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Metodologia do

Ensino da Física
Unidade 2
Teorias de Avaliação da Aprendizagem na
Física
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
LAURA SUED BRANDÃO SANTOS
AUTORIA
Laura Sued Brandão Santos
Olá. Sou formada em Licenciatura em Física e mestra em Educação
em Ciências. Atuo na área de Docência há pelo menos 7 anos. Atualmente,
sou doutoranda em História e Filosofia das Ciências. Sou apaixonada pela
leitura e ficção científica. Adoro auxiliar com minha experiência de vida
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidada
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes.
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e
trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do
desenvolvimento houver necessidade
de uma nova de apresentar um
competência; novo conceito;
NOTA: IMPORTANTE:
quando necessárias as observações
observações ou escritas tiveram que
complementações ser priorizadas para
para o seu você;
conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a
bibliográficas necessidade de
e links para chamar a atenção
aprofundamento do sobre algo a ser
seu conhecimento; refletido ou discutido;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso acessar quando for preciso
um ou mais sites fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando uma
atividade de competência for
autoaprendizagem concluída e questões
for aplicada; forem explicadas;
SUMÁRIO
Teoria de Aprendizagem de Skinner e o Ensino da Física........... 12
O Behaviorismo................................................................................................................................. 12

O Behaviorismo Radical ............................................................................................................. 16

Ensino e Aprendizagem a Partir das Contribuições de Skinner................... 20

Teoria do Construtivismo Aplicada ao Ensino da Física.............. 23


Aspectos Gerais ...............................................................................................................................23

Equilibração Majorante ...............................................................................................................25

Esquemas .............................................................................................................................................29

Implicações Pedagógicas ....................................................................................................... 30

Conflito Sociocognitivo .............................................................................................................. 30

Desequilibrar ...................................................................................................................................... 31

Errar ...........................................................................................................................................................32

Os Estágios de Desenvolvimento Cognitivo ...............................................................33

Teoria da Aprendizagem Significativa no Ensino da Física......... 35


Aprendizagem Significativa na Construção do Conhecimento.....................35

Teoria do Construcionismo no Ensino da Física..............................48


Instrucionismo .................................................................................................................................. 49

Construcionismo ............................................................................................................................. 51

Exemplos de Tecnologias Digitais na Docência ......................................................54

Robótica Computacional – Construcionismo de Seymour Papert ............55


Metodologia do Ensino da Física 9

02
UNIDADE
10 Metodologia do Ensino da Física

INTRODUÇÃO
O estudo das teorias de aprendizagem são fundamentais no que
concerne às práticas de ensino realizadas no âmbito escolar. Conhecer
as diversas formas de aprendizagem pode oportunizar um leque de
possibilidades de atuação em sala de aula. Nesta unidade, iremos conhecer
quatro teorias que versam sobre a maneira como os seres humanos
constroem o conhecimento. Inicialmente, abordamos os conceitos
propostos pelo Behaviorismo, em que se destaca Burrhus Frederic
Skinner (1904-1990). O Behaviorismo apresentava argumentos com base
em resultados coletados mediante metodologia científica, portanto, em
evidências comprováveis. No segundo capítulo, apresentamos o modelo
construtivista, que segue os princípios da metodologia fundamentados
nas propostas de Jean William Fritz Piaget (1896-1980). Para esse modelo
construtivista, é ativamente construído pelo aluno, então esse é um
sujeito ativo. O aluno não é um sujeito passivo que meramente recebe
o conhecimento, como posto no modelo tradicional de ensino. No
terceiro capítulo, temos a teoria de caráter cognitivista, que resulta no
armazenamento organizado de informações na mente do ser que aprende.
Esse complexo organizado de informações é conhecido como estrutura
cognitiva. Por último, e não menos importante, temos o Construcionismo,
de Seymour Papert (1928-2016), que visa a oportunizar ao aluno a
desenvolver a aprendizagem por meio de assimilações concretas e
contextualizadas. Assim, o contato com as ferramentas educacionais
propicia, até de forma multidisciplinar, o estímulo e a imaginação para
aprender.
Metodologia do Ensino da Física 11

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2 – Teorias de avaliação da
aprendizagem na Física. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento
das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de
estudos:

1. Aplicar a Teoria de Aprendizagem de Skinner no ensino de Física.

2. Entender os princípios do Construtivismo e aplicar seus conceitos


e métodos no ensino da Física.

3. Compreender as definições e princípios da Teoria de Aprendizagem


Significativa, aplicando seus métodos no ensino de Física.

4. Aplicar os princípios e métodos do Construcionismo no ensino de


Física.
12 Metodologia do Ensino da Física

Teoria de Aprendizagem de Skinner e o


Ensino da Física

OBJETIVO:

Caro estudante, ao longo deste capítulo, você aplicará a


Teoria de Aprendizagem de Skinner no ensino de Física.
Certamente, essas competências auxiliarão você no
desempenho de sua profissão. E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Então, vamos lá.

O Behaviorismo
Você já parou para pensar em como adquirimos os nossos
comportamentos? Já se perguntou como os comportamentos se repetem?
Já observou à sua volta os mais diferentes tipos de comportamento nas
mais diferentes pessoas?

Então, alguma dessas perguntas foram objeto de pesquisa e de


estudo por pesquisadores importantes na Teoria Behaviorista. O primeiro
ponto a ser pensando sobre essa teoria diz respeito ao fato de que se trata
da ciência do comportamento.

O comportamento é pensado e entendido como produto das


pressões do ambiente, significando o conjunto de reações a estímulos, as
quais podem ser medidas, previstas e controladas. Cabe destacar que a
ciência do comportamento veio a ser chamada de análise comportamental.

Assim, o psicólogo e médico fisiologista norte-americano John


Watson (1878-1958) que pensou primeiramente sobre alguns aspectos
relacionados a Teoria Behaviorista. Ele se baseou em outro médico, Ivan
Petrovich Pavlov (1849-1936), que fez experimentos com animais em
diferentes situações, possibilidades e recursos.
Metodologia do Ensino da Física 13

Figura 1 – John B. Watson (1878-1958)

Fonte: Wikimedia Commons.

O Behaviorismo, corrente cujas primeiras sistematizações foram


realizadas por Watson, nasce apoiado nos trabalhos de Pavlov acerca do
condicionamento respondente.

O condicionamento de tipo pavloviano, também conhecido como


condicionamento clássico ou respondente, está fundamentado naquilo
que é chamado de “estímulo e resposta”. Dessa forma, tem-se um
estímulo, também chamado de reação antecedente, e uma resposta que
lhe é naturalmente consequente. Ademais, tem como pressuposto básico
que a maioria dos reflexos biológicos é associada a um estímulo neutro,
que pode ser definido como emparelhamento, o qual é responsável por
um tipo de aprendizado.
14 Metodologia do Ensino da Física

De acordo com Skinner (1998), a sua Teoria do Condicionamento


Respondente tem como base o estímulo neutro, com um reflexo que está
condicionado biologicamente em resposta reflexa. Assim, o aprendizado
pode correr tanto de forma inata quanto a partir das experiências
cotidianas.

O processo de condicionamento é um processo de substituição de


estímulos. O estímulo neutro é adquirido a partir da resposta originalmente
propiciada por outro estímulo. A mudança conceitual ocorre quando o
estímulo neutro for seguido ou reforçado pelo estímulo efetivo.

O reflexo pode ser definido a partir de um encadeamento de


estímulo – resposta, em que cada estímulo provoca uma resposta. O
reflexo é tido como uma relação permanente entre o agente externo
e a atividade do organismo que por ele foi determinada, e de reflexo
condicionado à relação temporária.

O processo de aprendizagem que envolve os princípios do


condicionamento respondente pode ser definido de duas maneiras:

i) Por reflexos biológicos – é do tipo mais básico, pois não envolve


nenhum condicionamento. Dessa forma, é chamado de estímulo
incondicionado, por ser composto de um estímulo incondicionado, que
aguçará uma resposta reflexa e incondicionada. Essa aprendizagem é
inata e a maioria dos seres humanos terá semelhanças nas respostas para
eventos ou situações que sejam provocadas por estímulos, em que se
pode destacar as estratégias de sobrevivência.

ii) Por reflexos condicionados – que podem ser estabelecidos


por meio do condicionamento pavloviano, ao se emparelhar um reflexo
incondicionado com um estímulo neutro a uma determinada frequência,
de tal maneira que um estímulo condicionado seja capaz de produzir uma
resposta condicionada.
Metodologia do Ensino da Física 15

SAIBA MAIS:

No vídeo O cão de Pavlov, consegue-se observar os


experimentos que Pavlov realizou com os seus cães. Dentre
outras coisas, ele observou que, ao sentir o cheiro da comida,
o cão começava a salivar. Quando o médico coloca outro
recurso diante do animal, como um barulho da sineta, o cão
passa a receber estímulos apenas com esse barulho ou
outro tipo de barulho, sem que necessariamente a comida
precisasse ser oferecida. Ou seja, só de ouvir o barulho
(diversos barulhos e diferentes cães), o animal salivava. É
uma experiência interessante, porque ela nos mostra como
se dá o condicionamento. O vídeo está disponível aqui.

