Você está na página 1de 25

ESCOLA SUPERIOR DE JORNALISMO

Curso: Licenciatura em Ciências de Comunicação: Especialidade Publicidade e Marketing

Disciplina: Ética de Deontologia Profissional

Tema: Ética Digital

Discente: Anacéldia Silasse Cângua

Docente: Jorge de Oliverira

Maputo, Julho 2022


2

Índice
1. Introdução.................................................................................................................................3
2. Problema...................................................................................................................................4
3. Justificativa...............................................................................................................................5
4. Objectivos.................................................................................................................................6
4.1. Objectivo Geral.................................................................................................................6
4.2. Objectivo Específicos.......................................................................................................6
5. Metodologia..............................................................................................................................6
6. Ética Digital..............................................................................................................................7
6.1. O campo da ética...............................................................................................................7
6.2. Definição da Ética.............................................................................................................8
6.3. Conceito de Moral.............................................................................................................9
6.4. Conceito de deontologia....................................................................................................9
6.4.1. Deontologia e a sua relação com o trabalho............................................................11
7. Ética digital: uma tentativa de definição de conceito.............................................................12
7.1. Origem da ética digital....................................................................................................12
7.2. Conceito de ética digital................................................................................................13
7.3. Possíveis ramos da Ética digital......................................................................................15
7.4. O papel das empresas na ética digital.............................................................................16
7.5. Vantagens da aplicabilidade da ética digital.......................................................................17
7.6. A falta de ética nas redes sociais.....................................................................................18
7.6.1. Intolerância Nas Redes Sociais................................................................................18
8. Ética na publicidade...............................................................................................................19
9. Ética Empresarial...................................................................................................................20
10. Sigilo...................................................................................................................................21
11. Ética e cidadania.................................................................................................................21
Conclusão......................................................................................................................................24
Bibliografia....................................................................................................................................25
3

1. Introdução
O presente trabalho tem como tema “ética digital” não se pode fazer menção a ética digital sem
se fazer menção a ética no sentido geral a ética digital é o sistema de valores e princípios
adotados por uma empresa na condução de interações digitais entre empresas, pessoas e coisas.
A ética digital está no centro, entre as exigências legais, o que pode ser possibilitado pela
tecnologia digital, e o que é moralmente desejável.
Como a ética digital não é exigida por lei, ela depende amplamente de como cada organização
estabelece, individualmente, seus parâmetros de inovação e define como serão usados os dados
de seus clientes e funcionários.
4

2. Problema
Quando falamos em ética, estamos nos referindo a um conjunto de valores e de princípios que
servem para orientar o comportamento do ser humano dentro da sociedade. Pessoas com senso
de ética têm boa índole e uma conduta que impede que elas sejam capazes de ter
comportamentos prejudiciais para outras pessoas.
O mundo digital está causando uma série de transformações não apenas na forma de realizar as
tarefas do dia-a-dia, mas também nos pensamentos e nas percepções. Conforme novas
tecnologias vão sendo desenvolvidas, novas discussões vão surgindo, principalmente com
relação aos aspectos éticos e morais.
A ética digital está no centro, entre as exigências legais, o que pode ser possibilitado pela
tecnologia digital, e o que é moralmente desejável. Cada organização deve considerar seus
próprios clientes e o que eles considerariam um uso aceitável de dados e tecnologias para
entregar produtos e serviços.
5

3. Justificativa
A ética é um conceito cada vez mais fundamental, que garante equidade, justiça, respeito e uma
série de direitos e responsabilidades a todos envolvidos. Nos meios digitais, mais do que nunca,
devido ao momento em que a sociedade atravessa e pela quase inexistência de regulação e
legislação, é fundamental que todos os players adotem consistentes e amplos códigos de ética.
Vivemos em um mundo em que fala se mais da inclusão digital, mais essa inclusão deve ter
princípios éticos. tem se assistido cada vez=grandes debates sobre questões éticas no mundo
digital, são questões que de certo modo tem alguma legitimidade porque actualmente tem se
falado batente em questões de cibersseguranca, ataques digitais, discursos de ódios e racistas em
plataformas digitais., portanto a ética digital seria essa reflexão sobre as nossas ações no mundo
digital ou nas plataformas digitais, por isso que é um tema bastante revelante pois esse aspectos
já tem sido apontado como o futuro das organizações.
6

4. Objectivos
4.1. Objectivo Geral
 Compreender a ética digital

4.2. Objectivo Específicos


 Definir o que e ética, moral e deontologia
 Definir a ética digital
 Identificar as origens da ética digital
 Indicar a importância da ética digital nas empresas
 Falar da falta de ética nas redes socais

5. Metodologia

Para a elaboração do trabalho pretendido, usou-se a pesquisa de natureza qualitativa com o tipo
de pesquisa bibliográfica através da consulta de várias obras que tratam sobre o assunto inerente
a ética profissional e consulta de alguns “sites” da internet sobre os pensadores que se debruçam
sobre o assunto em destaque que logo nos remete ao uso de processos de observação registo,
analise das informações fornecidas fazendo a sua devida justificação logico-racional Não
obstante respeitara o método indutivo e a pesquisa-acção.
7

