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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE

GINÁSTICA LABORAL

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE

GINÁSTICA LABORAL

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

MÓDULO I

1 INTRODUÇÃO
2 ERGONOMIA
2.1 HISTÓRICO
2.2 CONCEITO
2.3 POSTURA E MOVIMENTO
2.4 ANÁLISE DA POSTURA
2.5 VISTA LATERAL: ALINHAMENTO IDEAL
2.6 VISTA POSTERIOR: ALINHAMENTO IDEAL
3 HISTÓRIA CLÍNICA
4 AVALIAÇÃO POSTURAL

MÓDULO II

5 FATORES QUE INFLUENCIAM O DESEMPENHO NO TRABALHO


5.1 MOTIVAÇÃO
5.2 FADIGA
5.3 ESTRESSE
6 ESTILO DE VIDA
6.1 ALCOOLISMO
6.2 TABAGISMO
6.3 LAZER E RECREAÇÃO
6.4 ALIMENTAÇÃO
6.5 ATIVIDADE FÍSICA
6.6 SEDENTARISMO
6.7 SAÚDE
6.8 SONO
7 LER/DORT

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MÓDULO III

8 GINÁSTICA LABORAL
8.1 CONCEITO
8.2 IMPORTÂNCIA DA GINÁSTICA LABORAL E SUA CLASSIFICAÇÃO
8.3 COMO IMPLANTAR UM PROGRAMA DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS
LER/DORT

MÓDULO IV

9 EXERCÍCIOS E ALONGAMENTOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO I

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, observa-se que a tecnologia facilitou em muito a vida das


pessoas, mas também as tornou mais sedentárias.
O sedentarismo gera ônus considerável para a economia, dado o
absenteísmo, redução da produção e afastamentos de funcionários. Apesar do
grande esforço realizado pela mídia e pelos órgãos competentes, somente uma
pequena parcela dos adultos nos países desenvolvidos se engaja na prática de
atividade física em nível e intensidade suficiente para manter ou melhorar sua
saúde.
O ambiente de trabalho deve oferecer oportunidades para encorajar e/ou
incentivar os adultos em aumentar a prática de exercício físico. Durante as duas
últimas décadas, muitas empresas e corporações (grandes e pequenas) têm
implementado nos ambientes de trabalho intervenções por meio da prática de
exercício físico, o que promoveu um aumento na produtividade e redução dos custos
com saúde. Muitos empresários têm investido na saúde do trabalhador com o
objetivo principal de aumentar seus lucros e, com isso, inúmeros empregados
acabam melhorando sua qualidade de vida. Sendo assim, a ginástica laboral (GL)
passou a ser estimulada, executada e reconhecida por diversas organizações.
O British Journal of Sports Medicine, que publicou uma matéria sobre
atividade física e trabalho, afirma que empregados que praticam exercício adoecem
menos e causam menos prejuízos aos seus patrões. O estudo foi realizado por
pesquisadores holandeses, que investigaram a saúde de aproximadamente 1.300
trabalhadores pelo período de três anos. Durante esses anos, foram registrados
casos de enfermidades nos voluntários e esses relacionados com o hábito ou não de
praticar exercício de natureza esportiva, de maneira sistemática. O resultado
mostrou que os empregados que praticavam exercício físico adoeciam menos e

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mesmo quando adoeciam isto ocorria em períodos mais curtos, consequentemente
produziam mais do que os ociosos, que se abstêm da prática esportiva.
A GL é o exercício físico orientado e praticado durante o horário do
expediente, visando benefícios pessoais no trabalho. Tem como objetivo minimizar
os impactos negativos do sedentarismo na vida e na saúde do trabalhador, prevenir
doenças ocupacionais e promover o bem-estar durante as pequenas pausas de
trabalho.
A GL deve ser orientada por profissionais habilitados, de acordo com a
função exercida pelo trabalhador, visando minimizar o efeito deletério da solicitação
constante a que o sistema musculoesquelético e articular do trabalhador é
submetido ao executar determinada tarefa, seja ela uma tarefa que exija grande
esforço físico ou não.
Desse modo, os colaboradores que ocupam postos de trabalho onde a força
física é exigida (como para manejar instrumentos, ferramentas e produtos, por
exemplo) e os trabalhadores administrativos como digitadores, secretários,
atendentes, que são acometidos de problemas posturais, musculares ou visuais,
serão beneficiados pelo programa de exercício e o risco de lesões por tais fatores
será reduzido.
Basicamente a ginástica laboral consiste em:

 Exercícios de aquecimento musculoesquelético (estes exercícios


preparam o organismo para o trabalho físico e melhoram o nível de
concentração, elevando a temperatura corporal e aumentando o aporte de
oxigênio nos tecidos);
 Alongamentos (preparam os músculos, tendões, ligamentos e cápsulas
articulares, para maior amplitude dos movimentos);
 Resistência muscular localizada (favorecem a normalização do tônus
muscular decorrente do esforço repetitivo nas tarefas laborais e atividades
diárias, fornecendo a manutenção do equilíbrio muscular e a prevenção
das doenças osteomusculares);
 Relaxamento (tem como finalidade compensar e relaxar todo e qualquer
esforço repetitivo nos músculos, articulações, tendões e ligamentos,
transcorridos no período de trabalho).

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Os benefícios para a empresa consistem na diminuição dos problemas de
saúde do trabalhador, o que consequentemente diminui o afastamento e licenças
médicas, resultando no aumento da produtividade.
Essa afirmativa pode ser verificada de diversas formas, mas as principais
são:

 A diminuição de reclamações por dores musculares;


 Diminuição na ocorrência de afastamento ou faltas ao trabalho por
motivos médicos;
 Diminuição dos acidentes e lesões de trabalho, assim reduz os gastos
com afastamento e substituição do pessoal e melhoria da imagem da
instituição junto aos empregados e a sociedade.

Portanto, o fator “qualidade de vida” do trabalhador é significativamente


aumentado, assim como a empresa é beneficiada na redução de gastos e no
aumento da produtividade ao promover programas orientados de GL. A prática
regular de exercícios físicos combate e previne doenças profissionais, doenças
oriundas do sedentarismo, estresse, depressão, ansiedade, entre outras. Favorece a
sensação de disposição e bem-estar para a jornada de trabalho, reduz a sensação
de fadiga ao final da mesma e contribui para a promoção da saúde e da qualidade
de vida ao trabalhador.

2 ERGONOMIA

2.1 HISTÓRICO

A palavra ergonomia vem dos termos gregos ergon, que significa trabalho, e
nomos, que significa regras ou leis. Surgiu em 1857, com a publicação de um artigo
do Polonês Victor Jastrzebowski intitulado “Ensaios de ergonomia ou ciência do
trabalho, baseada nas leis objetivas da ciência sobre a natureza”. Durante a primeira

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guerra mundial (1914-1917), houve necessidade de aumentar a produção de
armamentos, por isso os fisiologistas e psicólogos foram chamados para melhorar as
condições de trabalho dos trabalhadores a fim de aumentar a produtividade, com o
fim da guerra, essa comissão foi transformada no Instituto de Pesquisa da Fadiga
Industrial.
Durante a II Guerra Mundial (1939–1945), houve um incremento na
velocidade e no número de desenvolvimento de projetos bélicos com novas armas e
tanques com características mais complexas, com isso aconteciam inúmeros
acidentes na área militar. Esses acidentes foram atribuídos a falhas dos projetos de
equipamentos que não eram adequados aos seus operadores, seja pelo peso, pelo
conforto ou mesmo pela segurança do manuseio. Na tentativa de solucionar as
falhas dos projetos, foram organizadas equipes de engenheiros, médicos e
psicólogos para realizarem a adequação dos projetos sob o ponto de vista
anatômico, fisiológico e psicológico. Como consequências, muitos destes
equipamentos foram redesenhados para adaptarem-se melhor ao desempenho do
ser humano.
Estes profissionais especialistas voltaram a se reunir em 12 de julho de
1949, após o fim da Segunda Guerra, na Inglaterra, com intenção de discutir e
formalizar a existência desse novo ramo da aplicação interdisciplinar da ciência,
surgindo assim, oficialmente, a ergonomia como uma forma de melhorar as
condições de trabalho e o bem-estar do ser humano.
Somente na década de 50 com a fundação da Ergonomics Research
Society, na Inglaterra, é que a ergonomia se expandiu no mundo industrializado. No
Brasil, a ergonomia começou a ser estudada nos anos 60, porém, somente com a
criação da Associação Brasileira de Ergonomia, em 1983, é que houve um
desenvolvimento mais rápido, principalmente no meio acadêmico. Já a formalização
de referências de segurança e adaptação do trabalho ao trabalhador veio em 23 de
outubro de 1990, foi instituída a Norma Regulamentadora nº. 17 (NR17) pelo
Ministério do Trabalho e Previdência Social, que objetiva estabelecer parâmetros
que permitam a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto,
segurança e desempenho eficiente.

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2.2 CONCEITO

Para Lida (1990), a ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao


homem. Já para Ergonomics Research Society, ergonomia é o “estudo do
relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e,
particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia
na solução dos problemas surgidos desse relacionamento”. Segundo Winster
(1994), a ergonomia é o conjunto dos conhecimentos científicos relativos ao homem
e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que
possam ser utilizados com o máximo de conforto, eficácia e segurança. É importante
dizer que todas as definições dadas acima se complementam, pois é necessário que
o trabalho seja seguro ao trabalhador seja no manuseio de equipamentos ou
instrumentos, seja com uma organização de trabalho agradável a sua execução ou
mesmo na inter-relação entre trabalhadores, chefe-trabalhador ou ambiente-
trabalhador, visando também os transtornos mentais (burn-out, assedio moral) de
origem ocupacional.
Ainda segundo o Lida (1990), para se realizar um estudo ergonômico, não é
suficiente a simples observação do ambiente físico composto de máquinas e
equipamentos utilizados para transformar os materiais. É necessário que toda a
situação em que ocorre o relacionamento entre o homem e o seu trabalho seja
estudada, incluindo os aspectos organizacionais de como esse trabalho é
programado e controlado para produzir os resultados desejados.
Palmer (2000) afirma que o objetivo da ergonomia é aumentar a eficiência
da atividade humana por meio de informações que permitam que as decisões sejam
mais lógicas. A ergonomia permite que o custo individual seja minimizado ao
remover aspectos do trabalho que, em longo prazo, possa provocar lesões, fadiga,
ineficiências ou até incapacidades físicas.

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2.3 POSTURA E MOVIMENTO

Nas pesquisas sobre a ergonomia, tem sido de fundamental importância


conhecer as posições adotadas pelo trabalhador na execução de suas atividades de
rotina. Uma vez que as posturas tomadas durante a realização do trabalho, sendo
elas inadequadas, tornam-se um fator externo ao bom desempenho da atividade
laboral. São provocadas por inadequação do mobiliário e alguns vícios posturais,
essas posturas são consideradas como responsáveis pelo desgaste físico do
trabalhador.
Ao movimentar o corpo durante o trabalho, independente de qual função
exerça, realiza-se uma postura ou movimento, onde diversos músculos, ligamentos
e articulações do seu corpo são acionados. Para isso, toda a musculatura
responsável por fornecer força para a execução da função precisa estar preparada,
bem como os seus ligamentos, pois possuem uma função auxiliar no deslocamento
das partes do corpo.
“Posturas inadequadas produzem tensões mecânicas nos músculos,
ligamentos e articulações, resultando em dores no pescoço, costas, ombros, punhos
e outras partes do sistema musculoesquelético” (DUL; WEERDMEESTER, 1995,
p.17). Dessa forma, podemos afirmar que os trabalhadores precisam estar
permanentemente atentos a sua postura e aos movimentos adotados no seu posto
de trabalho a fim de evitar o desconforto da dor, bem como outras doenças
ocupacionais.

