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28/02/2024, 15:27 A observação e os testes de personalidade e interesses

A observação e os testes de personalidade e interesses


Alice Sofia Pereira Padilha

Descrição

A construção histórica dos testes de personalidade e sua realização até


os dias atuais, na busca de identificação, descrição, qualificação e
mensuração das características psicológicas, por meio de instrumentos
sistemáticos.

Propósito

A observação e os testes fazem parte integralmente e são de


fundamental importância para o trabalho do psicólogo, sendo métodos
utilizados na avaliação psicológica de sujeitos de diversas idades e em
diferentes contextos. Por meio dos testes (instrumentos de mensuração)
é possível identificarmos características psicológicas que não seriam
expostas no formato verbal.

Objetivos

Módulo 1

O instrumento psicológico de autorrelato

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Reconhecer o instrumento psicológico de autorrelato e sua


aplicabilidade na prática profissional.

Módulo 2

As investigação das características


psicológicas

Distinguir instrumentos de personalidade na investigação das


características psicológicas.

Módulo 3

Os tipos de observação
Analisar a importância das diversas formas e os tipos de observação
como complemento da avaliação psicológica.

Módulo 4

A entrevista devolutiva
Identificar os pontos fundamentais presentes na entrevista devolutiva
do processo de avaliação psicológica.

meeting_room
Introdução
A observação e os testes psicológicos integram os métodos para
a realização da avaliação psicológica, um processo que investiga

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os fenômenos psicológicos por meio do uso de métodos e


técnicas, permitindo obter informações acerca do sujeito avaliado.

Neste conteúdo, contemplaremos os testes de autorrelato e de


personalidade, veremos sua evolução histórica e sua
aplicabilidade até os dias atuais, para identificar, descrever,
qualificar e mensurar características psicológicas por meio de
instrumentos sistemáticos.

Também apresentaremos características específicas da


observação como forma de coleta de dados, procedimento que
faz parte da avaliação psicológica. Por mais que se pense que a
observação é uma técnica simples, discutiremos diversas formas
que promovem sua validade e objetividade.

Na entrevista devolutiva chegamos ao final desse processo de


avaliação. Ela é obrigatória, segundo regulamentação do
profissional de Psicologia. Nela é apresentada a avaliação de
forma compreensível ao avaliado, trazendo informações
importantes que aprimorem o autoconhecimento e favorecendo o
autodesenvolvimento.

1 - O instrumento psicológico de autorrelato


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o instrumento psicológico de
autorrelato e sua aplicabilidade na prática profissional.

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Origem dos testes de autorrelato


Os testes de autorrelato são importantes ferramentas do psicólogo por
serem um tipo de instrumento muito utilizado na avaliação psicológica
devido à fácil aplicação e correção. Esses testes são apresentados em
um formato diferente da comunicação verbal, permitindo que o sujeito
avaliado exponha informações diferentes das que ele mesmo falaria em
uma entrevista ou conversa.

Mas o que são os testes que utilizam o autorrelato? Qual a sua origem?
Onde começaram? Para responder a essas perguntas vamos voltar um
pouco no passado, nos dados históricos, e entender mais sobre a origem
dos testes e da psicometria.

Os precursores que desenvolveram o campo da Psicometria eram


estatísticos de formação; portanto, não é de se estranhar que os
primeiros instrumentos de avaliação surgissem no campo das aptidões,
mentais, físicas e psicofísicas, pois esse tipo de constructo era muito
mais facilmente identificado com os estudos quantitativos.

As investigações referentes a aptidões humanas se fazem presentes


junto à história do estudo da Psicometria no mundo, iniciando no que
alguns autores reconhecem como a década de Galton, em 1880
(PASQUALI, 2017). Os trabalhos de Galton se caracterizavam pela
avaliação das aptidões humanas por meio de medidas sensoriais,
seguindo os estudos dos famosos psicofísicos da época.

Sir Francis Galton (1822-1911).

Porém, nosso interesse neste momento está fixado na era dos testes de
inteligência; portanto, daremos um salto até as décadas de 1910 e 1930,
período marcado pela produção de vários testes de inteligência e
aptidões elaborados por Binet, Spearman e outros.

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Soldados americanos em preparação para batalha durante a Primeira Guerra Mundial.

Com a chegada da Primeira Guerra Mundial, aparece a necessidade de


efetuar uma seleção rápida e eficiente de soldados que fariam parte do
exército norte-americano. Assim, vários psicólogos se juntaram e criaram
os testes Army Alpha e Army Beta, incluindo o formato coletivo na
aplicação desses instrumentos.

Mas o que mensuravam os testes Army Alpha e Army Beta? E quais as


diferenças entre eles?

Resposta
Esses testes até hoje são considerados como um primeiro modelo de
testes de avaliação de inteligência, e forneciam diversas informações
sobre capacidade de servir, treinabilidade, aptidões básicas e potencial
de liderança.

O que os diferenciava era a sua apresentação: o Alpha era no formato


escrito e o Beta possuía imagens incompletas, podendo ser utilizado em
pessoas não alfabetizadas.

A aplicação coletiva dos testes Army Alpha e Army Beta, sua praticidade
e fácil uso, popularizaram esse tipo de instrumento expandindo seu
emprego a escolas, universidades e empresas, sendo seguidos por uma
enorme variedade de métodos semelhantes, que avaliavam diversas
características, desde aptidões, inteligência e personalidade.

Ficou assim instaurada, na primeira metade do século XX, a psicometria


e a tecnocracia dos testes, mais especificamente os testes de
autorrelato.

Conceituação e formas de aplicação


Antes de iniciarmos este tópico, é importante elucidar um conceito
importante tratado aqui: o que de fato são os testes de autorrelato?

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Conhecidos também como escalas, inventários ou questionários, são


instrumentos nos quais a pessoa avaliada responde a uma série de
perguntas com ou sem ajuda direta de um avaliador. Dessa maneira, as
respostas nos permitem obter o registro do comportamento do sujeito.

São conhecidos como autorrelato porque o sujeito avaliado responde


relatando seus próprios comportamentos. Podemos mensurar diferentes
constructos por meio dessa técnica de coleta de dados, que pode ser
utilizada em diferentes contextos. Segundo Vasconcellos:

Nesse tipo de avaliação, o


respondente deve dimensionar o
quanto determinadas
características, explicitadas em
diferentes itens do teste, descrevem
suas próprias tendências
comportamentais

(VASCONCELLOS et al., 2018, p. 163).

Segundo Zanon, Lessa e Dellazzana-Zanon (2018), a avaliação por meio


de instrumento de autorrelato é baseada no pressuposto que o avaliado

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compreende o conteúdo exposto, reflete sobre a concordância ou não do


que está descrito, e escolhe dentro das disponibilidades o que considera
como maior identificação pessoal.

Podemos considerar os testes de autorrelato como


fonte de informações do próprio sujeito dentro da
investigação de uma determinada habilidade ou
característica, bem como os demais testes
psicológicos.

Os testes têm por objetivo identificar, descrever, qualificar e mensurar


características psicológicas, segundo o Conselho Federal de Psicologia,
e precisam conter características psicométricas adequadas para que
possam ser usados na avaliação psicológica.

O CFP, frente à necessidade de mais qualidade e controle sobre os testes


psicológicos, criou a resolução nº 09/2018, que regulamenta o Sistema
de avaliação de testes psicológicos (SATEPSI).

Esses testes são encontrados na lista do SATEPSI, que possui


informações sobre a utilização profissional de cada instrumento
submetido à avaliação do Conselho Federal de Psicologia (CFP),
podendo estar nas seguintes condições: favoráveis, desfavoráveis ou em
análise.

Menu do site com a lista SATEPSI indicando os testes


favoráveis.

