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Sistema citocromo P450 (CYP450): Principal sistema enzimático de biotransformação Solubilidade:

• Na maioria das células mas principalmente fígado e TGI • Muito hidrofílicos são pouco absorvidos pois não
atravessam membranas celulares
• Extremamente lipofílicos também são pouco
Reações oxidativas: absorvidos já que são totalmente insolúveis nos
• Ampla especificidade de substrato líquidos aquosos do organismo e não têm acesso à
• Interações farmacológicas (indutores e inibidores) superfície das células
• Mucosa intestinal tem muita CYP3A4, biotransformação de primeira passagem de • Para ser bem absorvido deve ser lipofílico mas ter
fármacos como clorpromazina e clonazepam alguma solubilidade em soluções aquosas

Bioequivalente: Biodisponibilidade comparável e


tempos similares para alcançar pico de concentração
plasmática

Equivalência terapêutica: Equivalentes farmacêuticos,


ou seja, mesma dosagem, substância ativa e via de
adm; perfis clínicos e de segurança similares.

• Ao fim gera composto + hisrossolúvel e terapeuticamente + inativo


• Farmácos conjugados podem ser excretados no rim ou na bile
Consequências do aumento da biotransformação:
• Menor concentração de fármaco no plasma
• Menor atividade do fármaco o
ca
• Redução do efeito terapêutico do fármaco
Consequências da diminuição da biotransformação: A eficácia clínica depende da
• Aumento da concentração de fármaco no plasma concentração sérica máxima e do
• Aumento da atividade do fármaco tempo necessário após adm p/
Ex: Omeprazol inibe 3 isoenzimas CYP responsáveis pela biotransformação da alcançar pico, por isso dois fármacos
verfarina. Se os 2 são tomados juntos, concentração plasmática de verfarina bioequivalentes podem não ser
terapeuticamente equivalentes
aumenta, levando ao aumento do efeito anticoagulante e risco de sangramentos
• As CYP450 podem ser induzidas ou inibidas, modificando biotransformação
Interações de fármacos e o citocromo P450:

Rifampicina, chá de Ciclosporina A


Itraconazol
erva-de-são-joão

Indução de I

Inibição de
Rejeição de CYP3A4 CYP3A4 Nefrotoxicidade
transplante pela ciclosporina A

Eliminação da ' Eliminação da


ciclosporina A ciclosporina A retardada
acelerada
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Catharina Jenisch - ATM 27 Catharina Jenisch - ATM 27

Cinética de biotransformação: Túbulo proximal: Secreção Túbulo distal: Reabsorção


ativa de formas ionizadas de passiva de formas não ionizadas
• Cinética de primeira ordem: Obede cinética de (neutras) e lipossolúveis
bases fracas e ácidos fracos
Michaelis-Menten, velocidade de biotransformação
do farmáco é diretamente proporcional à
concentração livre
• Cinética de ordem zero (não linear) ou saturação:
Enzima é saturada pela elevada concentração de
fármaco livre e a velocidade da biotransformação
Cápsula de Bowman: Filtração
permanece constante no tempo de todas as substancias de
Ducto coletor: Reabsorção de
baixo peso molecular do
água
sangue p lúmen
Excreção, eliminação ou depuração:
• Para excreção eficiente, substancia deve ser polar Alça de Henle: Reabsorção de
água
Excreção renal: Urina
• Maior parte dos fármacos
• Eliminação na urina (inalterado ou na forma Manipulação da urina p/ aumentar forma
ionizada) ionizada no lúmen:
• Ineficiente para lipossolúveis • Acidificação: Fosfato de potássio e ácido
• Reabsorvidas - biotransformação ascórbico
• Alcalinização: Bicarbonato de sódio
1) Filtração glomerular: Fármaco chega aos rins pelas artérias renais p/
formar plexo capilar glomerular. Fármaco livre não ligado à albumina
Excreção biliar: Fármaco eliminado na bile e
difunde-se pelas fendas capilares para espaço de Bowman como parte posteriormente fezes
do filtrado glomerular. Lipossolubilidade e pH não influenciam mas • Circulação êntero-hepática
ligação dos fármacos à proteínas plasmáticas sim reabsorção do fármaco)
Excreção pulmonar: Eliminação do fármaco no
2) Secreção tubular proximal: Fármacos que não foram p/ filtrado saem
S