A atividade postural se expressa na imobilização de partes do esqueleto em


posições determinadas, solidárias umas às outras e que conferem ao corpo
uma atitude de conjunto. Essa atitude indica o modo pelo qual o organismo
enfrenta os estímulos do mundo exterior, prepara para reagir. Seja no início,
no decorrer ou no fim de um movimento dirigido no espaço, atitude constitui
um aspecto fundamental da atividade motriz (PAILLARD, 1979 apud
LAVILLE, 1977, p. 49).

A posição sentada e a posição de pé, ou ainda sua alternância são as mais


frequentemente observadas nos postos de trabalho. A posição sentada é adequada
aos trabalhos que não envolvam muito movimento ou atividade física, possibilita

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estabilidade do corpo, pequena sobrecarga estática, pouca sobrecarga de circulação
e boa coordenação de movimentos dos membros superiores e inferiores.
Chamamos atenção para esta posição, pois será mais confortável se a cadeira tiver
um design adequado, pois do contrário poderá haver problema de fadiga, varizes,
etc. Altura ajustável, encosto ajustável, bordas arredondadas e braços para apoio e
descanso são algumas das características de uma cadeira ergonômica.
Seguindo este mesmo raciocínio, bancadas ou assentos inadequados, que
levam o trabalhador a assumir uma má postura, podem acarretar dores fortes àquele
grupo muscular de que se está sendo solicitado durante o esforço.
Alguns fatores ergonômicos nos postos de trabalho merecem uma atenção
especial por parte dos empregadores e dos usuários (colaboradores e/ou
empregados).
“O empregado que utiliza o computador deve dispor de uma cadeira com
braços, que lhe ofereça flexibilidade e apoio, contendo quatro pernas e rodinhas que
lhe permitam fácil movimentação” (SCHANTZ, 2001,apud MARTINS, p. 32).
Assim, a empresa deve adotar medidas que reduzam ou amenizem o
desconforto do funcionário, adequando o mobiliário e os equipamentos dos postos
de trabalho e, consequentemente, melhorando a qualidade de serviço e
produtividade do trabalhador.
A posição de pé e parado é altamente fatigante porque exige muito trabalho
estático da musculatura envolvida para se manter. As pessoas que executam
trabalhos dinâmicos em pé, geralmente apresentam menos fadiga que aquelas que
permanecem estáticas ou com pouca movimentação. Desse modo, o trabalhador
precisa ter conhecimento sobre a importância da alternância entre as posições:
sentada e em pé, e do movimento estático e dinâmico, e de como adotá-la no seu
trabalho diário, numa tentativa de evitar ou minimizar as doenças ocupacionais e,
assim, desempenhar melhor as suas atividades.
Ao se realizar um projeto de prevenção e controle de LER/DORT num
ambiente de trabalho, é necessário fazer uma avaliação postural individual dos
trabalhadores e também avaliar a postura durante a realização de suas atividades
laborais.

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O avaliador deve ter em mente que a postura é um composto das posições
das diferentes articulações do corpo num dado momento e que postura correta é a
posição em que um mínimo de estresse é aplicado em cada articulação (MAGEE,
2002).
A postura correta consiste no alinhamento do corpo com eficiências
fisiológicas e biomecânicas máximas, o que minimiza os estresses e as sobrecargas
sofridas ao sistema de apoio pelos efeitos da gravidade (PALMER; APLER, 2000).
A “Postura Padrão” refere-se a uma postura “ideal” em vez de uma postura
média. O alinhamento esquelético ideal utilizado como padrão consiste em princípios
científicos válidos, envolve uma quantidade mínima de esforço e sobrecarga, e
conduz à eficiência máxima do corpo.
Podemos verificar na Figura 1 a postura em relação a uma linha (imaginária
ou real como o fio de prumo) de referência que passa sobre o óstio auditivo, ombro,
ápice do osso ilíaco, alinhado ao fêmur e a tíbia. Observando as curvaturas
fisiológicas da coluna sendo elas uma lordose cervical, uma cifose torácica, uma
lordose lombar e uma cifose sacrococcígea. Qualquer acentuação ou diminuição
nessas curvaturas é considerada um desvio postural.

FIGURA 1 - CURVATURAS FISIOLÓGICAS DA COLUNA

FONTE: Magee, 2002.

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FIGURA 2 - ALTERAÇÕES POSTURAIS DA IDADE

FONTE: Magee, 2002.

2.4 ANÁLISE DA POSTURA

A análise da Postura envolve a identificação e a localização dos segmentos


corpóreos relativos à linha de gravidade. A avaliação postural deve determinar se
um segmento corporal ou articulação desvia-se de um alinhamento postural ideal.

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FIGURA 3 - PLANOS SAGITAL/FRONTAL/TRANSVERSAL

FONTE: Kendall, 1995.

Para a análise da postura, observa-se o corpo em todos os planos para


identificar qualquer desvio que possa haver.

Tipos Corporais:
 Ectomórfico. Longilíneos.
 Mesomórfico. Medianos.
 Ecdomórfico. Baixo e robustos.

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FIGURA 4 - TIPOS CORPORAIS

FONTE: Disponível em: <http://somatotiposaibamais.blogspot.com.br/>. Acesso em: 22 ago. 2013.

2.5 VISTA LATERAL: ALINHAMENTO IDEAL

Na vista lateral, a linha de referência vertical divide o corpo em secções


anterior e posterior de igual peso; o ponto de referência fixo é levemente anterior ao
maléolo externo e representa o ponto básico do plano médio-coronal do corpo em
alinhamento ideal.

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FIGURA 5 – ALINHAMENTO IDEAL (VISTA LATERAL)

FONTE: Palmer, 2000.

2.6 VISTA POSTERIOR: ALINHAMENTO IDEAL

Na vista posterior, a linha de referência vertical divide o corpo em secções


direita e esquerda; o ponto fica a meio caminho entre os calcanhares e representa o
ponto básico do plano médio sagital do corpo em alinhamento ideal.

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FIGURA 6 – ALINHAMENTO IDEAL (VISTA POSTERIOR)

FONTE: Palmer, 2000.

3 HISTÓRIA CLÍNICA

Alguns questionamentos de grande relevância para entender a limitação de


cada colaborador que participará das aulas de ginástica laboral.

 Qual é a idade do paciente? Qual é a ocupação?


 Há um histórico de traumatismo?
 Se houver um histórico de trauma, foi uma postura específica, postura
sustentada ou uma postura repetitiva?
 A família tem qualquer histórico de problemas na coluna?
 Existe antecedente de doença, cirurgia ou lesões graves que tenham
ocorrido com o paciente?
 O sapato faz diferença para a postura ou os sintomas do paciente?
 Se uma deformidade estiver presente, ela é progressiva ou estacionária?
 Qual é a natureza, extensão, tipo e duração da dor?

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 Existem posturas ou ações que aumentam ou diminuam a dor?
 O que o paciente é capaz de fazer funcionalmente?
 Qual a atividade ou lazer habitual do paciente?
 Que atividades agravam e aliviam a dor?

4 AVALIAÇÃO POSTURAL

Uma avaliação postural deve seguir algumas linhas para ser eficiente, por
isso o avaliador deve lembrar-se de:

 Fazer uma abordagem organizada e sistemática;


 O paciente deve sentir-se à vontade e evitar rigidez e posições não
naturais;
 Deve ser visualizado o equilíbrio global do corpo;
 O fio de prumo situa-se no ponto anteroposterior anterior ao maléolo
lateral e, para os desvios laterais, entre os calcanhares.
 É importante verificar as alterações de tempos em tempos para certificar-
se dos dados, se a posição não mudou, porque o paciente pode "corrigir"
sua alteração momentaneamente.

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FIGURA 7 – TIPOS DE POSTURA DEFEITUOSA

FONTE: Magee, 2002.

O que avaliar em cada articulação do corpo?

Vista Lateral
1) Articulações dos tornozelos: Ângulo tibiotársico.
( ) Preservado.
( ) Aumentado D / E.
( ) Diminuído D / E.

2) Articulações dos joelhos:


( ) Alinhados.
( ) Fletidos D / E.
( ) Hiperestendidos D / E.

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3) Articulações dos quadris:
( ) Alinhada.
( ) Fletida D / E.
( ) Estendida D / E.

4) Pelve:
( ) Alinhada.
( ) Com anteversão.
( ) Com antepulsão.
( ) Com retroversão.
( ) Com retropulsão.

5) Alinhamento do Tronco:
( ) Alinhado.
( ) Rotação de cintura escapular D / E.
( ) Rotação de cintura pélvica D / E.
( ) Rotação de cintura escapular e pélvica D / E.

6) Coluna Lombar:
( ) Curvatura normal.
( ) Aumento da lordose.
( ) Retificação da lordose.
( ) Aumento da lordose toracolombar.

7) Coluna Torácica:
( ) Curvatura normal.
( ) Aumento da cifose.
( ) Retificação da cifose.

8) Articulação do cotovelo:
( ) Alinhada.
( ) Aumento da flexão D / E Ângulo de carregamento.
( ) Com hiperextensão D / E.

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FIGURA 8 - OMBROS

FONTE: Daniel, 1983.

9) Articulações dos ombros:


( ) Alinhados.
( ) Com protração D / E.
( ) Com retração D /E.
( ) Com rotação medial D / E.
( ) Com rotação lateral D / E.

10) Coluna Cervical:


( ) Curvatura normal.
( ) Aumento da lordose.
( ) Retificação da lordose.

11) Cabeça:
( ) Alinhada.
( ) Com protração.
( ) Com retração.

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FIGURA 9 - PROTRAÇÃO / RETRAÇÃO

FONTE: Kendall, 1995.

Vista Posterior

1) Articulações dos tornozelos:


( ) Alinhadas.
( ) Com varo D / E.
( ) Com valgo D / E.

2) Retropé: (Tendão de Aquiles):


( ) Alinhado.
( ) Desalinhado.

FIGURA 10 – ARTICULAÇÕES DOS TORNOZELOS/RETROPÉ

FONTE: Kendall, 1995.

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3) Apoio do retropé:
( ) Apoio homogêneo no bordo medial e lateral.
( ) Maior apoio em bordo medial D / E.
( ) Maior apoio em bordo lateral D / E.

4) Articulações dos joelhos:


( ) Alinhadas.
( ) Com valgo D / E.
( ) Com varo D / E.

FIGURA 11 - JOELHO VARO/VALGO

FONTE: Kendall, 1995.

5) Espinhas ilíacas posterossuperiores (EIPS):


( ) Alinhadas.
( ) Desalinhadas mais alta D / E.

6) Altura das cristas ilíacas:


( ) Alinhadas.
( ) Desalinhadas mais alta D / E.

7) Coluna Lombar:
( ) Alinhada.
( ) Convexidade D / E.

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FIGURA 12 – ESCOLIOSE

FONTE: Kendall, 1995.