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Menu do site com a lista SATEPSI indicando os testes


desfavoráveis e os testes em avaliação (Testes Psicológicos
Não Avaliados).

Os testes de autorrelato, para serem usados pelo profissional psicólogo,


precisam apresentar o parecer favorável como qualquer outro
instrumento de avaliação psicológica. Muitos inventários e escalas se
encontram com parecer desfavorável justamente por não contarem com
pesquisas de validade, fidedignidade e padronização atualizadas.

Atenção
Todo psicólogo deve, antes de usar qualquer instrumento de avaliação,
verificar como ele está classificado no site SATEPSI.
O profissional que utilizar um teste que se encontra no sistema como
desfavorável ou em análise está cometendo falta ética, segundo o
Código de Ética Profissional.

Em relação à aplicação, a maioria dos inventários de autorrelato pode


ser feita de forma coletiva, o que facilita seu uso por implicar em
processos de aplicação relativamente simples, rápidos e mais
econômicos do que outros instrumentos.

Essa praticidade os torna, em muitos casos, instrumentos de preferência


para processos de seleção que envolvem a avaliação de vários
candidatos.

Os instrumentos psicométricos de autorrelato poderão ser apresentados


ao avaliado de diferentes formas. Os itens poderão vir no formato de
perguntas que requerem respostas do tipo sim ou não, bem como virem
no tipo de escala, como as escalas Likert.

Mas o que é escala Likert? Por que ela tem esse


nome?

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Rensis Likert (1903 – 1981).

O nome faz relação ao criador deste formato de resposta, Rensis Likert,


sociólogo americano que, em sua tese de PhD em Psicologia,
desenvolveu uma escala de pesquisa para medir atitudes, à qual deu seu
próprio nome.

Posteriormente, ele continuou desenvolvendo estudos no âmbito


organizacional com sua escala e, como consequência, ela foi se
popularizando, sendo hoje em dia a principal forma de apresentação dos
testes psicométricos de autorrelato.

A escala Likert é usada em questionários e considerada uma forma


confiável para a coleta de determinados dados, em que é preciso
responder o quanto você concorda ou discorda de uma determinada
situação.

O resultado dessa escala apresenta a tendência do sujeito avaliado em


relação ao quanto ele é a favor ou contra uma temática ou objeto
psicológico, descrevendo sua própria tendência comportamental. Com
muita frequência, é apresentada com cinco ou sete alternativas, isto é,
cinco ou sete opções de respostas.

Esse formato de questionário é muito utilizado em pesquisas de opinião.


Por exemplo, a empresa que presta serviço de internet pode indagar no
seu condomínio a opinião dos usuários em relação aos seus serviços,
empregando afirmações e respostas para cada uma das afirmativas, que
devem ser marcadas pela pessoa dentro de uma escala de nível de
concordância como:

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Exemplo de escala Likert.

Acima, observamos um exemplo de uma escala Likert de cinco pontos.


Quanto mais níveis colocarmos nessa escala, mais precisa será a
avaliação. Porém, recomenda-se não ultrapassar sete, para evitar
cansaço e dificuldade em discriminar entre níveis muito próximos ao
responder.

Utilização dos testes de autorrelato


Estudos mostram a utilização dos testes de autorrelato em diferentes
contextos da atuação do psicológico, bem como combinados com
outros tipos de testes psicológicos.

Alguns dos contextos em que poderemos fazer uso dos testes de


autorrelato: na psicologia clínica, organizacional, na perícia psicológica
de candidatos à carteira nacional de habilitação (CNH), na psicologia
escolar, psicologia do esporte, na pesquisa psicológica, na psicologia
hospitalar, psicologia jurídica, na orientação profissional, entre outros.
Conheça, a seguir, alguns exemplos de uso desses testes:

Âmbito organizacional expand_more

O uso de testes de autorrelato é frequente encontrar em


avaliações de rotina, como: avaliação de treinamento, avaliação
de desempenho e outras situações em que o avaliado responde
ao questionário, conforme sua atitude e comportamentos
próprios.

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Saúde do trabalhador expand_more

Os questionários de autorrelato podem ser usados para avaliar o


desenvolvimento de determinadas características consideradas
necessárias para sua atividade laboral.

Área clínica expand_more

Nesta área, o teste de autorrelato é muito utilizado principalmente


para mensurar/medir a personalidade, devido à sua forma rápida,
válida, prática e econômica de aplicação.

Porém, não se deve excluir o cuidado com esse tipo de teste, pois
ele requer processamento cognitivo na atuação com os itens,
utilizando-se da atenção e da tomada de decisão por parte do
sujeito avaliado.

A não utilização dessas aptidões pode acarretar problemas na


validade e fidedignidade no instrumento. Em outras palavras,
para que esse instrumento funcione de forma válida, é necessário
que o avaliado esteja atento, motivado e que compreenda a
tarefa que está realizando.

Avaliação profissional expand_more

Na avaliação profissional, o teste de autorrelato também se faz


presente, buscando informações sobre os interesses do avaliado.

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Como exemplo, temos o teste Avaliação dos Interesses


Profissionais (AIP), com perguntas relacionadas a dez campos de
interesse:

Físico/matemático;

Físico/químico;

Cálculos/finanças;

Organizacional/administrativo;

Jurídico/social;

Comunicação/persuasão;

Simbólico/linguístico;

Manual/artístico;

Comportamental/educacional;

Biológico/saúde.

As respostas do avaliado permitem a elaboração de um perfil de


interesses, em que é possível diferenciar as áreas nas quais ele
tem maior afinidade das que ele desgosta ou com as quais não
tem afinidade.

Os instrumentos de autorrelato na avaliação psicológica poderão ser


combinados com outros tipos de testes, como, por exemplo, os testes
projetivos para avaliação da personalidade. É possível encontrar
diversos estudos combinados de testes de autorrelato, como o teste de
Rorschach.

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Prancha do Teste Rorschach.

É possível encontrar estudos no contexto de avaliação forense que


também utilizavam testes projetivos junto a testes de autorrelato, como,
por exemplo, na avaliação do comportamento agressivo de homens
contra mulheres. Nesses estudos, encontramos evidências da eficiência
superior do teste de autorrelato, em determinados aspectos, ao teste
projetivo.

O teste de autorrelato deve ser considerado como os


demais tipos de testes quanto à avaliação
comportamental.

Os testes de autorrelato sofrem também muitas críticas e rejeição por


parte de alguns profissionais. É importante compreender que diversos
métodos e técnicas terão vantagens e desvantagens em sua utilização,
ou mesmo na análise dos dados. Críticas sempre marcam os testes
psicológicos independentemente do tipo, sejam projetivos ou autorrelato
(psicométricos).

A maior crítica que encontramos nos instrumentos de autorrelato é que o


sujeito avaliado tem condições de manipular suas respostas, burlando a
análise de resultados, buscando o benefício próprio como objetivo para
essa ação.

Da mesma forma, a pessoa com altos níveis de desejabilidade social,


que busca sempre melhor aceitação na sociedade, terá uma tendência a
não ser autêntica ao responder aos itens dos testes de autorrelato,
forçando para que suas respostas reflitam melhor imagem sobre si, e
não seu verdadeiro comportamento.

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Entretanto, alguns desses inventários contam com escalas que permitem


avaliar o fator desejabilidade social para contornar essa situação, bem
como o nível de consistência nas respostas e a validade das respostas.

video_library
Utilidade dos testes de autorrelato e
as escalas Likert
Neste vídeo, vamos refletir sobre a importância dos testes de autorrelato
na avaliação psicológica, detalhando características básicas das
escalas Likert. Além disso, apresentaremos suas propriedades, assim
como a suas vantagens e desvantagens em relação a outros
instrumentos utilizados pelo psicólogo.”

