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Universidade Católica de Moçambique

Centro de ensino a distância

Tema: Sócios e Parentes Valores Familiares e Interesses Económicos nas grandes Empresas
Familiares Moçambicanas

Ngamo Bacar Código: 708223478

Curso: Administração Pública,


Disciplina: Antropologia Cultural
Ano de frequência: 2º ano

Nampula, Maio, 2023


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tutor
Capa 0,5
Índice 0,5
Aspectos Introdução 0,5
Estrutura organizacionais Discussão 0,5
Conclusão 0,5
Bibliografia 0,5
Contextualização 1,0
(Indicação clara do
problema)
Introdução Descrição dos 2,0
objectivos
Metodologia adequada 2,0
ao objecto do trabalho
Articulação e domínio
do discurso académico
(expressão escrita 2,0
Conteúdo cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e discussão
Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais 2,0
relevantes na área de
estudo
Exploração dos dados 2,0
Conclusão Contributos teóricos 2,0
práticos
Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos Formatação paragrafa, espaçamento 1,0
gerais entre linhas
Normas APA Rigor coerência das
Referências 6ª edição em citações/referências
Bibliográfica citações e bibliográficas 4,0
s bibliografia
Recomendações de melhoria:

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Índice
1.Introdução.......................................................................................................................4

1.1.Metodologia.................................................................................................................4

2.Sócios e Parentes: Valores Familiares e Interesses Económicos nas grandes Empresas


Familiares Moçambicanas.................................................................................................5

3.Empresas familiares........................................................................................................7

3.1.Empresas Familiares – vantagens e desvantagens.......................................................7

4.O impacto de uma sociedade familiar tendo em conta os interesses económicos..........8

5.Conclusão.....................................................................................................................10

6.Bibliográfica.................................................................................................................11

1.Introdução
As grandes empresas familiares são contextos sociais onde a sobreposição das relações
Familiares e económicas cria condições para a formação de relações de parentesco de uma

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natureza diferente das que encontramos noutros grupos sociais. Dentre as coisas que os seres
humanos consideram de maior importância podem-se destacar a convivência com sua família
e o desempenho de suas actividades trabalhistas. A empresa familiar tem a interessante
possibilidade de agrupar essas duas necessidades, tornando o trabalho mais harmonioso e
produtivo.
1.1.Metodologia
O presente trabalho partiu-se de um pressuposto teórico inicial, a qual foi realizada uma
pesquisa bibliográfica apoiando-se em artigos científicos e livros.

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2.Sócios e Parentes: Valores Familiares e Interesses Económicos nas grandes Empresas
Familiares Moçambicanas

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As grandes empresas familiares são contextos sociais onde a sobreposição das relações
Familiares e económicas cria condições para a formação de relações de parentesco de uma
natureza diferente das que encontramos noutros grupos sociais.

De uma maneira geral, a definição de empresa familiar reporta-nos ao universo das pequenas
empresas, a situações em que um indivíduo dinâmico e empreendedor montou, sozinho ou em
conjunto com outros familiares, um negócio com algum sucesso, sendo a família a proprietária
exclusiva da empresa e a maior parte dos empregados e dirigentes são membros da família.
Há uma constante sobreposição entre as pessoas que constituem a família e os sócios da
Empresa, dando origem a uma permanente articulação de distintos valores, comportamentos,
sentimentos e formas de acção. No universo das grandes empresas familiares as relações
familiares são construídas sobre uma rede de interesses económicos que unem pessoas que têm,
frequentemente, interesses opostos nas empresas.

A organização formal destes grandes e complexos grupos empresariais é construída de acordo


com os melhores modelos organizacionais e emprega os profissionais mais competentes. Mas,
simultaneamente, elas são construídas sobre uma densa rede de relações familiares que une os
accionistas. Os valores familiares as formas de estar e viver em família – são aqui elementos
cruciais na definição das formas através das quais o grupo económico se organiza e se perpetua
no tempo

De facto, estas famílias que detêm grandes empresas familiares vivem num sentimento de
contradição, que é partilhado com a maioria da sociedade portuguesa. É geralmente aceite que as
actividades empresariais não devem ser misturadas com as relações familiares, porque estes dois
tipos de relações são muito diferentes tanto na sua natureza (interesses económicos e partilha de
uma substância comum, respectivamente) como nos seus objectivos lucro e solidariedade
desinteressada.