Figura 2 – Pavlov e os experimentos com cães

Fonte: Wikimedia Commons.

O que também nos serve de reflexão é que Watson dizia que se


pudesse cuidar de algumas crianças e escolher o ambiente onde elas
cresceriam, poderia direcioná-las a qualquer profissão do futuro, até
mesmo torná-la-ias desempregadas se assim o quisesse. Poderia fazer
isso tudo independentemente de qualquer motivação ou talento das
crianças.
16 Metodologia do Ensino da Física

O Behaviorismo Radical
O Behaviorismo de Watson é considerado o Behaviorismo
metodológico, que não considera pensamentos, emoções e sentimentos.
O Behaviorismo tem como objetivo discutir sobre sentimentos que
podem ser condicionados. Assim, destacamos a figura e os trabalhos
desenvolvidos por Burrhus Frederic Skinner (1904-1990).
Figura 3 – Burrhus Frederic Skinner (1904-1990)

Fonte: Wikimedia Commons.

Skinner foi o maior expoente do Behaviorismo e apresentava


argumentos que tinham como base resultados coletados mediante
metodologia científica, portanto, têm base em evidências comprováveis.
Seu trabalho contribuiu de forma significativa para que a Psicologia
rompesse com suas raízes filosóficas introspectivas e se firmasse como
uma disciplina científica independente.

Algo interessante em relação a Skinner é que, no início de sua


carreira, ele criou o que ele próprio denominou de “caixas de Skinner”.
Metodologia do Ensino da Física 17

O que acontecia com essas caixas? Ele verificava o comportamento e a


reação de diferentes animais, como ratos e pombos, a partir de diversos
experimentos. Tais episódios marcaram o início da carreira de Skinner.
Figura 4 – A caixa de Skinner

Fonte: Wikimedia Commons.

Por que é importante que saibamos que esses experimentos


foram feitos no início de sua carreira? Simples, porque com o passar dos
anos e à medida que o autor foi estudando e pesquisando, ele pensou
em diferentes contextos, e não apenas o que acontecia dentro da caixa
envolvendo animais. Assim, mostra o amadurecimento e o enriquecimento
da teoria formulada por ele.

Cabe destacar alguns pressupostos em relação à Teoria Behaviorista,


a saber:
(a) O comportamento humano está submetido a leis
universais, mas cada pessoa é singular na exata medida
em que possui uma dotação genética específica e uma
história idiossincrática de aprendizagem no contexto de
uma determinada cultura.
18 Metodologia do Ensino da Física

(b) o comportamento humano pode ser conhecido e


explicado; não se trata de um fenômeno espontâneo ou
desordenado;

(c) o comportamento humano é uma relação: ele constrói


o mundo à sua volta e, nesse processo, também está
se construindo, pois, as consequências (mudanças
produzidas no mundo) de seu comportamento o alteram
como um todo. (HENKLAIN; CARMO, 2013, p. 711)

A partir desses pressupostos, fica evidente que nem o homem nem


o mundo são absolutos. São interdependentes no que concerne à forma
como se modificam ao longo do tempo. Para cada nova relação, surge um
homem e um mundo diferentes. Dessa perspectiva, temos que o homem
é o sujeito ativo, e não é uma tabula rasa que sofre de maneira passiva as
influências do ambiente.

DEFINIÇÃO:

O conceito-chave da teoria de Skinner é o que se denomina


de condicionamento operante. Nós podemos entender
o condicionamento operante como um mecanismo que
premia uma determinada resposta de um indivíduo até ele
ficar condicionado a associar a necessidade à ação.

A partir de experimentos realizados em 1898, E. L. Thorndike


formula a Lei do Efeito com base na observação de que o comportamento
espontâneo é influenciado por seus efeitos. Essa lei diz que os
comportamentos podem se tornar mais frequentes à medida que geram
resultados esperados, aumentando, consequentemente, a probabilidade
de respostas (PESSOTI, 1979; SCHULTZ; SCHULTZ, 1981).

Nesse sentido, Skinner, ao fundamentar suas pesquisas a respeito


da Psicologia Comportamental, desenvolveu e ampliou as discussões
sobre o conceito de probabilidade de respostas, que foi utilizado por
Thorndike. Ele demonstrou que o comportamento não é só influenciado
por seus efeitos, mas também por outras variáveis. Cabe destacar que,
a partir dessas discussões, observou-se que o comportamento sofre
Metodologia do Ensino da Física 19

influências dos eventos que precedem e dos efeitos decorrentes do


próprio comportamento (PESSOTI, 1979; CATANIA, 1999).

Assim, de acordo com Skinner, todo comportamento tem uma ou


mais causas que são consideradas as pistas que o antecedem e têm
como resultado uma consequência (PESSOTI, 1979; CATANIA, 1999).

O comportamento, de modo geral, pode ser resultado de sinais


probabilísticos em que os termos biológicos e o comportamento
operante são resultantes do sistema nervoso e dos músculos voluntários.
Dessa maneira, o comportamento operante é uma resposta controlada ao
conjunto de estímulos recebidos (VALÉRIO, 2005).

Nesse sentido, as consequências podem ser entendidas como


conceitos cruciais no que se refere ao condicionamento operante, uma
vez que são responsáveis pela frequência do comportamento diante de
um estímulo. Dessa forma, “as consequências determinam se e quando
um comportamento irá acontecer ou não. A probabilidade da ocorrência
de um comportamento operante é determinada pela consequência,
podendo o comportamento aumentar ou diminuir” (VALÉRIO, 2005, p. 16).

As consequências são reforçadoras e podem aumentar a frequência


do comportamento quando ele é um tipo de consequência denominada
reforço e existe uma maior probabilidade de ele ocorrer novamente. É o
que chamamos de reforçador positivo que fortalece o comportamento.

De acordo com as ideias do comportamento operante, temos que


os estímulos reforçadores são caracterizados como as consequências que
tornam um comportamento frequente. Assim, para melhorar os efeitos,
é necessário ampliar as chances de ocorrência de um comportamento.
Dessa forma, o reforço tem a origem de sua nomenclatura a partir da
relação entre o comportamento e o ambiente e que, consequentemente,
o resulta (CATANIA, 1999).
20 Metodologia do Ensino da Física

SAIBA MAIS:

É de extrema relevância os estudos que versam sobre as


discussões significativas entre a Psicologia e a Ciência,
bem como os seus construtos teóricos. Nesse sentido,
o deslanchar das Ciências Sociais ajudou a gerar novas
críticas e insights na Filosofia da Ciência. Ademais, em
termos amplos, esse contínuo debate tem como base
a mudança da certeza para a incerteza nos redutos da
Ciência, da Filosofia da Ciência e da Psicologia.
Sob tal enfoque, sugerimos a leitura da obra intitulada
Behaviorismo radical: a Filosofia e a Ciência, de Mecca
Chiesa (2006), aborda com rigor e maestria as concepções
do Behaviorismo e suas relações com as demais áreas das
Ciências. A obra está disponível aqui.

Ensino e Aprendizagem a Partir das


Contribuições de Skinner
Ao pensarmos na escola, podemos observar um elemento
importantíssimo: a avaliação. Trata-se de um processo de atribuição de
notas. E o que vem a ser a nota? A nota pode ser entendida como uma
premiação, uma resposta a uma ação ou a uma atividade que foi realizada.
Ora, se o aluno se esforçou e se dedicou, ele obterá boas notas, o que
desencadeará um reforço positivo à sua ação de estudar, por exemplo.
Figura 5 – O reforço positivo

Fonte: Pixabay.
Metodologia do Ensino da Física 21

Algo que o Skinner nos diz e que é importante enfatizar diz respeito
a esses três aspectos:

i) Contexto, responder (ações) e as consequências são as


contingências de reforçamento. O contexto diz respeito ao meio, a cultura
na qual o ensino desenvolve. As ações são aquelas realizadas pelo sujeito
a partir de determinados estímulos. As consequências, ou contingências
de reforçamento, dizem respeito aos reforços recebidos pelo sujeito a
partir das suas ações fundamentas em alguns estímulos.

ii) Ensinar é arranjar contingências de reforçamento. Alguns


exemplos de contingências de reforçamento são os estímulos externos,
como a nota, os aplausos dos colegas e os elogios por parte dos
professores, que reforçam os resultados positivos obtidos ao longo do
processo educativo. Desse modo, as contingências de reforçamento são
as ações que enalteçam o desenvolvimento do sujeito. Nessa linha de
raciocínio, é preciso que pensemos nas ações a serem desenvolvidas
pelo sujeito professor.

