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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI

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A Importância da formação de professores no Ensino de


alunos com deficiência auditiva
Autor Marineide Souza Santos e Jaciara dos Santos Batista
Prof. Orientador Jacinete Cruz
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso Pedagogia (TURMA) – Estágio VIII
01/09/2022

1 INTRODUÇÃO

A deficiência auditiva pode ser entendida como uma perda parcial ou total da audição.
Existem alguns graus em relação à perda da audição que são estudados, principalmente, por
fonoaudiólogos. Educar um aluno com deficiência auditiva, é entender a cultura do surdo. O tema
para esse Projeto foi escolhido com o intuito de descrever a importância da formação de professores
no ensino de alunos com deficiência auditiva. O problema de pesquisa desse projeto é de que forma
os professores podem estar ajudando e ensinando os alunos com deficiência auditiva?
A deficiência auditiva se constitui como uma limitação para o aprendizado, mas não uma
incapacitação total. Através de pesquisas bibliográficas e seguindo o método qualitativo, pode-se
evidenciar em alguns autores a perspectiva inclusiva em relação ao deficiente auditivo. Diante do
número crescente de crianças que nascem com necessidades especiais se faz necessário a formação
e a preparação de professores. Atividades lúdicas, exercícios que envolva os alunos e os coloque na
frente, falar diretamente com eles são coisas simples, mas que fazem muita diferença.
A incapacidade e a falta de preparo por parte de alguns profissionais chamam a atenção.
Esse projeto visa despertar e chamar atenção não só da comunidade acadêmica, mas de educadores
quanto à importância de o saber fazer no contexto da deficiência auditiva. Vale destacar também a
importância da LIBRAS para a comunidade surda.
Esse projeto tem como objetivo geral caracterizar a importância da formação de professores
no Ensino de alunos com deficiência auditiva. Como objetivos específicos podem ser destacados os
seguintes: investigar de que forma a formação de professores para ensinar crianças com deficiência
auditiva pode ser determinante para o desempenho do aluno; relatar de que forma os professores
podem estar trabalhando com crianças deficientes auditivas.
Esse tema foi escolhido diante da necessidade em que se tem de se tocar no assunto em
questão. Há cada dia surgem mais crianças com deficiência auditiva. De acordo com Freitas (2021)
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em 2021 5% da população brasileira é surda e usa a LIBRAS para se comunicar. Por essa razão, se
faz necessário pensar acerca da importância da preparação e qualificação de profissionais
habilitados para ensinar as crianças com deficiências auditivas. A autora ainda destaca que a OMS
estima que no ano de 2050, 900 milhões de pessoas no mundo desenvolverão a surdez. Acredita-se
que a maior parte dos estudantes com deficiência auditiva em encontram-se na educação básica
regular principalmente nos anos iniciais. Essa estimativa faz com que seja repensando além de
políticas públicas educacionais inclusivas, a promoção de práticas que sejam realmente inclusivas
em sala de aula, e fazer mudanças não apenas nas estruturas físicas da escola, mas também a
pedagógica.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

É inegável a importância dos professores na área de Educação Especial. Um dos pontos


fundamentais acerca do processo educacional é que todo educador deve investir tempo e até mesmo
seus recursos em formação continuada. No contexto da formação continuada insere-se a educação
especial. Com o passar do tempo percebe-se o número de crescente de crianças que nascem com
necessidades especiais. De acordo com o UNICEF (2021) há, no mundo, quase 240 milhões de
crianças com deficiência. Essas crianças, são amparadas pela Declaração Universal dos Direitos
Humanos (DUDH) que foi proclamado pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em 1948.

Acredita-se que a Declaração Universal dos Direitos Humanos tenha sido o pontapé inicial
para outras legislações vigentes relacionadas aos direitos e a assistência às pessoas com deficiência
e às classes minoritárias. Entre essas leis pode-se destacar a Declaração de Jomtien em março de
1990 na Tailândia. A Declaração de Salamanca que foi decretada em 1994 na Espanha também foi
outro marco em relação às necessidades educativas especiais. Importante destacar que quando se
fala em educação especial está se referindo as mais diversas especialidades, síndromes e
necessidades especiais que podem ser encontradas atualmente. Pode-se evidenciar, por exemplo, a
deficiência visual, deficiência física, deficiência múltipla, deficiência intelectual, altas habilidades e
superdotação, nesse projeto optou-se por dar ênfase a uma necessidade em específico que é a
necessidade especial auditiva visando uma reflexão a cerca de um tema tão importante que é a
inclusão escolar.