6. Ética Digital

Para entender ética digital é importante saber o que é ética e para que serve. Ética vem do grego
Ethos, estuda o comportamento do homem, nos quais são os princípios do bem e do mal. A ética
não é obrigatória, ou seja, ela está sujeita a vontade do homem, Seronni diz.
A definição da palavra ética no dicionário Aurélio, diz o seguinte: Estudo dos juízos de
apreciação que se referem à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista
do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja do modo
absoluto.Procuramos defini-la como uma aglutinação de normas de boa conduta,
regidas pela própria comunidade, direcionada para o relacionamento entre as
pessoas nos diversos níveis, quer seja, profissional ou não, procurando definir o
que é certo e honesto. (SERONNI, 2003 p.1)
Já Lima Vaz (2002, p. 267) nos ensina que:
Ética parte do pressuposto de racionalidade imanente ao ethos e sua tarefa como
disciplina filosófica consiste essencialmente em explicitar as razões do ethos ou
em elucidar a inteligibilidade da práxis ética em suas diversas dimensões e
estados.
A definição da ética na filosofia clássica não se resumia à moral, embora busque fundamentar as
ações morais exclusivamente pela razão – entendida como “costume” ou “hábito”, do latim mos,
mores; mas buscava o melhor estilo de vida, tanto na vida privada quanto em público. A ética
integrava a maioria dos campos de conhecimento que não eram abrangidos na física, metafísica,
estética, na lógica, na dialética e por último na retórica.
Seguindo a revolução industrial com a crescente especialização do conhecimento no campo da
ética, foram estabelecidas como disciplinas científicas independentes. Dessa forma, podemos
dizer que atualmente, é definida como área da filosófica que estuda as normas morais na
sociedade justificando o costume humano.
6.1. O campo da ética
Um trecho de Vasquez (1995, p. 3), “os problemas éticos caracterizam-se pela sua generalidade e
isto os distingue dos problemas morais da vida cotidiana, que são os que nos apresentam nas
situações concretas”.
8

Segundo Adolfo Sanchez Vasquez, a ética acaba se transformando numa espécie de julgamento,
impondo as pessoas o comportamento moral. Entretanto, a função crucial é a mesma de todas as
teorias: explicar, esclarecer ou investigar numa determinada realidade. Sendo ética a teoria,
investigação ou explicação de um tipo de experiência humana ou forma de comportamento dos
homens, o da moral, considerado, porém na sua totalidade, diversidade e variedade.
Embora a ética parte do fato da existência da história da moral, tendo como ponto de partida a
diversidade de morais no tempo, com seus respectivos valores, princípios e normas; como teoria,
não se identifica com os princípios e normas de nenhuma moral em particular e tampouco pode
adotar uma atitude indiferente ou eclética diante delas Os homens julgam valiosa a forma em que
a ética estuda o comportamento humano. Todavia, nada disto altera verdade de que a ética deve
fornecer a compreensão racional de um aspeto real, efetivo, do comportamento dos homens.
6.2. Definição da Ética
Não se podem confundir a ética e a moral. A ética não cria a moral. Não é a ética que supõe
determinados princípios, normas ou regras e sim a moral que estabelece na comunidade. A ética
depara com uma experiência de práticas morais já em vigor, sendo a teoria do comportamento
moral dos homens em sociedade.
Como objeto da ciência está a moral para ser estudada. Um fato curioso é que não existe uma
moral científica, mas pode existir um conhecimento da moral que pode ser cientifico. Sendo
assim, pode existir uma moral compatível com os conhecimentos científicos sobre a sociedade,
comportamento humano. Nesse sentido, a ética pode ser valiosa para fundamentar uma moral
sem ser normativa para não ser reduzida a um conjunto de normas e prescrições.
Quando falamos de ética e moral, ambas se relacionam como uma ciência específica e seu
objeto. No sentido etimológico não nos fornecem o significado atual dos dois termos, mas nos
situam no terreno especificamente humano. O comportamento moral pertence somente ao
homem na medida em que, sobre a sua própria natureza, cria esta. Segunda natureza, da qual faz
parte a sua atividade moral.
Então, a ética é a parte da filosofia que se dedica a estudar e aprofundar as questões morais;
analisa as questões referentes às ações dos indivíduos, e a Moral refere-se aos hábitos e costumes
dos indivíduos. É um conjunto de normas para a convivência entre as pessoas.
Toda vez que perguntamos algo sobre as atitudes e comportamentos próprios e alheios estamos
trabalhando com a Ética. A ética se preocupa com as bases e os princípios das atitudes humanas,
9

com o comportamento das pessoas. A filosofia e a ética possuem uma relação permanente e
inseparável.
É muito importante entender a relação e a diferença que existe entre a ética e a moral. A ética é
um ato de refletir sobre nosso comportamento, sobre nossa moral. A moral são os costumes,
hábitos, normas e regras que a sociedade define através dos tempos e dentro das quais os
indivíduos agem, e tomam estas regras como certas e verdadeiras, e por vezes absolutas. A moral
é uma sinalização dos valores, determina na ação o certo e o errado,são valores e normas
colocadas em prática.
6.3. Conceito de Moral
Moral é uma palavra de origem latina, que vem do termo moris (“costume”). É um conjunto de
crenças, costumes, valores e normas de uma pessoa ou grupo social, que funciona como um guia
para agir. Ou seja, a moralidade orienta sobre quais ações são corretas (boas) e quais são
incorretas (ruins). De acordo com outra definição, a moralidade é a soma total do conhecimento
que é adquirido sobre o mais alto e mais nobre, e que uma pessoa respeita em sua conduta. As
crenças sobre a moralidade são generalizadas e codificadas em uma determinada cultura ou em
um determinado grupo social, de modo que a moralidade regula o comportamento de seus
membros. Por outro lado, a moralidade é frequentemente identificada com os princípios
religiosos e éticos que uma comunidade concorda em respeitar.

