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Matemática Financeira | 21159

Proposta de resolução - e-fólio global

1. O Rui vai aplicar as suas economias de 50 000,00 EUR durante o prazo


de 9 anos à taxa efectiva anual de 5% em regime de juro composto com
capitalização anual. O Rui quer ter pelo menos 70 000,00 EUR no final
do prazo.
Após 5 anos, ele precisa de algum dinheiro para uma despesa inespe-
rada. O Rui e o seu banco concordam com as seguintes alterações:
- Rui retira parte do seu investimento
- a taxa de juros dos últimos 4 anos muda para 4% (taxa efectiva anual).
Qual é o valor máximo que o Rui pode retirar após 5 anos se ainda
quiser atingir o seu objetivo de receber pelos menos 70 000,00 EUR no
final do prazo?
Resolução:
Após 5 anos temos C5 = C0 (1 + i)5 , com C0 = 50000 e i = 0, 05.
Logo C5 = 50000 · (1 + 0, 05)5 = 50000 · 1, 055 ≈ 50000 · 1, 276281562
≈ 63814, 08. Seja x o valor retirado neste momento. Temos
C9 = (63814, 08 − x) · (1 + 0, 04)4 = (63814, 08 − x) · 1, 16985856
= 63814, 08 · 1, 16985856 − 1, 16985856x ≈ 74653, 45 − 1, 16985856x.
Rui quer obter C9 = 70000. Portanto, 70000 = 74653, 45 − 1, 16985856x
⇒ 1, 16985856x = 74653, 45 − 70000 = 4653, 45
⇒ x = 4653, 45/1, 16985856 ≈ 3977, 79.
3977,79 EUR é o valor máximo que o Rui pode retirar após 5 anos se
ainda quiser atingir o seu objetivo.

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2. Uma empresa tem de pagar hoje (21 Fev 2022) uma dívida ou substituí-
la pelo pagamento de 4 prestações anuais de 20 000 euros cada, com
início de hoje a um ano. Sabendo que a taxa de juro anual efectiva é de
5% no primeiro e último ano, de 7% no segundo ano, e 3% no terceiro
ano, qual é o valor da dívida no dia 21 de agusto de 2024?
Resolução: Atualizamos os prestações restantes retrocedendo no
tempo.
O valor da dívida no 21.2.2026 antes a última prestação será paga é
20000 EUR.
O valor da dívida no 21.2.2025 após a terceira prestação será paga é
20000(1 + 0, 05)−1 ≈ 19047, 61905.
O valor da dívida no 21.2.2025 antes a terceira prestação será paga é
19047, 61905 + 20000 = 39047, 61905.
O valor da dívida no 21.8.2024 é 39047, 61905(1+0, 03)−0,5 ≈ 38474, 76.

3. No dia 12 de abril, o Luís recebeu de um cliente uma letra com valor


nominal de EUR 4000,00 e data de vencimento a 29 de novembro desse
ano. A 20 de junho do mesmo ano, o Luís decidiu efectuar o desconto
da letra no Banco BLZ. Os encargos do desconto foram os seguintes:

• taxa de desconto: 7%;


• comissão de cobrança: 0,6%;
• imposto de selo: 4,0%;
• portes: EUR 1,50.

Calcule:

a. O valor do desconto bancário.


Resolução: O desconto bancário é dado por

t+2
DB = V N ( d + CC)(1 + IS) + P,
360
onde t = 162 é o número de dias entre 20 de junho e 29 de novem-
bro, o que corresponde a 10 dias de junho mais 3 · 31 + 30 = 123
dias dos meses de julho, agosto, setembro, e outubro, mais 29 dias
de novembro. Logo

164
DB = 4000 · ( · 0, 07 + 0, 006)(1 + 0, 04) + 1, 50 ≈ 159, 12 EUR.
360
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b. O produto líquido de desconto.

Resolução: O produto líquido de desconto é

P LDB = V N − DB = 4000 − 159, 12 = 3840, 88 EUR.

4. Uma empresa vai emitir um empréstimo obrigacionista, sendo de 120000


o número de obrigações e EUR 10 é o valor nominal de cada obrigação.
A amortização será realizada nos próximos 6 anos por redução do valor
nominal. O valor de emissão das obrigações é de EUR 9,50 e e a taxa
de cupão é de 4,5% ao ano.
Antes de proceder à emissão do empréstimo, a empresa concluiu que
o custo efectivo do crédito bancário de médio e longo prazo, para o
mesmo montante de financiamento, era de 9% ao ano. Decida qual das
modalidades será mais vantajosa para a empresa.
Resolução:
O número de obrigações emitidas é N = 120000.
O número constante de obrigações a amortizar em cada ano é m̄ =
N/n = 120000/6 = 20000 obrigações. Subtraindo sucessivamente o
valor m̄ = 20000 de N = 120000, obtemos o Nº de obrigações vivas e,
multiplicando por 10 EUR, obtemos os valores nominais dos obrigadores
vivas: 1200000, 1000000, . . . , 200000.
O juro periódico é calculado com base no valor nominal das obrigações
vivas. Logo, o valor de Jk é obtido multiplicando o valor nominal das
obrigações vivas pela taxa i = 4, 5%.
Obtemos J1 = 54000, J2 = 45000, J3 = 36000, J4 = 27000, J5 = 18000,
J6 = 9000.
Neste caso de quotas constantes de capital, a amortização vai ser tam-
bém constante,

M̄ = m̄Vn = 20000 · 10 = 200000 EUR.

A prestação é dada pela soma do juro e da amortização, Ck = Jk + M̄ ,


obtemos C1 = 254000, C2 = 245000, C3 = 236000, C4 = 227000, C5 =
218000, C6 = 209000.
A vantagem relativa das obrigações VRO é
Ck
120000 · 9, 50 − Σ6k=1 (1+0,09)k

254000 245000 236000 227000 218000 209000


= 1140000 − 1,09
− 1,092
− 1,093
− 1,094
− 1,095
− 1,096

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≈ 1140000 − 233027, 52 − 206211, 60 − 182235, 30
−160812, 52 − 141685, 04 − 124619, 87
= 91408, 15 EUR
Como a vantagem relativa das obrigações é positiva, então é mais van-
tajoso recorrer ao empréstimo obrigacionista do que ao crédito bancário.

FIM
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