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Segundo Pasquali (2017), na Primeira Guerra Mundial, houve


necessidade de se realizar a seleção de recrutas no exército
americano com os testes Army Alpha e Army Beta. Qual constructo
esses testes mediam?.

A
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Inteligência

B Memória

C Depressão

D Motivação

E Desenvolvimento

Parabéns! A alternativa A está correta.

Dados históricos sobre a investigação de fenômenos psicológicos


começaram com a personalidade e inteligência. Porém, tratando-se
do Army Alpha e Army Beta, o constructo buscado era a inteligência;
os demais surgiram posteriormente.

Questão 2

Os testes de autorrelato são muito utilizados para avaliar de forma


objetiva características comportamentais do sujeito. A seguir, temos
alguns exemplos de testes psicológicos. Identifique aquele que
corresponde ao formato de autorrelato descrito:

A Técnicas projetivas

B Escalas Likert

C Observação participante

D Desenhos

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E Dinâmicas de grupo

Parabéns! A alternativa B está correta.

As escalas Likert utilizam itens que o sujeito precisa responder,


expondo o quanto ele concorda ou discorda de determinado
assunto, sendo um dos formatos dos testes de autorrelato.

2 - As investigação das características psicológicas


Ao final deste módulo, você será capaz de distinguir instrumentos de personalidade na
investigação das características psicológicas.

A avaliação psicológica e os testes


Os testes de personalidade são utilizados na avaliação psicológica do
indivíduo, na qual não apenas esse instrumento é utilizado para
levantamento e coleta de dados.

Quais são os objetivos do psicólogo ao realizar


uma avaliação psicológica?

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A resposta é coletar informações que auxiliem na compreensão do


funcionamento psicológico do avaliado e na tomada de decisão do
psicólogo, produzindo hipóteses e/ou diagnóstico sobre características
da personalidade, sobre o funcionamento intelectual ou habilidades
presentes no indivíduo e outras variáveis.

A avaliação psicológica, segundo o Conselho Federal de Psicologia


(CFP):

[...] é compreendida como um amplo


processo de investigação, no qual se
conhece o avaliado e sua demanda,
com o intuito de programar a
tomada de decisão mais apropriada
do psicólogo.

(CFP, 2013, p. 11)

Portanto, a avaliação psicológica é um processo que investiga os


fenômenos psicológicos e, por ser um processo, é composto de
planejamento, etapas, métodos, técnicas e instrumentos que irão prover
informações para a tomada de decisão do psicólogo perante um
indivíduo, grupo ou uma instituição.

Sempre devemos considerar os princípios éticos envolvidos em nossa


profissão e as resoluções que fizerem referência à avaliação psicológica.

Nesse processo, é de responsabilidade do profissional de Psicologia


realizar o planejamento, que deverá ser cuidadosamente elaborado
pensando no avaliado e na demanda que justifique essa avaliação. No
planejamento estão contemplados, principalmente, os objetivos, o
número de sessões de que precisará para realizar as técnicas e os
instrumentos que serão utilizados.

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Entre as técnicas utilizadas na avaliação psicológica, temos entrevistas,


observações, testes psicológicos, dinâmicas de grupo, análise
documental, entre outros instrumentos de coleta de dados. A escolha das
técnicas utilizadas fica a cargo do psicólogo que atuará no processo de
avaliação.

Assim, os instrumentos escolhidos respondem ao contexto da avaliação,


bem como à demanda e aos objetivos, sendo a entrevista, a observação
e os testes psicológicos os mais frequentemente utilizados no processo
de avaliação psicológi

Precisamos diferenciar a avaliação psicológica da testagem psicológica,


pois muitos pensam erroneamente tratar-se da mesma coisa.

A avaliação psicológica, como acabamos de expor, é um processo. Ela


segue todo um planejamento e é composta por várias etapas.

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looks_one Primeiro contato

Em um primeiro momento, temos os primeiros


contatos com o avaliado e com a fonte principal de
solicitação de avaliação, o que nos permite
conhecer as particularidades e necessidades de
cada caso.

looks_two Plano de ação

Em seguida, passamos pela elaboração do plano de


ação, o qual determina os instrumentos a serem
usados, o tempo e o número de sessões ou
encontros e os objetivos a serem perseguidos.

looks_3 Execução do plano de ação

Depois, temos a execução do plano, podendo


aplicar testes, fazer entrevistas, anamnese,
observações e consultar diversas fontes de
informação.

looks_4 Elaboração de relatórios

Logo, precisamos compilar, organizar e analisar


todas as informações colhidas, elaborando um ou
mais documentos (laudos ou relatórios) que
possam responder à demanda inicialmente
solicitada e às diversas partes interessadas.

looks_5 Entrevista devolutiva

Fi l t d li ã l i
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Finalmente, o processo de avaliação culmina com a
entrevista devolutiva, que pode ser apenas para o
avaliado ou, também, para terceiros envolvidos
diretamente no processo. Todo esse processo pode
durar semanas, em alguns casos.

Já a testagem psicológica é quando o sujeito é submetido a um teste,


representando apenas uma técnica utilizada no processo de avaliação
psicológica; dependendo do teste em questão, ela será mais ou menos
complexa.

Mas como podemos fazer a escolha do teste a ser utilizado numa


avaliação psicológica? E quando utilizamos os testes de personalidade?
Qual teste de personalidade usar, já que existem vários?

Para podermos compreender como são tomadas todas essas decisões,


precisamos revisar o conceito de personalidade.

Conceituação de personalidade
Se perguntarmos a diferentes psicólogos o que é personalidade, teremos
respostas diversas.

O livro Teorias da personalidade:

Estamos convencidos de que


nenhuma definição substantiva de
personalidade pode ser
generalizada. Personalidade é
definida pelos conceitos empíricos
específicos que fazem parte da
teoria da personalidade empregada
pelo observador.

(HALL; LINDZEY, 1984, p. 33)

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Os autores ainda relatam que devemos conhecer algumas definições e


abraçar aquela que melhor atenda à nossa percepção sobre o fenômeno.

Alguns autores definem personalidade como o resultado da mensuração


e avaliação de traços psicológicos. O termo traço tampouco possui
consenso dentro da literatura, mas ele é relacionado constantemente
com estruturas mentais estáveis ao longo da vida do indivíduo, que se
refletem em comportamentos.

De uma forma mais simples, traços psicológicos são as


características pessoais de como pensar, sentir e agir.

Como a personalidade começa a ser estudada?

Temos relatos de que as bases históricas das teorias da personalidade


estão concentradas na teoria psicanalítica de Sigmund Freud e na
perspectiva humanista, e que teorias posteriores estão ancoradas em
uma dessas duas teorias tradicionais.

Aqui é importante fazermos um breve resumo dessas teorias mais


clássicas de personalidade, para entendermos que os testes de
personalidade sempre refletem a teoria base que existe por trás de sua
construção.

Em outras palavras, todo teste de personalidade precisa de uma teoria


que fundamente a sua construção e que seja a base para a sua
utilização. Dessa maneira, a personalidade, segundo a teoria utilizada
como base, pode ser definida de forma diferente.

Perspectiva psicanalítica
Sigmund Freud propôs que a sexualidade e as motivações inconscientes
na infância influenciam a personalidade, formada desde os primeiros
anos de vida, por meio das fases psicossexuais que atravessa,
nomeadas como: oral (0-18 meses), anal (18-36 meses, fálica (3-6 anos),
latência (6 anos à puberdade) e genital (a partir da puberdade).

Freud teorizava que a personalidade era o resultado de conflitos entre as


instâncias psíquicas que compõem o aparelho psíquico: id, ego e
superego.

Id
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É inconsciente, opera sobre o princípio do prazer, buscando


satisfazer os impulsos imediatos.