8) Coluna Torácica:
( ) Alinhada.
( ) Convexidade D / E.

9) Ângulos inferiores da escápula:


( ) Alinhados.
( ) Desalinhados mais alto D / E.

10) Posição das escápulas:


( ) Alinhadas.
( ) Alada (s) D / E.
( ) Abduzida D / E.
( ) Aduzida D / E.

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FIGURA 13 – POSIÇÃO DAS ESCÁPULAS

FONTE: Magee, 2002.

11) Distância entre bordo medial da escápula e coluna vertebral:


( ) Simétrica.
( ) Assimétrica (D: .......cm e E: .......cm).

12) Triângulo de Tales:


( ) Simétrico.
( ) Maior D / E.

13) Articulações dos ombros:


( ) Alinhados.
( ) Ombro mais alto D / E.

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FIGURA 14 – ARTICULAÇÃO DOS OMBROS

FONTE: Kendall, 1995.

14) Coluna Cervical:


( ) Alinhada.
( ) Convexidade D / E.

15) Cabeça:
( ) Alinhada.
( ) Inclinação lateral D / E.
( ) Rotação D / E.

Vista Anterior

1) Hálux:
( ) Alinhado.
( ) Valgo D / E.

2) Antepé:
( ) Alinhado.
( ) Abduzido D / E.
( ) Aduzido D / E.

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3) Arco longitudinal medial:
( ) Plano D / E.
( ) Cavo D / E.

4. Apoio do antepé:
( ) Apoio homogêneo no bordo medial e lateral.
( ) Maior apoio em bordo medial D / E.
( ) Maior apoio em bordo lateral D / E.

FIGURA 15 – APOIO ANTEPÉ

FONTE: Magee, 2002.

5) Articulações dos joelhos:


( ) Alinhada.
( ) Valgo D / E - Distância entre maléolos internos:...............cm.
( ) Varo D / E - Distância entre côndilos internos:.................cm.

6) Patelas:
( ) Alinhadas.
( ) Patela mais alta D / E.
( ) Patela rodada lateralmente (rotação lateral do fêmur).
( ) Patela rodada medialmente (rotação medial do fêmur).

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7) Espinhas ilíacas anterossuperiores (EIAS):
( ) Alinhadas.
( ) Desalinhadas mais altas D / E.

8) Alturas das cristas ilíacas:


( ) Alinhadas.
( ) Desalinhadas mais altas D / E.

9) Alinhamento do Tronco:
( ) Alinhado.
( ) Rotação de cintura escapular D / E.
( ) Rotação de cintura pélvica D / E.
( ) Rotação de cintura escapular e pélvica D / E.
( ) Inclinação lateral D / E.

FIGURA 16 – ALINHAMENTO DO TRONCO

FONTE: Kendall, 1995.

10) Tórax:
( ) Simétrico.
( ) Assimétrico.

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11) Articulações dos ombros:
( ) Alinhados.
( ) Ombro mais alto D / E.
( ) Rotação medial D / E.
( ) Rotação lateral D / E.

12) Cotovelo:
( ) Alinhados.
( ) Aumento da flexão D / E.
( ) Hiperextensão D / E.

13) Clavículas:
( ) Simétricas.
( ) Clavícula mais horizontalizada D/E.
( ) Clavícula mais verticalizada D/E.

14) Fossas Supraclaviculares:


( ) Simétricas.
( ) Assimétricas - aumentada D / E.

15) Cabeça:
( ) Alinhada.
( ) Inclinação lateral D/E.
( ) Rotação D / E.

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Teste Flexão de Tronco:
Teste de Flexibilidade: Schober e Stibor / 3° dedo ao chão.
Medição de Comprimento de Membros Inferiores.

FIGURA 17

FONTE: Palmer, 2000.

Observar a uniformidade da flexão vertebral, observar o posicionamento do


quadril e membros inferiores buscando identificar genoflexo ou recurvatum nos
joelhos, deslocamento do eixo corporal para trás, pois essas posturas indicam onde
está havendo encurtamentos.

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FIGURA 18 - FLEXÃO DE TRONCO

FONTE: Palmer, 2000.

 Medir o membro inferior da espinha ilíaca anterossuperior (EIAS) ao


maléolo interno e depois ao maléolo externo: detectar diferença de
tamanho de um membro a outro.
 Medir da EIAS a linha interarticular do joelho: identificar diferença de
tamanho do quadril ao fêmur.
 Medir do trocanter a linha interarticular do joelho: identificar diferenças de
tamanho no fêmur.
 Medir da linha interarticular do joelho medial ao maléolo interno e repetir a
medição na face lateral: medial identifica alteração de tamanho em
relação à tíbia, lateral identifica diferença de tamanho em relação à fíbula.

Tomadas todas as medidas é possível identificar qual estrutura óssea


encontra-se comprometida em seu comprimento.

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FIGURA 19 - MEDIÇÃO DO MEMBRO INFERIOR

FONTE: Palmer, 2000.

Exercício de aprendizagem:

Usando a descrição acima, realize o maior número de


avaliações posturais em seus conhecidos e anote quais os
desvios mais encontrados.

Principais causas de uma postura incorreta:

 Traumatismo;
 Patologias que limitam - quando há perda funcional da força muscular e a
mobilidade;
 Hábitos de postura viciosa;
 Fraqueza muscular;
 Atitude Mental;
 Hereditariedade;
 Indumentária inadequada.

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32
Alterações Posturais / Desvios do Alinhamento Ideal

 Hiperlordose.
 Retificação da Lordose.
 Aumento da Cifose Torácica.
 Retificação da Cifose.
 Escoliose.

FIGURA 20 - HIPERCIFOSE

FONTE: Daniel, 1983.

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33
FIGURA 21- HIPERLODOSE LOMBAR

FONTE: Daniel, 1983.

FIGURA 22- RADIOGRAFIA DE UMA ESCOLIOSE TORACOLOMBAR

FONTE: Acervo próprio.

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34
FIGURA 22 - HIPERCIFOSE

FONTE: Daniel, 1983.

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35
FIGURA 23 - ESCOLIOSE ESTRUTURAL GRAVE

FONTE: Palmer, 2000.

FIM DO MÓDULO I

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36
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
GINÁSTICA LABORAL

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

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37
CURSO DE
GINÁSTICA LABORAL

MÓDULO II

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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38
MÓDULO II

5 FATORES QUE INFLUENCIAM O DESEMPENHO NO TRABALHO

O desempenho humano depende de um complexo sistema de


funcionamento e fatores que atuam interagindo entre si de maneira dinâmica. Em
uma situação na qual os objetivos e metas foram devidamente explicitados, a tarefa
foi desenhada e redesenhada sendo da melhor forma adequada para a pessoa. Se
ela está motivada para executá-la e atingir os objetivos e metas propostos,
certamente desenvolveram um determinado esforço individual que será diretamente
proporcional à motivação pessoal. Esse esforço individual é eficaz na medida em
que a pessoa possua as habilidades adequadas para ao cumprimento da tarefa,
unido ao fato de as condições ambientais não lhe provocarem restrições ou
limitações. Assim, o desempenho torna-se consequência do estado motivacional do
indivíduo e de seu esforço individual para realizar uma tarefa e atingir os objetivos.
Tavares (2000) revela que os resultados percebidos pela pessoa para
alcançar os objetivos organizacionais ou individuais, e ainda em termos de
recompensas recebidas pela empresa, provocam certo grau de satisfação pessoal.
Atualmente, acredita-se que o grau de satisfação, seja grande, pequeno ou nulo,
será positiva ou negativamente a motivação do funcionário para um novo
desempenho.

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39
5.1 MOTIVAÇÃO

A motivação pode ser entendida como o comportamento humano que faz


uma pessoa perseguir um determinado objetivo, durante certo tempo, sendo um
tempo curto ou longo, e que pode ser explicado somente pelos seus conhecimentos,
experiências e habilidades.
Desse modo, a motivação não pode ser medida de forma indireta, por
exemplo, contando-se o número adicional de peças produzidas por um trabalhador
motivado (LIDA, 1990). Uma maneira de se conhecer a motivação do trabalhador
está na sua produção. Lida (1990) afirma que: “Um trabalhador motivado produz
mais e melhor. Sofre menos os efeitos da monotonia e da fadiga. Não precisa de
supervisão, pois procura, por si mesmo, resolver os problemas para alcançar os
objetivos”.
Portanto, percebe-se porque a motivação é considerada por muitos
especialistas em Recursos Humanos como sendo um dos grandes segredos de
qualquer organização que busca a melhoria e o aumento de produtividade.
“Numa visão sintética e abrangente, pode-se dizer que existem duas forças
extremas que mobilizam o homem para a ação: a eliminação do desconforto e a
busca do conforto, ou, superação de crises e a criação do futuro do seu sonho”
(SILVA, 1994, p. 111). Surge então a ginástica laboral como uma das possibilidades
de alcançar o conforto nas suas atividades no trabalho.

5.2 FADIGA

A fadiga, motivação e monotonia são três aspectos muito importantes a


serem observados por quem realiza uma análise e/ou projeto de trabalho humano. A
monotonia e a fadiga estão presentes em todos os trabalhos e, se não podem ser
totalmente eliminadas, mas podem ser controladas e substituídas por ambientes
mais interessantes e motivadores (LIDA, 1990). Assim, a ginástica laboral aparece

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40
para cumprir um papel fundamental para que sejam alcançadas tais características
no ambiente de trabalho.
Estar fadigado é um estado que todos podem perceber na rotina diária: a
capacidade de produção diminui e ocorre perda de motivação para qualquer
atividade. Grandjean (1998) visualiza basicamente a fadiga muscular e generalizada.
O autor afirma que a fadiga muscular é um acontecimento agudo, doloroso, em que
o trabalhador percebe sua musculatura sobrecarregada de forma localizada. A
fadiga generalizada é uma reação difusa que pode ser acompanhada de indolência
e falta de motivação.
Para Lida (1990), existem muitas características individuais que são fatores
influentes no aparecimento da fadiga, podendo ser desde o biotipo e o treinamento,
até fatores psicológicos como a personalidade e a autoconfiança.
A fadiga muscular é mais fácil de ser medida e percebida, já que ocorre
diminuição no rendimento do músculo quando este é exigido. Sendo assim, quando
o consumo de energia excede a capacidade de reposição da energia, isto perturba o
equilíbrio dos processos metabólicos, que se manifesta por uma diminuição da
capacidade de produção do músculo. Esclarecemos que o cansaço da musculatura
pode levar à diminuição na coordenação dos movimentos e ao risco mais elevado de
falhas e acidentes no trabalho e domésticos.

5.3 ESTRESSE

“O estresse é a resposta fisiológica, psicológica e comportamental de um


indivíduo que procura adaptar-se e ajustar-se às pressões internas e externas”
(MICHAEL, 2000 apud MARTINS, p. 9). Percebemos atualmente que o estresse
vem sendo um aspecto natural da própria vida devido às atribuições que cada
trabalhador possui para realizar no seu dia a dia, somando a isso a sociedade
competitiva em que vivemos. As pessoas se expõem constantemente a estímulos do
ambiente, tanto externos como internos. Vivenciando sentimentos relativos ao medo,
alegria, dor, frustração e excitação.