6.4. Conceito de deontologia


Não se pode falar da deontologia sem se falar da ética e da moral, porque é a partir desses dois
conceitos que emana a deontologia, nesta podem de ideia, A palavra ética deriva-se da palavra
grega éthos que significa “modo de ser”. Trata-se de uma disciplina da filosofia dedicada a
estudar e explorar as vertentes da conduta humana no convívio em sociedade (MATTAR, 2010,
p.240).

Dentro do campo da ética encontram-se a moral e a deontologia. A expressão moral, por sua vez,
advém do Latim “mos”, “moris”, que estritamente também signica costume, uso. Logo Moral
são as regras que orientam os indivíduos no convívio diário na sociedade, norteando suas ações e
seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau, ou seja, A
deontologia se deriva da palavra grega déon e significa “dever” ou “o que é obrigatório” sendo
aplicada às profissões (MATTAR, 2010).
10

Ética, moral e deontologia se relacionam conforme pode-se observar no esquema representado

Figure 1. Fonte: Mattar, 2010

Do ponto de vista etimológico, o termo deontologia deriva do grego “deonta” (dever) e “logos”
(razão). Este conceito foi introduzido por Jeremy Bentham em 1834 (Baptista, 2011), tendo hoje
do seu lado a expressão “Ética Profissional”. Estas duas são um “código de princípios e deveres
(com os correspondentes direitos) que se impõem a uma profissão e que ela se impõe a si
própria, inspirada nos seus valores fundamentais” (Reis Monteiro, 2005, p. 24). Sublinha ainda
que estes valores não podem ser distintos dos valores da sociedade em que determinada profissão
se insere, nem dos valores universais. Depois, o conceito de Deontologia foi usado
especialmente para designar as doutrinas sobre determinadas classes de deveres, relativos a
profissões ou situações sociais

De acordo com Silva et al (1998 citado por Momade, 2017) podemos definir Deontologia como
sendo o estudo do dever e das obrigações

A Deontologia é um conjunto de comportamentos exigidos aos profissionais que muitas vezes


não estão codificados numa regulamentação jurídica. Neste sentido, a deontologia é uma ética
profissional de obrigações práticas, baseadas numa acção livre da pessoa, no seu carácter moral,
carente de uma legislação pública. Por outro lado, ela seria um tribunal que julga a actuação do
profissional no exercício das suas actividades. a Deontologia pode ser definida como sendo a
ciência que estabelece normas directoras das actividades profissionais sob o signo de rectidão
moral ou honestidade, estabelecendo o bem a fazer e o mal a evitar, no exercício de uma
profissão
11

A deontologia traduz o cumprimento dos deveres que se apresentam a cada um na posição que
ocupa na vida profissional, e que estão presentes como um compromisso na consciência moral,
com respeito à profissão. Entretanto, a ética profissional traduz um campo de estudo em relação
directa com a Filosofia, disciplina que historicamente lhe deu origem e alimenta a discussão
sobre a Moral e os fundamentos da acção humana; bem com o Direito, uma vez que é ele quem
orienta a relação com a normatividade das acções, transformadas em leis ou códigos, e dispõe
sobre a distribuição da justiça aos envolvidos em conflitos de toda ordem.

6.4.1. Deontologia e a sua relação com o trabalho


De acordo com Hitt (1990 citado por Momade 2017), cada profissão tem uma deontologia que
deve ter o seguinte esquema básico de conduta profissional:

a) Na área da profissão A deontologia prevê como norma fundamental, nomeadamente zelar


pela competência e honestidade pelo bom nome ou reputação da profissão, na busca
honesta comprometida pelo bem da sociedade, através dos meios que essa profissão
proporciona. b)
b) Na área da ordem profissional: Na relação com os seus pares e colegas da profissão deve-
se criar um culto de lealdade e solidariedade profissional evitando críticas levianas,
competição e concorrência desleal; de toda e qualquer acção dos colegas e sem nunca
ferir a verdade, a justiça, ou a moral. Assim, as máfias, pactos de silêncio e sociedades
secretas não são necessários para o exercício profissional.
c) Na área dos clientes, usuários profissionais: Esta área diz respeito aos que são usuários
dos serviços profissionais. Nela encontramos 3 (três) normas fundamentais:
 Execução íntegra do serviço conforme o combinado com o usuário: sempre que o
pedido seja moralmente lícito no plano objectivo e não vá contra o bem comum ou de
terceiros ou do próprio solicitante, o profissional deve esclarecer o cliente, mostrando
as inconveniências existentes e os procedimentos para melhor execução.
Posteriormente pode deixar o cliente decidir e assumir toda a responsabilidade pelas
consequências, excepto se houver prejuízos ao bem comum ou a terceiros;
 A remuneração justa: o valor cobrado a um cliente deve ser idêntico ao cobrado a
todos os clientes. Contundo, nada impede que se prestem serviços a menor preço ou
mesmo gratuitamente, em casos de necessidade financeira do usuário;
12

 O Sigilo Profissional: o que se vem a conhecer do íntimo e pessoal no exercício da


profissão faz parte do segredo confiado e só se pode usar para melhor prestação de
serviços e não para outros fins

7. Ética digital: uma tentativa de definição de conceito


Estamos testemunhando como a tecnologia está evoluindo, transformando completamente nossas
vidas. Inteligência Artificial, NFTs, computação quântica, o metaverso... Todos esses avanços
trazem múltiplas oportunidades e benefícios para a sociedade, mas também alguns perigos e
desafios importantes que tornam necessário repensar uma nova ética digital.