A inclusão escolar, independentemente do nível de escolaridade, representa, não só atender


ao deficiente, mas a todos os alunos, no sentido de introduzir na escola uma cultura de
respeito e de mudança de atitude perante o diferente. Isso seria possível através de um
programa de ensino com uma filosofia em comum, coordenado por uma equipe constituída
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por professores, pais, alunos, membros da comunidade e administradores compromissados


com o atendimento à diferença (MANENTE ET AL. 2007, p.29).

Incluir o aluno deficiente auditivo no ambiente escolar não é uma tarefa fácil. Entende-se
que é importante, no entanto, muitos profissionais da educação, incluindo muitos pedagogos, não
tem formação acadêmica para ensinar alunos com deficiência auditiva. De acordo com Ricardo
(2018, p.3) “a deficiência auditiva é a incapacidade total ou parcial de ouvir, apresentando um
entrave ao desenvolvimento social dos indivíduos com deficiência.” O que se caracteriza como
um grande desafio é como inseri-lo em sala de aula de forma com que o aluno aprenda e possa
desenvolver suas competências e habilidades. É interessante que o professor envolva ao aluno nas
atividades e o traga para as primeiras cadeiras e o trata como todos os outros não subestimando a
sua capacidade intelectual, afinal de contas a deficiência é auditiva e não cognitiva. A relação
entre professor e o aluno com perda auditiva pode ser determinante no desempenho e aprendizado.
Se for preciso investir recursos para que o profissional esteja mais preparado e habilitado para a
educar um aluno com deficiência auditiva, fazer um curso ou uma especialização em LIBRAS. É
importante que o professor coloque o aluno logo nas primeiras cadeiras e acompanhe mais de
perto junto às famílias cada aluno individualmente de acordo com suas especificidades.

De acordo com Gonçalves e Guizolfi (2015, p.4) “a escola deve se aperfeiçoar para atender as
necessidades, de forma que o aluno seja sujeito ativo, e não um simples observador. Para que a
inclusão tenha êxito, é importante que o aluno participe de tudo o que envolva a sala [...].” De
fato, é preciso entender que a inclusão escolar se dá a medida que o educador envolve o aluno no
processo da aprendizagem de forma igualitária e sem nenhum tipo de segregação. A deficiência
auditiva é uma limitação na audição, não na cognição e na capacidade intelectual do aluno e, de
acordo com Cruz (2009, p.1123) afeta diretamente o convívio social do sujeito:

Dentre as deficiências humanas, a auditiva pode ser considerada uma das mais devastadoras
em relação ao convívio social do sujeito, visto que interfere diretamente no
desenvolvimento da linguagem, fala, comunicação interpessoal e aprendizagem, podendo
prejudicar o desenvolvimento escolar e, consequentemente, profissional da população
afetada (CRUZ, 2009, p.1123).

Acredita-se que pessoas com deficiência auditiva tenha baixa autoestima, são pessoas
geralmente com complexos de inferioridade, muitas, ainda na fase adultas, mesmo com
escolaridade não adquirem bons empregos, se conseguem algo é na faxina, longe de tudo e de
todos mesmo sendo assegurados os direitos trabalhistas a pessoas deficientes. É possível ainda
evidenciar que algumas pessoas com deficiência auditiva tendem a serem antissociais, algumas
podem criar até fobias sociais querendo ficar isoladas, se sentido como se ninguém as
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entendessem e compreendessem. A perda auditiva afeta diretamente a vida social, emocional e até
mesmo conjugal de uma pessoa. Se nas demais áreas torna-se uma dificuldade, o que pensar nas
relações de trabalho para uma pessoa deficiente. De acordo com o Decreto 5.296 de 2004 a
pessoa portadora de deficiência auditiva é aquela que se enquadra como uma perda parcial ou total
das possibilidades auditivas sonoras, variando de graus e níveis na seguinte forma:

- De 25 a 40 decibéis: surdez leve;


- De 41 a 55 decibéis: surdez moderada;
- De 56 a 70 decibéis: surdez acentuada;
- De 71 a 90 decibéis: surdez severa;
- Acima de 91 decibéis: perda profunda;
- Anacusia: perda total da audição.