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41
As reações são desencadeadas de acordo com o estímulo ou agentes
estressores, que podem ser físicos (como temperaturas extremas, infecções, lesões
ou cirurgias), emocionais (como medo, raiva, ansiedade ou frustração) ou a
combinação de ambos (dor, exercício físico, etc.).
Assim, verifica-se que não importa se o trabalhador tem muita ou pouca
atribuição no seu trabalho, esse está sujeito ao estresse. Como prevenção ao
estresse é fundamental que o trabalhador repense o seu estilo de vida, com uma
alimentação mais saudável e em períodos regulares, evitando o exagero dos doces,
frituras e bebidas alcoólicas, diminuindo ou evitando o fumo e mantendo
principalmente atividades físicas regulares, permitindo na sua vida, também,
atividades de descontração e lazer.

6 ESTILO DE VIDA

Dentro da rotina diária de trabalho do homem moderno, torna-se essencial


posicionar a segurança e a saúde do trabalhador como metas prioritárias de
qualquer empresa. Isso significa que os empresários reconheceram os direitos
conquistados pela classe trabalhadora de um estilo de vida saudável, levando para
toda instituição um ambiente acolhedor favorável a uma melhor produtividade no
trabalho.

6.1 ALCOOLISMO

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o etilista é um bebedor


excessivo, cuja dependência em relação ao álcool é acompanhada de perturbações
mentais, de problemas com a saúde física, na relação com os outros e no seu
comportamento social e econômico.

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42
A ingestão contínua do álcool desgasta todo o organismo simultaneamente e
altera a saúde da mente. Surgindo assim sintomas que comprometem a disposição
para o trabalho e o viver com bem-estar. Dentre os efeitos e sobre o comportamento
provocado pela ingestão do álcool destacam-se:

 O alcoolismo leva as pessoas a fazerem coisas que não fariam se não


estivessem sob o efeito do álcool, como dirigir em velocidade perigosa ou
realizar atos atrevidos;
 Causa perda de memória, dificuldade de concentração e problemas nas
funções intelectuais;
 Resulta geralmente numa diminuição da produtividade no trabalho, além
de ser responsável pela dificuldade de relacionamento com empregados e
colegas de trabalho.

As empresas sofrem grande prejuízo com trabalhadores que ingerem grande


quantidade de álcool, uma vez que estes costumam faltar ao trabalho,
principalmente na segunda-feira, para curar a intoxicação do final de semana. Esses
profissionais são mais lentos na execução das tarefas e, também, mais introvertidos,
prejudicando assim a produção diária de trabalho. Partindo dessa realidade,
algumas empresas vêm investindo em programas de reabilitação. Pesquisas
revelam que a cada dólar investido no programa há um retorno de sete dólares sob
a forma de aumento da produtividade com a redução do absenteísmo, redução de
despesas médicas e o marketing com a imagem da empresa.
Portanto, as repercussões do consumo de álcool e suas consequências na
vida familiar e no trabalho merecem atenção especial, devido aos graves prejuízos
que acarretam para a empresa e para o empregado.

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43
6.2 TABAGISMO

Estima-se que, no Brasil, a cada ano, 80 mil pessoas morram precocemente


devido ao tabagismo, número que vem aumentado ano a ano. Em outras palavras,
cerca de dez brasileiros morrem a cada hora por causa do cigarro (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2002).
As doenças associadas ao uso do cigarro (câncer, doenças coronarianas,
doenças cerebrovasculares, etc.), revelam a abrangência dos efeitos nocivos do uso
do fumo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
Em seus estudos, Pereira (2003) revela que aproximadamente 30% dos
adultos são fumantes e consomem mais de sete trilhões de cigarros/ano. O mesmo
alega que a alta porcentagem de fumantes se deve em parte:

 Ao poder de viciar da nicotina;


 A pouca orientação dos jovens quanto aos riscos do tabaco;
 A falta de aplicação das leis antifumo;
 Às mentiras divulgadas pela mídia;
 A grande facilidade para comprar cigarros.

Assim, verifica-se que o Brasil é 6º mercado e um dos maiores exportadores


de tabaco do mundo. Realidade essa que o Ministério da Saúde em parceria com
outras organizações não governamentais tentam combater por meio de campanhas
educativas.

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44
6.3 LAZER E RECREAÇÃO

Longen (2003), em recente estudo, verificou que a relação entre a


necessidade do homem em buscar prazer no ambiente de trabalho e a tentativa de
amenizar a sobrecarga fisiológica sofrida criou tendência e influenciou a prática da
ginástica laboral.
A recreação e o lazer como uma proposta alternativa para os setores
produtivos de maior desgaste físico e mental de uma empresa buscam suporte no
combate à monotonia das tarefas repetidas e rotineiras.
“A finalidade básica das atividades recreativas no trabalho é satisfazer as
necessidades e desejos no tempo livre, considerando a individualidade de todos os
participantes” (GRANDO, 2003 apud LONGEN, p. 68). Assim, observa-se que
muitas empresas lançaram esforços no sentido de determinar as necessidades e
desejos dos trabalhadores.

O desenvolvimento espontâneo e agradável do ser humano em seu tempo


disponível, tendendo à satisfação de necessidades psicoespirituais,
incidentes no descanso, no entretenimento, na expressão, na interação e na
produção criativa definem o sentido de recreação (CUTRERA, 2003 apud
LONGEN, p. 67).

Portanto, a recreação e o lazer podem estar presentes no programa de


ginástica laboral, não só quebrando a monotonia e o estresse no trabalho, como
também facilitando o relacionamento interpessoal dos trabalhadores.

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45
6.4 ALIMENTAÇÃO

Uma alimentação balanceada e equilibrada deve ser, segundo Nahas


(2001), variada para garantir a ingestão dos principais nutrientes, tais como
vitaminas, proteínas, carboidratos, gorduras, riboflavina, niacina, tiamina, cálcio e
ferro. Cada um desses componentes tem um papel fundamental que leva o
organismo a reagir de forma eficiente em cada atividade realizada na sua vida
cotidiana.
Sabe-se na literatura que para cada tipo de atividade laboral realizada, o
trabalhador deve ter uma alimentação condizente com o desgaste energético. Ou
seja, cada categoria funcional tem necessidade específica para uma distribuição
calórica nas suas refeições.
Grandjean (1998) reforça que para a composição qualitativa da categoria,
trabalhadores em atividade sentada e para a grande maioria das profissões
femininas vale o seguinte desafio: limitação de quantidade em função de mais alta
qualidade. Em outras palavras, redução de calorias com a simultânea elevação de
vitaminas, sais minerais e elemento traço.
O homem, independentemente da sua ocupação, geralmente ingere tanto
alimento quanto precisa de energia. Tal fato é regulado pela sensação de fome, o
que traduz um equilíbrio entre a necessidade de alimentar-se e o gasto de energia.
Porém, percebe-se que o trabalhador que exerce suas atividades sentado apresenta
certa perturbação neste processo, ou seja, a ingestão de alimento passa a ser maior
do que o seu desgaste energético, o que pode ocasionar o excesso de peso.
Na categoria dos trabalhadores que exercem uma maior atividade física,
existe a necessidade de uma alimentação mais rica em energia, porém pouco
volumosa. Por essa razão, os trabalhadores desta categoria preferem uma
alimentação rica em proteína e em gordura. Portanto, para esta categoria funcional é
recomendável uma alimentação mais rica em energia, na qual haja o consumo de
forma balanceada de carne, ovos, leite, manteiga, queijo e pão escuro (centeio).
A alimentação adequada contribui para a melhora do desempenho funcional,
para o aumento da produtividade e a consequente redução de absenteísmo.

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46
Tal afirmação pode ser verificada nos resultados preliminares do estudo que
Seconci – SP1 vem desenvolvendo nas empresas. Este estudo tem como objetivo
traçar um diagnóstico do estado nutricional dos trabalhadores do setor da
construção para então propor cardápios balanceados.
A ingestão de uma alimentação inadequada pode ocasionar a obesidade,
hipertensão, anemia e níveis altos de colesterol e triglicérides, gerando despesas
com saúde para o empregador e levando ao baixo rendimento do trabalhador. Daí o
crescente investimento em programas de saúde e higiene ocupacional nestas
últimas décadas por empresas de diferentes ramos de atuação de mercado.

6.5 ATIVIDADE FÍSICA

De acordo com Barlow et al. (1992) não é surpresa que uma espécie da
nossa evolução histórica necessitasse de uma certa quantidade de atividades físicas
para manter uma boa saúde e alto nível de funcionalidade. Filósofos e físicos da
antiguidade reconheciam a importância da atividade física para a saúde, mas
somente recentemente os médicos cientistas conduziram estudos controlados para
documentar e descrever essa relação.
A atividade física moderada regular é considerada por especialistas da área
médica como uma das maneiras mais simples de melhorar e manter a saúde. Barlow
et al. (1992) a define como qualquer movimento corporal, os movimentos produzidos
pelos músculos esqueléticos que resultem em gasto energético maior que os níveis
de repouso. Uma simples caminhada, uma limpeza de casa, ou uma dança, todos
produzem movimentos em que há gasto de energia. Porém, existe um aspecto
importante na atividade física: a sua sistematização, ou seja, para manter uma
saúde ideal torna-se necessário que esta atividade seja diária.
De acordo com estudos realizados por pesquisadores da Organização
Mundial da Saúde (2002), a inatividade, ou estilo de vida sedentário, é uma das dez
principais causas mundiais de morte e incapacidade. As pesquisas revelam ainda
que mais de dois milhões de mortes por ano são atribuíveis à inatividade física.

1
Empresa. Para conhecer o seu trabalho acesse: http://www.seconci-sp.org.br/.

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47
Mundialmente as estatísticas mostram que entre 60% e 85% de adultos
simplesmente não são ativos o bastante para beneficiar a própria saúde, apesar de
inúmeras campanhas sobre a importância da atividade física como promoção de
saúde, por parte do governo e da iniciativa privada. Percebe-se ainda que o estilo de
vida sedentário aumenta todas as causas de mortalidade, dobrando o risco de
doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, e substancialmente aumentam o
risco de câncer de cólon, pressão alta (hipertensão), osteoporose (principalmente
nas mulheres), depressão e ansiedade (OMS, 2002).
Para aproveitar as vantagens da atividade física, torna-se suficiente
aumentar o grau de integração de vida diária à atividade física, combatendo o
sedentarismo e seus riscos para a vida humana.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2002) e Martins (2000), a
atividade física oferece benefícios na aparência, no trabalho, na saúde, e, no dia a
dia, nos aspectos psicológicos do ser humano, como descrito a seguir:

Na aparência, verifica-se:
- Melhorar o visual e a postura;
- Os músculos ficam mais eficientes e com melhor tônus;
- Combate o excesso de peso e o acúmulo de gordura corpórea.

No trabalho, observa-se:
- Aumento da produtividade;
- Menor propensão às doenças;
- Melhor índice de frequência no trabalho.

Na saúde, verifica-se:
- Aumento da qualidade e da expectativa de vida;
- Melhoria do sistema imunológico;
- Prevenção e redução dos efeitos de doenças.

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48
No dia a dia, percebe-se:
- Maior disposição para as tarefas cotidianas;
- O coração trabalha de forma mais segura e eficiente.

Nos aspectos psicológicos:


- Ameniza o estresse;
- Diminui a ansiedade;
- Diminui a depressão;
- Desenvolve a consciência corporal;
- Combate às tensões emocionais;
- Reforça a autoestima;
- Melhora a capacidade de concentração no trabalho.

