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Terapia Cognitivo Comportamental

aplicada ao tratamento da Dependência


Química e de outras dependências

Neide Zanelatto
Setembro/2017
Temas/Sessões
• Temas centrais devem fazer
parte do programa
terapêutico, os temas
específicos deverão ser
programados de acordo com
a necessidade do caso.
• A ordem de apresentação
dos temas também pode
variar.
Temas/sessões
• Número de sessões: não existe um número previsto,
fixo. É recomendado que o paciente tenha ao menos
12 sessões (3 para avaliação inicial e 9 para temas
centrais).
• Tempo de duração das sessões: 50 minutos, em
média. Sessões muito longas podem ser cansativas
tanto para o paciente quanto para o terapeuta.
Sessões muito curtas podem não ser suficientes para
que se esgote o tema central.
Avaliação e conceituação do caso

• Objetivo principal: aumentar a motivação para o


tratamento e facilitar a adesão
• É importante documentar:
a. Análise funcional do padrão de uso atual e problemas
associados, razões para busca do tratamento
b. História do uso de substâncias e tratamentos anteriores –
Início da conceituação do caso
c. Apresentação do modelo cognitivo (psicoeducação) –
revisão da conceituação, estabelecimento das metas do
tratamento e regras no processo terapêutico....
Vamos iniciar?
Razões para a busca de tratamento

• Qual a queixa
principal?
• Quais os
problemas
associados ao
uso?
• Que outras
queixas traz o
paciente?
Análise Funcional do uso de
Análise Funcional do Uso de
Substâncias
Análise Funcional
O que é? Identificação dos
pensamentos e sentimentos do
paciente, bem como as
circunstâncias antes e depois do
uso. Mais tarde será usada na
identificação das SARs e DAIs.

Como fazer? Processo de reconstrução. Os passos envolvem:


antecedentes (onde, quando, com quem); comportamento
(o que, como); conseqüências (emocionais,
comportamentais e sociais).
Pacientes podem ter padrões típicos de uso ou mesmo usar de
um jeito imprevisível. Nesta sessão, convide e auxilie seu
paciente a descrever (como se estivesse vendo um filme)
seu processo de uso.
Padrão de uso de drogas e problemas associados
(1ª sessão)
• Objetivos principais:
a. Obter detalhes específicos do beber/uso de drogas visando
reconstruir o exato processo de uso (análise funcional)
b. Incorporar e compreender estas informações usando o modelo
cognitivo ( situações de alto risco, crenças e comportamentos
disfuncionais)
Objetivos
a. Avaliar se existem e quais são os comportamentos desencadeados por
pensamentos automáticos disfuncionais
b. Explorar onde colocar a ênfase do processo terapêutico, e em que ordem os
temas centrais serão apresentados
Perguntas que auxiliam na análise funcional

• Conte-me sobre a última vez que você usou.....


• Onde você estava?
• O que estava fazendo?
• O que aconteceu antes?
• Quais os pensamentos que vieram à sua mente?
• Como você estava se sentindo?
• Quando foi a primeira vez que você esteve consciente de que
queria usar?
• Você pode pensar em algo positivo que aconteceu como
conseqüência do seu uso?
• E o que aconteceu de negativo?
Encaminhamento para a segunda sessão

• Peça ao paciente para fazer um registro de


pensamentos ou um diário de auto-
monitoramento
• Comece com diários mais simples
História do uso de drogas/perfil (2ª sessão)