No âmbito destas famílias, a empresa familiar é sentida e afirmada como um projecto colectivo,
no qual quase todos os membros da família estão envolvidos, com um grande investimento
pessoal naquilo que é a sua principal fonte de prestígio social e recursos económicos. Isto torna-
seevidente quando analisamos as narrativas de história da firma produzidas pelos seus
proprietários.
De acordo com Ricca, (2001) refere que:

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“Uma empresa familiar é aquela que se identifica com uma família há pelo menos duas gerações e
quando essa ligação resulta numa influência recíproca na política geral da empresa e nos
interesses e objectivos da família. Para tanto, relacionam-se algumas condições como:

 A sucessão dos cargos administrativos é determinada pelos laços de família;


 As esposas e filhos dos atuais dirigentes encontram-se no Conselho de
Administração;
 Os valores institucionais importantes da empresa identificam-se com uma família,
pode ser na publicação formal da empresa ou nas tradições informais; pode ser
implícito ou explícito;
No entanto, os diversos interesses, valores e âmbitos de acção quotidiana que se interrelacionam
no âmbito de um negócio familiar, são muitas vezes concebidos como opostos pelas pessoas que
nele estão envolvidas. A separação entre economia e parentesco é um problema empírico
fundamental

A ideia de que os negócios não devem ser misturados com as relações familiares é geralmente
aceite em Moçambique, aplicando-se aos parentes o provérbio «amigos, amigos, negócios à
parte». Os dois tipos de relações que negócios e parentesco implicam são consideravelmente
diferentes nas suas essências interesse económico e substância comum, respectivamente –, mas
também nos seus objectivos lucro e solidariedade desinteressada, respectivamente. O ideal
cultural que defende a separação entre negócios e relações de grande proximidade, como o
parentesco e a amizade, é claramente contraditório com o elevado número de empresas
familiares existentes em Moçambique.

Os processos de desenvolvimento da família e da empresa fazem parte de um contexto social,


político e económico mais vasto, pelo que devem ser analisados como partes integrantes do
contexto socioeconómico nacional onde ocorrem. Isto é particularmente visível em Portugal,
onde a transição política de um regime ditatorial para um regime democrático, em 1974,
introduziu grandes alterações na ordem económica, política e social nacional, com implicações
profundas nos processos de desenvolvimento destas empresas e das suas famílias dinásticas, que
constituíam até então, e que actualmente constituem de novo, o núcleo da elite financeira

Nas economias capitalistas, a maioria das empresas se inicia com as ideias empenho e o
investimento de indivíduos empreendedores e seus parentes. Casais juntam suas economias e
abrem uma loja em conjunto; os filhos aprendemos negócios dos pais desde crianças quando
brincam de ir trabalhar depois do horário escolar, e, na grande maioria das vezes, a expectativa
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dos pais é que os pais se interessem pelos negócios da família. O sucesso e a continuidade do
negócio é o sonho de todos os empreendedores (Ricca, 2001.p.13).

3.Empresas familiares
No mundo gerencial, a influência da cultura do país em que a empresa está inserida reflecte
diretamente sobre suas formas de gestão, principalmente quando se analisa os modelos de gestão
importados, que frequentemente são implementados em nossas organizações ou trazidos por
multinacionais. Muitos desses modelos e práticas gerenciais, portanto, podem fracassar ou ser
tímidos em seus resultados, justamente por não terem respaldo em alguns traços básicos de nossa
cultura.

Carrega-se em nossa sociedade o valor de que patriarca tudo pode e aos membros do clã só cabe
pedir e obedecer, caso contrário, a rebeldia pode ser “premiada” com a sua exclusão do âmbito
das relações. O patriarcalismo, a face supridora e afectiva do pai, atendendo ao que dele esperam
os membros do clã, e o patrimonialismo, a face hierárquica e absoluta, impondo com a
tradicional aceitação sua vontade a seus membros, convivem lado a lado em nossa cultura.
Segundo Floriani (2002) refere que:
O nome da família surge, quando em épocas mais remotas e primitivas, representava a
actividade do chefe principal da mesma e, por decorrência, de todos os seus componentes,
notadamente os do sexo masculino que acabavam por suceder mais cedo ou mais tarde, o
progenitor, deste herdado o habilidades. (p.37).
Deve-se considerar que a partir daí surge o mercado económico formal, organizado e
estruturado, contendo regras, moeda, mercadoria, incorporando, então as transacções comerciais
acrescidas do lucro, justificando assim se o aparecimento na empresa da figura que vai
coordenar, controlar, transformar e correr alguns riscos com o seu funcionamento.

