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COMO TRABALHAR A REGULAÇÃO DAS EMOÇÕES COM O SEU FILHO

#DicasAosPais: a importância da regulação emocional. É inegável a importância que cada vez mais
se atribui à capacidade de gerir a nossa «inteligência emocional». O conceito é baseado na
capacidade de cada um de saber lidar com as suas próprias emoções, bem como de as gerir em
relação aos outros e a si mesmo. Num portador de PHDA essa função, ligada à impulsividade e à
labilidade emocional (maior instabilidade) está muito mais comprometida, por isso numa criança
com PHDA são comuns as «explosões» de agressividade, frustração, incapacidade para reagir ou
mesmo quadros de depressão e ansiedade. Isso acontece porque para gerir as emoções precisamos
de competências que se vão construindo ao longo das nossas vidas.
Dessas competências necessárias destacamos – a capacidade de identificar a emoção, a
compreensão da mesma e a sua expressão, a capacidade para a gerir e por fim regular de modo a
aplicar de forma eficaz a «inteligência emocional», sendo esse um processo que nem sempre é
possível de adquirir sem ajuda!

Muitos dos comportamentos «desajustados» e que pais e professores consideram «maus


comportamentos» surgem por falta de competência interna da criança em se exprimir de modo
correto!
Quando a criança demonstra uma menor maturidade na perceção das emoções e uma menor
capacidade de usar as emoções para lidar com os acontecimentos devemos procurar a ajuda de um
profissional – o mais indicado é o psicólogo que vai desenvolver com a criança um método de
trabalho baseado na busca de estratégias, dotando assim a criança de competências que irão
possibilitar o uso eficaz da sua «inteligência emocional»
Mas o papel da família e da escola é fundamental! Por isso deixamos algumas «dicas» para uso
familiar que devem ser aplicadas com consistência e persistência! nada se faz de um dia para o
outro! Muito menos a nível emocional ;)
Antes de mais devemos apoiar a nossa estratégia na nossa própria perceção emocional – saber como
lidamos, enquanto pais e adultos com as nossas emoções é um passo fundamental para o sucesso da
regulação emocional nas nossas crianças! Como sabemos estas aprendem com os exemplos, em
casa estamos constantemente a fornecer bons ou maus exemplos – precisamos por isso conhecer
como lidamos com as emoções: somos capazes de expressar emoção? Ou tentamos reprimir ou
mesmo impedir que as emoções mais comuns estejam à vista? E quais são as principais emoções?

Podemos falar em emoções básicas:


a) Alegria - responsável por um bem-estar físico e psicológico surge em situações agradáveis e
associadas à diversão. Desempenha um papel fundamental, uma vez que promove a motivação, ou
seja, estimula a criatividade e os pensamentos positivos, dando energia ao organismo para responder
de forma positiva às diversas situações do dia-adia;

b) Tristeza - associada a algum tipo de perda ou a acontecimentos que põem em causa o bem-estar,
exerce um papel essencial no reequilíbrio e na conservação da energia do organismo, no sentido de
encontrarmos uma solução para o problema que desencadeou a emoção;

c) Surpresa - surge numa situação inesperada (agradável ou não) e ajuda o organismo a manter-se
concentrado no novo acontecimento para descobrir rapidamente a melhor forma de reagirmos e de
nos adaptarmos à situação inesperada, apresentando-se como a mais breve de todas as emoções
porque dura apenas alguns segundos e acaba por se fundir com outras emoções básicas como a
raiva, o medo ou o nojo;

d) Medo - relacionado a situações de dano ou ameaça física/psicológica surge em situações que


representam o perigo e que nos podem prejudicar de alguma forma, é responsável por presentear
com energia o organismo, de modo a agirmos rapidamente nessas situações ameaçadoras;

e) Cólera/Raiva - surge como defesa contra uma determinada angústia, preparando o organismo
para enfrentar e resolver o problema e está associada a acontecimentos que interferem, de alguma
forma, com os objetivos pessoais, constituindo uma ameaça à concretização desses mesmos
objetivos;

f) Nojo - surge em situações que não gostamos ou achamos estranhas e que podem por a vida em
risco, ou seja, nestas situações o organismo envia respostas de desconforto ou desagrado

Assim torna-se fundamental que possamos ajudar os nossos filhos a identificarem estas emoções
primárias e que as ajudemos a saber como as podem gerir!
Um dos métodos mais recomendados para trabalhar com os seus filhos é o das expressões faciais –
basta descarregar na net um conjunto de carinhas com expressões identificativas das emoções
primárias e usá-las para iniciarem o processo de reconhecimento, identificar a emoção é mais fácil,
em si mesmo e no outro através das imagens!
Pode recortar cada expressão e usar como se tratasse de um jogo, não à toa mas sempre que se
impuser uma conversa sobre o que aconteceu durante o dia, por exemplo, pedindo à criança que
mostre qual a expressão que identifica a emoção em causa, como se sentiu e o que poderá fazer para
usar alternativas ou usar essa emoção em sua beneficio.
Além disso pode fazer um pequeno «Quadro das Emoções» que fica colado numa divisão comum
ou de fácil acesso e onde todos os membros da família devem registar a emoção/emoções mais
importantes do dia e como isso os fez sentir, algo deste tipo pode ser um bom princípio

Devemos também promover a reflexão, uma pausa antes de agir – algo que numa criança com
PHDA é impossível sem o trabalharmos com persistência. Uma boa forma é o uso do «semáforo das
emoções» que podemos usar em diferentes versões – em crianças mais novinhas resulta bem com o
semáforo mesmo ;) fica o exemplo:
no momento em que a criança está com um comportamento que queremos parar - mostramos o
vermelho «para!»; pedimos para «respirar» e mostramos o amarelo e depois o verde, ao pedirmos
«conta, explica o que se passou»!
Promover estratégias reais é muito importante na regulação emocional - para ajudar podemos
desenvolver frases como «e o que fizeste para dar a volta a isso?» ou «como podes parar de te sentir
com raiva sem bater no teu colega?»
Assim estamos não só a obrigar ao conhecimento das suas emoções, como também ajudamos a
encontrar alternativas ao comportamento!

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