• Objetivo da sessão: obter o maior número de dados a


respeito da história de uso: idade de início, padrão de
uso, desenvolvimento cognitivo/emocional a respeito do
uso
• Estes dados auxiliarão a compor a conceituação do caso.
• Perfil do paciente: aspectos sociais, educacionais,
médico-psiquiátrico, história vocacional, familiar
(vulnerabilidades herdadas), relacionamentos
interpessoais, desenvolvimento da personalidade e
eventos de vida significativos. Estas informações, juntadas
às características de personalidade, e predisposições em
termos de vulnerabilidade, terão impacto no
desenvolvimento do uso de substâncias com problemas
no futuro na vida.
Consumo moderado de cigarro, Dose máxima utilizada:
3 garrafas de cerveja 5 doses de conhaque
3 papelotes de cocaína 4 cervejas os dias
todos os dias 16 papelotes de cocaína
Última
Internação
Bebia e fumava Aumento no padrão de uso
esporadicamente semanal para 140 unidades
de álcool e 70g de cocaína Sucessivas
Começa a usar recaídas
Fumou cocaína e álcool
Cigarros por um mês
Perda consciência
14 meses abstinente

Idade 10 21 22 23 24 26 29 33 34
1ª internação
Por 17 dias
Nascimento
Mãe adoece
Separa-se 2ªnternação
Casamento
Falecimento da filha
Nascimento da filha

Choque anafilático É expulso de casa


Questões importantes:

• Como o paciente funcionava antes de usar drogas ou


álcool? Ele considera aspectos positivos ou negativos?
• O que faz o paciente começar a usar álcool ou drogas?
• Como o uso inicial levou ao abuso ou a dependência?
• O que tem impedido o paciente de ser capaz de parar
com o uso?
• Quais as crenças que ele desenvolveu (crenças centrais
e crenças a respeito do uso da substância)?
Tratamentos anteriores

• Você já fez algum tratamento para tratar sua dependência


de...? Quando foi? O que você gostou e não gostou neste
tipo de tratamento? O que fez você interromper este
tratamento?
• Você teve outros tratamentos, além deste?
• Você conseguiu fazer abstinência? Por quantas vezes?
Quando foi a última vez? O que você acha que o ajudou a
manter-se abstinente?
• Você esteve abstinente nos últimos três meses? Como
você iniciou a abstinência e como interrompeu (se for o
caso)?
• Todos temos pontos fortes e frágeis, como você elencaria
seus pontos fortes e quais os seus pontos frágeis para os
quais temos que desenvolver mais habilidades?
Prontos para começar?
Temas centrais
Primeiras sessões: construindo
motivação para a mudança
Estágios de mudança
• Objetivos:
- Trabalhar a motivação do paciente para a
mudança e conseqüentemente, ajudá-lo a
resolver a ambivalência;
- Explicar a teoria dos estágios de mudança
e ajudar o paciente a se colocar em um
estágio, permitindo uma maior
conscientização do seu estado com relação
à droga.
Importante!

O terapeuta deve oferecer informação, orientação


“conselhos”, mas sempre utilizando EM. Lembre-se:
1. Dê conselhos quando o paciente pedir
2. Valorize as opções dadas pelo paciente, ainda que você
tenha que fazer ressalvas...
3. Ofereça várias opções, o paciente escolhe.
4. Negocie um plano com paciente, estabeleça metas com
ele (o que ele quer mudar, quais as conseqüências disso,
o que pode dar certo e o que pode dar errado)
Sessão- Identificando situações de alto risco, emoções e
pensamentos e desenvolvendo um plano de enfrentamento
Identificando e lidando com situações de risco:
objetivos

• O terapeuta deve auxiliar o


paciente a identificar quais as
situações de alto risco mais
problemáticas para ele.
• Utilizar o modelo de Recaída de
Marlatt para auxiliar na discussão
e o questionário de confiança
situacional.
• Apresentar o modelo e o resumo
das SAR.
MODELO DE RECAÍDA (Marlatt- 1985)

DIMINUIÇÃO
RESPOSTA DE AUMENTO DA DA
ENFRENTAMENTO AUTO- PROBABILIDADE
POSITIVA EFICÁCIA DE
RECAÍDA

SITUAÇÃO
DE
ALTO
RISCO

DIMINUIÇÃO
EFEITO DA
DA
VIOLAÇÃO DA
RESPOSTA AUTO- EFICÁCIA
ABSTINÊNCIA
NEGATIVA +
COMEÇO
DO USO EFEITOS
RESULTADO
CONTÍNUOS
E
DA
EXPECTATIVAS AUMENTO DA
SUBSTÂNCIA
POSITIVAS PROBABILIDADE
DE RECAÍDA
Questionário de confiança situacional (SCQ)