dos glomérulos pelas arteríolas eferentes e formam plexo capilar ao ar expirado, importante para gases e vapores
anestésicos. Outras vias de
redor do túbulo proximal. Secreção por 2 transportes ativos de
eliminação:
excreção de fármacos ligados à proteínas Medidas de eliminação: Indicam velocidade de
• Ânions: Forma desprotonada de ácidos fracos depuração do fármaco
• Cátions: Forma protonada de bases fracas
• Meia vida biológica: (t1/2)
Baixa especificidade (pode haver competição entre fármacos. Recém
nascidos não tem esse mecanismo e podem reter fármacos no filtrado • Tempo p/ reduzir fármaco a 50%
• t1/2 curta: doses + frequentes
3) Reabsorção tubular distal: Enquanto fármaco se desloca até túbulo • Doença hepática aumenta t1/2
contorcido distal, sua concentração aumenta e excede à do espaço
• Depuração/Clearance: CL
perivascular. Se for neutro se difunde p/ fora do lúmen e retorna `a
circulação sistêmica. Manipulação do pH da urina p/ aumentar fração
• Taxa de eliminação do fármaco do corpo
ionizada do fármaco no lúmen minimiza retrodifusão e aumenta em relação à concentração plasmática
depuração de fármaco indesejável. Ácidos fracos podem ser eliminados • Volume de líquido biológico (sangue ou
alcalinizando urina, bases fracas acidificando (prisão iônica) plasma) que contém quant. do fármaco
• Saliva
excretado pelo rim ou metabolizado pelo • Leite
Papel da biotransformação de fármacos: Maioria dos fármacos é lipossolúvel e sem modificação fígado por unidade de tempo • Suor
química se dinfundiria p/ fora do lúmen tubular renal quando sua concentração no filtrado se tornasse
maior que espaço perivascular. Os conjugados polares ou ionizados das fases I e II não se difundem p/ CL total = CL hepática + CL renal + CL pulmonar + CL outras
fora do lúmen renal.
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Catharina Jenisch - ATM 27 1 8 Catharina Jenisch - ATM 27
Regimes de doses fixas/intervalo de tempo fixo:
Situações clínicas que alteram meia vida: Catharina Jenisch - ATM 27
• Doses fixas de medicações IV ou orais administradas em intervalos fixos resultam
em flutuações tempo-dependentes nos níveis de fármaco circulante, diferindo do
Aumentam t1/2: Diminuem t1/2:
aumento contínuo da concentração observada na infusão contínua
• Injeções IV múltiplas: Quando fármaco é adm repetidamente a intervalos
• Diminuição fluxo sanguíneo • Aumento do fluxo regulares, concentração plasmática aumenta até atingir Css. Como maioria é
renal ou hepático (hemorragia, IC…) sanguíneo adm em intervalos mais curtos do que cinco meias-vidas e é eliminada
• Diminuição extração de fármaco • Diminuição ligação à exponencialmente com o tempo, algum farmáco da 1ª dose permanece no
do plasma (doença renal) proteínas momento de adm da 2ª e assim por diante. Fármaco acumula até que dentro do
• Diminuição biotransformação • Aumento biotransformação intervalo de dosagens, a velocidade de eliminação se iguale à de adm (Css).
(inibica por outros fármaco ou Pode exigir doses maiores ou +
insuficiência hepática)
Efeitos da frequência de dosagem: Com adm repetida em intervalos regulares,
frequentes concentração no plasma oscila ao redor da média.
Pode ser necessário diminuir
dosagem ou aumentar tempo entre • Doses menores e intervalos mais curtos diminuem amplitude das flutuações mas
doses a Css não é afetada pela frequência de dosagem ou velocidade em que estado
Esquemas e otimização das
de equilíbrio é alcançado (admitindo que a dose diária total é a mesma).
dosagens:
Obtenção de equilíbrio por diferentes regimes de dosagens:
Regime terapêutico: O quão rápido
Tto pode consistir em dose simples do
deve alcançar níveis terapêuticos?
fármaco (ex: dose única de indutor do Catharina Jenisch - ATM 27
• Via de adm Curva azul: Mostra quant. de fármaco no
sono) mas o mais comum é:
• Dosagem organismo quando unid é adm via IV e repetida
• Intervalo entre doses em intervalos de tempo que correspondem à
t1/2.
• Ao final do 1º período de dosagem
permanece 0,5 da 1ª dose ao adm a 2ª.
Regime de infusão contínua: Tempo necessário p/ alcançar Css: 4-5 • No fim do 2º intervalo 0,75 unid está presente
• Fármacos adm continuamente como meias-vidas. ao adm a 3ª dose.
infusão IV ou doses orais fixas de intervalos • Único determinante da velocidade • Quant mínima remanescente
constantes (ex: 1cp a cada 4 horas) que faz com que fármaco alcance progressivamente se aproxima do valor de 1
estado de equilíbrio é o t1/2 unidade
• Adm contínua ou repetida resulta em
• Sofre influência apenas de fatores • Valor máximo alcança progressivamente 2
acúmulo do fármaco até alcançar estado de unidades logo após adm
que afetam a meia-vida
equilíbrio • No equilíbrio, 1 unid de fármaco se perde no
• Não e afetada pela velocidade de
intervalo das dosagens, o que é compensado
Concentração de equilíbrio é alcançada infusão pela velocidade de adm.
quando velocidade de eliminação é igual à • Ao ser interrompida, concentração
de adm, de modo que a concentração no plasmática do fármaco diminui até
zerar com a mesma trajetória temporal Administrações orais múltiplas: Absorção dos fármacos adm via oral pode ser lenta,
plasma e nos tecidos fique relativamente
observada p/ alcançar equilíbrio. concentração plasmática é influenciada tanto pela velocidade de absorção quanto
constante.
pela velocidade de eliminação.
• Concentração plasmática do fármaco após infusão IV:

+
• Com adm IV contínua, velocidade de entrada do fármaco no organismo é constante
• Na cinética de 1ª ordem a velocidade de eliminação aumenta proporcionalmente
com o aumento da concentração no plasma
• Ao iniciar infusão IV contínua, a concentração do fármaco no plasma aumenta até
alcançar estado de equilíbrio, quando passa a permanecer constante.
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Catharina Jenisch - ATM 27

Otimização da dose: • Para infusão IV, cuja


Objetivo: alcançar e manter concentração biodisponibilidade é 100% a
dentro da janela terapêutica e minimizar equação é: Farmacodinâmica
efeitos adversos
• Se necessário efeito rápido, pode ser Dose ataque IV = Vd . Css • Ações dos fármacos no organismo e influencias das concentrações na magnitude das
necessária dose de carga (desejada) respostas
• Interação do fármaco com receptor (macromolécula-alvo especializada presente na
Vel. dosificação = C . CL Dose de ajuste: superfície ou interior da célula) Alvos proteicos p/ ligação de fármacos:
—————- • Vd pode ser usado p/ calcular Fármaco: Sinal
F Enzimas
quantidade necessária de Receptor: Detector de sinais Transportadores
fármaco a mais p/ obter
C = Concentração desejada no plasma
concentração plasmática
CL = Depuração do fármaco da
desejada. Fármacos são dose-
circulação sistêmica
C1 = Concentração do fármaco já dependentes:
F = Fração absorvida (biodisponibilidade) Receptores
existente no plasma • Quanto maior a dose mais
chances do fármaco se ligar Canais iônicos
Dose de ataque: Quando for necessário C2 = Concentração maior desejada
a outros locais
atingir concentração no plasma rapidamente
Vd x C1 = Quant de fármaco • Quanto + específico o
(ex: infecções graves ou arritmias)
inicialmente presente no organismo fármaco melhor sua ação
• Adm dose de carga para alcançar com
Vd x C2 = Quant necessária no farmacológica e - efeitos
rapidez níveis plasmáticos desejados,
colaterais
seguida de dose de manutenção p/ organismo p/ obter concentração
manter estado de equilíbrio desejada
Relação dose-especificidade:
• Diferença entre os dois valores é
Dose ataque = Vd . Css
————————— a dose necessária p/ igualar:
F
Css = Concentração de equilíbrio Vd (C2-C1)
desejada
F = biodisponibilidade

