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Aula 4 (28/02)

• No caso de não haver uvas, pois veio mau tempo e estragou tudo- se isso acontecer a obrigação
estingue-se, ou seja, o agricultor não é obrigado a dar o produto pois não o tem, mas o comprador
terá direito o dinheiro que pagou. (Artigo 795º, número 1) - contratos bilaterais
Ex: Se apenas assume a obrigação de tentar arranjar algo, mas não consegue, a
obrigação extingue-se.

• Se só se colheram metade das uvas pois veio uma tempestade e metade da colheita estragou-se -
se isso acontecer o comprador só é obrigado a pagar metade do acordado (Artigo 793º) -
impossibilidade parcial.

• Artigo 880º, número 2 - caráter aleatório.


Recebo 2000€ por toda a mercadoria que produzo independentemente das toneladas que vou
entregar.
Ex: Se a produção for 10, 20 ou 30 o agricultor recebe sempre o mesmo, ou seja, o risco
corre sempre da conta do comprador. É o método utilizado por maior parte dos
agricultores já que lhes permite viver pelo resto do ano (por exemplo venda para o
continente ou para o pingo doce).

Prestações instantâneas, prestações duradouras e as prestações fracionadas ou repartidas:


Prestações instantâneas: São aquelas em que a conduta do devedor se esgota num só momento.
Ex: Vamos ao bar comprar um pastel de nada, entregamos o dinheiro ficamos sem ele
mas ficamos com o pastel de nada.

Prestações Duradouras: São aquelas que perduram no tempo.


Subdividem-se em duas modalidades: Prestação de execução continuada: perlongam-se no tempo
Ex: Eletricidade, Gás, Água
Prestações reiteradas, periódicas ou contrato sucessivo:
Renovam-se.
Ex: Pagamento da renda, da água que pagamos
todos os meses

Prestações fracionadas ou repartidas: São prestações que se prolongam no tempo através de


sucessivas prestações que são instantâneas, mas aqui o objeto da prestação está definido desde o
início e não está relacionado com a duração do contrato.

Estas prestações têm regimes jurídicos diferentes:


• Nas prestações instantâneas por exemplo se eu comprar uma televisão, pagar o preço e mais
tarde resolver que não quero mais o negócio, tenho direito à devolução do preço já pago- art.434º
nº1.
É a regra, nas prestações instantâneas quando resolvemos um contrato significa
que voltamos atras no tempo, é como se o negócio não tivesse sido efetuado.
• Nas prestações duradouras (Artigo 434º número 2 do CC), a resolução apenas opera
relativamente às prestações futuras, ou seja, por exemplo se se pagar a renda não vou voltar
atrás. - Não tem efeitos retroativos na resolução do contrato.
• Nas prestações fracionadas, por exemplo, e eu tenho de pagar 10 prestações de uma televisão de
1.000 euros e não pagar a 3º ou 4º prestações tenho de pagar tudo (800 euros).

Prestações fungíveis e prestações não fungíveis:


Prestações fungíveis: Podem ser prestadas por pessoa diversa do devedor (Artigo 207º).
Ex: pintar uma casa, tanto pode ser o empreiteiro A ou B, o credor quer é que a casa seja
pintada.

Prestações não fungíveis: Aquelas em que o devedor não pode ser substituído por outrem no
cumprimento da obrigação. São aquelas em que a
habilidade, especiais conhecimentos, entre outros interessam ao credor, ou
seja, ao credor apenas interessa a prestação da obrigação por um determinado devedor.
Ex: contrato um cirurgião, porque só aquele é
que demonstrou ter conhecimentos e capacidades para a realizar algo, não aceito que
seja outro - Artigo 767º nº2.

• Imagina agora que o cirurgião sobre um acidente e morre, o mesmo não pode ser substituído, o
que poderá acontecer agora? - Artigo 791º do CC
Por causa não imputável ao devedor, se este não puder ser substituído por terceiros a
obrigação extingue-se, é a chamada impossibilidade subjetiva.

• Por outro lado, se estivéssemos perante uma prestação fungível (Prestação que pudesse ser
efetuada por outra pessoa) na qual o devedor não quer cumprir. ou seja, no caso acima indicado o
cirurgião está em boas condições de saúde, mas não quer operar. - Artigo 828º do CC
O credor pede ao Tribunal que a prestação da obrigação seja realizada por terceiro, no caso da
prestação fungível.
Se a prestação for não fungível (uma prestação de facto que não pode ser cumprida a não ser
pelo próprio devedor) a única solução que o legislador consagra é aferir o prejuízo do não
cumprimento da prestação e indemnizar o credor, para além do credor pedir a aplicação de
uma sanção pecuniária compulsória [é usada como meio de coerção para obrigar o devedor a
cumprir a prestação, uma vez que não pode ser substituído por terceiro] (art.829º-A).

Vínculo Jurídico: É o conjunto de poderes que são conferidos ao credor pela ordem jurídica e os
correlativos deveres que a ordem jurídica impõe ao devedor.
• Para o devedor é uma relação de subordinação jurídica: o credor tem o poder de exigir o
cumprimento da prestação, e o devedor tem o dever de cumprir a prestação em mora ou falta.
• Se houver uma dívida do devedor ao credor, o devedor pode exigir uma prestação ao mesmo,
(fora dos tribunais), ou seja, extrajudicialmente, através de carta registada pedindo ao devedor
para pagar uma determinada quantia num determinado período. Se o devedor pagar ao fim do
prazo estipulado, a obrigação extingue-se.
• Caso o devedor não pague voluntariamente é necessário recorrer aos tribunais a fim de obter uma
sentença de condenação para ter um título executivo para instaurar uma ação executiva e
judicialmente (nos tribunais) - Artigo 601º do CC.
• Caso seja necessário retirar bens materiais (penhora) ao devedor em caso de dívida, esses
bens vão para um local e seguem para venda pública, que posteriormente o dinheiro
desses mesmos bens é entregue ao credor.
• Em primeiro lugar o banco só pode penhorar a casa, se achar que não é suficiente é que
tem o direito de penhorar as restantes coisas.
• Quando somos declarados insolventes, os meus bens deixam de ser considerados meus, e
passam a pertencer à massa envolvente que é administrada com o objetivo de fazer
dinheiro e de o distribuir pelos credores.

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