A chegada da Internet revolucionou drasticamente o cotidiano das pessoas. Não há duvidas. A


forma como nos comunicamos, nos relacionamos ou realizamos pequenas ações diárias não é a
mesma de 20 anos atrás. Mesmo que a Internet já seja uma realidade mais do que implantada em
nossas vidas, ela continua nos surpreendendo.

Novas formas de consumir, aprender, trabalhar ou novas aplicações e experiências são alguns
exemplos dos constantes avanços tecnológicos. Progresso que, claro, tem um impacto positivo na
sociedade; embora também apresentem dilemas, riscos e ameaças, como a transferência de nossa
privacidade, que deve ser controlada. Por isso, são essenciais novas bases de convivência em que
os direitos dos cidadãos digitais sejam garantidos.

7.1. Origem da ética digital


O filósofo James H. Moor, professor de Filosofia Intelectual e Moral da Universidade de
Dartmouth, publicou um artigo intitulado “O que é ética computacional?” em 1985, tornando-se
pioneiro no campo da ética digital. Segundo ele, as novas possibilidades oferecidas pelo mundo
digital exigem uma nova ética que responda às necessidades de uma sociedade na qual o mundo
digital se tornou um dos elementos mais importantes na hora de projetar nossa forma de habitar o
mundo.

Para Moor, a ética informática responde à “análise da natureza e impacto social das tecnologias
informáticas e a correspondente formulação e justificação de políticas para uma utilização ética
destas tecnologias”.

Se tivermos que listar problemas a serem enfrentados na rede, vêm à mente questões como o
abuso de redes sociais, a compra e venda de informações pessoais ou o controle de dados por
13

empresas e governos. Tudo isso, no entanto, são questões mais sociais do que técnicas, por isso é
necessário e possível propor alguns princípios práticos que nos permitam melhorar nossa

existência no mundo digital.

Da análise do impacto social das novas tecnologias à formulação de princípios básicos para seu
uso ético, a chave está em tentar garantir o uso adequado da informação, entendendo o bom uso
como aquele que promove o bem da humanidade.

7.2. Conceito de ética digital


Existem muitas definições formais de ética digital – a Wikipedia, por exemplo, define a ética
digital (também chamada de ética da informação) como “o ramo da ética que se concentra na
relação entre a criação, organização, disseminação e uso da informação, e a ética normas e
códigos morais que regem a conduta humana na sociedade".

Segundo () a ética digita Refere-se às regras e códigos que tentam resolver os problemas
causados pelo uso da Internet. Como ataques à segurança, assédio nas redes sociais, os limites da
liberdade de expressão e, principalmente, a privacidade dos dados pessoais.

Segundo Capurro ( 2009)A ética digital ou ética da informação em um sentido mais amplo lida
com o impacto das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) digitais em nossas
sociedades e no meio ambiente em geral. Em um sentido mais estrito, a ética da informação (ou
ética da mídia digital) aborda questões éticas que lidam com a internet e a informação
interconectada e os meios de comunicação, como telefones celulares e serviços de navegação.
Questões como privacidade, sobrecarga de informações, vício em internet, exclusão digital,
vigilância e robótica são discutidas hoje, particularmente, de uma perspectiva intercultural.

A ética digital são as normas dedicadas a garantir que a autonomia e a dignidade dos usuários
sejam respeitadas na internet. Enquanto a ética tradicional diz respeito às relações entre indivíduos
e a ética corporativa diz respeito às relações entre empresas e clientes, a ética digital combina
essas duas (ou mais) partes interagindo online. Dessa forma, a ética digital prescreve como dois
indivíduos que se comunicam on-line devem se comportar, como duas empresas devem conduzir o
comércio na Internet com responsabilidade e como as empresas devem tratar seus usuários.
(CAPURRO, 2009)

Poderíamos dizer que a ética digital é o código social necessário para resolver os problemas que
o uso da Internet está causando; Entendemos esses problemas como direitos de propriedade
14

intelectual, ataques cibernéticos à segurança, limites à liberdade de expressão, regulação de


grandes corporações, desconexão digital, conduta em redes sociais e privacidade de nossos dados
pessoais.

A ética digital envolve as decisões morais que são tomadas em relação ao mundo virtual. A
etiqueta digital é essencial para fortalecer sua reputação (como entidade pública ou privada),
reter seus clientes e se comportar de forma ética no mundo digital. Compreender a ética e a
privacidade pode parecer simples no início, mas quando você começa a mergulhar, descobre que
é difícil encontrar o equilíbrio entre ser solidário e intrusivo.

Por meio da criação de princípios, valores, deveres e direitos, o objetivo é orientar o


comportamento dos usuários da rede para o uso correto dessa ferramenta. No entanto, decidir o
que é certo ou errado envolve um debate constante também no contexto virtual.

Incluir a ética no mundo digital, como podemos perceber, é uma prática muito importante para
que seja possível utilizar a internet com segurança e responsabilidade, porém a prática não é tão
simples quanto parece.

Os novos softwares inteligentes, algoritmos e outras tecnologias estão revolucionando o mercado


e tornando cada vez mais difícil desenhar as “linhas” que separam o mundo digital do físico. Por
esse motivo, é muito importante a discussão sobre até onde a tecnologia pode ir.

Os benefícios trazidos com a eficiência da comunicação, a redução de custos para funções e


transações do dia a dia, o envio de informações personalizadas e a acessibilidade são diversos e
devem continuar crescendo.