Estado dos receptores:


• Ativo
• Inativo

*Dosificação em intervalos
de 50% do t1/2

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Catharina Jenisch - ATM 27
Principais famílias de receptores: TRANSDUÇÃO DE SINAIS:
• Amplificação de sinais pequenos: Receptores ligados à proteínas G e enzimas
amplificam intensidade e duração do sinal
Ex: Ligação do salbutamol só existe poucos milissegundos mas proteína G ativada
subsequente pode durar muito mais
• Proteção contra estimulação excessiva: Para evitar possíveis lesões à célula (como
cálcio em excesso causando morte celular) ocorre dessensibilização dos receptores

EFICÁCIA: Tamanho da resposta que


fármaco causa quando interage com
receptor
• Depende do numero de complexos
fármaco-receptor formados e da
A) Ligante se une a domínios extracelulares do canal estimulado por ligante eficiência em desencadear o efeito
B) Ligante se une a domínio no receptor transmembrana acoplado à proteína G • Fármaco c/ + eficácia é
C) Ligante se une a domínio extracelular de receptor que ativa enzima quinase terapeuticamente + benéfico que
D) Ligante lipossolúvel difunde-se através da membrana p/ interagir c/ receptor intracelular fármaco + potente

Fármaco A é +
Fármaco C tem POTÊNCIA:
potente que B mas
-potência e Quantidade de fármaco necessária p/
tem mesma eficácia
-eficácia que A e B produzir efeito de determinada
intensidade
• CE50 = Concentração que produz
50% do efeito máximo

Curva dose-resposta:

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AGONISTAS:

Agonistas: Fármaco/substância endógena que se liga a um receptor e ativa resposta


celular. Possui afinidade e atividade intrínseca (que determina capacidade de ativar total
ou parcialmente os receptores)
• Fármacos podem ser classificados de acordo com suas atividades intrínsecas e
valores de E max resultantes

Agonista total: é quando o fármaco se liga a


um receptor e produz a resposta biológica
MÁXIMA que mimetiza a resposta do ligante
endógeno.
Agonista parcial:
• Quando o receptor é exposto ao agonista
parcial e ao total simultaneamente, o
agonista parcial pode atuar como
antagonista do agonista total.
• À medida que o número de receptores
ocupados pelo agonista parcial aumenta, o
Emáx diminui até alcançar o Emáx do agonista
parcial.
Agonista inverso:
Comumente, os receptores livres são inativos e
• O tamanho da resposta é proporcional à
precisam da interação com um agonista para
quantidade de receptores ligados ou
assumir uma conformação ativa. Contudo,
ocupados
alguns receptores apresentam conversão
• O efeito máximo (E max) ocorre quando
espotânea de R para R* na ausência de
todos os receptores estão ocupados (não é
agonista. Agonistas inversos, ao contrário de
regra)
agonistas totais, esta- bilizam a forma R
(inativa) e convertem R* em R. Isso diminui o
número de receptores ativados para menos do
Antagonistas: Se ligam a receptores mas não simulam efeitos dos compostos reguladores que observado na ausência do fármaco (Fig.
endógenos 2.11). Assim, os agonistas inversos têm
• Possuem afinidade mas não atividade intrínseca atividade intrínseca menor que zero, revertem
• Eficácia = 0 a atividade de receptores e exercem efeito far-
macológico oposto ao dos agonistas.
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