Portanto, ensinar pode ser entendido como a obtenção da


aprendizagem do aluno, e não, por exemplo, pelo objetivo do professor
ou pelo que ele propõe em sala de aula. O ensino pode ser compreendido
como a relação entre o que é feito pelo professor e a aprendizagem do
aluno.

Logo, o ensino precisa observar e cuidar das consequências


naturais. Em relação ao que o professor faz, podemos pensar nas ações
que ele utiliza para estimular, incentivar e promover condições para que
o aluno aprenda e que essas possam lhe assegurar a aprendizagem. Em
decorrência dessa aprendizagem, ele pode, então, reforçar positivamente
o que e como ele aprendeu.

O estudante se vê feliz ao ter conseguido resolver uma equação


matemática. A felicidade e a sensação de prazer e de ter alcançado o
objetivo ou meta ao cumprir determinada etapa são consequências
naturais. Tais consequências passam despercebidas em sala de aula
e, mais uma vez, é nela que o trabalho do professor precisa ser claro e
objetivo.
22 Metodologia do Ensino da Física

Nesse sentido, cabe ao professor propiciar condições facilitadoras do


ensino. O aprender deve ser agradável e suave para obter consequências
reforçadoras positivas.

No caso da avaliação, trata-se de uma etapa de ensino em que o aluno


se comporta sozinho. Nesse ínterim, Skinner destacava que o professor
deveria utilizar as modelagens, ou seja, o ensino e a aprendizagem devem
se dar de forma gradual e cabe ao professor possibilitar que as etapas da
aprendizagem sejam de maneira gradual.

Uma das inúmeras contribuições de Skinner diz respeito ao seu


posicionamento contra qualquer tipo de punição em sala de aula por
parte do sujeito professor.

RESUMINDO:

Caro estudante, que alegria você ter chegado ao fim desta


seção de estudos! Neste capítulo, aprendemos sobre a
Teoria de Aprendizagem de Skinner na educação e no
ensino da Física. Ah, e não se esqueça de acessar todos
os links de estudos complementares que deixamos ao
longo do seu material. Esse estudo ajudará você a melhor
desempenhar as atividades relacionadas à sua profissão.
Bons estudos!
Metodologia do Ensino da Física 23

Teoria do Construtivismo Aplicada ao


Ensino da Física

OBJETIVO:

Caro estudante, ao longo deste capítulo, você deverá


entender os princípios do Construtivismo e aplicar seus
conceitos e métodos no ensino da Física. Certamente,
essas competências auxiliarão você no desempenho de
sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Então, vamos lá. .

Aspectos Gerais
O modelo construtivista segue os princípios da metodologia
fundamentada nas propostas de Jean William Fritz Piaget (1896-1980).
Esse modelo construtivista é ativamente construído pelo aluno, então
ele é um sujeito ativo. O aluno não é um sujeito passivo que meramente
“recebe” o conhecimento, como posto no modelo tradicional de ensino. O
aluno é visto como único, principalmente em seu tempo de aprendizado.
O trabalho em grupo é valorizado. Nas escolas construtivistas, são criadas
situações em que o estudante é estimulado a pensar e a solucionar
problemas propostos.
Figura 6 – Jean Piaget (1896-1980)

Fonte: Wikimedia Commons.


24 Metodologia do Ensino da Física

Jean William Fritz Piaget (1896-1980) foi um estudioso suíço que


desenvolveu uma das vertentes mais famosas do Construtivismo, a
chamada epistemologia genética. Os estudos de Piaget no âmbito
da Psicologia começaram nos anos 1920, mas só na década de 1960
ganharam projeção mundial. Aqui no Brasil, tivemos que esperar até os
anos 1980 para termos acesso às ideias de Piaget.

O Construtivismo piagetiano é uma das teorias mais influentes na


área da Educação em todo mundo, mas a disseminação da obra de Piaget
também foi acompanhada por muitas interpretações equivocadas sobre
seu trabalho devido à grande complexidade da teoria.

VOCÊ SABIA?

O interpretativismo é a epistemologia que está na base do


Construtivismo. Por isso, para essa teoria, tudo que sabemos
sobre o mundo é resultado das nossas interpretações e de
nossas experiências de vida. Como cada pessoa tem suas
próprias experiências, também tem sua própria forma de
ver o mundo. Não existem duas vidas iguais, então não
existem duas formas iguais de ver o mundo.

Como o Construtivismo explica as formas pelas quais as diferentes


visões de mundo vão se desenvolvendo ao longo da vida? Cada
experiência pela qual você já passou na vida te ensinou alguma coisa, até
as experiências mais insignificantes. Bem, imagine que sua casa tem um
muro e esse muro não tem pintura. Você, então, decide pintar de amarelo.
Após cinco minutos aplicando a pintura, cai uma grande chuva e toda tinta
que estava no muro fica borrada. Então, qual o resultado disso? Perceba
que dois movimentos aconteceram:

1. Você modificou o ambiente.

2. O ambiente te modificou.

Sobre o primeiro, você modificou o ambiente pintando o muro de


amarelo e o ambiente te modificou quando a chuva borrou a tinta. Talvez
você se pergunte: como assim o ambiente me modificou quando borrou
Metodologia do Ensino da Física 25

a tinta? Nesse momento, o ambiente te modificou porque você passou a


saber de uma coisa que você não sabia, ou seja, passou a saber que não
se deve pintar o muro em dias de chuva. Então, era um conhecimento que
você não tinha e passou a ter quando a chuva borrou a tinta.

Todo esse processo tem um nome e chama-se de “interação”, no


qual se age sobre o ambiente e o ambiente age sobre você. Ao final do
processo, você e o ambiente estavam diferentes, o muro estava borrado
e você tinha aprendido uma lição.

Os termos que utilizamos até agora não são muito científicos. Então,
a partir de agora, substituiremos esses termos por outros.

IMPORTANTE:

Na linguagem construtivista, em vez de dizermos que uma


pessoa interagiu com o ambiente, dizemos que o sujeito
interagiu com o meio. Naquele exemplo do muro, a pessoa
que pinta o muro é o sujeito, enquanto todos os outros
elementos, como o muro, a tinta e a chuva, são o meio. Em
termos bem simples, tudo que não é sujeito chamamos de
meio.

Equilibração Majorante
Agora que sabemos um pouquinho sobre o Construtivismo,
podemos compará-lo com o Behaviorismo e o cognitivismo. Você
deve se lembrar de que o Behaviorismo enfatiza o papel dos estímulos
na aprendizagem, como os estímulos discriminativos e os estímulos
reforçadores. Já o cognitivismo enfatiza o papel do processamento
cognitivo desses estímulos. Nessas duas abordagens, o conhecimento
parece que vem de fora e na forma de estímulos. Já o Construtivismo
enfatiza o papel ativo do sujeito na construção da sua aprendizagem.

Aqui, o conhecimento é algo que não existe pronto ou pré-pronto


nos estímulos. Vamos a uma rápida comparação!

Note que o Construtivismo acredita que o conhecimento se constrói


na mente ao longo da vida. Já o Behaviorismo e o cognitivismo sugerem
26 Metodologia do Ensino da Física

que o conhecimento existe no lado de fora como um estímulo que é


recebido e, de alguma forma, é absorvido ou processado pelos indivíduos.

IMPORTANTE:

Para o Construtivismo, o conhecimento é algo que só passa


a existir a partir do momento em que o sujeito reage com os
estímulos e dá o seu próprio significado a esses estímulos.
Isso quer dizer que um estímulo não é absorvido nem
processado: ele é interpretado pelo sujeito.

Um dos conceitos mais importantes na teoria de Jean Piaget é o


de equilibração majorante. Nesse sentido, Piaget, quando iniciou seus
estudos, foi movido pela curiosidade de saber como as pessoas aprendem
tudo o que sabem sobre o mundo que o cerca, ou seja, como uma criança
recém-nascida avança gradualmente do estado de desconhecimento
para o estado de conhecimento que terá quando se tornar adulta.
Figura 7 – O desenvolvimento infantil

Fonte: Pixabay.
Metodologia do Ensino da Física 27

Em seus estudos, Piaget desenvolveu a compreensão de que as


pessoas têm a necessidade de aprender para poderem se manter em
equilíbrio. Isso quer dizer que as pessoas se sentem melhor quando elas
entendem o mundo que as cerca.

Sempre que você se depara com algo que não compreende de


alguma forma, aquilo te incomoda e desequilibra. Ninguém gosta de
não compreender o mundo em que vive. Então, para voltar ao estado de
equilíbrio, é preciso fazer alguma coisa.
Figura 8 – O desequilíbrio na aprendizagem

Fonte: Pixabay.