Mas, para que isso aconteça, também existem alguns efeitos negativos, como manipulação de
mercados, volatilidade, seleção de informações, desfavorecimento de pequenas empresas, entre
outros.

A ética no ambiente digital (por mais que tenhamos regulamentações) não é exigida por lei; ou
seja, depende de como cada empresa ou indivíduo atua nesse meio. No momento, é preciso que
cada pessoa tenha consciência de seus atos e do relacionamento que está criando com as
empresas com as quais interage. Conhecer mais sobre como essas organizações percebem e agem
15

em relação à moral, atentar-se para o que compartilha on-line e principalmente estudar e discutir
sobre ética digital são atitudes de extrema importância.

Como a ética digital não é exigida por lei, ela depende amplamente de como cada organização
estabelece, individualmente, seus parâmetros de inovação e define como serão usados os dados
de seus clientes e funcionários. Uma abordagem mais humanista é geralmente mais necessária
para a ética digital do que para outros arcabouços de governança.

Os principais tópicos da ética da mídia digital ou ética digital (da informação) são propriedade
intelectual, privacidade, segurança, sobrecarga de informações, exclusão digital, discriminação
de gênero e censura (Ess, 2009; Himma e Tavani 2008). Eles são objetos de escrutínio ético não
apenas com base em direitos e princípios universais, mas também em relação às diferenças
culturais, bem como às singularidades históricas e geográficas que levam a diferentes tipos de
fundamentos teóricos e opções práticas. Este campo de pesquisa ética está agora sendo chamado
de ética da informação intercultural (Capurro 2008; Hongladarom e Ess 2007; Capurro 2006).

7.3. Possíveis ramos da Ética digital


A ética digital ainda está em sua infância, então não há termos realmente aceitos para
subcategorização. Para fins de explorar mais detalhes, porém, consideraremos “ética digital
pessoal” e “ética digital corporativa”.

 A ética digital pessoal abrange como os usuários individuais honram o direito do outro à
autodeterminação online. O que os torna únicos em comparação com a ética típica que
orienta a conduta interpessoal é que, dada a natureza da infraestrutura online, as
comunicações são quase sempre mediadas por algum interesse privado ou de terceiros

A ética digital corporativa: O outro lado da moeda, e a área que atrai muito mais atenção, é a
“ética digital corporativa”. Mais uma vez, como praticamente todo lugar na internet é
“propriedade privada”, as regras que esses atores do setor privado escolhem impor a seus
usuários têm implicações de privacidade de longo alcance. A ética digital corporativa gira
principalmente em torno das práticas de plataformas online, como redes sociais, que coletam
informações confidenciais sobre
16

7.4. O papel das empresas na ética digital


A ética digital tornou-se uma responsabilidade que empresas e instituições devem levar em
conta. Um bom ponto de partida para as empresas seria tomar como referência a Declaração
Digital assinada por 40 CEOs de tecnologia no Fórum Econômico de Davos em 2019, com o
objetivo de elaborar um guia que servisse de bússola para agir eticamente na era digital.

Entre as diretrizes fundamentais que foram estabelecidas tendo em mente as empresas do mundo
digital, a Global System for Mobile Communications Association (GSMA) quis dar atenção
especial aos seguintes aspectos:

 Participação: Preocupar-se com a conectividade e as tecnologias digitais atingirem o


maior número de pessoas possível, colocando o foco no desenvolvimento de
competências digitais, algo que deve fazer parte da educação de todo cidadão.
 Sociedade digital dinâmica: Plataformas, produtos, serviços e ecossistemas digitais
formados por um grande número de empresas e tecnologias devem continuar inovando
em busca de benefícios para a sociedade.
 Ecossistema digital sustentável
 O ecossistema digital deve ser constituído por ambientes empresariais e políticos capazes
de se adaptar às mudanças do mercado, algo que partirá do conhecimento em gestão de
dados.
 Comportamento digital: A Internet deve ser um lugar aberto e acessível baseado na
cooperação de todas as partes, onde se impõe uma reação firme contra o assédio virtual e
as tentativas de restringir a liberdade de expressão e o acesso à informação.
 Privacidade e dados: Todos os participantes da sociedade digital devem respeitar a
privacidade dos cidadãos, sendo os seus dados geridos de forma responsável, segura e
transparente. Isso será feito com práticas que permitem a livre escolha de transferência
de seus dados.
 Cibersegurança: Todos os agentes sociais envolvidos devem trabalhar para coibir as
ameaças à cibersegurança, tornando o uso da rede cada dia mais seguro.
 Responsabilidades: O compromisso de alcançar um futuro digital positivo e
compartilhado por toda a sociedade digital é necessário, algo que empresas e instituições
devem trabalhar em suas políticas. Fá-lo-ão estabelecendo objectivos específicos que
17

encorajem a inovação, tendo sempre presente a importância do investimento e o bem-


estar dos utilizadores.
 Cooperação e diálogo: Finalmente, a colaboração e o diálogo devem ser promovidos em
toda a geografia e indústria para desenvolver um futuro digital cada vez mais
responsável.

A ética digital está relacionada a um conjunto de valores que uma pessoa deve ter ao utilizar a
internet para não ferir nem prejudicar o outro usuário.