Ego
Com prevalência consciente e parte inconsciente, opera sobre o
princípio da realidade, buscando satisfazer o id de maneiras
realistas.

Superego
Inconsciente, pré-consciente e consciente, busca o ideal,
concentrando-se na luta pela perfeição.

Perspectiva humanista
Surge na década de 1960, por meio de insatisfações com a teoria
freudiana e o behaviorismo, representando uma terceira força conhecida
como a perspectiva humanista.

Popularizada inicialmente por Carl Rogers e Abraham Maslow, que


acreditavam que a característica central da personalidade estava no
autoconceito (pensamentos e sentimentos que a pessoa possui de si
mesma), tem foco nas capacidades internas de autodesenvolvimento,
autodeterminação e autorrealização.

O estudo era desenvolvido por meio das experiências e de sentimentos


que a própria pessoa trazia, sendo ela considerada autoridade em
relação ao conhecimento do que é melhor para o caso.

Abraham Maslow (1908-1970) teve como contribuição mais


representativa sua referência à hierarquia de necessidades, também
conhecida como pirâmide de Maslow, ou teoria da motivação.

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Pirâmide de Maslow.

Carl Rogers (1902-1987) assim como Maslow, acreditava que as


pessoas buscam a autorrealização, e que um clima saudável ao
crescimento depende de três fatores: autenticidade, aceitação e empatia.

Comentário
Dependendo da teoria utilizada para definir personalidade, teremos como
resultado um teste que avalia a personalidade de forma diferente. A
maioria dos testes de personalidade hoje em dia acaba derivando da
teoria psicanalítica, teoria de Maslow, ou segue alguma teoria de traços
sobre personalidade.

Os testes de personalidade e sua


aplicação
Agora, focaremos nos testes de personalidade de autorrelato, também
conhecidos como testes objetivos ou psicométricos por alguns autores.
Como vimos, esses instrumentos estão presentes em diferentes
contextos de aplicação.

Relembrando

Antes de realizar a testagem psicológica, é necessário verificar se o


instrumento em questão consta no Sistema de Avaliação de Testes
Psicológicos (SATEPSI) como favorável.

O constructo personalidade é o que concentra a maior parte dos testes


psicológicos na listagem do SATEPSI, por serem testes com uma

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diversidade maior de técnicas de avaliação, definições e características


específicas.

Um teste psicológico de personalidade objetivo é a Bateria Fatorial de


Personalidade (BFP), que atende a adolescentes e adultos sem restrição
de idade, podendo ser aplicado de forma individual ou coletiva, e atua
com base no modelo dos cinco grandes fatores da personalidade,
também chamado Big Five: neuroticismo, extroversão, socialização,
realização e abertura.

Big Five da personalidade.

Entenda, a seguir, o conceito de cada um dos fatores da personalidade:

Neuroticismo expand_more

Relacionado a características pessoais de ajustamento e


instabilidade emocional.

Extroversão expand_more

Relacionado às interações interpessoais, indicando o quanto as


pessoas são comunicativas, falantes, ativas, assertivas,
responsivas e gregárias.

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28/02/2024, 15:27 A observação e os testes de personalidade e interesses

Socialização expand_more

Relacionado à qualidade das relações interpessoais do indivíduo,


a respeito de generosidade, bondade, prestatividade.

Realização expand_more

Relacionado ao grau de organização, persistência, controle e


motivação da pessoa.

Abertura expand_more

Relacionado a comportamentos exploratórios; o quanto a pessoa


está aberta a mudanças.

Os testes de autorrelato, sejam de personalidade ou de qualquer outra


característica psicológica, aparentam ser testes muito simples e fáceis
de serem aplicados e interpretados. Mas não podemos esquecer que o
processo de avaliação psicológica é bem mais complexo do que a
simples aplicação de um teste.

Por esse motivo, o uso do teste BFP, ou qualquer outro, a não ser que seja
dentro de determinada pesquisa científica, precisa estar inserido em um
planejamento minucioso de avaliação, em conjunto com outras técnicas.

Sendo assim, as informações obtidas no teste serão interpretadas,


também, em função de todas as outras informações colhidas pelo
psicólogo ao longo do processo de avaliação.

Atenção
A BFP, os testes de autorrelato, bem como todos os testes psicológicos,
são de uso exclusivo do profissional psicólogo, que precisa de registro
no Conselho Regional para poder adquirir e manipular esse material.

A aplicação e a interpretação do teste BFP, bem como em todos os


testes, são feitas usando de perto o manual do teste.

O manual de um teste psicológico é, na maioria das vezes, um livro que


contempla tanto a fundamentação teórica e empírica sobre a elaboração

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28/02/2024, 15:27 A observação e os testes de personalidade e interesses

do teste quanto um resumo de todas as pesquisas que dão suporte às


características psicométricas principais do instrumento.

Esse material apresenta também uma série de orientações que devem


ser seguidas de forma sistemática por parte do psicólogo para a
aplicação e interpretação do instrumento, pois só assim poderemos
afirmar que os resultados obtidos representam aquilo que o teste
pretende medir, reduzindo ao máximo a interferência de fatores
indesejados ou erros no processo.

Dessa maneira, ao aplicar o teste BFP, o psicólogo deve usar a fala (ou
alguma muito semelhante) que aparece no manual para explicar aos
sujeitos avaliados o que devem fazer.

Esse teste conta com 126 itens (perguntas) e não tem tempo de
aplicação, mas leva em média 30 minutos para ser respondido pelo
avaliado e deve ser aplicado em pessoas que possuam, no mínimo, o
Ensino Fundamental completo.

Após sua aplicação, o psicólogo calcula os escores brutos de cada fator


e os transforma, usando as tabelas disponíveis no manual, em
percentual.

O BFP, como teste de personalidade, está presente em algumas


avaliações, além das apresentadas.

Em geral, os testes de personalidade de autorrelato, também aplicados


em contextos específicos, requerem uma resolução própria, sendo muito
úteis para: perícia psicológica no contexto do trânsito, na avaliação de
candidatos à carteira nacional de habilitação e condutores de veículos
automotores (CNH); concurso público; concessão de registro e/ou porte
de arma de fogo.

Conheça as legislações referentes aos testes de personalidade de


autorrelato, nos contextos específicos a seguir:

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Perícia psicológica

A perícia psicológica no contexto do trânsito possui a resolução


CFP nº 001/2019, a qual determina que os candidatos à CNH
deverão ser avaliados por: aspectos cognitivos, que envolvem a
atenção, memória e inteligência; juízo crítico e comportamental,
por meio de entrevista e criação de situações hipotéticas para
verificar reação; e traços de personalidade, mensurando
aspectos referentes à impulsividade, agressividade e ansiedade.

Concursos públicos

No concurso público, a avaliação psicológica estará


condicionada à compatibilidade das características
psicológicas do candidato com atribuição do cargo previsto no
edital do concurso conforme determinado no Decreto nº
9.739/2019.

Concessão de porte de armas

A avaliação psicológica para concessão de registro e/ou porte


de arma de fogo, seguindo orientação da Resolução CFP nº
018/2008 e da Instrução Normativa DFP nº 78/2014, de caráter
obrigatório e eliminatório para a concessão do registro, orienta
que seja realizada por meio de instrumentos com parecer
favorável pelo Conselho Federal de Psicologia, que deverão
mensurar características da personalidade e habilidades
específicas como memória e atenção.

video_library
Avaliação de personalidade e os
testes de autorrelato na avaliação
psicológica e suas implicações

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28/02/2024, 15:27 A observação e os testes de personalidade e interesses

Neste vídeo, vamos apresentar a avaliação psicológica, a testagem e os


testes de autorrelato na avaliação de personalidade. Além disso,
refletiremos sobre a importância das questões éticas na avaliação
psicológica.