Por isso recomenda-se que todo ser humano deve manter a preocupação de
promover e manter a saúde, sendo ressaltada para a população mundial que, cada
vez mais, é necessária à rotina diária a prática de exercícios físicos regulares para
combater os efeitos nocivos da vida sedentária.

6.6 SEDENTARISMO

Na maior parte do mundo, as doenças não transmissíveis se tornaram as


principais causas de morbimortalidade. Isso se deve, em parte, à rápida
transformação dos estilos de vida, com diminuição da atividade física, mudança no
padrão alimentar e aumento do consumo do tabaco (ESPECIAL VEJA, 2001).
De acordo com os dados da Secretaria de Saúde de Minas como resultado
do “Programa Agita Minas” (2001), o estilo de vida é responsável por mais de 50%
do risco total para que o indivíduo desenvolva doenças crônicas. Para o
coordenador do programa, o sedentarismo está presente em cerca de 70% da
população brasileira – mais do que o tabagismo (37,9%), hipertensão (22,3%),
obesidade (18%) e alcoolismo (7,7%). Dessa forma, o estilo de vida é responsável
por 54% do risco de morte por infarto e por 50% do risco de morte por derrame

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49
cerebral, que constituem, hoje, as principais causas de morte no país (REVISTA
SAÚDE PÚBLICA, 1990).
Verifica-se que a atividade física para a saúde inclui: a redução por doenças
cardiovasculares; redução de risco de desenvolver a diabetes, hipertensão e câncer
de cólon e mama; melhoria do nível de saúde mental; ossos e articulações mais
saudáveis; melhoria do funcionamento corporal, controle de peso corporal e
correlações favoráveis com a redução do tabagismo e abuso de álcool e drogas
(PEREIRA, 1990).
Portanto, vale ressaltar que a ginástica laboral que oferece níveis leves e
moderados de exercício físico pode contribuir para a melhoria do estado geral da
saúde do trabalhador, principalmente se praticada de maneira habitual no seu dia a
dia.

6.7 SAÚDE

Para a Organização Mundial da Saúde, o estado de completo bem-estar


físico, mental, social e espiritual é o que define a saúde. A promoção da saúde e
prevenção de doenças são metas que, na atualidade, as empresas de diferentes
ramos de atuação vêm buscando desenvolver em seus programas de qualidade de
vida.
Segundo Barrier (2000 apud MARTINS) as pequenas empresas podem
influenciar seus empregados a realizarem mais atividade física com baixo custo e
alta eficácia atentando para alguns fatos:

- Proporcionar aos funcionários descontos em academias de ginástica;


estimular a criação de grupos para realizarem caminhadas ou passeios ciclísticos,
ou, ainda, outras atividades físicas domésticas que possam influenciar na saúde;
- Oferecer prêmios para os funcionários que aumentarem seu nível de
atividade física por meio de dinheiro, de materiais esportivos, etc.

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50
Os estudos de Fielding e Knight (1992) apontam, no que se refere às
pequenas empresas, que a relação custo-benefício de programas de promoção da
saúde de trabalhadores também compensa.
Considera-se então que a saúde também é uma qualidade de vida, condição
ou estado de bem-estar que apresenta um componente biológico e um
comportamental, que são alterados de acordo com o relacionamento indivíduo X
meio. Portanto, proporcionar um ambiente saudável que seja favorável ao bom
desempenho do trabalhador passa a ser uma constante nos programas de
promoção da saúde que atualmente as empresas promovem em sua estrutura
organizacional.

6.8 SONO

A falta de sono, ou a insônia, pode ser considerada como uma alteração da


qualidade e da quantidade de sono que faz com que a pessoa durma menos,
prejudicando assim as suas atividades diurnas. Existe uma estimativa de que 25%
dos adultos sofram algum período de insônia ao longo de um ano e, dessas
pessoas, 5% vivem estes problemas de forma crônica.
Sabe-se que 40% da população brasileira possuem algum tipo de distúrbio
ligado ao sono. Existem autores que descrevem que a qualidade do sono está ligada
diretamente à qualidade de vida no trabalho. Entretanto, estudos indicam que se o
indivíduo alterar algumas atitudes diárias, a qualidade e quantidade do sono podem
melhorar.
Esses estudos recomendam:

 Não consumir substâncias estimulantes como café, refrigerante a base de


cola, chá-mate, chá preto, após as 18h, nem consumir bebidas alcoólicas;
 Procurar fazer refeições leves no jantar;
 Procurar não praticar exercícios físicos à noite, pois eles têm um efeito
excitante;

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51
 No entanto, exercitar-se regularmente durante o dia geralmente ajuda a
dormir melhor à noite;
 Procurar manter um mesmo horário de dormir e acordar;
 Deitar-se apenas quando sentir sono.

Cada pessoa tem uma necessidade de sono, ou seja, a quantidade do sono


pode ser determinada pelo ritmo biológico de cada indivíduo. O ser humano
necessita de períodos adequados de repouso para realizar suas atividades físicas e
mentais do dia a dia, com disposição e bem-estar.
Alvarez (2002) mostrou em seus estudos que dormir bem ajuda a melhorar a
concentração, o humor e a motivação. Aspectos da vida relevantes ao bom
desempenho do trabalhador.

7 LER/DORT2

Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares


Relacionados ao Trabalho (DORT) são termos abrangentes associados aos
distúrbios e/ou doenças do sistema musculoesquelético, relacionados, diretamente
ou não, ao trabalho (nexo causal).
No Brasil, a síndrome de origem ocupacional, composta de afecções que
atingem os membros superiores, região escapular e pescoço, foi reconhecida pelo
Ministério da Previdência Social como Lesões por Esforços Repetitivos (LER), por
meio da Norma Técnica de Avaliação de Incapacidade de 1991. Em 1997, com a
revisão dessa norma, foi introduzido o termo Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho (DORT).
LER/DORT são caracterizadas por dores persistentes, perda da capacidade
funcional e redução da eficiência no trabalho. Esses distúrbios têm gênese
multifatorial, incluindo físicos, organizacionais e de fatores individuais e que podem
corresponder a diferentes diagnósticos clínicos. A instrução normativa do Instituto

2
Conteúdo sobre LER/DORT foi retirado do Protocolo LER/DORT produzido pelo CEREST/SP.
Reprodução parcial ou total autorizada desde que citando a fonte.

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52
Nacional de Seguridade Social (INSS) usa a expressão LER/DORT para estabelecer
o conceito da síndrome e declara que elas não são fruto exclusivo de movimentos
repetitivos, mas podem ocorrer pela permanência de segmentos do corpo em
determinadas posições por tempo prolongado.
As LER/DORT são um grupo heterogêneo de distúrbios funcionais e/ou
orgânicos que podem ser induzidos por:

 Fadiga neuromuscular causada por trabalho realizado em posição fixa ou


sustentação (trabalho estático),
 Movimentos repetitivos, ocorrendo principalmente nos membros
superiores;
 Exigência exagerada na musculatura com falta de tempo hábil para a
recuperação pós-contração e fadiga (em decorrência da falta de
flexibilidade de tempo, ritmo elevado de trabalho).

Essas lesões ou distúrbios podem apresentar quadro clínico variado


incluindo queixas de dor, formigamento, dormência, choque, peso e fadiga precoce.
Pode ainda ser definida como uma lesão ortopédica como as inflamações dos
tendões (tendinites), bursas, tecido sinovial (bursite e tenossinovites, sinovite) e
músculos (miosite).
É importante observar em particular as lesões nos ombros, cotovelos,
punhos e mãos que podem apresentar: epicondilite (cotovelo), Síndrome
DeQuervain ou tenossinovite estenosante (polegar), dedo em gatilho, cisto sinovial,
síndrome do túnel do carpo (punho), síndrome do túnel ulnar (nível de cotovelo),
síndrome do pronador redondo (nível do cotovelo), síndrome do desfiladeiro torácico
(ombros), síndrome cervical ou radiculopatia cervical, neurite digital, entre outras
(PROTOCOLO LER/DORT, Cerest/SP).
Alguns casos de LER/DORT apresentam repercussões mais extensas ou
generalizadas, sendo chamados de síndrome miofascial, mialgia, síndrome da
tensão do pescoço, distrofia simpático-reflexa/síndrome complexa de dor regional.
A primeira referência oficial feita no Brasil para este grupo de afecções
musculoesqueléticas foi realizado pela Previdência Social que reconheceu a
terminologia Tenossinovite do digitador como afecção do trabalho por meio da

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53
portaria nº 4.062, de 06/08/87. Já em 1992, por intermédio da resolução SS 197/92,
a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo oficializou o termo Lesões por
Esforços Repetitivos (LER). Em 1993, o INSS publicou sua Norma Técnica para
Avaliação de Incapacidade para LER e, em 1998, na revisão de sua Norma Técnica,
a Previdência Social substituiu LER por DORT, sigla de Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho, tradução escolhida para a terminologia Work Related
Musculoskeletal Disorders (PROTOCOLO LER/DORT, Cerest/SP).

TABELA 1 - SÍNTESE DOS FATORES EXISTENTES NO TRABALHO


PREDISPONENTES DE LER/DORT

FATORES DE RISCO MODULADORES

 Repetitividade;  Intensidade;
 Esforço e força;  Duração;
 Posturas inadequadas;  Frequência.
 Trabalho muscular estático;
 Invariabilidade da tarefa; RISCO DE LER/DORT

 Choques e impactos;
 Pressão mecânica;
 Vibração;
 Frio;
 Fatores organizacionais.

FONTE: Simoneau et al., 1996.

A presença de um fator de risco no trabalho não é suficiente para


desencadear LER/DORT. Para o seu aparecimento seria necessário um
determinado grau de gravidade (importância) e conjunção de outros fatores
associados.

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54
O fator de risco é modulado por três características, são elas: a intensidade,
a frequência e a duração. Quanto mais intensa, frequente e duradoura for a situação
potencialmente lesiva, mais elevado é o risco. Vários fatores de risco associados às
LER/DORT podem não causar diretamente o problema, mas favorecem as reações
fisiopatológicas que determinam seu aparecimento.

A repetitividade é o fator de risco mais frequentemente referido, mas


não é o único fator biomecânico determinante, pois LER/DORT
podem aparecer também não ligadas à repetitividade, mas a cargas e
posturas estáticas.

Repetitividade é um fator de risco importante no caso de LER/DORT, que


interagindo com outros fatores tem seus efeitos potencializados. Para o estudo do
fator repetitividade e suas possíveis repercussões na saúde, devemos caracterizar a
duração dos ciclos de trabalho, seu conteúdo e o custo humano no trabalho.
As definições de trabalho repetitivo são inúmeras na literatura, porém, neste
texto consideraremos repetitivo o ciclo com duração menor que 30 segundos.
Os fatores que favorecem a ocorrência das LER/DORT são múltiplos. É
necessário fazer uma análise complexa do ambiente de trabalho, da organização e
da atividade muscular exigida para se compreender o que levou ao surgimento da
LER/DORT, sendo assim um quadro clínico complexo e multifatorial.
É preciso se ter claro que as dimensões de um posto de trabalho ou as
demandas visuais decorrentes da exigência das tarefas não causam problemas
musculoesqueléticos. No entanto, esses fatores podem tornar obrigatória a adoção
de posturas e métodos de trabalho que poderão provocar ou agravar as
manifestações de LER/DORT.