7.5. Vantagens da aplicabilidade da ética digital


 Ela nos protege: A ética digital nos protege de várias maneiras, pois hoje mesmo em
qualquer rede social ou página da web podemos encontrar pessoas mal intencionadas.
 Ensina-nos a ser prudentes: é por isso que a ética digital nos ensina sempre a ser
prudentes, pois somos sempre exortados a não divulgar informações a pessoas
desconhecidas ou de identidade duvidosa.
 Cuide da nossa reputação: A ética digital também cuida da nossa reputação hoje, as redes
sociais hoje são uma ferramenta amplamente utilizada pela maioria das pessoas em todo
o mundo, por isso devemos ter cuidado ao escolher quais fotos vamos enviar para a
internet ou quais coisas vamos postar em nossos murais nas redes.
 Incentivar o respeito: Devido a essa ética existem algumas regras nas redes sociais ou
páginas da web que não nos permitem ser desrespeitados com comentários ofensivos ou
insultos.
 Por sua vez, nos incentiva a respeitar os outros: Da mesma forma, isso nos motiva a
respeitar as outras pessoas, pois se exigirmos que nos tratem bem, trataremos bem os
outros.
 Evitar o cibercrime: Essa ética digital também evita frequentemente o cibercrime, pois
certas regras e protocolos nos ensinam e nos impedem de cometer uma falha no campo
digital.
 Ela nos ensina a aceitar os outros como eles são: Porque a ética nos motiva a respeitar os
outros, ela também nos ajuda a aceitar as outras pessoas como elas são, então entendemos
que não é correto zombar de outras pessoas.
18

 Ensina-nos a estabelecer limites: Como entendemos que devemos ser cautelosos ao


divulgar qualquer informação pessoal e cuidar de nossa reputação, isso nos ensina a
estabelecer limites claros sobre o que devemos ou não fazer.
 Nos ensina a realidade: essa ética no nível digital nos ensina uma lição muito importante,
se não existisse, estaríamos em perigo de várias maneiras, é por isso que de certa forma
nos ensina a realidade desta era digital que cresceu enormemente, que da mesma forma
que existem pessoas boas na Internet, também podemos conhecer pessoas más e hostis.
 Seremos capazes de proteger os outros: Se incentivarmos os outros a ter e formar essa
ética digital, podemos ajudar outras pessoas a também serem prudentes e se cuidarem ao
divulgar qualquer informação.

7.6. A falta de ética nas redes sociais

Segundo Martha Medeiros, “Palavras são apenas resumos dos nossos sentimentos profundos,
sentimentos que para serem explanados precisam mais do que um sujeito, um verbo e um
predicado”. Precisa de toque, visão, audição. Amor virtual é legal, mas o teclado ainda não dá
conta de certas sutilezas.
A internet trouxe o universo para dentro de casa juntamente com as redes sociais que faz parte do
nosso dia a dia. A maneira rápida que ela proporciona da gente se comunicar é inacreditável,
consegue nos aproximar de quem está longe.
A exposição das pessoas nas redes está cada vez maior gerando um grande risco, pois não são
todos que usam da maneira adequada e ultrapassam os limites.

Enfim, quando se trata das redes sociais, blogs e sites, a internet pode ser usada para vários
propósitos – pessoas que ficam a par de todas as notícias de celebridades, outras que usam como
ferramentas no mundo dos negócios e aquelas que fazem mal uso causando polêmicas em
situações que favorecem a discriminação e o preconceito.

7.6.1. Intolerância Nas Redes Sociais


Como já estudamos no tópico acima a respeito do discurso de ódio, sabemos que nas redes
sociais todos nós podemos ser vítimas do ódio. O uso constante das 26 redes contribui para
pessoas de má índole causar polêmicas radicalizando toda e qualquer opinião divergente.
19

O fato é que um simples comentário pode gerar uma grande repercussão e causar traumas na vida
das pessoas. Podemos citar como primeiro exemplo, o caso da cantora Anitta que passou por
uma situação constrangedora no ano passado; ela fez uma cirurgia plástica no nariz e divulgando
suas fotos no instagram a cantora foi motivo de piada sendo comparada a Michael Jackson e,
logo se espalharam por todas as redes sociais.

Podemos dizer que sempre aconteceu o bullyng, mas era algo restrito, como em escolas ou até
mesmo em casa; o problema que esse bullyng se tornou ilimitado se expandindo para as redes
sociais – que no caso da internet, chamamos de cyberbullyng.

8. Ética na publicidade

Até mesmo no mundo de publicidade a ética é uma peça importante, mesmo que por alguns
momentos ela falhe, e que nem todos façam conhecimento ou até mesmo não a utilize, ela se faz
presente por ser fundamental utilizá-la. Todos os anúncios e campanhas publicitárias precisam
ter uma visão meticulosa e um amplo conhecimento a respeito de ética e moral, para que possa
passar toda sua boa teoria e assim ser seguido na prática, podendo de tal forma criar boas
estratégias e programas respeitando acima de tudo todo o público que a visualiza, gerando valor
como o foco fundamental da publicidade.

Muitas vezes focando em boas criações e produções, diversas propagandas se enquadram como
excelentes e nos levam a refletir sobre o tema discutido no anúncio, sendo essas boas condutoras
de cultura, conhecimento, aprendizado e ainda fixa a mensagem na mente do seu público alvo,
criando valor para o que ela oferece. Entretanto, também existem falhas no meio publicitário
quando a intenção de exibir um “produto” nos faz passar por cima de tudo o que é certo, e nos
leva a atingir o próximo tentando menosprezá-lo, colocando-o como inferior e nos classificando
como o melhor de tudo. Esses fatos nos levam a analisar a ética na antiguidade, onde as leis
divinas eram as únicas que importavam e logo após veio a modernidade, a pós modernidade e
hoje em dia os humanos se perderam no próprio conceito do que é ser ético, que nada mais é do
que respeitar o próximo, cumprir leis e regras.