Em geral, nós tomamos uma das seguintes atitudes:

a) Uma atitude muito comum é a negação, ou seja, fingimos que


aquela novidade não nos incomoda. Sabe quando uma pessoa nos diz
uma coisa da qual discordamos e ainda nos mostra uma prova de que
ela está certa? Muitas vezes, fingimos que nada aconteceu e que não há
nenhum conflito em nossa mente.

b) Outra atitude bem mais inteligente é tentarmos compreender


aquela novidade que nos foi mostrada. Assim, a curiosidade é esse nosso
impulso para tentar compreender o mundo.
28 Metodologia do Ensino da Física

Para Piaget, esse processo de compreensão se vale de dois


subprocessos irmãos, que chamamos de: i) assimilação; e ii) acomodação.
Veja como eles atuam.

i) Assimilação

A assimilação acontece quando nos deparamos com coisas que


podem ser facilmente compreendidas porque elas são familiares, por
exemplo: imagine uma criança de cinco anos que nunca viu uma boneca
na vida. Quando ela vê a boneca pela primeira vez, pode achar que se
trata de uma pessoa, pois a aparência da boneca é muito semelhante
à de um ser humano. Esse processo de reconhecer uma boneca como
se fosse uma pessoa chama-se de assimilação, ou seja, ela compreende
algo novo com base no conhecimento que apresenta.

ii) Acomodação

Mas uma boneca não é uma pessoa. Logo, quando a criança


começar a mexer na boneca, ela vai perceber que a textura da pele é
diferente, que a boneca não respira, que o cabelo é sintético e que ela
não reage ao contato físico. Em pouco tempo, a criança vai perceber que
não se trata de uma pessoa, mas de um objeto que ela desconhecia.
Então, para que o processo de assimilação se torne suficiente para
compreender a boneca, outro processo entra em ação: a acomodação.
A criança precisará modificar seus conhecimentos prévios para dar conta
das novas informações com as quais está se deparando. A esse processo
de modificação de conhecimentos prévios chamamos de acomodação e
é fundamental para que a compreensão sobre a boneca seja assimilada
pela criança.

A assimilação e a acomodação são os dois processos que nos


permitem conhecer o mundo. A assimilação nos permite reconhecer
aquilo que nos é familiar, já a acomodação nos permite modificar nossos
conhecimentos prévios para podermos assimilar o novo.

De acordo com a Teoria Piagetiana, não existe acomodação sem


assimilação. É necessário que, a partir da primeira, haja uma reestruturação
da seguinte, para que o equilíbrio exista entre elas e na adaptação da
situação.
Metodologia do Ensino da Física 29

As experiências ficam acomodadas na estrutura cognitiva do


sujeito e originam, em seguida, novos esquemas de assimilação, os quais
produzem um novo estado de equilíbrio.

Essas experiências novas que ainda não são assimiláveis conduzem


às novas acomodações e, consequentemente, a novos equilíbrios
na estrutura cognitiva. Durante o desenvolvimento do processo de
equilibração, há novas operações formais e, ainda assim, na vida adulta,
esse mecanismo persiste (FARIA, 2020).

A assimilação e a acomodação são os dois subprocessos que


formam o processo maior, chamado equilibração majorante. É graças
a esse processo que estamos constantemente reformulando o nosso
conhecimento sobre o mundo.

O conhecimento não pode ser entendido como um estado, mas


como um processo que sofre influências pelas etapas precedentes do
desenvolvimento dos conceitos. Os fatores que estão sempre presentes
nos desenvolvimentos cognitivos são de natureza funcional e não
estrutural. Nesse sentido, os processos de assimilação de ideias nas
estruturas precedentes de acomodação estão relacionados às novas
realizações.

Esquemas
Os esquemas piagetianos são um conjunto de repertório os quais
incluem ações e pensamentos que utilizamos para lidar com o mundo. É
importante ressaltar que, segundo Piaget, tudo que sabemos, fazemos e
pensamos sobre o mundo está organizando em estruturas que somente
poderá ter sentido ampliado se considerarmos um conjunto de fatos
ligados a manifestações de ações ou que têm alguma relação entre os
objetos.

De acordo com a Teoria Piagetiana, o sujeito é um organismo que


apresenta estruturas e que, ao receber os estímulos externos, dá uma
resposta em função dessas estruturas. No entanto, vale ressaltar que
não é qualquer estímulo, ele precisa ser significativo para a sua estrutura
30 Metodologia do Ensino da Física

oportunizar a sua assimilação, a fim de que possa integrá-lo a sua rede de


esquemas.

Implicações Pedagógicas
Muitas são as implicações pedagógicas que podem ser extraídas
do Construtivismo piagetiano. Vamos conhecer algumas?

Conflito Sociocognitivo
Piaget considera que o trabalho em equipe é muito importante
para a promoção da aprendizagem. Quando os estudantes trabalham em
grupo, precisam trocar ideias e negociar pontos de vista. Isso faz com que
cada estudante perceba que existem várias formas de se ver uma mesma
situação, ainda que nenhum estudante tenha a resposta correta para um
determinado problema.
Figura 9 – O trabalho em grupo

Fonte: Pixabay.

O simples fato de entrar em contato com explicações diferentes das


suas favorece a capacidade de explorar o mesmo problema por ângulos
diferentes
Metodologia do Ensino da Física 31

Desequilibrar

É essencial aguçar a curiosidade do estudante, desequilibrá-lo.


Segundo Piaget, é importante que toda atividade tenha como ponto de
partida algo que já é conhecido pelo estudante, ou seja, algo que possa
ser compreendido sem grandes dificuldades. Mas a atividade precisa ser
desafiadora, para que ele conheça e investigue para poder resolver a
atividade.
Figura 10 – O desafio da atividade

Fonte: Pixabay.

Se a atividade só envolve coisas conhecidas, não haverá nenhuma


aprendizagem nova. Por outro lado, se a atividade só envolve coisas
desconhecidas, o estudante não terá nenhum ponto de partida que lhe
seja familiar e, provavelmente, achará tudo muito difícil. É preciso mesclar
as duas coisas em um ponto de partida familiar e um ponto de chegada
desconhecido, instigante e desafiador.
32 Metodologia do Ensino da Física

IMPORTANTE:

Ao encadear elementos que são conhecidos e


desconhecidos pelos estudantes, o professor está fazendo
uso da assimilação e da acomodação. Um ponto de partida
conhecido faz o uso da assimilação, dando segurança ao
estudante. Já o ponto de chegada desconhecido demandará
acomodação, o que pode estimular a curiosidade.

Errar
Você já deve ter percebido que uma pedagogia construtivista de
aprendizagem sempre envolve algum elemento de descoberta. Não se
deve explicar tudo ao estudante, pois deve-se deixar que ele descubra
certas coisas por meio do próprio esforço.

Isso significa que o aluno vai acabar cometendo alguns erros


durante a aprendizagem. Afinal, ele não vai receber tudo pronto das mãos
do professor. Mas errar não é um problema, pois faz parte da busca pelo
conhecimento. O importante é que o professor não deixe o estudante
estacionado no erro, mas que o ajude a procurar outros caminhos.

SAIBA MAIS:

A pesquisa a partir do campo da Psicologia Genética


proposta por Piaget aprofunda as discussões acerca do
desenvolvimento da construção do conhecimento pelo
sujeito. Dessa forma, conhecer tais discussões potencializa
os objetivos do processo de ensino e aprendizagem no
ensino da Física, pois dá subsídios para a fundamentação
teórica para as diretrizes educacionais. A investigação sobre
a mudança conceitual pode ser entendida nesse processo
a partir das contribuições das pesquisas em Piaget. Para
saber mais, temos o artigo Aspectos da construção do
conhecimento e da aprendizagem na obra de Piaget
disponível aqui.
Metodologia do Ensino da Física 33

Os Estágios de Desenvolvimento Cognitivo


Piaget afirma que todas as pessoas passam por quatro estágios de
desenvolvimento cognitivo, conforme você pode conferir abaixo.

1. Estágio sensório-motor (0 a 2 anos)

•• É de grande importância para a formação do desenvolvimento


cognitivo.

•• É a base de todos os processos cognitivos do indivíduo.

•• Constitui-se em esquemas, que são as primeiras formas de


pensamento e expressão.

•• Podem ser considerados padrões de comportamento que são


aplicados de maneiras diferentes a contextos diversos.

2. O estágio pré-operatório ou simbólico (2 a 6-7 anos)

•• É o período em que acontece a transição entre a inteligência


sensório-motora e a inteligência representativa.

•• Nesse estágio, a passagem não ocorre de forma brusca, mas de


sucessivas transformações lentas.

•• A criança reconstrói o objeto, o tempo, o espaço e as categorias


lógicas de classes.

3. O estágio operatório concreto (7 a 11-12 anos)

•• Ocorre por volta dos sete anos.

•• A atividade cognitiva da criança se torna operatória e adquire a


reversibilidade lógica.

•• A reversibilidade aparece como uma característica das ações.

•• As ações são suscetíveis de ocorrer em pensamento ou


interiormente.

•• Existe o equilíbrio das trocas cognitivas entre a criança e a


realidade.
34 Metodologia do Ensino da Física

4. O estágio das operações formais (11 a 15-16 anos)

•• As operações e as estruturas que se constroem até


aproximadamente os onze anos são de natureza concreta.