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28/02/2024, 15:27 A observação e os testes de personalidade e interesses

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A avaliação psicológica é um processo que envolve técnicas e


métodos que irão auxiliar na tomada de decisão; porém, por
diversas vezes, é confundida com a testagem psicológica. Referente
à testagem psicológica, é correto afirmar que

é um processo de investigação de fenômenos


A
psicológicos.

B é composta de métodos, técnicas e instrumentos.

C é resultado de um teste psicológico.

D integra informações para tomada de decisão.

E se manterá o sigilo profissional.

Parabéns! A alternativa C está correta.

O Conselho Federal de Psicologia realiza a distinção do que é


avaliação psicológica e testagem psicológica. A avaliação é um

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processo que requer métodos e técnicas e a testagem faz referência


apenas ao teste psicológico.

Questão 2

A Resolução CFP nº 001/2019 dispõe acerca das exigências


mínimas referentes à avaliação psicológica de candidatos à Carteira
Nacional de Habilitação (CNH) e condutores de veículos
automotores. Com base na Resolução acima, é correto afirmar que

deverão ser avaliados aspectos cognitivos, juízo


A
crítico/comportamental e traços de personalidade.

o material técnico utilizado na avaliação poderá ser


B
guardado por tempo indeterminado.

o resultado da avaliação psicológica deverá


C
apresentar fundamentação teórica.

deverá constar de evidências empíricas de validade


D
do instrumento utilizado no relatório final.

poderá o profissional psicólogo utilizar-se apenas de


E
entrevista e observação no indivíduo.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A Resolução CFP nº 001/2019, no art.2 §2, relata que os candidatos


à Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e condutores de veículos
automotores deverão ser avaliados quanto a esses aspectos.

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3 - Os tipos de observação
Ao final deste módulo, você será capaz de analisar a importância das diversas formas e os
tipos de observação como complemento da avaliação psicológica.

A observação como técnica de coleta


de dados
Muito se pensa que a observação é apenas observar, sem técnica,
planejamento ou procedimentos. Essa até pode ser um tipo de
observação, porém, é a observação do senso comum, e não a
observação científica. Sim, existe diferença entre elas!

Podemos fazer uso da observação científica em diferentes contextos; um


deles é o que vimos anteriormente, junto da avaliação psicológica, como
uma técnica. E podemos utilizar a observação na pesquisa científica,
como metodologia de coleta de dados, a qual deverá ser planejada, com
registros controlados e sistemáticos.

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A realização de uma pesquisa científica deverá ser toda planejada e


compreendida como um processo elaborado com fases e métodos, nos
quais a observação está presente. A observação na pesquisa é um
elemento fundamental e indispensável, sendo fonte de muitas
informações não verbais que deverão ser anotadas ou gravadas.

Mas por qual motivo há necessidade de anotar


ou gravar as observações?
Para que não ocorra a omissão de informações;

Para evitar a inferência do observador/pesquisador;

Para que não seja acionado na memória apenas o que é de


interesse do observador/pesquisador.

Sobre o local onde a observação poderá ser realizada, existem dois tipos:
o ambiente natural (campo) e o ambiente de laboratório.

Atenção
Para determinados objetivos, por motivos éticos, não é possível realizar a
observação em laboratório. Observações que envolvem circunstâncias
ou condições da vida privada dos sujeitos a serem observados, como
relações afetivas, interações familiares, serão realizadas em ambiente de
campo.

Os estudos observacionais utilizam registros quantitativos ou


qualitativos para testar teorias já existentes, ou mesmo gerando
hipóteses para novas pesquisas, por meio da observação em situações
naturais, chamada de observação naturalística, que pode ser
considerada ponto de partida para novos estudos de pesquisa.

Na observação de pessoas durante uma pesquisa, sempre devemos usar


o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), um documento
que todo participante de pesquisa deverá ler e assinar, caso concorde em
participar da pesquisa em questão.

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Ele é determinado pela Resolução CNS nº 466/2012 do Conselho


Nacional da Saúde, e deverá conter: justificativa da pesquisa, objetivos e
procedimentos a serem utilizados, relatar possíveis desconfortos ou
riscos ao participante, bem como os benefícios esperados, garantir a
retirada de sua participação sem quaisquer prejuízos, sigilo e
privacidade.

O TCLE deverá ter duas vias assinadas e rubricadas pelo participante e


pelo pesquisador; uma delas ficará com o participante, com dados de
contato do pesquisador responsável.

Para a observação em grupo, recomenda-se o treinamento dos profissionais.

A observação é a base de toda pesquisa, e ela não poderá ser substituída


por nenhuma outra técnica, já que as informações obtidas por meio dela
não são possíveis por outros meios.

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28/02/2024, 15:27 A observação e os testes de personalidade e interesses

Caso a observação seja realizada em grupo, isto é, com mais de um


observador/pesquisador, é recomendado que eles passem por um
treinamento, com o objetivo de terem o mesmo foco na execução de sua
tarefa, tornando viável a análise dos dados coletados.

video_library
A observação científica e suas
características
Neste vídeo, vamos conhecer melhor a diferença entre a observação
científica e a observação usada no senso comum, assim como os
principais procedimentos usados na observação científica, nos cuidados
e nos registros de observação.

Após vermos tanto sobre a observação, você deve estar se perguntando:

Como saber o que será observado?


Essa é uma das questões mais importantes no treinamento, mesmo
entre pesquisadores experientes, pois, em cada estudo, a observação
será de uma maneira, já que dependerá exclusivamente do objetivo
daquela pesquisa.

Assim como no caso dos testes psicológicos, a observação se sustenta


em uma definição teórica da variável ou característica que se pretende
observar. Por esse motivo, é imprescindível que, em toda pesquisa na
qual a observação seja a metodologia utilizada para coleta de dados,
exista uma fundamentação específica definindo o objeto de observação.

O principal objetivo da observação é descrever o


comportamento de forma mais precisa e completa,
permitindo o aprendizado sobre o comportamento.

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Para que a observação seja bem-sucedida, é necessário que tenhamos


um planejamento, uma estrutura a proceder. Como a observação é uma
técnica, encontraremos algumas formas de divisão.

Tipos de observação
Para fenômenos psicológicos que requerem observação, sobretudo em
coleta de dados, é necessário não apenas ouvir ou ver os fatos, mas
também examiná-los em caráter científico, utilizando recursos,
abordagens e técnicas específicas para que o pesquisador possa ter
mais êxito em seus objetivos de pesquisa.

Há alguns meios de observação que podem favorecer o pesquisador a se


aproximar do seu objeto de interesse, vamos analisar quais são eles a
seguir.

Observação sistemática e não sistemática

Veja a diferença entre as duas observações:

Observação sistemática Observação não


sistemática
É também chamada de
estruturada e precisa ser É também chamada de
completamente não estruturada e tem
planejada, permitindo por característica uma
ao observação mais
pesquisador/observador simples, menos formal.
colher informações Ocorre de forma
referentes ao problema espontânea, com o
e à hipótese da mínimo de intervenção,
pesquisa, apresentando close sendo utilizada em
de forma rigorosa os situações naturais, e
fatos, com detalhes e não para confirmar
precisão, deixando de hipóteses.
lado impressões e Normalmente, é usada
interpretações pessoais quando nos
aproximamos pela
primeira vez de um

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fenômeno ou objeto que


desconhecemos.

Observação direta e indireta

Na observação direta, o comportamento é visto quando ele ocorre,


independentemente de intervenção ou não do observador.