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55
Também não se pode esquecer que o esforço mental exigido por uma tarefa
influi sobre o estresse psicológico e sobre o comportamento e que uma sobrecarga
quantitativa ou uma subcarga qualitativa podem desencadear reações de estresse,
logo, um risco para a ocorrência de LER/ DORT.

Sintetizando: os esforços repetitivos, trabalho em postura estática


contínua, exigência de força, condições organizacionais
desfavoráveis, exposição à vibração e frio, sobrecarga contínua das
estruturas anatômicas ou falta de tempo para se recuperar no
trabalho, constituem os fatores favorecedores para a ocorrência de
LER/DORT. Todos esses fatores, mensuráveis ou não, interagem
com a diversidade de características individuais, sociais e culturais
dos trabalhadores e como eles os percebem. São alguns dos
aspectos psicossociais que devem ser considerados na
compreensão das LER/DORT.

FIM DO MÓDULO II

AN02FREV001/REV 4.0

56
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
GINÁSTICA LABORAL

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

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57
CURSO DE
GINÁSTICA LABORAL

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
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mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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58
MÓDULO III

8 GINÁSTICA LABORAL

Na Polônia, em 1925, estão os primeiros registros da prática de Ginástica


Laboral. Operários exercitavam-se com uma pausa compatível com cada ocupação
particular ou do posto de trabalho. Alguns anos depois, estas pausas para realização
de atividade física foram introduzidas na Holanda e na Rússia. No início da década
de 1960, ela começou a ser praticada na Alemanha, Suécia, Bélgica e Japão.
Somente em 1968 os Estados Unidos adotaram a Ginástica Laboral, sendo eles os
criadores da International Management Review, uma das mais significativas
avaliações sobre a saúde do trabalhador pelo exercício físico. Ainda nesta época, a
NASA, a agência espacial dos Estados Unidos, envolveu 259 voluntários numa
pesquisa, que obteve resultados significativos.
No Brasil, a proposta inicial do que viria a ser a Ginástica Laboral foi
publicada em 1973 embora as primeiras manifestações de atividades físicas entre
funcionários tenham sido registradas em 1901. Algumas empresas começaram a
investir em empreendimentos como opções de lazer e esporte para os seus
funcionários, como a Fábrica de Tecido Bangu, a pioneira e o Banco do Brasil, com
a posterior criação da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB).
A Ginástica Laboral é praticada com intervalos de cinco a dez minutos
diários. O seu objetivo é proporcionar ao funcionário uma melhor utilização de sua
capacidade funcional por meio de exercícios de alongamento, de prevenção de
lesões ocupacionais e dinâmicas de recreação. O programa de atividades deve ser
desenvolvido após uma avaliação criteriosa do ambiente de trabalho e de cada
funcionário em particular, respeitando a realidade da empresa e as condições
disponíveis.

AN02FREV001/REV 4.0

59
8.1 CONCEITO

“A ginástica laboral é um conjunto de exercícios diários que visam normalizar


capacidades e funções corporais para o desenvolvimento do trabalho, diminuindo a
possibilidade de comprometimento da integridade do corpo” (REALCE, 2001, p. 28).

A criação de um espaço onde as pessoas possam, por livre e espontânea


vontade, exercer várias atividades e exercícios que estimulam o
autoconhecimento e levam à ampliação da autoestima e,
consequentemente, proporcionam um melhor relacionamento consigo, com
os outros e com o meio (BASSO, 1989; SCHIMITZ, 1981; SHARCOW,
1996; CAÑETE, 1996 apud POLITO, 2002, P. 28).

A Ginástica Laboral é um repouso ativo, que aproveita as pausas regulares


durante a jornada de trabalho, para exercitar os músculos correspondentes
e relaxar os grupos musculares que estão em contração durante o trabalho,
tendo como objetivo a prevenção da fadiga (POLITO, 2002, p. 28).

Esses vários enfoques conceituais apresentados sobre a ginástica


estimulam a empresa em investir cada vez mais em programa de saúde que visem à
prevenção das doenças ocupacionais e, assim, a ginástica laboral é vista como uma
importante ferramenta.

8.2 IMPORTÂNCIA DA GINÁSTICA LABORAL E SUA CLASSIFICAÇÃO

A Ginástica Laboral é mais uma ferramenta disponível dentro da ergonomia


que pode ser desenvolvida pela empresa, no sentido de prevenir as doenças
ocupacionais, contribuindo para melhoria da qualidade de vida dos funcionários.
Hoje, produzir mais e melhor, sem desenvolver danos à saúde dos trabalhadores,
não se trata de uma utopia. Se tomarmos como exemplo os modelos de empresas
estrangeiras e de algumas nacionais, é cada vez maior o número de adeptos que
descobrem, nos Programas de Ginástica Laboral, um meio eficaz e saudável de
reduzir os casos dessas doenças ocupacionais.

AN02FREV001/REV 4.0

60
O Programa de Ginástica Laboral possibilita a colaboração e orientação das
pessoas, para viverem melhor exercendo seu papel no setor em que estão inseridas,
em parceria com a atividade física orientada, ou seja, cada profissional dentro da
empresa, independente de sua posição hierárquica ou função exercida, pode
analisar e reavaliar seu modo de pensar, agir, organizar seu tempo e espaço,
prevenindo uma das grandes causas que motivam males à saúde, as quais
chamamos de estresse.
O estresse é enfocado na medicina como a soma das perturbações
orgânicas e psíquicas provocadas por diversos agentes agressores, tais como:
trauma, emoções, choque cirúrgico, intoxicação, fadiga, exposição ao calor ou ao
frio etc. Nem sempre é considerado pela classe empresarial como uma doença séria
que afeta a produtividade e o desempenho do trabalhador.
Como o próprio nome sugere, a Ginástica Laboral se caracteriza por uma
atividade desenvolvida no ambiente de trabalho, atuando de maneira preventiva e
terapêutica, por meio de exercícios que vão compensar as estruturas utilizadas
durante a função e ativar outras que não estejam sendo solicitadas. Durante a sua
realização, o objetivo maior tem sido o de prevenir a LER/DORT, uma vez que, como
sugerem algumas pesquisas, é a grande campeã de afastamentos dos empregados
das empresas, em consequência da fadiga decorrente da tensão e da repetitividade
dos movimentos, prejudicando as articulações, músculos, nervos, etc.
Essas atividades podem ser divididas basicamente em:

A. Ginástica Preparatória ou de Aquecimento, que são realizadas antes de


iniciar o trabalho com o objetivo de preparar as estruturas que serão
solicitadas durante as tarefas dentro da empresa.

B. Ginástica Compensatória ou de Pausa, que são atividades realizadas em


pequenos intervalos durante o expediente, tendo o objetivo de compensar
as estruturas que estão sendo utilizadas no processo produtivo,
diminuindo as tensões do trabalho repetitivo, posturas erradas,
proporcionando ao indivíduo condições de perceber seu corpo e suas
condições físicas e psicológicas.

AN02FREV001/REV 4.0

61
C. A Ginástica de Relaxamento ou de Final de Expediente, que como o
próprio nome já indica, é realizada ao término das atividades do
funcionário dentro da própria empresa. Tendo como seu maior objetivo
aliviar a sensação de cansaço e tensão muscular e proporcionar uma
integração social no ambiente de trabalho.

A ginástica laboral pode ser preparatória e compensatória, consistindo em


exercícios específicos realizados no próprio local de trabalho, atuando de forma
preventiva e terapêutica. Leve e de curta duração, a ginástica laboral visa diminuir o
número de acidentes de trabalho, corrigir vícios posturais, aumentar a disposição do
funcionário ao iniciar e retornar ao trabalho, promover maior integração no ambiente
de trabalho.
A ginástica laboral preparatória é realizada antes da jornada de trabalho, a
fim de preparar a pessoa para exercer as suas atividades diárias do trabalho,
preparando os grupos musculares que serão solicitados na realização das suas
tarefas e despertando-os para que se sintam mais dispostos motivados e integrados.
Indica-se geralmente a sua realização com a reunião de todos os funcionários em
um local específico, no início de cada turno de trabalho.
Para a ginástica laboral preparatória deve-se dar atenção especial às
regiões cervicais, torácica e lombar, com ênfase nos exercícios de alongamento,
relaxamento e força muscular, pois os mesmos minimizam ou evitam a adoção de
vícios posturais durante as atividades habituais no trabalho; as sessões podem
variar de sete a dez minutos, em cada três a quatro horas de trabalho.
De acordo com recentes pesquisas acadêmicas desenvolvidas por Cañete
(1996), Martins (2000), Maciel (2001) e Longen (2003) os principais benefícios
relatados que a ginástica laboral pode proporcionar para as empresas são:

• Aumento da produtividade;
• Diminuição da incidência de doenças ocupacionais;
• Menores gastos com despesas médicas;
• Marketing social;
• Redução do índice de absenteísmo e rotatividade dos funcionários;

AN02FREV001/REV 4.0

62
• Redução dos números de erros e falhas, pois os funcionários ficam mais
espertos e motivados.

Verificam-se ainda, nos estudos dos autores acima mencionados, os


seguintes efeitos proporcionados aos trabalhadores por um programa de ginástica
laboral:

• Melhoria da autoimagem;
• Redução das dores;
• Redução de estresse e alívio das tensões;
• Melhoria do relacionamento interpessoal;
• Aumento da resistência da fadiga central e periférica;
• Aumento da disposição e motivação para o trabalho;
• Melhoria da saúde física, mental e espiritual.

Tais benefícios são vistos por Cañete (1996) como condicionantes de um


trabalho realizado por profissionais responsáveis, competentes, que tenham uma
consciência e postura ética digna. Este pensamento é complementado por Targa
(apud MACIEL, 2001, p. 34) quando diz que a atividade física pode ser uma “arma
de dois gumes”, dependendo do profissional que a conduza, pode ser um
instrumento de alto valor educativo promovendo a saúde ou, se cair em mãos
incompetentes poderá produzir lesões e qualidades físicas e morais irreparáveis.

8.3 COMO IMPLANTAR UM PROGRAMA DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS


LER/DORT

Para a implantação de um programa de ginástica laboral na empresa torna-


se fundamental seguir alguns procedimentos. Inicialmente, a ginástica laboral deve
ser proposta e não imposta, isto é, o trabalhador deve ter plena liberdade de escolha
para participar ou não das aulas. Martins (2001) enfatiza que com o passar do

AN02FREV001/REV 4.0

63
tempo, a adesão vai aumentando com a propaganda entre os participantes,
contagiando os outros pelos comentários sobre a diminuição das dores no corpo,
aumento da disposição, diminuição do estresse, dentre outros benefícios
observados.
De acordo com Guerra (apud MARTINS, 2001, p. 51-52), existem cinco
etapas para que a implantação da ginástica laboral tenha sucesso:

• A primeira diz respeito à realização de uma avaliação e diagnóstico,


analisando a aptidão física, a qualidade de vida, a biomecânica e a
ergonomia, a fim de permitir uma correta adequação da atividade física;
• A segunda etapa consiste no planejamento e estruturação do programa,
prevendo inclusive a motivação, a compreensão da validade, o aval e a
aceitação do programa por parte dos funcionários;
• A terceira etapa consiste num trabalho de conscientização, envolvendo
todos os funcionários da empresa no tocante aos problemas posturais
dentro e fora do trabalho, sua prevenção e o incentivo à prática regular da
atividade física;
• Na quarta etapa, ocorre a implantação do projeto piloto, possibilitando
ajustes antes da sua expansão a outros setores da empresa;
• Na quinta etapa ocorre a avaliação dos resultados, incluindo as áreas da
qualidade empresarial, produtividade e qualidade de vida.