Portanto é importante ler, se permitir ao conhecimento para agregar qualificações profissionais


nas agências, trabalhos e no conteúdo pessoal, que além de criar bons frutos futuros, criará um
20

novo país com um rico histórico de ótimas e exemplares campanhas publicitárias que refletirão
nos bons indivíduos praticantes da ética e da moral.

9. Ética Empresarial

Falar sobre ética empresarial é mais importante do que nunca. Isso não só pela imagem que
uma empresa projeta perante os seus clientes e o público em geral , mas também para que ela
atraia os melhores talentos, ou seja, profissionais que podem agregar muito valor ao negócio.

As empresas não são mais simplesmente o lugar onde os funcionários vão trabalhar. Agora, as
organizações devem ter valores concretos e significativos. É que o mercado está a mudar, e a
concorrência na busca por bons profissionais cresce cada vez mai

O conceito de ética empresarial refere-se, entre outros elementos, às diretrizes que uma empresa
adota ao interagir com clientes, funcionários e demais organizações. É um esforço consciente
para tratar todas as pessoas (físicas e jurídicas) com respeito e estabelecer um ambiente de
trabalho positivo.

Os efeitos das práticas éticas nos negócios podem beneficiar financeiramente uma empresa,
auxiliando-a a obter o que precisa para crescer.

Em outras palavras, a ética está relacionada aos princípios e valores que um indivíduo usa para
fundamentar suas atividades e decisões. Em uma organização, um código de ética é um conjunto
de princípios que a orienta em seus programas, políticas e decisões de negócios.

A filosofia ética que uma organização constrói para realizar negócios pode afetar sua reputação,
produtividade e, também, seus resultados financeiros. É por isso que, ao longo deste artigo,
apresentamos alguns pontos relevantes para aprofundar o assunto e oferecer a você uma
compreensão mais rica sobre o tema.

Ter uma boa ética empresarial não só tornará a empresa atrativa para mais e melhores
profissionais, aqueles que podem escolher a empresa com a qual querem crescer e o projeto em
que mais acreditam, mas também gerará confiança entre clientes ou consumidores.
21

10. Sigilo
sigilo profissional faz parte dos valores éticos que devem ser seguidos pelos profissionais da
saúde. Este estudo objetivou analisar o comportamento de profissionais e estudantes do curso de
Odontologia diante de situações que envolvem o sigilo profissional
Na sociedade humana a vida implica atos, fatos e outras ocorrências que necessitam ser mantidos
em sigilo por questões de proteção individual. Na área da saúde, o segredo profissional requer
proteção ainda maior e apresenta grande utilidade prática e social, na medida em que relaciona
obrigatoriedade legal e postulados morais que devem ser cumpridos.
Não se constitui uma tarefa simples definir o que é sigilo profissional. Alguns autores1,2
admitem que sua origem se pauta no verbo latino secenere, cujo particípio, secretum, quer dizer
reservado, escondido.
O dicionário Aurélio3 registra que “sigilo” é sinônimo de segredo e refere-se ao “sigilo
profissional” como sendo o “dever ético que impede a revelação de assuntos confidenciais
ligados à profissão”. O segredo profissional adquiriu fundamentação mais rigorosa ao ser
centralizado na necessidade e direito do cidadão à intimidade, passando a ser entendido como
confidencialidade.

11. Ética e cidadania

Entende-se que a ética dedica-se aos estudos dos valores morais e os princípios do
comportamento humano perante a sociedade, garantindo o bem – estar social do cidadão. Não
poderia haver cidadania se a ética deixasse de ser cumprida. O cidadão ético é aquele que sabe
buscar os seus direitos e os seus benefícios sociais em conformidade da lei.

A ética deve ser compreendida como crítica reflexiva e responsável pela conduta humana em
todos os setores sociais. Ela é histórica e construída socialmente, tendo como base referencial as
relações humanas coletivas. Segundo SOUZA, A ética situa-se no campo dos princípios morais e
dos valores que orientam os homens em suas ações, tomando como referência outros indivíduos
de determinada sociedade. Sendo um produto histórico social, a ética ilumina a consciência
humana à medida que “[… sustenta e dirige as ações do homem, norteando a conduta individual
e social […] e define o que é a virtude, o bem ou o mal, o certo ou o errado, permitindo ou
proibindo, para cada cultura e sociedade.” (SOUZA, 1995, p. 187)
22

É percebível que a ética procura equilibrar a conduta do cidadão, do profissional e,


principalmente, do político, suscitando nesses indivíduos uma profunda reflexão, incitando-os ao
cumprimento da responsabilidade e a realização de previsões das supostas consequências
resultantes de suas decisões. No mundo globalizado e nos países capitalistas onde há a ganância
desenfreada e o imensurável egocentrismo, cresce, substancialmente, a necessidade das
instituições educacionais contribuírem com a formação integral dos indivíduos e, portanto, com o
favorecimento da construção da ética dos sujeitos.

Considera-se que além da família, a escola é o espaço extremamente propício para a formação
ética do cidadão, tendo em vista, que ela participa da formação dos seus educandos, explicitando
regras e valores através dos professores, do material didático pedagógico, do comportamento e
da hibridização de costumes e saberes dos alunos. A ética é, pois, um objeto de reflexão que
contribui com o convívio da pluralidade em todos os setores públicos, inclusive nas instituições
educacionais, principais formadoras da cidadania.