•• As operações são ligadas às ações da criança sobre os objetos.

•• Entre 11 e os 15-16 anos, as operações se desligam de forma


progressiva do plano da manipulação concreta.

•• Com a experiência lógica-matemática, o adolescente consegue


agrupar representações e estruturas equilibradas.

•• A criança poderá chegar às conclusões a partir de hipóteses sem


ter a necessidade de observação e manipulação.

•• É nesse estágio que se caracteriza o período das operações


formais.

•• Há o aparecimento de novas estruturas intelectuais e novas


variantes cognitivas.

Em cada um desses estágios, o pensamento se organiza de uma


maneira específica. Segundo Piaget, não é possível pular estágios nem
retroceder. Todas as pessoas passam por todos os estágios na mesma
sequência.

RESUMINDO:

Caro estudante, que alegria você ter chegado ao fim desta


seção de estudos! Neste capítulo, aprendemos os princípios
do Construtivismo, aplicando seus conceitos e métodos no
ensino da Física. Ademais, discutimos a Teoria da Psicologia
Genética e seus princípios fundamentais. Esses princípios,
quando bem estudados, potencializam as pesquisas e
as práticas no ensino da Física. Ah, e não se esqueça de
acessar todos os links de estudos complementares que
deixamos ao longo do seu material. Esse estudo ajudará
você a melhor desempenhar as atividades relacionadas à
sua profissão. Bons estudos!
Metodologia do Ensino da Física 35

Teoria da Aprendizagem Significativa no


Ensino da Física

OBJETIVO:

Caro estudante, ao longo deste capítulo, você deverá


compreender as definições e os princípios da Teoria de
Aprendizagem Significativa, aplicando seus métodos no
ensino de Física. Ao final deste estudo, esperamos que você
seja capaz de compreender como essa teoria pode auxiliar
na avaliação de conceitos e da aprendizagem em Física.
E então? Motivado para desenvolver essa competência?
Então, vamos lá..

Aprendizagem Significativa na Construção


do Conhecimento
Diversas teorias visam a explicar como ocorre o processo de
aprendizagem. A teoria proposta por David P. Ausubel (1918-2008) tem
caráter cognitivista. “A aprendizagem cognitivista é aquela que resulta
no armazenamento organizado de informações na mente do ser que
aprende, e esse complexo organizado de informações é conhecido como
estrutura cognitiva” (MOREIRA, 1999, p. 151-152).

Na Teoria de Aprendizagem Significativa, “o novo conteúdo é


incorporado às estruturas do conhecimento de um aluno e adquire
significado para ele a partir da relação com seu conhecimento prévio”
(PELIZZARI et al., 2002, p. 38).
36 Metodologia do Ensino da Física

IMPORTANTE:

O fator mais importante da aprendizagem, de acordo


com a Teoria Ausubeliana, é “aquilo que o aprendiz já
sabe, devendo o professor verificar e ensinar de acordo”
(MOREIRA, 2006, p. 13). A Teoria da Aprendizagem
Significativa é voltada para explicar de que maneira o
ser humano aprende e, consequentemente, como sua
estrutura cognitiva consegue reter conteúdos disciplinares
ministrados em contexto escolar ou em ambientes de
aprendizagem semelhantes.

De acordo com a teoria proposta por David P. Ausubel, as


informações ficam armazenadas no cérebro humano de forma organizada,
formando, assim, uma hierarquia conceitual. Essa estruturação hierárquica
de conceitos é denominada estrutura cognitiva e consiste basicamente
nas representações de experiências sensoriais do indivíduo.

A estrutura cognitiva apresenta uma forma de organização


hierárquica, ou seja, para Ausubel, o armazenamento das informações
na mente humana é altamente organizado, formando uma espécie
de hierarquia de conceitos, na qual “elementos mais específicos de
conhecimento são ligados (e assimilados por) a conceitos, ideias e
proposições mais gerais e inclusivos. Essa organização decorre, em parte,
das interações que caracterizam a aprendizagem significativa” (MOREIRA,
2006, p. 16)

A Teoria da Aprendizagem Significativa é um modelo explicativo de


como se dá a construção do conhecimento no aprendiz. O coletivo dessas
aprendizagens fica armazenado na estrutura cognitiva, um constructo de
alto poder explicativo, sendo o principal fator desencadeador da Teoria
Significativa.
Metodologia do Ensino da Física 37

Figura 11 – Construção da aprendizagem cognitiva

Fonte: Pixabay.

Assim, a teoria de Ausubel dá importância ao que o aprendiz


traz consigo para a sala de aula. Portanto, para haver a aprendizagem
significativa, é crucial que o professor faça um levantamento dos
conhecimentos prévios dos alunos antes de elaborar uma sequência
didática. Afinal, é necessário avaliar os conhecimentos presentes na
estrutura cognitiva do educando para que o processo de aquisição de
conhecimentos tenha melhores condições de ser profícuo.

IMPORTANTE:

Ausubel diferencia dois tipos de aprendizagem: a


aprendizagem significativa e a aprendizagem mecânica. O
conceito central da teoria de Ausubel é o de aprendizagem
significativa. A Teoria da Aprendizagem Significativa explica
como ocorre a aprendizagem de conteúdos em uma
sala de aula. A aprendizagem ocorre quando uma nova
informação interage de maneira não arbitrária e substantiva
com conceitos, informações ou ideias relevantes da
estrutura cognitiva (MOREIRA, 1997).
38 Metodologia do Ensino da Física

Figura 12 – A relevância dos conhecimentos prévios

Fonte: Pixabay.

A não arbitrariedade consiste na relação do material potencialmente


significativo com os conceitos já existentes na estrutura cognitiva do
aprendiz e de forma não aleatória. Isto é, o material não se relaciona com
qualquer conhecimento existente na estrutura cognitiva, mas com os mais
relevantes. Eles são denominados “subsunçores” pela teoria. A palavra
“subsunçor” é uma tentativa de tradução da palavra inglesa “subsumer”.
(MOREIRA, 1997; MOREIRA, 2006; PELIZZARI et al., 2002).

De acordo com Moreira (2006), o “subsunçor” é um conceito, uma


ideia relevante e já existente na estrutura cognitiva do aprendiz que é
capaz de servir de ponte para uma nova informação de modo a adquirir,
posteriormente, significado.

Os subsunçores são adquiridos de maneira gradual e idiossincrática


por cada sujeito. No caso das crianças, a formação dos primeiros
subsunçores é dada pelo tipo de aprendizagem denominada “por
descoberta”. Porém, ao passo que a criança vai adquirindo novos
conhecimentos, ela se torna capaz de aprender conceitos, processo que
predominará em crianças mais velhas e em adultos (MOREIRA, 2006).
Metodologia do Ensino da Física 39

SAIBA MAIS:

A teoria proposta por David P. Ausubel enfatiza a relevância


dos conhecimentos prévios (os subsunçores) no processo
de ancoragem de novos conhecimentos na estrutura
cognitiva do aprendiz. Dessa forma, o artigo A influência
do conhecimento prévio no ensino de Física moderna e
contemporânea: um relato de mudança conceitual como
processo de aprendizagem significativa aborda a relevância
do conhecimento anterior para o processo de aprendizagem
em conceitos de Física. Leia o artigo clicando aqui.

A substantividade nos diz que a interação das ideias com estrutura


cognitiva é realizada de maneira não literal. Ou seja, a aprendizagem
significativa não depende do uso exclusivo de signos específicos, de tal
forma que um mesmo conceito pode ser expresso utilizando diferentes
signos (MOREIRA, 1997).

Para que ocorra a aprendizagem significativa, é imprescindível


a presença de conceitos relevantes na estrutura cognitiva do aprendiz,
para servirem de ancoradouro aos novos conhecimentos. Assim, a
aprendizagem significativa, segundo a Teoria Ausubeliana, acontece à
medida que as novas informações se ancoram em conceitos relevantes e
específicos da estrutura cognitiva do aprendiz.

O processo de ancoragem de uma nova informação gera um


crescimento e modificação dos conceitos e ideias preexistentes, dando
origem a um novo significado. Esse, por sua vez, será integrado à estrutura
cognitiva de maneira não arbitrária e não literal (MOREIRA, 2006).

A aprendizagem pode ser significativa ou mecânica e ocorre a partir


da forma como a nova informação é armazenada na estrutura cognitiva.
Assim, só ocorre aprendizagem significativa quando uma nova informação
interage com um conhecimento prévio relevante da estrutura cognitiva:

a) A aprendizagem significativa de algum conceito pode se


relacionar de maneira substantiva e não arbitrária com os conceitos que já
se encontram na estrutura cognitiva do indivíduo (subsunçores).
40 Metodologia do Ensino da Física

b) Os novos conceitos podem ser aprendidos de forma mais


completa ao serem incorporados na estrutura cognitiva a partir da ligação
com os conceitos preexistentes.