O pesquisador, dependendo do objetivo de seu estudo, decidirá se a


observação será com ou sem intervenção, apresentando dois subtipos:

Observação sem intervenção

Chamada de observação naturalística, ocorre em situação natural. O


observador não realiza nenhum tipo de intervenção, o objetivo principal é
descrever os fenômenos tal como eles acontecem.

Se houver mudança de comportamento devido à presença do


observador, o comportamento não poderá mais ser considerado; a este
evento damos o nome de reatividade.

Observação com intervenção


A maioria das pesquisas psicológicas utiliza esse tipo de observação. O
observador realiza algum tipo de intervenção e o nível da intervenção
será proveniente do objetivo de cada pesquisa.

Pode ser dividida em três métodos diferentes: observação participante,


observação estruturada e experimento de campo.

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Observação participante expand_more

Nível mais baixo de intervenção do observador sobre a pesquisa,


obtendo um papel duplo no momento, quando ele observa e
participa.

Pode ocorrer de forma explícita, quando é de conhecimento de


todos que o objetivo da presença do observador é colher
informações; ou de forma oculta, quando não se tem
conhecimento da presença do observador, evitando a reatividade.

Observação estruturada expand_more

O observador intervém com o objetivo de fazer algo acontecer e,


assim, tornar mais fácil a observação do comportamento que
deseja colher

Frequentemente usada por psicólogos clínicos e do


desenvolvimento (método utilizado, por exemplo, por Jean Piaget
no estudo sobre cognição infantil, estabelecendo os estágios do
desenvolvimento).

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Experimento de campo expand_more

É a forma mais extrema de intervenção, na qual os pesquisadores


manipulam uma ou mais variáveis para determinar o efeito sobre
o comportamento a ser observado. Existe mais controle nesse
tipo de método.

Na observação indireta, também chamada de não reativa, o observador


não faz nenhum tipo de intervenção, e o observado não tem
conhecimento de que está sendo pesquisado. Ela é realizada por meio
da análise de evidências do comportamento do sujeito.

Esse tipo de observação tem por objetivo confirmar hipóteses criadas


pela observação direta, as quais poderão ser divididas em traços físicos
e registros arquivísticos.

Traços físicos
Produtos da cultura do observado, de comportamentos passados e
registrados.

Registros arquivísticos
Documentos que descrevem fatos e ocorrências; como certidões e
acessos às redes sociais do observado.

Observação naturalista e laboratorial

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A observação naturalística (ou naturalista) é a observação de campo, e


tem esse nome pelo fenômeno a ser observado ocorrer no ambiente
natural, onde temos o comportamento real dos observados. Não existe
intervenção, ou manipulação do pesquisador sobre o comportamento do
observado. Os comportamentos observados poderão ser utilizados como
motivações para futuras pesquisas.

Pessoas no ambiente natural.

A observação laboratorial é aquela realizada em ambiente controlado,


com equipamentos específicos, usada quando não é possível controlar o
fenômeno desejado em ambiente natural. Exige um planejamento
rigoroso e sistemático, e muitas vezes é utilizada em pesquisa
experimental.

Uma dúvida que ocorre com frequência é em relação à diferença entre a


observação laboratorial e a pesquisa experimental. A observação
laboratorial é quando o pesquisador precisa observar o comportamento
em um ambiente controlado para evitar uma interferência externa, por
exemplo.

A pesquisa experimental, por ser uma pesquisa que exige controle, tem
por objetivo buscar relação de causa e efeito usando dois grupos (grupo
experimental e grupo controle), em que um deles (experimental) será
realmente submetido ao estudo e o outro (controle), não.

Exemplo
No estudo sobre um fármaco, o grupo experimental será submetido à
medicação, e o grupo controle tomará placebo.

Os dados da observação, vantagens e


desvantagens

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Seja qual for o tipo de observação, ela sempre permite a coleta de dados
que representam informações valiosas sobre questões avaliadas pelo
pesquisador ou avaliador.

Mas a coleta de dados nem sempre é uma etapa fácil ou rápida, já que
envolve a disponibilidade do participante e do pesquisador (ou da equipe
de pesquisadores), que por vezes terão que se dividir por locais ou
grupos distintos para poder abranger a amostra de sujeitos desejada.

Há dois tipos de instrumentos para a coleta de dados:

Duros Macios

São os questionários. As entrevistas


Sua dureza é referente apresentam flexibilidade
ao rigor em suas e construção mútua.
respostas. Para Sua desvantagem está
conseguirmos um bom em consumir mais
resultado nas pesquisas tempo e esforço,
que usam questionários, close precisando de
precisamos de entrevistadores
instrumentos validados (observadores) bem
e confiáveis. treinados para
podermos confiar na
validade dos dados
colhidos.

Alguns procedimentos são comuns na coleta de dados,


independentemente de a pesquisa ser qualitativa ou quantitativa. Assim
temos:

Amostragem – Envolve os tipos de participantes, incluindo o número


esperado e a forma de recrutamento deles, lembrando que essa
amostragem precisa ser representativa da população alvo da pesquisa.

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Processo de avaliação por amostragem.

Permissão – Devemos ter a permissão do participante ou de seu


representante legal antes de iniciarmos a pesquisa com o indivíduo, que
deverá ser realizada por meio do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE).

A observação pode ser realizada nos mais diferentes contextos:


pesquisa, clínica, escolas, hospitais, laboratório, empresas, residência.
Independentemente do ambiente, a observação tem suas vantagens e
desvantagens:

label Vantagens

Informações são coletadas quando ocorrem;

Permite obter informações apenas possíveis


pela própria observação;

Identifica novas hipóteses.

label Desvantagens

A presença do observador (que pode provocar


alterações no comportamento observado);

O tempo necessário para a coleta de dados;

Anotações sem inferir juízo de valor;

Influências externas podem alterar o


comportamento;

Discordância na observação, quando


possuímos mais de um pesquisador.

Na avaliação psicológica, a observação compõe uma das técnicas


utilizadas de forma individual ou em grupo, como auxílio diagnóstico.
Observar o comportamento humano é significativo para o psicólogo, já
que é um dos objetos de estudo da Psicologia.

Assim, podemos encontrar a observação na execução de uma entrevista,


na aplicação de um teste psicológico, ao realizar uma dinâmica de grupo

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em um processo seletivo, em um treinamento ou em casos clínicos.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Referindo-se aos métodos observacionais, sabemos que um deles é


a observação direta, na qual o observador está presente à medida
que o comportamento ocorre, e na qual ele decidirá se realizará
intervenção ou não, bem como o nível de intervenção de que fará
uso. Diante da observação direta com intervenção, é correto afirmar
que fazem parte dela

A traços físicos e registros arquivísticos.

B observação participante, estruturada e de campo.

C observação de campo e laboratorial.

D observação sistemática e individual.

E observação não sistemática, indireta e laboratorial.

Parabéns! A alternativa B está correta.

A observação direta com intervenção possui três subdivisões


referentes ao nível de intervenção que o observador tem na

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pesquisa.

Questão 2

Ao realizarmos uma pesquisa, é importante estarmos cientes das


resoluções que envolvem pesquisas com seres humanos, como é o
caso da Resolução CNS nº 466 / 2012, que traz em suas diretrizes o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Leia as
afirmações a seguir e marque a resposta correta sobre o que deverá
constar no TCLE.

A partir do momento em que o participante aceitar


A colaborar da pesquisa, deverá permanecer até o
final.

Justificativa, objetivos e procedimentos que serão


B
utilizados, com detalhamento dos métodos.

Apenas o pesquisador terá o TCLE que foi assinado


C
pelo participante.

Apresentará apenas os benefícios da pesquisa a ser


D
realizada.

A coleta de informações sobre o participante deverá


E
ser realizada nos moldes da observação indireta.

Parabéns! A alternativa B está correta.