Data:
Nome:
Número do sujeito:

Listadas abaixo estão um número de situações ou eventos onde as pessoas podem


usar álcool ou drogas. Imagine você como está agora em cada uma destas situações.
Indique na escala fornecida quão confiante você está que você será capaz de resistir à
vontade de usar álcool ou drogas nesta situação.
Circule 100 se você estiver 100% confiante agora de que consegue resistir à vontade
de usar álcool ou drogas; 80 se estiver 80% confiante; 60 se estiver 60% confiante. Se
você estiver menos confiante do que confiante, circule 40 para indicar que está somente
40% confiante de que resistirá à vontade de usar álcool ou drogas; 20 para 20%
confiante; 0 se você não tiver nenhuma confiança sobre a situação.
Eu seria capaz de resistir ao uso de álcool -drogas
Nem um pouco Muito
confiante confiante
1-Se eu sentisse que eu me deixei deprimir 0 20 40 60 80 100
2- Se houvessem brigas em casa 0 20 40 60 80 100
3- Se eu tivesse problemas para dormir 0 20 40 60 80 100
4- Se eu tivesse uma discussão com um 0 20 40 60 80 100
Estratégias de enfrentamento
Sessão – Lidando com a fissura
Lidando com a fissura (craving)
• Fissura pode ser descrita como sensação desencadeada um
pensamento relativo ao desejo subjetivo pela experiência geradora
da expectativa dos efeitos ou conseqüências do uso de álcool e
drogas.
• O CID-10 inclui a “fissura” como um critério diagnóstico opcional para
a dependência do álcool e outras drogas.
• Nem todos os pacientes experimentam sensações de fissura. Estas
sensações podem, no entanto, ser intensas, e para alguns, é a maior
situação de risco que tem a recaída como conseqüência.
• Varia na intensidade e na freqüência.
• É importante identificar se foi desencadeada por um estímulo de alto
risco, ou se não.
• O paciente deve reconhecer que a fissura é comum e normal, e ainda
pode ocorrer após muitos anos de abstinência.
• A fissura é autolimitada.
• É importante que o paciente saiba disso. qualquer episódio se resolve
em menos de uma hora, caso a pessoa permaneça abstinente.
• Conseguir atravessar um episódio, a fortalece para o segundo.
Fissura - classificação
Fissura afetiva
• De acordo como é
sentida pelo paciente:
Fissura cognitiva

Fissura somática
Treine seu paciente para:
• 1. Identificar a fissura
• 2. Lidar com a fissura
• 3. Fluir com a fissura
Sessão
Construindo assertividade
Aprendendo a dizer não
Aprendendo a confrontar
Objetivos da sessão:

 Promover o desenvolvimento da habilidade da


prática da assertividade e treiná-la
 Auxiliar o paciente na construção de uma rede que
seja positiva para evitar bebida ou drogas, e quais os
passos necessários para mudar a rede de suporte
atual
 Explorar as estratégias para interromper o contato
com indivíduos que facilitam o uso ou trazem drogas
 Introduzir técnicas de assertividade, incluindo
aprendizagem e prática de dizer não e o
enfrentamento de confrontos.
Tema Central: Assertividade

1. Apresente os vários estilos de resposta, e peça


para o paciente dizer em qual dos estilos ele se
encaixa mais, ou qual deles usa com mais freqüência
 Agressivo
 Passivo
 Passivo-Agressivo
 Assertivo
Tema Central: Assertividade
Reestruturando a rede de suporte social

• Qual é o grupo de amigos que


faz uso de bebida?Drogas?
• O pacientes está envolvido com
a venda de drogas?
• O paciente vive ou trabalha
com outros usuários?
• Existem outros amigos que
estão parando ou pretendendo
parar o uso de drogas?
• Podemos pensar em remover a
“agenda”?
Tema Central: Assertividade
Reestruturando a rede de suporte social

• Exploração de estratégias para


interromper o contato com
indivíduos que facilitam o uso
continuado ou o suprimento da
droga.
• Avaliar qual uma possível rede
de amigos que não usam drogas
• Treinando como dizer não,
mantendo uma postura de
auto-confiança.
Tema Central: Assertividade
Como dizer não, sem se sentir culpado....