Segundo a Teoria da Aprendizagem significativa, a aprendizagem


pode ser considerada “por descoberta” e “por recepção” e de forma alguma
pode-se confundir a “estratégia receptiva com aprendizagem mecânica e
estratégia por descoberta com aprendizagem por descoberta” (PONTES
NETO, 2006, p. 119). Afinal, “na aprendizagem receptiva, o que deve ser
aprendido é apresentado ao aprendiz em sua forma final, enquanto na
aprendizagem por descoberta, o conteúdo principal a ser aprendido deve
ser descoberto pelo aprendiz” (MOREIRA, 2006, p. 17).

Na aprendizagem por descoberta, cabe ressaltar que a


aprendizagem só é considerada significativa se o conteúdo que foi
descoberto de fato estabelece ligações com os conceitos subsunçores
específicos preexistentes na estrutura cognitiva. Assim, a aprendizagem
sendo por descoberta ou por recepção só é considerada significativa se,
de fato, a nova informação ancora-se na estrutura cognitiva de forma não
arbitrária e não literal. (MOREIRA, 2006).

Além disso, para a ocorrência de aprendizagem significativa,


pressupõem-se que duas condições sejam atendidas (MOREIRA, 2006):

a) O material a ser apreendido deve ser potencialmente significativo.

b) O aluno deve ter disposição para aprender de forma significativa,


portanto, a aprendizagem significativa é volitiva.

Para que a aprendizagem possa ser significativa, é preciso que o


aluno queira aprender significativamente, relacionando o novo conteúdo
aos ancoradouros dispostos na estrutura cognitiva. Por outro lado, se o
aluno dispuser dos subsunçores, mas não fizer o esforço de relacioná-
los ao conteúdo que está chegando à estrutura cognitiva, não haverá
aprendizagem significativa (PONTES NETO, 2006).
Metodologia do Ensino da Física 41

No que diz respeito à primeira condição para que um material seja


potencialmente significativo, ele deve atender a dois pressupostos:

i) A natureza do próprio material.

ii) A natureza da estrutura cognitiva de cada aprendiz.

Assim, a primeira condição implica dizer que:

a) O material tem significado lógico.

b) O aprendiz tem disponíveis, em sua estrutura cognitiva,


subsunçores específicos.

c) Da relação substantiva e não arbitrária do material logicamente


significativo, emerge o significado psicológico.

Com relação à natureza do próprio material, esse deve ser


suficientemente não arbitrário e não aleatório, de modo que se possa
permitir a interação não arbitrária e substantiva das novas ideias a
serem apreendidas com os conceitos relevantes que estejam dentro da
capacidade de aprender do ser humano, isto é, subsunçores (BOSS, 2009;
MOREIRA, 2006).
Figura 13 – A relevância do material

Fonte: Pixabay.
42 Metodologia do Ensino da Física

Pode-se dizer que a aprendizagem significativa vai depender da


disposição do aluno para relacionar o material que se quer aprender e
do relacionamento entre a estrutura cognitiva particular desse aluno
com o material de aprendizagem, isto é, novo conteúdo. Um material de
aprendizagem, para que possa ser significativo, depende da sua própria
natureza e da natureza da estrutura cognitiva particular do aluno (PONTES
NETO, 2006).

IMPORTANTE:

No segundo pressuposto, temos que, na estrutura


cognitiva do aprendiz, devem estar presentes e disponíveis
conhecimentos necessários e relevantes para que possam
ser relacionados, isto é, ligados ao novo conteúdo.

A teoria de Ausubel propõe três tipos de aprendizagem significativa:


representacional, de conceitos e proposicional. O processo de aprendizagem
significativa pode ocorrer de três formas, a saber: (a) aprendizagem
subordinada; (b) aprendizagem superordenada; (c) aprendizagem
combinatória.

Conforme Ausubel, a estrutura cognitiva do sujeito se organiza de


forma hierárquica, como uma pirâmide, de tal forma que conceitos ou
proposições mais gerais ou abstratos ocupam o topo da estrutura. Desse
modo, a ligação de novos conceitos ou proposições mais específicas à
estrutura cognitiva do aluno representa uma subordinação.

Essa pode ocorrer de duas maneiras, de forma derivativa ou de


forma correlativa. Na primeira, o material é entendido como um exemplo
particular de um conceito previamente apreendido. Assim, corrobora ou
ilustra um conceito ou proposição mais geral apreendido anteriormente.
Na segunda, o material adquirido é uma extensão ou modificação do
conceito ou proposição já estabelecido na estrutura cognitiva (MOREIRA,
2006).

A aprendizagem superordenada ocorre quando um novo conceito


ou proposição mais abrangente e inclusiva que ideias ou conceitos
relevantes da estrutura cognitiva do sujeito é apreendido a partir desses
e passa a assimilá-los.
Metodologia do Ensino da Física 43

Consideremos um exemplo: uma criança que aprende os conceitos


de cão, gato, leão etc. pode, posteriormente, aprender que esses estão
subordinados ao conceito de mamífero. Esse último conceito é que, na
verdade, assimilará os três conceitos apreendidos previamente (MOREIRA,
2006).

Por fim, temos a aprendizagem combinatória, que consiste na


aprendizagem de conceitos ou proposições que não são subordinados
ou superordenados em relação a algum conceito específico já existente
na estrutura cognitiva do aprendiz, mas com o conteúdo relevante
abrangente.

VOCÊ SABIA?

Dentro desse ponto de vista, novos conceitos ou


proposições são menos capazes de se relacionar e se
ancorar ao conhecimento já existente na estrutura cognitiva.
Um exemplo desse tipo de aprendizagem citada pelo autor
é a relação entre massa e energia, calor e volume e preço
e demanda que os alunos realizam na escola (MOREIRA,
2006).

Por outro lado, a aprendizagem mecânica é definida como aquela


em que as novas informações, ideias e conceitos não interagem com
conhecimentos preexistentes na estrutura cognitiva. A aprendizagem
mecânica é contra a disposição do educando em aprender, de fato,
significativamente.

As informações que chegam à estrutura cognitiva do aprendiz nesse


tipo de aprendizagem, que podemos chamar também de automática, não
interagem de forma não literal e substantiva com os conceitos relevantes
preexistentes na estrutura cognitiva. Ou seja, não se ligam aos conceitos
subsunçores específicos de maneira a dar origem a um novo significado.
Nesse caso, a informação é armazenada de maneira arbitrária e literal
(PELIZZARI et. al., 2002).
44 Metodologia do Ensino da Física

Figura 14 – Aprendizagem mecânica

Fonte: Pixabay.

Pelizzari et al. (2002) se posiciona sobre isso:

a) O conteúdo escolar não consegue ligar-se a algo já conhecido


(aprendizagem mecânica).

b) Ocorre o esquecimento após a avaliação, pois os novos conceitos


não interagem com os conceitos que existem na estrutura cognitiva do
aprendiz.

Esse tipo de aprendizagem é a mais comumente utilizada e difundida


no ambiente escolar. Na Física, um exemplo dessa aprendizagem é a
memorização de fórmulas e conceitos, que, posteriormente, acabam
sendo esquecidos.
Metodologia do Ensino da Física 45

Figura 15 – Memorização de fórmulas

Fonte: Pixabay.

Com a finalidade de facilitar a ocorrência da aprendizagem


significativa, Ausubel propõe algumas estratégias pedagógicas: (a) o uso
de organizadores prévios; (b) a diferenciação progressiva; (c) a reconciliação
progressiva; (d) a organização sequencial; e (e) a consolidação (MACHADO;
NARDI, 2006).

No caso dos sujeitos que já apresentam maturidade intelectual, mas


que não apresentam, em sua estrutura cognitiva, subsunçores necessários
à aprendizagem significativa, Ausubel propõe o uso de organizadores
prévios que sirvam de ancoradouros para o novo conhecimento. Ou seja,
propõe “uma estratégia para modificar a estrutura cognitiva do aluno e
facilitar a aprendizagem significativa” (BOSS, 2009, p. 16).

Segundo Ausubel, “a principal função do organizador prévio é servir


de ponte entre o que o aprendiz já sabe e o que ele precisa saber para que
possa aprender significativamente a tarefa com que se depara” (MOREIRA,
2006, p. 23). Portanto, “sua função é gerar condições cognitivas para a
aprendizagem significativa” (BOSS, 2009, p. 16).
46 Metodologia do Ensino da Física

Dessa forma, os “organizadores prévios são materiais introdutórios,


apresentados antes do próprio material a ser apreendido. Porém em um
nível mais alto de abstração, generalidade e inclusividade do que esse
material” (MOREIRA, 2006, p. 23).

IMPORTANTE:

Os organizadores prévios podem ser de dois tipos: os


organizadores prévios expositivos e os organizadores
prévios comparativos. O primeiro enfatiza a interação das
ideias a partir daquilo que é mais familiar para o aluno. O
segundo enfatiza a identificação das semelhanças entre as
novas ideias e as ideias relevantes da estrutura cognitiva
(MACHADO; NARDI, 2006).