Informação que consta da Resolução do Conselho Nacional da


Saúde nº 466/2012, no que se refere ao Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE).

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4 - A entrevista devolutiva
Ao final deste módulo, você será capaz de Identificar os pontos fundamentais presentes na
entrevista devolutiva do processo de avaliação psicológica.

A entrevista devolutiva no processo


de avaliação
A entrevista devolutiva ocorre no final do processo de avaliação
psicológica, sendo a última etapa.

Para que ela ocorra, outros passos do processo já deveriam ter sido
realizados, tais como as entrevistas iniciais, a entrevista de anamnese,
os testes psicológicos de autorrelato, os testes de personalidade, entre
outros testes que avaliem capacidades cognitivas (quando necessário),
além da observação utilizada como método de coleta de dados (CUNHA,
2007).

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Essa entrevista é realizada após levantamento, análise, interpretação e


integração dos dados, etapas que serão condensadas e organizadas em
documento elaborado pelo profissional psicólogo ou equipe
multidisciplinar, se for o caso.

Para o último passo acontecer, é importante que seja reservado pelo


menos o encontro final, pois é justamente nele que será revisto todo o
processo de avaliação, e serão apresentados os resultados e conclusões.

Atenção
É de extrema importância que o avaliado, neste momento, compreenda
os seus resultados, por meio da comunicação verbal que será realizada.

Em adição, devemos sempre respeitar as regras de sigilo profissional


quando a devolução for feita a uma terceira parte diferente daquela
submetida à avaliação, como, por exemplo, responsáveis legais ou
autoridades que tenham solicitado uma avaliação psicológica, bem
como professores da escola e outros.

A entrevista devolutiva precisa ser previamente estruturada, por se tratar


de um momento importante da avaliação psicológica, já que nela se faz
o retorno ao sujeito de análises, conclusões e possíveis
encaminhamentos.

O psicólogo precisa delimitar a informação, a linguagem e o conteúdo


que serão trabalhados, sempre procurando responder aos objetivos
traçados no começo da avaliação psicológica, os quais estão
intimamente ligados à demanda inicial.

Sendo assim, devemos considerar a possibilidade de mais de um


encontro, pois, como já falamos, pode haver mais de uma pessoa
envolvida nesse processo. Por exemplo, no caso de uma criança
encaminhada pela escola por problemas de comportamento, o psicólogo
pode planejar uma entrevista devolutiva com os pais e outra com os
responsáveis da escola.

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No caso de um adolescente, já devemos pensar em fazer a entrevista


devolutiva para ele e a família em conjunto ou separadamente,
dependendo da situação e do nível de compreensão de cada um.

Particularidades da entrevista
devolutiva
Conforme citado, a entrevista devolutiva, ou de devolução, é o momento
de retorno a tudo o que foi apresentado e discutido, lembrando o objetivo
da avaliação proposta. Em seguida, serão explicados os procedimentos
utilizados (no caso de avaliação com menores ou pessoas dependentes),
para apresentarmos os resultados obtidos.

É relevante lembrar que, nesse momento, apenas será relatado aquilo


que cabe à avaliação proposta. Após os resultados, o psicólogo
avaliador propõe possibilidades de encaminhamentos necessários
(psicoterapia, encaminhamento a médicos, psicopedagogo, entre
outros).

Atenção
É importante não esquecer que o modo como falamos terá que ser
cuidadoso, pois os indivíduos vêm em busca de respostas que muitas
vezes não estão preparados para receber.

O avaliado terá o documento, resultado de sua avaliação psicológica,


junto à entrevista devolutiva, na qual será comunicado sobre o trabalho
realizado. Além de fazer parte do processo, a realização reafirma o
cuidado do profissional com o indivíduo, fornecendo, dessa forma, uma
credibilidade ao seu trabalho como psicólogo.

Segundo a Resolução CFP nº 06/2019, o documento decorrente de


avaliação psicológica será sempre o laudo psicológico, o qual deverá
apresentar as informações necessárias à compreensão da demanda e
esclarecer: o encaminhamento, as intervenções, o diagnóstico, o
prognóstico, a hipótese diagnóstica, a evolução do caso, orientação e
sugestão de projeto terapêutico.

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Sua importância será confirmada por meio das contribuições


alcançadas pelo avaliado, referente a informações que poderão
aperfeiçoar seu autoconhecimento, dando oportunidade de favorecer seu
autodesenvolvimento ao conhecer características até então
desconhecidas.

Quando a devolutiva é realizada para terceiros, devemos prestar as


devidas informações necessárias sobre o avaliado, sem descrição das
sessões realizadas, mas sim o resultado obtido decorrente do processo
de avaliação, por meio do laudo psicológico, de uma forma
compreendida pelo avaliado.

Na área organizacional expand_more

A avaliação psicológica é realizada em momentos como seleção


de pessoal e desenvolvimento, porém, não é uma prática
recorrente a presença de uma devolutiva a essas pessoas.

Esse comportamento tende a gerar uma certa angústia nos


participantes, que são submetidos a uma avaliação e
posteriormente só recebem uma resposta positiva ou negativa,
sem conhecer os detalhes do que foi investigado na avaliação
psicológica.

Na avaliação clínica expand_more

Ao final da avaliação psicológica, ou do psicodiagnóstico, é


realizada a entrevista devolutiva e o documento é fornecido pelo
psicólogo, com informações sobre o diagnóstico do avaliado,
resultados obtidos no processo avaliativo e possíveis
encaminhamentos.

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28/02/2024, 15:27 A observação e os testes de personalidade e interesses

Na concessão e registro e/ou porte de arma expand_more

É de responsabilidade do psicólogo encaminhar o resultado da


avaliação psicológica para o avaliado e solicitante, mediante
protocolo de recebimento, conforme descrito em resolução
própria.

Na perícia psicológica à candidatos CNH expand_more

Segundo Resolução CFP nº001/2019, art. 2º §22: “Quando


solicitado, fica a(o) psicóloga(o) obrigada(o) a realizar a
entrevista devolutiva à(ao) candidata(o), apresentando de forma
objetiva o resultado da perícia psicológica e possíveis
encaminhamentos, se for o caso.”

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A entrevista devolutiva e sua
importância no processo de
avaliação psicológica
Neste vídeo, vamos abordar o conceito da entrevista devolutiva, sua
importância no processo de avaliação psicológica e as particularidades
do laudo psicológico.

Elaboração de documentos

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02227/index.html# 50/58
28/02/2024, 15:27 A observação e os testes de personalidade e interesses

A entrevista devolutiva não se restringe a uma última sessão ou a um


encontro em que serão repassados os resultados e análises obtidos com
a coleta de dados e informações sobre o avaliado.

Além disso, haverá documento a ser elaborado pelo profissional


psicólogo, no qual será considerado todo o processo de avaliação
psicológica, com os procedimentos realizados e suas análises, apoiado
em qualidade técnica e teórica nas fundamentações necessárias para a
linguagem escrita do documento.

Os documentos produzidos pelo psicólogo deverão seguir orientação


conforme Resolução CFP nº 06/2019, bem como preceitos éticos
presentes no Código de Ética Profissional. Por exemplo, existe a
exigência do CFP sobre a guarda de material (cópia de documentos e
testes) pelo período de cinco anos.

Esses documentos deverão ser fornecidos junto com a entrevista


devolutiva diretamente ao avaliado, ao responsável legal ou ao
solicitante da avaliação, na entrega do relatório ou laudo.

Para os demais documentos elaborados pelo psicólogo, não é


obrigatória a entrevista devolutiva, porém, ela deverá ser realizada
sempre que solicitada.

Atenção
A entrevista não isenta a presença do documento ou vice-versa, sendo
importantes as duas versões, para o avaliado não ter que recorrer à
memória para lembrar dos resultados que obteve na avaliação
psicológica.