Faça um “role-play” com seu paciente, a partir


de situações tais como:
“ Eu estou indo viajar
por algumas semanas,
você poderia por
gentileza, cuidar da minha
plantação de maconha
colocando água todos os dias?”

Resposta do paciente....
Tema central: Assertividade
Lidando com o confronto de forma assertiva

• Lembre-se que o objetivo da confrontação


assertiva é a resolução do problema
mantendo o auto-respeito e respeitando o
outro.
• Pratique a rotina “DESC”
• Descreva
• Expresse
• Seja específico
• Considere as conseqüências
• Descreva • Expresse
Pense na situação Diga qual foi o seu
como um fato real e sentimento.
não como algo
aterrador
“Eu fiquei embaraçado
“No escritório, e preocupado”
justamente
agora você me criticou
em frente
de duas outras
pessoas”
• Considere as
• Seja específico conseqüências
Diga exatamente o que Diga o que aconteceria se
você gostaria que os vocês dois estivessem de
outros fizessem. acordo.
“No futuro, se você quiser
“Se fosse feito desta
me criticar, por gentileza,
maneira, eu prestaria
faça quando estivermos
atenção e com certeza
sozinhos”.
aprenderia, e faria melhor no
futuro”
Sessão: Decisões aparentemente
irrelevantes
Decisões aparentemente irrelevantes

• As decisões aparentemente irrelevantes (DAI) são


armadilhas mentais que podem causar problemas
na manutenção da mudança .
• As DAI são uma série de decisões do dia-a-dia, do
tipo onde ir almoçar, qual caminho pegar para ir
para casa, se vai ou não visitar um amigo, que
levam o paciente a uma situação que está fora do
controle de qualquer ser humano resistir à
tentação.
• Os indivíduos não estão conscientes ou apenas
parcialmente conscientes deste processo e em
geral se dão contas dele, apenas em
retrospectiva, depois que aconteceram.
• Os parentes e amigos vêem o lapso vindo, mas o
paciente entra na situação de risco não
consciente ou levado pelas circunstancias.
(Wanigaratne e col, 1990).
(Marlatt e Gordon ,1985).
O processo de recaída e seus antecedentes encobertos

Desequilíbrio no estilo de vida

Desejo por indulgência ou


gratificação imediata

Fissuras e Racionalização/Negação
compulsões D.A.I.

Situação de Alto Risco


Treinando o modelo de tomada de decisões

• O primeiro passo para auxiliar os pacientes a


lidar com estas armadilhas é ajudá-los a
reconhecê-las e entender o papel delas neste
processo de tomada de decisão.
• O paciente deve entender o princípio das DAÍ e
entender que é mais fácil intervir no início desta
cadeia do que nos eventos tardios. Uma vez
que esta cadeia leva o paciente para perto do
lapso fica muito difícil ou quase impossível frear
o consumo.
• As DAI devem ser vistas como bandeiras
vermelhas que servem de sinais para que uma
intervenção seja feita. Frente a este sinal, o
paciente deve estar muito atento ao processo
de decisão e em qualquer momento de
escolha, deve haver uma avaliação cuidadosa
sobre qual caminho tomar.
• Treine com ele, a identificação destas
situações analisando a sua história de
recaídas.
Exercícios
Discuta com seu paciente as seguintes questões:
1. Ter bebidas em casa para as visitas
2. Ir a um bar para encontrar amigos, assistir jogo de futebol, comer, jogar
cartas ou usar o telefone
3. Ir a uma festa onde as pessoas estão bebendo
4. Aonde ir para fazer um lanche (bar, posto de gasolina)
5. Caminho de casa (passar pelo bar favorito versus desviar o caminho)
6. Trabalhar como “barman” em um bar
7. Não fazer planos para o final de semana
8. Contar a um amigo que você parou de beber
9. Planejar como passar o tempo livre depois do trabalho.
10. Começar uma conversa com pessoas nos encontros do AA ou NA
11. Pedir às pessoas que moram com você para não trazer bebidas
alcoólicas para casa.
Sessão: Resolução de Problemas
Tema central: Resolução de problemas