Em algumas empresas há contratação para pessoas que tenham o grau de surde leve como
afirmado por Souza (2014). Segundo o autor, as pessoas são contratadas pelo fato de já terem uma
perca auditiva e essas pessoas são expostas a diversos barulhos e ruídos que são causados pelas
máquinas nas indústrias e fábricas. Isso é um evidente demonstrativo dos estigmas e segregação na
qual são expostas as pessoas com deficiência auditiva. Uma das formas de amenizar os preconceitos
e estigmas no qual as pessoas com deficiência auditiva passam na sociedade é fazer com que elas
tenham um atendimento pedagógico de qualidade e diferenciado para elas. Muitos educadores não
têm conhecimento em LIBRAS, por exemplo, nesse caso surge a necessidade de ter uma intérprete
de LIBRAS, ou o professor pode pensar em fazer um curso aprofundado de LIBRAS.
Um dos fatores determinantes também é o apoio que se deve ter em relação à escola e família.
Os pais de alunos com deficiência auditiva devem ser participativos e auxiliar a escola no que for
necessário para o desenvolvimento da sua capacidade motora e intelectual. De acordo com
Ampudia (2011) os alunos que possuem um grau severo ou perda total da audição pode se iniciar a
alfabetização com esses alunos através da LIBRAS. Educar um surdo é também conhecer a sua
cultura. Educar um surdo é entender seus limites e os diversos complexos nos quais a criança com
deficiência auditiva passa numa sociedade desigual e discriminatória. Sendo assim, é importante
que:
as escolas precisam se organizar para ter um ambiente com um contexto linguístico
adequado para os surdos, buscando um êxito na sua educação, para isso as escolas devem
perceber que a língua de sinais, sendo a língua oficial da comunidade surda, seja uma
garantia de direito de o surdo usar sua língua natural (FERRÃO e LOBATO, 2016, 35).
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No entanto, o que mais se percebe, são professores despreparados e escolas sem estruturas para
receber alunos com deficiência auditiva. A falta de habilidade em língua de sinais é um dos fatores
recorrentes no despreparo em lidar com crianças com deficiência auditiva.

REFERÊNCIAS
AMPUDIA, R. O que é Deficiência Auditiva? São Paulo, 2011. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/273/o-que-e-deficiencia-auditiva. Acesso em: 1 set. 2022.

BRASIL. Decreto de 5.296 de 2 de dezembro de 2004. Lei de promoção e acessibilidade a


pessoas portadoras de deficiência. Brasília, 2004. Disponível
em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.html. Acesso em: 01
set 2022.

CRUZ, Mariana Sodário et al. Prevalência de deficiência auditiva referida e causas atribuídas: um
estudo de base populacional. Cadernos de Saúde Pública, v. 25, p. 1123-1131, 2009.

DE SOUZA, Roger Maliski et al. O novo desafio da gestão industrial: proporcionar


empregabilidade aos portadores de deficiência auditiva leve nos setores industriais. Revista
ESPACIOS| Vol. 35 (Nº 13) Ao 2014, 2014.

FERRÃO, Cleomárcio Pereira; LOBATO, Huber Kline Guedes. A INCLUSÃO DO ALUNO


SURDO NO ENSINO REGULAR NA PERSPECTIVA DE PROFESSORES DO ENSINO
FUNDAMENTAL. In: diálogos sobre inclusão escolar e ensino-aprendizagem da Libras e Língua
portuguesa como segunda língua para surdos. 2016. Disponível em:
https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/handle/prefix/1544. Acesso em: 1 de set de 2012.
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FREITAS, Karina. Dia Internacional da Linguagem de Sinais procura promover a inclusão de


pessoas surdas. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, 2021

GONÇALVES, Josiane. GUIZOLFI, Thaís. A inclusão do aluno surdo: um estudo sobre a surdez
na EJA. Revista virtual da cultura surda, Edição, 16, p. 1-32.

MANENTE, Milena Valelongo; RODRIGUES, Olga Maria Piazentin Rolim; PALAMIN, Maria
Estela Guadagnuci. Deficientes auditivos e escolaridade: fatores diferenciais que possibilitam o
acesso ao ensino superior. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 13, p. 27-42, 2007.

UNICEF Brasil. Novo relatório da UNICEF 2021. Unicef Brasil, 2021. Disponível em:<
https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/ha-no-mundo-quase-240-milhoes-de-
criancas-com-deficiencia-revela-analise-do-unicef>. Acesso em: 31 de ago. 2022.

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