em conta os dados apresentados sobre Covid – 19 e comentados anteriormente, o


computador e a internet constituem uma mera actualização tecnológica dos meios de
transmissão dos conteúdos a apreender por parte dos alunos, substituindo anteriores
procedimentos analógicos sem alteração de procedimentos ou métodos. Esta
constatação repete a efectuada noutros contextos, sublinhando que “ a estratégia de
acrescentar a tecnologia às actividades já existentes na escola e nas salas de aula, sem
nada alterar nas práticas habituais de ensinar, não produz bons resultados na
aprendizagem dos estudantes no âmbito de covid-19’’.

E o que falta para que a alteração de metodologias propiciadoras de uma mais intensiva
integração das TIC nos métodos de ensino e aprendizagem se produza, para além do
reforço da tecnologia existente nas salas de aula? A formação dos professores é um
aspecto a ter em conta, não só na proficiência na utilização dos equipamentos mas
também na didáctica electrónica que permita a verdadeira articulação da tecnologia com
os conteúdos disciplinares. Os actuais docentes do ensino secundário e também os que
ainda estão em formação revelam carências substantivas nestas matérias no âmbito da
pandemia, para o qual contribui certamente a falta de equacionamento desta
problemática de covid-19 por parte dos governos.

Autor: Sergio Alfredo Macore sergio.macore@gmail.com / 846458829 CD - PEMBA


Bibliografias

AKKER, J. (1999). Principles and methods of development research. In Jan van den
Akker et al. (Eds.). Design approaches and tools in education and Training.
Dordrecht: Kluver Academic Publishers.

ALBION, P & Maddux, C. (2007). Networked Knowledge: Challenges for Teacher


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ÁLVARO, (2004) António Teixeira da Silva. Ensinar e Aprender com as Tecnologias.


Instituto de Educação e Psicologia. Universidade do Minho.

AMANTE, L. (2004). Explorando as novas tecnologias em contexto de educação pré-


escolar: a actividade escrita. Análise Psicológica, 1.

AUFDERHEIDE, (2010), Christ & Potter in Livingstone, Sonia. Media Literacy and the
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Autor: Sergio Alfredo Macore sergio.macore@gmail.com / 846458829 CD - PEMBA

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