Quando um novo conhecimento é assimilado a uma ideia mais


inclusiva da estrutura cognitiva do aluno, o subsunçor se modifica,
adquirindo novos significados. A ocorrência desse processo uma ou mais
vezes leva a uma diferenciação progressiva de um conceito subsunçor
(MACHADO; NARDI, 2006; ROSA, 2011; MOREIRA, 2006).

Isso é justificado a partir dos seguintes fatores: (i) há maior


facilidade do ser humano captar aspectos diferenciados de uma ideia
mais inclusiva previamente apreendida que apreender a partir de suas
partes diferenciadas; (ii) se a estrutura cognitiva dos alunos for comparada
a uma pirâmide, as ideias mais inclusivas ocupam uma posição no
topo dessa estrutura e abrangem conceitos menos inclusivos e mais
diferenciados (MACHADO; NARDI, 2006).

A reconciliação integrativa se resume à recombinação de elementos


existentes na estrutura cognitiva do aprendiz. Nessa, explora-se as
relações existentes entre as ideias de determinado conteúdo, a fim de
identificar semelhanças e diferenças acerca dele e reconciliar as possíveis
inconsistências (MACHADO; NARDI, 2006).

Na organização sequencial, é aproveitada a dependência dos


conceitos e conteúdos existentes no decorrer de uma disciplina em que a
compreensão de determinado conceito é condição para o entendimento
Metodologia do Ensino da Física 47

do sequente. Já na consolidação, todos os conteúdos já estudados de


uma sequência didática são dominados pelos estudantes antes que se dê
a introdução de um novo conteúdo (MACHADO; NARDI, 2006).

RESUMINDO:

Caro estudante, que alegria você ter chegado ao fim


desta seção de estudos! Neste capítulo, aprendemos
as definições e os princípios da Teoria de Aprendizagem
Significativa, aplicando seus métodos no ensino de Física.
A teoria de Ausubel dá importância ao que o aprendiz
traz consigo para a sala de aula e, portanto, para haver a
aprendizagem significativa é crucial que o professor faça um
levantamento dos conhecimentos prévios no processo de
elaboração de seus materiais e aulas. Ah, e não se esqueça
de acessar todos os links de estudos complementares que
deixamos ao longo do seu material. Esse estudo ajudará
você a melhor desempenhar as atividades relacionadas à
sua profissão. Bons estudos!
48 Metodologia do Ensino da Física

Teoria do Construcionismo no Ensino da


Física

OBJETIVO:

Caro estudante, ao longo deste capítulo, você aplicará os


princípios e métodos do Construcionismo no ensino da
Física. Ao final deste estudo, esperamos que você seja
capaz de compreender melhor os aspectos relevantes
em relação às práticas metodológicas aplicadas ao
ensino e à avaliação da aprendizagem. Certamente,
essas competências auxiliarão você no desempenho de
sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Avante!.

Iniciamos as nossas discussões apresentando o autor que cunhou


os termos “construcionismo” e “instrucionismo”: Seymour Papert (1928-
2016), que desenvolveu as suas ideias na década de 1970. Ele estudou
no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, e foi
um matemático sul-africano que desenvolveu uma linguagem chamada
Logo, fundamentada na teoria de Piaget.
Figura 16 – Seymour Papert (1928-2016)

Fonte: Wikimedia Commons.


Metodologia do Ensino da Física 49

Nesse sentido, Papert trouxe um novo paradigma que é


principalmente pautado na ideia de que a criança precisa ensinar o
computador para poder aprender. Esse é um princípio bastante importante
e, já que ele utiliza como subsídios as ideias de Piaget, o modelo elaborado
por Papert é pautado no Construtivismo, mas cria um termo para dizer
aquilo que ele acredita, que é o caso do Construcionismo. Assim, faz-se
interessante não confundir esses dois termos.
Figura 17 – O uso de computadores na aprendizagem

Fonte: Pixabay.

A modelagem da programação defende a ideia de que as pessoas


aprendam a como utilizar os mais diversos tipos de softwares.

Instrucionismo
Ao falar sobre o Construcionismo, o autor Seymour Papert também
discutiu sobre o Instrucionismo e, assim, esses dois termos foram criados
por ele.
50 Metodologia do Ensino da Física

O Instrucionismo é pensando em um nível programático de ensino


e a aprendizagem tem como base a instrução e o aperfeiçoamento de
capacidades do trabalho mecânico.

No Instrucionismo, o melhor caminho para a aprendizagem é a


instrução. O professor ou o computador transmite esse conhecimento
para o aluno, que recebe o conhecimento. Ou seja, tem alguém que
ensina e o aluno que aprende por meio do repasse da informação. O
ensinar melhor é o que vai garantir uma maior aprendizagem melhor do
ponto de vista instrucionista.

Nota-se que o autor precisou criar um termo para se contrapor


àquilo que ele realmente acredita. Ele não acreditava no Instrucionismo
como processo do ensino e aprendizagem, sendo que sua fundamentação
teórica dialoga com os princípios do Construcionismo.

SAIBA MAIS:

Como sabemos, a sociedade contemporânea está


totalmente marcada pelas influências alicerçadas no uso e
no desenvolvimento de tecnologias. Tais tecnologias, nas
escolas, por exemplo, apresentam-se de maneira rápida e
deslocada do contexto do aluno.
As mídias de informações e comunicação chegam a
todo o tempo a nossas vidas e, muitas vezes, passam
despercebidas acerca de seu potencial na Educação.
Na Educação, as mídias e as tecnologias se revelam nos
livros, jornais, televisão, vídeo, computador e tantos outros
materiais pedagógicos diversos.

Nesse sentido, é importante enfatizar a real necessidade de formar


cidadãos críticos e reflexivos que saibam aproveitar de maneira significativa
todas as bonanças que esses recursos oferecem. Dessa forma, essas
discussões aparecem no ensino das Ciências a partir de um debate a
respeito do papel do Instrucionismo nas tecnologias educacionais.
Metodologia do Ensino da Física 51

Para saber mais sobre este assunto, faça a leitura do artigo


Tecnologia educacional no ensino de Física e de Ciências da Natureza,
nos depoimentos de pesquisadores protagonistas: Construtivismo versus
Instrucionismo, concreto versus virtual, disponível aqui. Boa leitura!

Construcionismo
De acordo com Papert (1994), o Construcionismo vai contra à
instrução usada em aulas tradicionais e que não apresenta sentido algum
para os estudantes.

O Construcionismo possibilita a descoberta e a atitude construcionista


é uma forma de oportunizar aos educandos uma aprendizagem mais
profícua e contextualizada. A meta é ensinar de maneira que consiga
produzir uma maior aprendizagem, reduzindo ao mínimo as dificuldades
que assolam o ensino.

De acordo com Papert, o professor, ao passar para um aluno uma


instrução, priva-o de aprender algo novo. Não é um imperativo categórico
ao ensinar, já que se pode, sim, ensinar de forma instrucionista. No entanto,
é uma forma paradoxal de manter o ensino sob controle.

O professor, nesse cenário, torna-se um desafiador do aluno,


colocando-o em situações que mobilizarão suas ideias no processo de
aprender algo novo. A ideia não é reduzir a quantidade de ensino, mas
fazer o ensino diferente e significativo a partir de ações.

Podemos comparar as diferenças entre o Construcionismo e o


Instrucionismo abaixo.

O Construcionismo:

•• É embasado na proposta construtivista piagetiana.

•• O aluno ensina o computador. Nesse caso, a máquina só realizará


funções a partir do comando do sujeito que o opera, inclusive os
erros provenientes do equipamento.
52 Metodologia do Ensino da Física

•• O professor prepara atividades e os questionamentos para serem


lançadas durante a aula e precisará estar muito bem-preparado
para receber dúvidas e o feedback dos alunos. O professor
também participa ativamente do processo de aprendizagem dos
alunos,

•• O professor, dessa forma, revela-se como o mediador do processo


de aprendizagem.

•• A aprendizagem é reflexiva, em que o professor estimulará a


capacidade de reflexão dos alunos.

•• Os softwares que estão vinculados à ideia de Construcionismo


são: modelagem, programação e desenvolvimento de multimídia.

O Instrucionismo:

•• Tem como base teórica o Behaviorismo (Skinner).

•• O computador ensina o aluno. O aluno recebe as informações dos


recursos tecnológicos ao seu redor.

•• O professor prepara as instruções programadas.

•• O professor assume um papel de avaliador, contabilizando os


erros e os acertos.

•• A aprendizagem acontece por meio da repetição.

•• Os softwares que estão vinculados à ideia de Instrucionismo são:


tutoriais, exercícios e prática e utilização de multimídia.
Metodologia do Ensino da Física 53

Figura 18 – O tutorial como software do tipo instrucionista

Fonte: Pixabay.