3.1.Empresas Familiares – vantagens e desvantagens


Lodi (1993) refere que:
Alguns pontos considerados como forças da empresa familiar:
 A lealdade dos empregados é mais acentuada dentro deste tipo de empresa.
 O nome da família pode ter grande reputação na região, no estado, ou no país inteiro.
 A escolha correta do sucessor na direcção do negócio, causa um grande respeito pela
empresa.
 A união entre os accionistas e os dirigentes, facilita a comunicação entre a Directoria
executiva, o Conselho de Administração e a Assembleia dos Accionistas, e também faz com
que, mesmo nos momentos de perdas, os accionistas sustentem a empresa.
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 O sistema de decisão é mais rápido (p.56).

4.O impacto de uma sociedade familiar tendo em conta os interesses económicos


O impacto familiar, é preciso encontrar maneiras de mensurar cada um dos critérios escolhidos,
por meio de perguntas, observações e reflexões que podem ser resumidas em categorias
qualitativas ou escalas de intensidade.

Dessa forma, políticas educacionais podem ser avaliadas com base no quanto favorecem o
envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos, enquanto políticas de transferência de
renda poderão ser avaliadas quanto ao critério de recebimento dos repasses
financeiros ou às condicionalidades impostas às famílias participantes.

Embora a família cumpra diversas funções na formação, cuidado e protecção de seus membros, as
quais se reflectem em benefícios para a sociedade como um todo, o sentido a instituição familiar
em si não se resume a performar determinados papéis sociais.

Lodi (1993) refere queʺ família não existe para satisfazer uma ou algumas funções sociais, mas
constitui um leque potencialmente indefinido, visto ser uma relação social plena, ou seja, é um
“fenómeno social total” que – directa ou indirectamente, explícita ou implicitamente – implica
todas as dimensões da existência humana, desde as biológicas às psicológicas, económicas,
sociais, jurídicas, políticas e religiosas" (p.34).’

Na verdade, as análises dos impacto de uma sociedade familiar grandes grupos económicos de
base familiares têm estado arredadas das ciências sociais. As poucas que existem são orientadas
para uma análise organizacional que procura explicar o funcionamento e a história da instituição,
publicados muitas vezes a pedido das próprias empresas com propósitos comemorativos.

Os economistas tendem a analisar a empresa como uma unidade de produção que compete no
mercado, pelo que a eficácia dos seus desempenhos é o objectivo central dos seus estudos. Pelo
seu lado, os sociólogos têm analisado as empresas enquanto organizações, retomando, de maneira
geral, as categorias analíticas definidas pelos economistas.

O impacto da desigualdade sobre as famílias tem duas dimensões. Primeiro, é preciso constatar
que o dinheiro só não traz felicidade para quem já tem dinheiro. Inúmeras estatísticas permitem
hoje afirmar que mais dinheiro nas mãos de uma família pobre, que passa a poder comprar o
remédio e alimentar melhor os filhos, aumenta muito o bem-estar. Por outro lado, essas mesmas
pesquisas mostram que, a partir de uma renda média, que assegura o básico e um pouco de

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conforto, o aumento de renda não aumenta o sentimento de bem estar. Isso é muito importante,
pois mostra que quanto mais o dinheiro flui para a parte mais pobre da sociedade, mais se torna
útil em termos sociais.

Segundo, o impacto económico também é interessante. As famílias que já têm muito dinheiro
digamos de classe média alta para cima – não aumentam seu bem-estar ao adquirir mais dinheiro.
Grande parte da correria por mais dinheiro está aqui motivada pela insegurança e pelos efeitos de
demonstração. E nas esferas superiores, dos muito ricos, a coisa é mais interessante ainda: a
grande massa de recursos financeiros torna-se fonte de poder político, o que desequilibra os
processos democráticos e torna-se também vector de especulação financeira, deformando os
processos económicos.

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5.Conclusão
Em jeito de desfecho do presente trabalho, chegou-se a conclusão que consideramos uma
empresa familiar aquela em que existe o envolvimento de pelo menos dois membros da família
na administração ou no controle acionário da empresa. A reprodução de crenças e valores
familiares na empresa, a distribuição dos cargos mais importantes entre os membros da família, a
“obrigação” em dar continuidade aos negócios familiares, o maior ou menor envolvimento da
família na empresa e vice-versa, a valorização ou supervalorização dos laços afectivos entre os
familiares e entre os funcionários são consequências e especificidades deste tipo de organização.

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6.Bibliográfica
Floriani, D. (2002) Aprender a conhecer: saber é desejar aprender o que não se sabe Learn to
know: know is to desire the learning of what is not known. Revista diálogo educacional,
Curitiba,
Lodi, J. B. (1993).A empresa familiar. 4 ed. São Paulo: Pioneira.
Ricca, D. (2001), Quem são as empresas familiares? Revista Empresa Familiar. V. 1, n. 1

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