Lidar com problemas é algo que temos que fazer durante todo o
tempo. Entretanto, muitas vezes os problemas parecem
insolúveis, principalmente para pessoas que tiveram problemas
com uso de substâncias, cujo repertório de ação ficou muito
estreitado.
O estilo de vida, também contribui para o acúmulo de situações
difíceis como problemas socioeconômicos, legais, etc..
Os dois tipos de déficits em resolução de problemas são:
1. Não pensar nas situações, não avaliar alternativas.
2. Pensar que tem habilidades para resolver problemas, mas
quando confrontado com um, reage impulsivamente.
Objetivos da sessão:

1. Auxiliar o paciente a identificar áreas


problemáticas em sua vida e como lidar com elas.
2. Aumentar a capacidade de resolver problemas
desenvolvendo com o paciente uma formulação
para tal.
3. Ajudar o paciente a descobrir como trabalhar clara
e sistematicamente com resolução de problemas
4. Auxiliá-lo a identificar os tipos de problemas que
tendem a aparecer no futuro e praticar respostas
alternativas
Passos para a solução de problemas

1.Reconhecer que o problema


existe:
Existe um problema ? Nós
temos indícios em nossos
corpos, nossos pensamentos e
sentimentos, nossos
comportamentos, nossas
reações a outras pessoas e a
forma como as outras pessoas
reagem a nós.
2.Identificar o problema:
Qual é o problema
Descreva o problema mais
detalhadamente quanto
você puder. Divida-o em
partes manejáveis...
Diferenciar problema de
sintoma.
3.Considere várias as várias
abordagens para a
resolução do problema: O
que eu posso fazer?
4. Faça um exercício de
Tempestade Cerebral para
pensar tantas soluções
quantas forem possíveis:
Tente observar por
diferentes pontos de vista, e
pensar em soluções que
funcionaram anteriormente
e pergunte as outras
pessoas o que funcionou
para elas em situações
similares.
5.Elimine as possibilidades
de soluções, claramente
inviáveis.Aquelas que já
foram tentadas em
outra ocasião e não
foram boas soluções.
6. Selecione uma solução
potencialmente válida.
• 7.Identifique os
possíveis
obstáculos,
utilizando sua
experiência
anterior, e o
conhecimento de
outras pessoas que
possam ajudar.
• 8.Transponha cada
obstáculo.
• 9. Coloque seu plano em prática, ficando
atento para a seqüência das ações, as
circunstâncias em que elas ocorrerão, etc..
• 10.Avalie os resultados
• 11. Congratule-se se o resultado for positivo.
Se não for positivo......
• 12.Reinicie o processo, escolhendo uma
segunda alternativa...
Sessão: Mudanças no estilo de
vida
Mudanças no Estilo de Vida

Um estilo de vida equilibrado é


um componente importante de
qualquer programa de
prevenção de recaída.