Os documentos elaborados pelo psicólogo, e entregues ao avaliado na


entrevista devolutiva, são conhecidos como laudo, os quais têm suas
devidas formatações segundo Resolução CFP nº 06/2019.
Apresentamos a seguir a diferenciação entre laudo e relatório conforme
dita Resolução:

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28/02/2024, 15:27 A observação e os testes de personalidade e interesses

Relatório psicológico Laudo psicológico

Documento emitido pelo Resultado do processo


psicólogo, com o de avaliação
objetivo de comunicar a psicológica, no qual
atuação do profissional, serão apresentados
relatando a demanda, mais detalhes sobre a
os procedimentos, as ação com o avaliado,
conclusões ou com fundamentação
recomendações ao teórica e técnica, diante
avaliado, e possíveis de conclusões que
encaminhamentos e façam referência à
intervenções demanda.
close
Sua estrutura é Nesse documento, pode
constituída de: haver diagnóstico,
identificação do prognóstico, hipótese
avaliado, descrição da diagnóstica e evolução
demanda, do caso. Tem em sua
procedimentos estrutura os mesmos
adotados, análise dos itens do relatório,
procedimentos acrescidos de
utilizados e conclusão. referências e
informações da
conclusão.

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28/02/2024, 15:27 A observação e os testes de personalidade e interesses

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A entrevista devolutiva, ou entrevista de devolução, faz parte do


processo de avaliação psicológica a ser realizado na última
sessão/encontro, sendo considerado o encerramento do processo
avaliativo do indivíduo. Diante dessa afirmação, é correto o que se
apresenta em qual alternativa?

O propósito principal do entrevistador é coletar


A
informações sobre o indivíduo.

B
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28/02/2024, 15:27 A observação e os testes de personalidade e interesses

A entrevista devolutiva é composta, em geral, de oito


a doze participantes.

A entrevista devolutiva serve para informar o


C resultado da sua avaliação, possibilitando seu
entendimento.

A entrevista devolutiva é um método que gera


D
muitas informações.

A entrevista devolutiva é utilizada frequentemente


E
como um auxílio diagnóstico.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A entrevista devolutiva é a última etapa do processo de avaliação


psicológica, sendo o momento para apresentação dos resultados
obtidos nas diferentes técnicas e métodos utilizados no processo.

Questão 2

A Resolução CFP nº 06/2019, que institui regras para a elaboração


de documentos produzidos pelo psicólogo em seu exercício
profissional, traz em seus artigos as modalidades de documentos
emitidos. Em relação ao relatório, é correto o que se afirma em:

Deve descrever as informações sobre o que motivou


A
a busca pelo processo de trabalho prestado.

B É emitido ao final do processo de avaliação.

Deverá necessariamente conter diagnóstico,


C prognóstico, hipótese diagnóstica e evolução do
caso.

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28/02/2024, 15:27 A observação e os testes de personalidade e interesses

Trará mais detalhes sobre a evolução do processo


avaliativo.

Será entregue ao avaliado no início do processo


E
avaliativo.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Informação apresentada na Resolução CFP nº 06/2019, art. 11º,


sobre a finalidade do documento relatório psicológico, que consiste
em descrever os serviços prestados. O relatório será elaborado a
partir da demanda e/ou da solicitação, com base no registro
documental.

Considerações finais
Neste conteúdo, abordamos as funções dos testes objetivo, autorrelato,
psicométrico, a observação como coleta de dados, e finalizamos com a
entrevista devolutiva, que ocorre no processo de avaliação psicológica.

Nos testes de autorrelato, foi possível observar sua utilização para


mensurar diferentes fenômenos psicológicos, bem como habilidades e
aferições sobre a personalidade. Esse tipo de teste possui a prerrogativa
de que o próprio avaliado responderá sobre si mesmo, marcando a
opção que melhor identifica a leitura dos itens. Há, nesse tipo de testes
críticas referentes à possibilidade do avaliado de manipular suas
respostas.

A observação, como um método muito utilizado para coletar dados em


diferentes contextos, é de fundamental importância nas pesquisas
psicológicas, nas quais se busca informações sobre o comportamento.
Foi possível conhecer diferentes formas de ação do pesquisador ao
realizar a observação, principalmente, dependendo dos níveis possíveis
de intervenção do observador.

Finalizamos com a entrevista devolutiva e sua importância ao final do


processo de avaliação psicológica ou psicodiagnóstico, com suas
conclusões, encaminhamentos e diagnósticos, incluindo os documentos
que devem ser elaborados pelo psicólogo, no decorrer ou ao final do
processo de avaliação.

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28/02/2024, 15:27 A observação e os testes de personalidade e interesses

headset
Podcast
Antes de encerrarmos, ouça este podcast, em que o especialista propõe
uma reflexão sobre o uso de testes de autorrelato na avaliação da
personalidade e suas vantagens e desvantagens em relação ao uso de
técnicas projetivas e expressivas, destacando o papel da observação
para complementar informações.

Explore +
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo:

Leia o artigo O autorrelato na pesquisa em psicologia da saúde:


desafios metodológicos, de Kohlsdorf e Costa Junior, que aborda
os desafios implícitos no uso de autorrelatos, especialmente na
área da Psicologia da saúde.

Leia a Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016, que dispõe sobre


as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais,
para conhecer mais sobre a aplicação da Psicologia nas ciências.

Referências
BREAKWELL, G.M. et al. Métodos de pesquisa em psicologia. Porto
Alegre: Artmed Editora, 2010.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução nº 006, de 29 de


março de 2019. Institui regras para a elaboração de documentos

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02227/index.html# 56/58
28/02/2024, 15:27 A observação e os testes de personalidade e interesses

escritos produzidos por(o) psicóloga(o) no exercício profissional e


revoga a Resolução CFP nº 15/1996, a Resolução CFP nº 07/2003 e a
Resolução CFP nº 04/2019. Brasília, DF: CFP, 2019.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução n° 009, de 25 de abril


de 2018. Estabelece diretrizes para a realização da Avaliação
Psicológica no exercício profissional da psicóloga e do psicólogo, o
Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos - SATEPSI e revoga as
Resoluções n° 002/2003, nº 006/2004 e n° 005/2012 e Notas Técnicas
n° 01/2017 e 02/2017. Brasília, DF: CFP, 2018.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Cartilha avaliação psicológica.


Brasília, DF: CFP, 2013.

CONSELHO NACIONAL DA SAÚDE. Resolução nº 466, de 12 de


dezembro de 2012. Dispõe sobre diretrizes e normas regulamentadoras
de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília, DF: CFP, 2012.

CUNHA, J. A. Psicodiagnótico. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. Ed. Atlas, 2008.

HALL, C.S.; LINDZEY, G.; CAMPBELL, J.B. Teorias da


personalidade. Porto Alegre: Artmed, 2007.

HUTZ, C.S.; BANDEIRA, D.R.; TRENTINI, C.M. (eds.). Psicometria. Porto


Alegre: Artmed, 2015.

MYERS, G.D.; NATHAN, D.C. Psicologia. 11. ed. Rio de Janeiro: Grupo
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VASCONCELLOS, S.J. L. et al. Instrumentos de autorrelato para avaliar


traços antissociais medem o que objetivam medir? Avaliação
Psicológica, v. 17, n. 2, p. 163-169, 2018.

ZANON, C.; LESSA, J. P. A.; DELLAZZANA-ZANON, L. L. Aquiescência em


autorrelatos de personalidade: uma comparação de métodos. Avaliação
Psicológica, v. 17, n. 4, p. 428-438, 2018.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02227/index.html# 57/58
28/02/2024, 15:27 A observação e os testes de personalidade e interesses

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