SAIBA MAIS:

O uso de softwares no ensino da Física oportuniza um


ensino mais profícuo e de maior contextualização para o
aluno. Nesse sentido, cabe destacar um produto que vem
a colaborar com a forma como os assuntos em Física são
apresentados a partir do uso das simulações, o software
Modellus. Com o uso das modelagens computacionais,
o ensino deixa de ser meramente transmitido de maneira
tradicional e desconectado e passa a ser trabalhado de
maneira mais dinâmica e realística.
As fórmulas, as tabelas e os gráficos podem ser trabalhados
durante as aulas de maneira mais eficaz. Assim, o trabalho
O uso do software Modellus como ferramenta auxiliar no
ensino de Física: uma aplicação da inemática apresenta
como esse recurso pode ser trabalhado em aulas de Física.
Você pode conferi-lo na íntegra clicando aqui. Boa leitura!
54 Metodologia do Ensino da Física

Cabe destacar que, geralmente, os softwares da área das


Ciências trabalham muito com as simulações. Então, eles não podem
ser considerados instrucionista nem construcionista, pois depende da
natureza de execução desse.

Exemplos de Tecnologias Digitais na Docência


•• Microsoft Office:
Editor de texto.
Planilha eletrônica.
Slides.
•• Audiovisual:
Filmagem – celular ou tablet.
Fotografia – celular ou tablet.
YouTube.

Dependendo da abordagem e/ou metodologia a ser utilizada,


esses materiais podem ser mais do tipo instrucionista, construcionista ou
até os dois. Lembrando que a diferença entre essas abordagens é saber
o que está ensinando e a quem é destinado o ensino, se é o computador
que ensina o sujeito ou vice-versa.
Figura 19 – Tecnologias digitais

Fonte: Pixabay.
Metodologia do Ensino da Física 55

Robótica Computacional – Construcionismo de


Seymour Papert

Essa temática surge na Educação e incentiva o uso das tecnologias


e mídias no âmbito escolar, com a premissa de que todos os sujeitos
da escola necessitam se familiarizar com as novas tecnologias. Aqui,
entende-se a tecnologia como programas, ferramentas, aplicativos e
metodologias.
A robótica educacional pode ser entendida como:

a) Um conjunto de conceitos tecnológicos aplicados à Educação.

b) O aprendiz tem acesso a computadores e softwares, além de


componentes eletrônicos diversos.

c) O envolvimento de conhecimentos básicos e de Ciências diversos


a partir do envolvimento do funcionamento de recursos pedagógicos que
tornem o ensino e o trabalho escolar de qualidade.

A metodologia é escolhida de acordo com a sua comunidade,


com os recursos que são oportunizados e com a experiência de uso. É
de extrema relevância que se renove as abordagens metodológicas em
sala de aula, criando novos hábitos de práticas educativas. A ideia é trazer
novidades para os alunos, que nasce da necessidade de transformação
da sala de aula.

A robótica educacional é uma ciência multidisciplinar e apresenta


inúmeras vantagens, as quais veremos adiante. O criador que se debruçou
nessa investigação, como dito anteriormente, foi Seymour Papert, que
nos diz que o computador funciona e permite que haja aprendizagem
atrelada à criatividade.
56 Metodologia do Ensino da Física

Figura 20 – A motivação e a criatividade a partir das tecnologias

Fonte: Pixabay.

O autor se fundamentou no Construtivismo e criou uma teoria que


conseguisse explicar, dando subsídios teóricos e metodológicos à sua
nova proposta, o Construcionismo. Nela, por meio da ação concreta e da
criação de produtos palpáveis pelo aluno, seria possível obter, assim, o
conhecimento. Então, esse conhecimento é gerado por meio da prática e
de resultados reais.

O funcionamento da abordagem construcionista está subsidiado na


lógica a partir das novas filosofias da Educação e dos novos conteúdos,
sendo que com ambos, atrelado à experiência do profissional, pode-se
ser feito muito mais. Cabe destacar que a robótica computacional não
está somente atrelada à Matemática e a Física, mas também a outras
áreas do conhecimento.

Seymour Papert criou uma tartaruga robótica que se chama


“tartaruga terrestre” e, com esse experimento, fez com que as crianças
produzissem formas geométricas.
Com as inovações tecnológicas esse ambiente evoluiu
exponencialmente e está ganhando força quanto a sua
utilidade na Educação. Essa abordagem carrega as duas
Metodologia do Ensino da Física 57

conotações do Construcionismo, onde a criança pode


aprender construindo um produto palpável, no caso
um robô, geralmente com kits da LEGO® Education, ou
sucatas de equipamentos eletrônicos. E também pode
se tratar da construção de estruturas mentais através do
controle, manipulação e depuração das ações do robô
para resolver situações a que é colocada em contato.
(MOREIRA, 2019, p.17).

Nessa produção de formas geométricas, ele usou para validar


o produto o trabalho colaborativo entre as crianças, que resultaram na
postura colaborativa e de atitudes permeadas por processos criativo, que
se relacionavam com os conteúdos que eles precisariam aprender.
Segundo o autor (Papert) é uma nova maneira de fazer
geometria, baseada no Construcionismo e enriquecida
com a Logo, onde o elemento gerador indivisível das
demais formas na geometria de Euclides (o ponto), se
confunde com a tartaruga na geometria computacional.
No micromundo da tartaruga deve-se comandar um
cursor, que possui a forma do animal, com o objetivo de
criar desenhos, programas ou formas, com possibilidade
de definir novos comandos e funções que podem ser
usados exatamente como as primitivas da linguagem.
O grau de sofisticação desses desenhos ou programas
depende do nível do usuário, e podem ensinar ao cursor
como desenhar um simples quadrado ou como plotar um
gráfico complexo. (MOREIRA, 2019, p. 15).

De maneira descritiva, vale ressaltar que esse ambiente de


aprendizagem consiste no aluno utilizar, por meio do computador, uma
linguagem de programação específica (Logo) e resolver um problema. O
aluno ensina a tartaruga a realizar movimentos por uma série de comandos
sistematizados e, assim, cumpre o desafio proposto. A partir da proposta
construcionista, é necessário que o aluno não receba a instrução para
alcançar o resultado, mas que seja aguçado a resolver de forma empírica
o problema proposto (MOREIRA, 2019).

A reflexão do resultado só é possível pelos processos mentais e


necessários ao desenvolvimento cognitivo.

Uma das variações mais interessantes dessa ferramenta é o


aprimoramento da linguagem de programação que aparecerá na tela do
58 Metodologia do Ensino da Física

computador, com as informações descritivas da linha de raciocínio do


aluno.

De forma a fixar:

a) O computador é considerado uma ferramenta que propicia o


contato com ideias abstratas e concretas da Ciência e Matemática para
criar modelos.

b) A aprendizagem ocorre por meio do processo do computador ser


ensinado pela criança, e não o contrário.

c) O computador é uma ferramenta com qual a criança conhece e


se apropria das informações.

d) Os programas de computador oferecem conhecimentos de


determinados assuntos de modo a se refletir e a reflexão é considerada
uma potente fonte de aprendizagem.

e) A criança tem liberdade de criação a partir do uso das tecnologias.

f) A motivação, o interesse e a investigação são oportunizados pelas


ferramentas digitais, isto é, pelo computador.

g) Existe a possibilidade de objetos físicos virtuais serem


manipulados nos processos de aprendizagens.

h) As possibilidades de interação com o mundo físico, real e concreto


em propostas didáticas.

Em síntese, a robótica educacional visa oportunizar ao aluno


desenvolver a aprendizagem por meio de assimilações concretas e
contextualizadas, ao passo que o contato com as ferramentas educacionais
propicie, até de forma multidisciplinar, o estímulo e a imaginação para
aprender. Ademais, facilita a criatividade para construir e refutar hipóteses
quando ele constrói e manipula sistemas eletrônicos. Assim, a partir do
que foi exposto até aqui, nós temos que os conceitos em Física podem
ser trabalhados a partir do Construcionismo e das tecnologias disponíveis.
Metodologia do Ensino da Física 59

RESUMINDO:

Caro estudante, que alegria você ter chegado ao fim desta


seção de estudos! Neste capítulo, aprendemos juntos sobre
os princípios e métodos do Construcionismo no ensino
da Física. Ademais, conceituamos as ideias propostas por
Seymour Papert em contraposição ao ensino instrucionista.
Neste capítulo, vimos, a partir da robótica computacional,
um recurso extremamente valioso para o ensino das
Ciências e da Matemática. Por isso, caso você tenha dúvidas
na compreensão dos conceitos abordados, sugerimos um
estudo mais aprofundado. Para finalizar, não se esqueça de
acessar todos os links de estudos complementares que
deixamos ao longo do seu material. Esse estudo ajudará
você a melhor desempenhar as atividades relacionadas à
sua profissão. Bons estudos!
60 Metodologia do Ensino da Física

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