Na medida em que os anos passam, no mundo globalizado, nos países capitalistas e das
tecnologias de ponta, observa-se, com frequência, o rompimento das ações e o atropelamento à
dignidade humana sem nenhum receio ao descumprimento da ética. No entanto, para que a
dignidade seja imposta e a cidadania efetivada, faz-se necessário que a ética seja buscada, uma
vez que ela exige a apregoação do respeito mútuo, da justiça, da solidariedade e do diálogo. A
dimensão da ética favorece a plena formação e construção do sujeito cidadão permitindo-lhe
compreender a sua importância como membro social.

O cidadão que exerce sua ética, preserva a estreita relação humanizadora em seus diferentes
contextos – econômico, político, social, educacional etc., além de assumir o caráter da cidadania
coletiva. Viabilizar a educação ética é, ao mesmo tempo, proporcionar aos educandos o combate
ao preconceito e a discriminação de vária naturezas, valorizando o diálogo com os presentes em
seu meio social.

A ética de um indivíduo é sempre observada e admirada pela sociedade a que ele pertence pois,
ele procura fundamentar as suas ações morais de acordo a razão. Contudo, em meio a essa gama
23

de influências, atitudes e comportamentos negativos e corrompedores vivenciados no ambiente


hodierno, a ética deve apresentar-se bastante consistente para não se desnortear.

Para refletir: Será que poderia criticar-se os outros, uma vez que não age-se com os princípios
éticos ou morais? Segundo o juiz federal Sérgio Moro, “quando se tem a oportunidade de
furtar… não se perde a oportunidade. Como base nos problemas da Lava Jato ele assegura que os
políticos de hoje foram oportunistas no passado e se não for mudada a estrutura de valores de
nossa sociedade com a busca da ética e da moral como pilares do comportamento, nunca seremos
um povo realmente honesto e justo.”

A partir do momento em que se chega a uma fila e que procura-se atendimento antecipado, sem
nenhuma justificativa de prioridade, “jeitinho brasileiro”, estaria, de certa forma, descumprindo
com o dever social e ao mesmo tempo asfixiando a norma ética. Da mesma sorte, quando recebe-
se um troco com erro de superávit e não preocupa-se com a sua devolução, uma vez que o
princípio ético exige que não se deve pegar ou usufruir aquilo que não lhe pertence, aconteceu a
burlação da eticidade.  Semelhante as quebras de regras de uma instituição, que deveriam ser
discutidas apenas no lócus ou o apunhalamento a terceiros quando esses não se fazem presentes
pra se defenderem.

Contudo, está nitidamente percebível que a ética é algo que se constrói ao longo da vida. Certas
normas que, anteriormente, eram exigidas, atualmente passaram a ser cumpridas pelo
reconhecimento de sua importância, como o exemplo do professor Cortella: quando o uso do
cinto de segurança passou a ser de obrigatoriedade, alguns motoristas, para atropelar a lei,
usavam camisas do Vasco, por apresentarem uma tarja preta e coincidir com o cinto, para
confundir os agentes de trânsito. Hoje ao entrar no veículo, a primeira coisa que se faz é colocá-
lo sem, no entanto, se precaver de multa mas da própria segurança. Portanto, conclui-se que a
ética vai se construindo a partir da conscientização no dia a dia.
24

Conclusão
A ética digital está relacionada a um conjunto de valores que uma pessoa deve ter ao utilizar a
internet para não ferir nem prejudicar o outro usuário. Já a segurança digital se refere ao cuidado
com a informação, já que, por meio das redes sociais e outras plataformas, nos comunicamos,
enviamos e armazenamos inúmeros tipos de mensagens.

ética no mundo digital é o que atua para manter dignidade, segurança, privacidade e outros
valores no ambiente virtual, seguindo tanto os valores morais quanto as legislações a respeito do
assunto.

De acordo com o Gartner, ética digital é o sistema de valores e princípios adotados por uma
empresa na condução de interações digitais entre empresas, pessoas e coisas. A ética digital está
no centro, entre as exigências legais, o que pode ser possibilitado pela tecnologia digital, e o que
é moralmente desejável.

A ética é importante e essencial para que haja equilíbrio em uma sociedade porque nos ensina a
refletir sobre nossas ações, se seguimos as regras e normas necessárias para o bom convívio em
sociedade, se respeitamos o outro, se somos honestos, íntegros e justos, se fazemos aquilo que é
correto mesmo quando ninguém está
25

Bibliografia
BAPTISTA, I. Ética, Deontologia e Avaliação do Desempenho Docente. Coleção Cadernos do
CCAP – 3. Lisboa: Ministério da Educação. 2011

CAPURRO Rafael. Digital Ethics. 2009

Hongladarom, Soraj (2007). Analysis and Justification of Privacy from a Buddhist Perspective.
In: Soraj Hongladarom and Charles Ess (Eds.): Information Technology Ethics: Cultural
Perspectives: Idea Group, 108-122.

MATTAR, João. Introdução à filosofia. Ed. Pearson. 2010.

MOMADE, Abiba. Ética de Deontologia: Manual do curso de licenciatura em


administração, pública. Instituto Superior De Ciências E Educação A Distância; Beira, 2017
O’BRIEN, John. Digital Ethics in Higher Education: 2020, Educause Review, Julho 1, 2020,
Access on 28 Mar. 2022. Available at:
https://er.educause.edu/-/media/files/articles/2020/5/er20_2103.pdf

REIS MONTEIRO, A. Deontologia das Profissões da Educação. Coimbra: Edições Almedina.


2005

SOUZA, Sônia Maria Ribeiro de. Um outro olhar: filosofia. São Paulo: FTD, 1995.

Você também pode gostar