A melhor forma de negociar uma implantação dentro de uma empresa é


produzir um projeto ou proposta de um programa de prevenção de LER/DORT ou
um programa de saúde e qualidade de vida no trabalho que será enviado aos
contatos existentes dentro do setor administrativo, Cipas ou de RHs das empresas.
Ao montar seu projeto (proposta) é interessante estruturar da seguinte
forma:

• Introdução: fundamentar teoricamente qual a razão de se propor um


programa de prevenção de LER/DORT, argumentando quanto a sua
importância.

AN02FREV001/REV 4.0

64
• Objetivos: quais objetivos serão visados e possíveis alcançar com este
programa.
• Programa estratégico: definir quais ações serão usadas para atingir os
objetivos anteriormente descritos.
• Propostas: aqui se devem apresentar propostas de realização de serviços
diversificados em que se podem incluir além da Ginástica Laboral,
massagem, premiações, confraternizações pré-agendadas etc.
• Descrição das atividades: nesse momento explica-se no que consiste as
atividades e como serão realizadas.
• Orçamento: importante apresentar de forma objetiva os valores cobrados
pelos serviços para que o contratante tenha margem de negociação.
• Referências: apresentar os autores e demais referências usados para
montar um projeto.

Este material deve ser sucinto e objetivo, com mínima margem para dúvida.
É importante incluir aspectos das Normas Regulamentadores para mostrar a
empresa que a ginástica laboral corrobora com cumprimentos de exigências do
Ministério do Trabalho.
É importante lembrar que o feedback para os contratantes também é
importante, sendo necessário avaliar e reavaliar a aceitação e participação dos
colaboradores nas atividades propostas com relatórios pelo menos trimestrais
apresentados de forma clara e objetiva.

FIM DO MÓDULO III

AN02FREV001/REV 4.0

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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
GINÁSTICA LABORAL

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

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CURSO DE
GINÁSTICA LABORAL

MÓDULO IV

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dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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67
MÓDULO IV

9 EXERCÍCIOS E ALONGAMENTOS

Para um programa de prevenção de LER/DORT é interessante diversificar


as aulas de GL usando instrumentos diversos, como fisioball, bastões, espaguetes,
etc., e as atividades complementares com dinâmicas de grupo, jogos e brincadeiras
que estimulem a integração profissional.
Em grupos extensos, com mais de 15 pessoas, torna-se muito difícil
controlar todos. Por essa razão, aconselho a divisão em grupos de no máximo 15
pessoas, realizando de 10 a 15 minutos de atividades. Para estimular a participação,
pode-se fazer um controle de presença para premiar os participantes mais assíduos
das aulas de GL.
A seguir alguns exemplos simples de alongamentos, ressaltando que a
criatividade do professor da GL é o principal para diversificar as aulas deixando-as
sempre atrativas.
Todos os exercícios devem ser feitos na posição sentada, com os pés bem
apoiados no chão. A coluna deve estar afastada do encosto ou espaldar e ereta! A
duração de cada exercício é de 30 segundos e devem ser repetidos três vezes para
cada membro.

AN02FREV001/REV 4.0

68
TABELA 2 - EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO

1-Pescoço - Ficar na posição sentada, sem 2-Ombro - Puxar com uma das mãos o
encostar a coluna, mantendo-a reta. cotovelo até sentir alongar a região
Inclinar a cabeça para o lado, puxando-a posterior do ombro.
com uma das mãos. Manter o outro braço
esticado e com a mão em extensão.

3- Extensores de Punho - Manter um dos 4-Punho - Flexionar o polegar, segurá-lo


braços estendidos. Dobrar o punho para com os dedos e realizar um movimento de
baixo com o auxílio da outra mão. Repetir desvio para baixo.
o mesmo com a outra mão

FONTE: Folheto explicativo da JHFS Serviços.

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69
TABELA 3 - EXERCÍCIOS DE AQUECIMENTO

1. Relaxe os músculos do pescoço 2. Rolagem de Ombro


Incline a cabeça para a esquerda, para a Com os braços soltos e com as mãos
direita, para frente e para trás. Mantenha apontadas para baixo, execute um
cada posição por alguns segundos. movimento giratório nos ombros para
frente, por cinco vezes, e para trás, por
cinco vezes.

A-3 Rotação de Antebraço. A-4 Rotação dos punhos


Levante os braços estirados, com as palmas Com os braços retos e para os lados, gire
das mãos voltadas para cima, até a altura lentamente as mãos em círculo,
dos ombros. Gire os braços lentamente para trabalhando os punhos.
dentro até que o dorso das mãos fique de
frente um para o outro. Gire os braços
novamente, retornando-os à posição inicial.

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A-5 Alongamento e compressão dos A-6 Flexões das pontas dos dedos
dedos Com a mão direita estendida, dedos
Com as mãos para frente e as palmas juntos e palmas voltadas para baixo, force
voltadas para baixo, estire os dedos o tanto os dedos contra a palma da mão
quanto puder, mantenha-os nessa posição esquerda, mantenha a posição por alguns
por alguns segundos; em seguida, feche as segundos e solte-os suavemente.
mãos com força. Repita as flexões nos dedos da outra mão
e assim por diante.

FONTE: Folheto explicativo da JHFS Serviços.

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71
TABELA 4 - ALONGAMENTOS BÁSICOS

1. Incline lentamente a cabeça sobre 2. Vire lentamente a cabeça para


um ombro e sobre o outro, mantendo direita, olhando por sobre o ombro e
o eixo do corpo alinhado. Repita cinco depois para o lado esquerdo. Repita
vezes para cada lado. cinco vezes para cada lado.

3. Gire lentamente a cabeça 4. Abra os braços e mantenha-os


desenhando um círculo no sentido retos até a altura dos ombros. Dobre
horário e depois no sentido anti- os cotovelos e não os deixe cair
horário. Repita cinco vezes para cada abaixo do nível dos ombros.
lado. Vagarosamente, volte à posição
inicial. Repita cinco vezes.

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5. Mantenha os braços flexionados 6. Fique em pé com as costas retas,
como no exercício anterior e empurre mantendo o pescoço e a cabeça em
seus antebraços para frente, até que posição neutra. Alternadamente,
se toquem. Abra os braços para trás eleve e abaixe seus braços,
até sentir comprimir as omoplatas. mantendo-os esticados. Faça arcos
Segure por 10 segundos. Repita cinco em movimento suaves. Repita cinco
vezes. vezes.

7. Levante os braços e deixe-os 8. Com os braços estendidos para os


esticados na altura dos ombros, com lados, gire lentamente as mãos em
as palmas das mãos viradas para círculo para trás e para frente,
cima. Gire os braços lentamente para trabalhando os punhos. Repita cinco
dentro até que os dorsos das mãos vezes em cada lado.
fiquem de frente para o outro. Gire os
braços novamente, retornando à
posição inicial. Repita cinco vezes.

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9. Com as mãos estendidas a sua 10. Com a mão direita estendida,
frente e as palmas voltadas para dedos juntos e palma voltada para
baixo, estire os dedos tanto quanto baixo, force os dedos contra a palma
puder, mantendo-os nessa posição da mão esquerda. Mantenha a
por alguns segundos. Em seguida, posição por alguns segundos e solte-
feche as mãos com toda força. Repita os suavemente, repetindo as flexões
cinco vezes. nos dedos da outra mão. Repita cinco
vezes em cada mão.

FONTE: Folheto de orientação da SABESP no Programa de Promoção a Vida.

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TABELA 5 - ALONGAMENTOS PARA MEMBROS INFERIORES E COSTAS

1. De pé, abduza um braço na altura 2. De pé, mantenha o joelho de apoio


do ombro e flexione quadril e joelho fletido, estique a outra perna a frente,
contralateral, com a mão livre puxe o apoiando o calcanhar e com o braço
joelho em direção ao quadril oposto. homolateral puxe a ponta do pé para
cima.

3. De pé, tronco e pernas alinhados, 4. De pé, pernas afastadas, comece o


dobre o joelho e puxe o pé para trás movimento fletindo a cabeça em
do corpo com a mão homolateral. seguida pescoço e siga fletindo o
corpo lentamente como se quisesse
alcançar o chão com as mãos, retorne
o movimento desenrolando o corpo.

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5. De pé, pernas afastadas, entrelace 6. De pé, pernas afastadas, joelhos
os dedos com os braços esticados a semiflexionados mantenha uma das
frente do peito, gire as palmas das mãos no quadril e o outro lado deve
mãos para fora, baixe a cabeça e ser abduzido lentamente e levado
dobre levemente a torácica, para em direção ao pé contralateral.
retornar encolha o abdome e
desenrole o tronco.

FONTE: Acervo Próprio.

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TABELA 6 - ALONGAMENTOS PARA MEMBROS SUPERIORES

1. De pé ou sentado, flexione braço 2. De pé ou sentado, aduza


até a altura do ombro com a mão horizontalmente um dos braços e com
supinada e com a outra mão puxe os a outra mão puxe o cotovelo para
dedos em direção ao peito. perto do peito.

3. De pé, entrelace as mãos atrás do 4. De pé ou sentado, eleve o braço


corpo e estenda os braços o máximo até a cabeça e puxe o cotovelo
que conseguir sem fletir o tronco. mantendo o antebraço fletido.

FONTE: Acervo Próprio.

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TABELA 7 - ALONGAMENTOS PARA INTERVALOS

1. Sentado, flexione o tronco até 2. Sentado, tronco ereto, gire a


encostá-lo nas coxas. cabeça e o tronco o máximo que
puder apoiando as mãos no encosto
da cadeira.

3. Sentado, braços fletidos na altura 4. Mesmo posicionamento anterior,


do peito, com os dedos fletidos ao porém, sobreponha as mãos e
máximo, encoste as porções radiais empurre uma contra a outra e
das mãos fortemente, mantendo a mantenha a contração por alguns
contração por alguns segundos. segundos.

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5. Sentado, flexione o tronco para 6. Sentado, aduza o quadril e cruze
alcançar o pé, puxe-o para cima. uma das pernas mantendo-a
lateralmente ao joelho e com a outra
mão puxe em direção oposta.

7. Sentado na borda da cadeira, 8. Sentado tronco ereto, abduza o


dobre o joelho e puxe o pé até quadril, cruzando a perna mantendo-a
encostá-lo no glúteo. sobre o joelho oposto, com as duas
mãos empurre o joelho da perna
cruzada para baixo.
Estes alongamentos deverão ser orientados no primeiro dia de GL para que os colaboradores
tornem-se cientes da possibilidade de aproveitar as pequenas pausas para adquirir um pouco mais
de flexibilidade e para oxigenar os músculos. FONTE: Acervo Próprio.

AN02FREV001/REV 4.0

79
Exemplos:

GINÁSTICA LABORAL
AULA 001

1. Alongamento mm. cervical.


2. Alongamento m. deltoide (D e E).
3. Alongamento flexores dos dedos (D e E).
4. Alongamento extensores dos dedos (D e E).
5. Alongamento quadríceps (D e E).
6. Alongamento adutores da coxa (D e E).
7. Alongamento tríceps sural (D e E).
8. Exercícios metabólicos (punhos e tornozelos).
9. “Espreguiçar”.