A avaliação do estilo de vida


indica até onde as atividades
diárias do paciente contêm um
padrão suficiente de estratégias
de enfrentamento para
equilibrar ou evitar o impacto
dos vários estressores de vida. –
Escala de Eventos Vitais e de
Estratégias de Enfrentamento -
Lazarus
Estilo de vida sem drogas
• Um estilo de vida equilibrado caracteriza-se por
um grau relativo de equilíbrio nas atividades
diárias do individuo entre fontes de estresse e
seus recursos para lidar com esta condição

• As fontes de estresse incluem eventos


importantes de vida (doença, divórcio, etc.),
aborrecimentos e transtornos diários e um
desequilíbrio entre as atividades de trabalho e
lazer (muito “deveres” e muito poucos
“desejos”). Se tais estressores não são
equilibrados por estratégias suficientes de
manejo do estresse, o indivíduo tende mais a
voltar-se para atividades adictivas em uma
tentativa para obter algum alívio ou fuga do
estresse.
Objetivos da sessão:

• Identificar os aspectos do estilo de vida do


paciente que são potencialmente
contraproducentes em relação às metas do
tratamento.
• Começar a desenvolver um estilo de vida livre
de drogas.
Mudanças no Estilo de Vida

Avaliação das fontes de estresse

Aborrecimentos e prazeres diários

Equilíbrio entre desejos e deveres


a probabilidade de recaída aumenta se os deveres superam os
desejos
há tentativa mal-adaptativa para restaurar o equilíbrio
Passos para uma formulação do assunto de forma
colaborativa:
• Como o paciente tem gastando o seu tempo? (diário –
dia típico)
• O paciente passa muito tempo sem fazer nada?
• O que o paciente gostava de fazer antes do uso de drogas
ou álcool? Como era a vida antes, como passava o
tempo?
• O paciente tem uma rede de suporte não usuária de
álcool ou drogas?
• Como novos contatos podem ser feitos se a família usa,
por exemplo?
• Identifique com o paciente, quais os riscos (depressão,
isolamento, recaída) de não preencher o vácuo de ser um
bebedor ou usuários de outras drogas?
Sessão: Lidando com angústia e
aumentando atividades prazerosas
Desdobramentos da melhora que exigem
atenção especial
• Sentir-se angustiado, ter disponível um tempo
que antes não existia ou enfrentar
dificuldades para encontrar o que fazer
sentindo-se deprimido, são problemas
comuns quando deixa-se usar substâncias.
• A vida fica sem graça.
• A falta de atividade pode
ser perigosa.
Tornar-se ativo....reverter o processo

• Manter-se em atividade, previne a recaída, torna o


indivíduo menos letárgico, com sono melhor à noite, e
pensamentos mais funcionais.
• Atividade faz com que o paciente se sinta mais valorizado e
produtivo, aumenta a sensação de auto-controle,
evidenciando a possibilidade de encontrar atividades mais
prazerosas.
• Atividade faz que com o paciente se sinta menos cansado.
• Atividade melhora a habilidade de pensar do paciente.
Quando ele tenta, os problemas que antes pareciam
insolúveis, mostram-se em novas perspectivas.
A dificuldade....
• É difícil recomeçar....mesmo com evidências a
favor.
• Pensamentos negativos
Eu não vou gostar
disso...
É muito difícil para mim...
É chato demais....

• Pratique o questionamento socrático


Sessão: Prevenindo a recaída, mantendo
a abstinência e terminando o tratamento
Término do tratamento: momento de
rever planos e metas e o progresso obtido
até o momento.

• O paciente deve estar instrumentalizado


para reconhecer seus padrões de
pensamento e comportamento, e
desenvolver estratégias para lidar com
estes de forma adequada.
• Importante: Reforçar os atributos
positivos do paciente
• Deve ter conseguido desenvolver
habilidades para generalizar os
conhecimentos treinados durante as
sessões para as situações que se
apresentarão no decorrer do tempo após
o tratamento.
• A forma como a terapia é encerrada é de
extrema importância. O paciente deve
estar bem.
• Confirme se a auto-eficácia está
mantida, e se as habilidades treinadas
estão solidificadas.
O que faltou?
• O terapeuta deve rever com o paciente quais as metas propostas no início do
tratamento e quais foram atingidas. Neste programa sugerido, é importante
que o paciente tenha atingido as seguintes metas:

1. Habilidade de alimentar a motivação para a manutenção da mudança do


comportamento de usar álcool/drogas.
2. Identificar SAR, emoções e pensamentos, bem como gatilhos eliciadores da
fissura.
3. Desenvolvimento de estratégias de evitação de SAR
4. Habilidades para manejar a fissura, pensamentos e emoções sem o uso de
álcool/drogas.
5. Habilidades para lidar com os lapsos.
6. Habilidade para reconhecer, modificar e manejar pensamentos inúteis ou
disfuncionais acerca do abuso de álcool/drogas.
7. Desenvolvimento de um plano de emergências para lidar com situações de alto
risco quando outras habilidades não funcionam.
8. Construir relações saudáveis, adotar um estilo de vida equilibrado com
atividades prazerosas.

• Converse com o paciente sobre cada um destes tópicos e peça para que ele
faça uma avaliação de quanto foi atingido para cada meta.
• Do terapeuta
(utilize os princípios
da Entrevista
Motivacional)
• Do paciente
Planejamento para
emergências

Planejar com antecedência como lidar com as crises. Eventos ou mudanças na


vida podem levar à recaída. Eventos negativos:
- Separações (divórcio, morte, filho saindo de casa)
- Problemas de saúde
- Novas responsabilidades (promoções, filho novo)
- Ajuste a novas situações
- Eventos relacionados ao trabalho (perda do emprego, novo emprego)
- Mudanças financeiras (salários menores)

Eventos positivos também podem impor riscos: casamento, mudança de


residência, formatura
- Envolvem mudança do estilo de vida
- Novas responsabilidades podem causar estresse
- Sentimento de celebração pode levar à recaída
- Confiança excessiva
Enfrentando uma emergência
• Pense nas habilidades de resolução de problemas: o
que você pode fazer para lidar com o problema?
• Pense em quem você pode chamar para dar apoio.
• Freqüente grupos de ajuda.
• Pense em como lidar com suas emoções (raiva,
fissuras, depressão)
• Pense em atividades prazerosas que poderiam
combater seus sentimentos negativos.
• Peça que o paciente escreva um plano de
emergência detalhado e ao final entregue para que
ele leve.
Temas específicos
Cada caso é um caso...
• Manejo do humor – depressão/euforia
• Manejo da ansiedade
• Controle dos impulsos
• Como lidar com experiências traumáticas e de abuso
• Como construir auto-confiança e auto-estima
• Como enfrentar dificuldades de relacionamento
• Como lidar com comportamentos de risco para AIDS/outras
doenças
• Manejo do sono
• A dependência química e os transtornos de personalidade
mais prevalentes
Terapia Cognitivo-
Comportamental no Tratamento
do Jogo patológico
Estrutura das sessões
• Sessão 1 -Apresentação do programa aos pacientes
• Sessão 2 – Prós e Contras do Jogo e da Abstinência
• Sessão 3 – Lidando com a vontade de jogar
• Sessão 4,5,6 e 7 – Mudando seus pensamentos sobre
jogo
• Sessão 8 – Treinamento e Solução de problemas
• Sessão 9 – Depressão e ansiedade
• Sessão 10 – Jogo e Traços de personalidade
• Sessão 11 e 12 – Prevenção da Recaída.
Terapia Cognitivo-
Comportamental no Tratamento
da Dependência de Internet
Estrutura das sessões
• Tempo aproximado – 12 sessões
• Primeiras sessões focando mais o aspecto
comportamental, visando a mudança de
comportamento, e sessões seguintes focando a
reestruturação cognitiva
• Importante identificar as distorções cognitivas,
desenvolver habilidades de resolução de problemas
e de enfrentamento de situações de risco, que serão
treinadas e modeladas na terapia.
• Orientar para adesão em grupos de auto-ajuda
Obrigada pela atenção!
Contato: neidezanelatto@gmail.com
11-991190045
Visite: www.uppsi.com.br
(11) 99378-6680 - contato@uppsi.com.br

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