GINÁSTICA LABORAL
AULA 002

1. Alongamento trapézios e escalenos.


2. Alongamento tríceps braquial.
3. Alongamento peitoral D e E simultaneamente (assistido pelo colega).
4. “Autoabraçamento”.
5. Alongamento grande dorsal (inclinação lateral tronco D e E).
6. Abraçar joelho com apoio unipodal contralateral e manter-se nesta
posição por 10s (D e E).
7. Alongamento tríceps sural e isquiotibiais (D e E).
8. “Espreguiçar”.

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80
GINÁSTICA LABORAL
AULA 003

1. Rotação da cabeça (D e E).


2. Alongamento de trapézio tracionando a cabeça com membro superior do
lado contralateral (D e E).
3. Flexão do tronco a ~ 80° com mãos apoiadas na cintura.
4. Extensão do tronco a ~ 35-40° com mãos apoiadas na cintura.
5. MMII afastados, encostar palma das mãos no chão ou próximas a ele.
6. Alongamento de tríceps sural (D e E).
7. Dinâmica de massagem com bolinhas: fazer duplas.
- Rolar a bolinha na região de trapézio e supraespinhoso, no sentido
transversal;
- Rolar a bolinha na região de mm. paravertebral, no sentido longitudinal;
- Rolar a bolinha no sentido transversal na região lombar;
- Realizar a massagem, primeiro do lado D e depois do lado E;
- Trocar de posição com o colega.
8. “Espreguiçar”.

GINÁSTICA LABORAL
AULA 04

1. “Espreguiçar”.
2. Abdução ombro a 100° + extensão punho (D e E) com mão contralateral
na cintura.
3. Flexão ombro 90° + flexão punho + flexão de dedos sobre polegar (D e
E).
4. Alongamento paravertebral (“crescer”).
5. MMII afastados, encostar palma das mãos no chão ou próximas a ele.
6. Dinâmica com bola: 1 ou 2 filas.

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- Iniciar a bola com o primeiro da fila;
- Passar a bola para o colega que está atrás com os braços acima da
cabeça;
- Reiniciar a bola com o último da fila, pernas afastadas;
- Passar a bola por baixo das pernas para o colega que está na frente;
- Reiniciar a bola com o primeiro da fila, pernas afastadas;
- Passar a bola por baixo das pernas para o colega que está atrás;
- Reiniciar a bola com o último da fila;
- Passar a bola para o colega que está na frente com os braços acima da
cabeça;
7. Exercícios metabólicos (tornozelos).
8. “Espreguiçar”.

GINÁSTICA LABORAL
AULA 005

1. Rotação lateral cervical + flexão cervical com apoio da mão do lado


contralateral (D e E).
2. Coluna ereta + abdução ombros a 90° + palmas para frente (D e E).
3. Coluna ereta + abdução ombros a 90° + palmas para frente + extensão
punho (D e E).
4. Coluna ereta + abdução ombros a 45° + extensão ombros a 45° +
extensão punho (D e E).
5. Circundunção de ombros (simultaneamente).
6. Duplas: um de frente para o outro, seguram-se as mãos e ficam
“semissentados” por ~ 10s (3x).
7. Dinâmica com bola: faz-se um círculo, e uma pessoa fica no centro do
círculo. Este jogador é chamado de centro. Todos os demais que estão no
círculo são chamados de periferia.

- EX: Ao comando de voz: “- Centro, direita!”, o jogador do centro joga a bola


para o que está a sua frente e este a devolve ao jogador do centro que vai girando
em sentido horário (à D) e joga a bola para o próximo jogador da periferia. Ao

AN02FREV001/REV 4.0

82
comando de voz: “- Centro, esquerda!”, a única mudança é que o jogador do centro
vai girar no sentido anti-horário (à E) para jogar a bola para os jogadores da
periferia. Ao comando de voz: “- Periferia, direita!”, o jogador da periferia que estiver
com a bola vai passá-la para o jogador da periferia que está do seu lado direito, e se
o comando de voz for: “- Periferia, esquerda!”, o jogador da periferia que estiver com
a bola vai passá-la para o jogador da periferia que está do seu lado esquerdo. E
assim, sucessivamente. O jogador que errar ou deixar a bola cair toma o lugar do
jogador do centro.
8. “Espreguiçar”.

GINÁSTICA LABORAL
AULA 006

1. “Crescer”.
2. Duplas: Uma pessoa na frente da outra, de mãos dadas, flexionar o
tronco a ~ 90° e flexionar a cabeça. Manter-se nesta posição por ~ 15s.
3. Alongamento flexores dedos.
4. Alongamento extensores dedos.
5. Alongamento quadríceps.
6. Alongamento ITs e abdutores (MMII afastados, encostar as palmas das
mãos no chão).
7. Automassagem com a bolinha:
- Fazer movimento longitudinal com a bolinha entre as mãos e, em seguida,
movimento circular.
- Fazer movimento longitudinal com a bolinha sob a superfície plantar e em
seguida, movimento circular.
8. “Espreguiçar”.

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83
GINÁSTICA LABORAL
AULA 007

1. Dinâmica: duas filas paralelas, com as pessoas olhando para o


professor(a), que fica de frente para as filas, a aproximadamente dois
metros delas. A primeira pessoa de cada fila vai até o(a) professor(a)
pegar uma bolinha andando apoiada sobre os calcanhares (retropés),
pega a bolinha que está com o(a) professor(a) e volta de costas para a fila
apoiada sobre as pontas dos pés (antepés). Quando chega onde está a
primeira pessoa da fila, entrega a bolinha e vai para o fim da fila. Os
participantes que estão no início da fila agora vão entregar a bolinha para
o(a) professor(a) apoiados sobre os retropés, entregam a bolinha e voltam
apoiados sobre os antepés, e assim sucessivamente. Após duas vezes
em que cada participante pegar ou entregar a bolinha ao professor(a),
altera-se a ordem: participante vai até o(a) professor(a) apoiado nos
antepés e volta apoiado nos retropés.
2. Rotação cabeça (05 vezes para D; 05 vezes para E).
3. Circundunção ombro (05 vezes para frente; 05 vezes para trás).
4. Flexão ombro a 90° + circundunção punho (simultaneamente bilateral).
5. Abdução ombro a 90° + circundunção ombro (simultaneamente bilateral).
6. Apoio unipodal + discreta flexão quadril contralateral associada à
circundunção de tornozelo (alterna lados D e E; 10 voltas para a D e 10
para a E).
7. Apoio unipodal + flexão 90° quadril e flexão 90° joelho contralateral
associada à circundunção de tornozelo (alterna lados D e E; 10 voltas
para a D e 10 para a E).
8. Mãos na cintura + “circundunção tronco”.
9. “Espreguiçar”.

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GINÁSTICA LABORAL
AULA 008

1. Inclinar o tronco e a cervical para a D e estender e aduzir o ombro E,


apoiando o punho E sobre a região lombar. Com a mão D, segurar o
punho E e tracioná-lo no sentido diagonal para baixo e para a D. Manter
por aproximadamente 15s. Depois realizar o mesmo exercício no lado E.
2. Pernas afastadas, mãos na cintura, rodar o tronco a aproximadamente
45° para a D e depois para a E.
3. Flexionar os braços a 90º na altura do ombro e aduzi-los. Manter nesta
posição por aproximadamente 15s.
4. Estender os braços a aproximadamente 45° (ou até o limite) e aduzi-los.
Manter nesta posição por aproximadamente 15s.
5. Flexionar os braços a 180° e aduzi-los. Manter nesta posição por
aproximadamente 15s. MMSS aduzidos à frente do tronco, manter nesta
posição por aproximadamente 15s. MMSS aduzidos atrás do tronco,
manter nesta posição por aproximadamente 15s.
6. Afastar MID da linha média e inclinar o tronco para a D. Manter nesta
posição por aproximadamente 15s. Repetir movimento do lado E.
7. Dinâmica: “Telefone sem fio”.
8. “Espreguiçar”.

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GINÁSTICA LABORAL
AULA 009

1. Faz-se duas filas, uma de frente para a outra. Funcionário afasta os MMII
e inclina o tronco para a D, abduz o MSD e apoia sobre o ombro E do
colega da D. Mantém-se nesta posição por aproximadamente 15s. Faz o
movimento para o lado E.
2. Em fila indiana (um funcionário de frente para o outro), funcionário afasta
os MMII, com o MID à frente, apoiando a mão D sobre o ombro D do
colega da frente. Mantém-se nesta posição por aproximadamente 15s.
Repetir o exercício com o MIE à frente, apoiando a mão E sobre o ombro
E do colega da frente.
3. Mãos apoiadas atrás da cabeça, manter tronco ereto, com cotovelos
alinhados com a cabeça. Manter-se nesta posição por aproximadamente
15s.
4. MMSS flexionados a 90°, mãos entrelaçadas, com as palmas das mãos
para frente. Manter-se nesta posição por aproximadamente 15s.
5. MMII pouco afastados, flexionar o tronco lentamente a fim de encostar
palmas das mãos no chão. Manter-se nesta posição por
aproximadamente 15s.
6. MMII encostados um ao outro, flexionar o tronco lentamente e apoiar as
palmas das mãos nas panturrilhas. Manter-se nesta posição por
aproximadamente 15s.
7. Dinâmica com bola: 02 filas (A e B), uma de frente para a outra. O 1º da
fila A joga a bola para o 1º da fila B (que está à sua frente), este joga a
bola para o 2º da fila A, e este por sua vez, joga a bola para o 2º da fila B,
e assim sucessivamente. Quando o último da fila estiver com a bola, vai
para o início da fila. E assim recomeça o jogo.
8. Alongamento tríceps sural: MID à frente, fazendo máxima dorsiflexão pé
D. Manter-se nesta posição por aproximadamente 15s. Depois, passa
para o MIE.
9. “Espreguiçar”.

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GINÁSTICA LABORAL
AULA 010

1. Correr sem sair do lugar.


2. Correr (em círculo) no sentido horário e depois no sentido anti-horário.
3. Alongamento de tríceps braquial.
4. Afastar os MMII, flexionar o tronco até encostar a palma das mãos no
chão.
5. Afastar os MMII, estender o tronco até seu limite.
a. 01 cadeira para cada pessoa:
6. Sentado na cadeira, com a cabeça voltada para frente, inclinar o tronco
para a direita sem tirá-lo do encosto. Apoiar a mão D no chão, mesmo
Aldo para o qual o tronco se inclina. Manter-se nesta posição por
aproximadamente 15s. Fazer o mesmo movimento para o lado E.
7. Sentado na cadeira, joelhos flexionados a 90°, apoiar o queixo sobre o
joelho D e tocar o pé D com as 2 mãos. Depois repetir o movimento do
lado E.
8. Sentado na cadeira, joelhos flexionados a 90°, apoiar a cabeça sobre os
joelhos e apoiar as mãos sobre o dorso dos pés. Estender devagar os
joelhos até onde conseguir e fazer dorsiflexão do tornozelo apoiando as
mãos na ponta do hálux.
9. “Espreguiçar”.

FIM DO MÓDULO IV

AN02FREV001/REV 4.0

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FIM DO CURSO

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